Thursday, July 28, 2011

Ruralistas e o factóide científico

A cada dia o desmonte do texto do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados ganha peso com novas denúncias de irregularidades no processo. Dessa vez, uma reportagem produzida pela assessoria de imprensa da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), reproduzida no Portal Ecodebate, escancara o engodo arquitetado pelos ruralistas para passar goela abaixo do país seu projeto de destruição das florestas.
O texto detalha uma palestra feita pelo engenheiro agrônomo e pesquisador do Inpa Antônio Nobre na Reunião Anual da SBPC, que aconteceu neste mês em Goiânia. Nobre afirma que a “pesquisa” que serviu de base para os argumentos da bancada da motosserra na época da votação não passa de “ciência a soldo, feita sob encomenda”.
Uma das contestações de Nobre diz respeito ao cálculo feito pelo autor, o pesquisador da Embrapa Evaristo de Miranda, sobre o total de APPs (áreas de preservação permanente) existente no país. Segundo Nobre, pela legislação atual o total de APPs não ocuparia mais que 6,87% do território nacional. Já Evaristo diz que esse número chega a 21,26%.
“A SBPC e ABC (Academia Brasileira de Ciência) apresentaram uma revisão criteriosa de centenas de estudos científicos publicados, mas o Congresso ainda os ignora”, afirmou o pesquisador no Inpa. “Enquanto isso, o estudo de Miranda, esse tipo de factóide científico gerado pela informação incompleta, inacurada e pelas generalizações temerárias feitas, foi amplamente utilizado para justificar várias alterações propostas no Código Florestal.”Fonte;Greenpeace

Monday, July 25, 2011

A lenta agonia de um tigre


Para produzir embalagens descartáveis para a Barbie e outros brinquedos, a APP (Ásia Pulp and Paper) continua devastando as florestas tropicais da Indonésia. Com isso, a empresa está levando à extinção espécies como o tigre de Sumatra.

Ao longo das últimas semanas, acompanhamos o drama da separação do casal mais famoso e luxuoso do mundo dos brinquedos. Em choque após descobrir as ligações de Barbie com o principal devastador das florestas tropicais da Indonésia, Ken decidiu dar um tempo no relacionamento.

Mas, para aqueles que torcem por um final feliz, lamentamos ter que mostrar mais um trágico episódio desta história. Para produzir embalagens descartáveis para a Barbie e outros brinquedos, a APP (Ásia Pulp and Paper) continua devastando as florestas tropicais da Indonésia. Com isso, a empresa está levando à extinção espécies como o tigre de Sumatra.

O vídeo que vamos mostrar a seguir contém cenas fortes de violência contra animais. O Greenpeace Internacional flagrou a lenta agonia de um tigre de Sumatra próxima a uma área de concessão da APP.Fonte Greenpeace

Wednesday, July 13, 2011

É tempo de desintoxicar


Investigação revela ligação de gigantes dos esportes como Adidas e Nike e a poluição química de rios na China. As marcas ainda têm chance de virar este jogo.
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Ativistas exibem banner com a mensagem "Desintoxique" na entrada da maior loja Adidas do mundo, em Pequim. © Zong Mu / Greenpeace
Grandes marcas de equipamentos esportivos com selo de “made in China” estão por trás de uma história de poluição e perigo à saúde humana e ambiental. É o que revela recente investigação do Greenpeace, que mostra como fornecedores chineses para Adidas, Nike e Puma vem intoxicando os rios do país com rejeitos químicos. Estas marcas agora têm a chance de encarar o desafio da desintoxicação e virar este jogo.

Um ano de pesquisa revelou que a indústria têxtil na China é a principal responsável pela alta concentração de poluentes extremamente perigosos nas águas de importantes rios do país. As substâncias, para além das fronteiras chinesas, vêm viajando mares afora e já foram encontradas até no organismo de ursos polares. Na ponta desta cadeia, nomes como Nike, Adidas e Puma.



Para dar uma forcinha aos ícones do esporte mundial a mudar esta triste realidade, o Greenpeace na China lançou uma campanha campeã: ativistas do Greenpeace amanheceram na porta das maiores lojas da Adidas e Nike em Pequim, capital da China, com cartazes que diziam: Desintoxique!

Entre os principais vilões das águas chineses estão os compostos perfluorados, mais conhecidos como PFC’s, e os alquifenóis. Ambos carregam uma longa lista de malefícios aos humanos e ao ambiente, tais como consequências para os sistemas endócrino, reprodutivo e hormonal, doenças no fígado e problemas de crescimento.





Enquanto em países como os Estados Unidos, país de origem de algumas grandes marcas internacionais, a concentração dos poluentes na indústria têxtil vem diminuindo, na China, maior produtor de tecidos desde 1995, estes só fazem crescer. Quase 70% dos rios, lagos e reservatórios chineses são afetados pela poluição. Em Xangai, 20 milhões de pessoas bebem as águas do Yangtze, rio que recebe 30 bilhões de toneladas de água com resíduos por ano.

“O consumidor pode mandar seu recado às marcas, dizendo que não aceita participar deste ciclo perigoso. É a forma de exercer pressão global para que deixem de comprar de fornecedores envolvidos em contaminação de águas na China, ou qualquer outra denúncia de crime ambiental e humano”, diz Pedro Torres, do Greenpeace no Brasil.

Apesar de local, ressalta Torres, o problema torna-se mundial a medida em que adquirimos estes produtos. “Todo consumidor, seja na Europa ou no Brasil, que adquire o produto com esse selo tóxico, contribuí, mesmo que aparentemente de maneira indireta, com esta cadeia poluidora".Fonte;Greenpeace

Tuesday, July 12, 2011

Ecos de uma revolução silenciosa


Estudos do Greenpeace e da ONU mostram mercado crescente para energias limpas, com países em desenvolvimento liderando a corrida por investimentos no setor.
Energia renovável não é coisa do futuro. É a realidade do presente. Para dar cara a esta mudança de rumo, recentes estudos vem mostrando o crescimento do mercado e dos investimentos de energia no mundo, revelando que as fontes limpas estão competitivas, especialmente em países em desenvolvimento.

O Greenpeace Internacional fez um balanço do mercado dos últimos 40 anos, apelidado de Revolução Silenciosa. Apesar dos combustíveis fósseis continuarem em aumento, tanto em novas instalações, como em participação na subida de emissões de gases estufa, eólica e solar foram as energias que, em ritmo, mais cresceram no mundo nos últimos 10 anos – em torno de 430 mil MW.

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Gráfico mostra crescimento das diferentes fontes de energia no mundo nos últimos 40 anos.
Entre 2000 e 2010, revela o estudo, 26% de todas as centrais elétricas que surgiram no mundo foram de renováveis, especialmente eólica. Outros 42% foram térmicas à gás, 2% nuclear e o restante, térmica. Os 475 mil MW de incremento de energias fósseis no período, 78% dele na China, contabilizaram um total de 55 milhões de toneladas de CO2 emitidos no mesmo período.

O avanço das energias limpas no mundo surpreendeu até os mais otimistas. Em 2007, o Greenpeace Internacional publicou na primeira edição do relatório Revolução Energética que a potência instalada para renováveis no mundo até 2010 seria de 156 GW, valor alcançado somente pelo setor eólico em 2009, comprovando que esta tal revolução já está em marcha firme.

A ONU acaba de também endossar esta perspectiva. Na edição de 2011 do estudo Tendências Globais dos Investimentos em Energia Renovável, recém lançado pela UNEP, os dados mostram que entre 2009 e 2011, os investimentos em energia limpa subiram 32%.

Chama a atenção o envolvimento de países em desenvolvimento nesta conta: superaram os investimentos em renováveis dos desenvolvidos no balanço de 2010, liderados pela mesma vilã das térmicas fósseis, a China. O vento, entre todas, é a tecnologia mais madura, com investimentos que somam mais de 94 bilhões de dólares. Solar vem logo atrás, com 86 bilhões, seguido de biomassa, com 11 bilhões.

No Brasil, os investimentos em renováveis caíram 5% este ano em relação a 2009, para um total de 6,9 bilhões de dólares, especialmente por conta da reestruturação do setor sucroalcooleiro, responsável pela produção de energia por co-geração à biomassa. O país, no entanto, é visto como um dos de maior potencial para crescimento de mercado para renováveis do mundo.

O relatório é uma produção do Programa Ambiental da ONU (PNUMA), a Frankfurt School of Finance and Management, na Alemanha, e o Bloomberg New Energy Finance.Fonte;Greenpeace

Saturday, July 2, 2011

Golpe baixo contra as florestas

Floresta é morta com mesmo método usado pelo Exército americano na guerra do Vietnã

Um crime ambiental pouco visto na história brasileira surpreendeu fiscais do Ibama, que detectaram o uso de veneno para desmatar grandes áreas de floresta amazônica. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, uma região equivalente a 180 campos de futebol na divisa do Estado do Amazonas com Rondônia foi desmatada com a ajuda de herbicidas pulverizados com uso de avião.

A cena é desoladora. Milhares de árvores sem vida, em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.

"A floresta vira um grande paliteiro, facilitando o desmatamento. É o mesmo processo usado pelo Exército norte-americano para encontrar os vietnamitas na Guerra do Vietnã", disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Mário Lúcio Reis.

Os técnicos encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno.

Especialistas ouvidos afirmam que esse tipo de agrotóxico mata as árvores de imediato e causa outros danos como a contaminação do solo, de lençóis freáticos, de animais e de pessoas.

Em entrevista à reportagem, o chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, Jerfferson Lobato, afirma que o uso de agrotóxico para desmate é recente, e que o mais comum é devastar com motosserras, tratores e queimadas. “Eles (os infratores) mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extratores para driblar a fiscalização do Ibama", disse.

A terra, que pertence à União, está localizada ao sul do município de Canutama (AM), entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada.

Até agora, o único registro de uso dessas substâncias em desmatamentos no Amazonas era de 1999. Já em Rondônia, um registro foi feito em 2008, quando fiscais flagraram uma área de cinco hectares destruída por herbicidas na região de São Francisco do Guaporé.

Os produtos foram apreendidos em uma região de floresta desabitada às margens do rio Acari, afluente do Madeira, que fica nos limites entre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma e uma propriedade de um fazendeiro de Rondônia, que não teve seu nome revelado. A multa pode chegar a R$ 2 milhões..Fonte;Greenpeace