Greenpeace envia à Prefeitura de São Paulo propostas ao Plano de Mobilidade do município
Conforme determinado pela Política Nacional de Mobilidade
Urbana, a Prefeitura de São Paulo lançou no último dia 24 de Fevereiro o
texto base
do Plano Municipal de Mobilidade, documento que deve guiar as políticas
públicas da próxima década. Esse texto está aberto para consulta e
participação popular tanto online (por meio de formulário notavelmente
limitado), quanto via reuniões e audiências - informações detalhadas
sobre como participar estão disponíveis aqui.
A versão final do documento, considerando as recomendações apontadas pela sociedade civil, deve ser publicada no mês de abril.
O texto está aberto para consulta e participação popular tanto online,
quanto via reuniões e audiências. (©Greenpeace/Alexandre Cappi)
Desde 2013 o Greenpeace tem acompanhado as políticas de mobilidade de
São Paulo, cidade que concentra 26% das emissões de gases de efeito
estufa vindas do setor de transportes no país. Visando garantir a
publicação de um plano que realmente nos permita aprofundar e consolidar
as mudanças positivas que já vêm sendo observadas na atual gestão, e
também dar novos saltos no sentido de garantir uma mobilidade mais
eficiente, justa e sustentável na cidade, o Greenpeace está apresentando
à Prefeitura cinco propostas de mudança no texto, divididas em cinco
seções. São elas:
Apresentação: Definir um limite de 180 dias após a
publicação do plano para que se estabeleça metas quantitativas e
qualitativas, indicadores e parâmetros de análise que detalhem como se
dará a implementação das atividades propostas, e permitam o
monitoramento dos resultados alcançados. Esse detalhamento do plano deve
ocorrer de forma transparente e com participação da sociedade civil.
Diagnóstico da Mobilidade Urbana: Ampliar a meta
de transferência modal e definir prazo para seu atingimento, estipulando
que até 2030 75% dos deslocamentos motorizados sejam feitos via
transporte público coletivo, e 25% via transporte individual – incluindo
explicitamente nesses 25% os 3% já previstos para bicicletas na página
16 do texto base. Estudo desenvolvido pelo Greenpeace e ANTP com base em
experiências internacionais indicam que essa meta é factível.
Pedestres e Calçadas: Priorizar a implementação do
Plano Emergencial de Calçadas (PEC), instituído pela Lei Municipal
14.675/2008 e regulamentado pelo Decreto 49.544/2008, que atribui à
Prefeitura a responsabilidade de reforma ou construção de passeios e/ou
calçadas que não atendam às normas previstas nas vias com maior
circulação de pedestres. As vias listadas no decreto representam cerca
de 20% do total de vias da cidade, e concentram cerca de 80% do fluxo de
pedestres.
Política de Estacionamento: Dentre as estratégias
propostas, expandir a primeira estratégia para incluir áreas de comércio
especializado entre as que terão prioridade de vagas no meio fio para
carga e descarga, e remover a segunda estratégia que prevê a construção
de garagens em áreas de comércio especializado e interesse turístico
(tendo em vista que tais garagens não contribuem para desestimular o uso
do automóvel).
Redução de Emissões: Definir a meta de que, até
2017, 10% da frota de micros e ônibus seja composta por híbridos; 10%
composta por veículos a gás; 10% composta por veículos elétricos, por
meio do trolebus; e 10% composta por veículos a etanol. Também definir a
meta de que, até 2020, 35% da frota de micros e ônibus seja composta
por híbridos. Nessas condições, até 2020 as emissões de gás carbônico
(CO2) originárias do transporte público coletivo diminuirão em 30% com
relação ao cenário atual, de acordo com estudo desenvolvido pelo
Greenpeace e ANTP.
As propostas foram encaminhadas formalmente nesta segunda-feira ao
Prefeito Fernando Haddad e ao Secretário de Transportes, Jilmar Tatto. O
Greenpeace aguarda o retorno por parte da Prefeitura de São Paulo.
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.