Wednesday, September 30, 2015

Desmatamento Zero em discussão na Câmara

Greenpeace promove reunião entre ONGs e parlamentares para falar sobre o Projeto de Lei, que será entregue ao Legislativo em outubro
Ainda que o Greenpeace seja bastante conhecido pelas ações que promove, as articulações políticas feitas em Brasília são sua maior ferramenta para promover mudanças estruturais e efetivas. Na manhã desta quarta-feira (30), representantes de ONGs e deputados da Frente Parlamentar Ambientalista estiveram reunidos, em Brasília, para debater o projeto de lei do Desmatamento Zero, que será entregue em outubro ao Congresso.


 
Frente Parlamentar Ambientalista reúne-se com ONGs para debater Desmatamento Zero (© Paula Laport)
“Não dá para esperarmos até 2030 para zerar o desmatamento”, iniciou Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Ele se referia ao prazo anunciado pelo Governo Federal para acabar com o desmatamento illegal. E continuou: “O Desmatamento Zero é o maior investimento do País para beneficiar seu agronegócio”.
“Queremos que o desmatamento se torne tão inadmissível quanto a corrupção ou a escravidão. Que o Brasil adote este Projeto de Lei com o desafio de se desenvolver sem desmatar”, propôs Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
Cléber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), relatou que em 2014 as invasões a terras indígenas mais que duplicaram, sendo uma grande ameaça às florestas.
Duas lideranças da etnia Munduruku, que vivem uma aldeia que corre o risco de sumir do mapa para dar lugar a uma grande hidrelétrica, a beira do rio Tapajós, no Pará, também estavam presentes.
Já Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, relembrou que o Desmatamento Zero é uma luta muito antiga de várias organizações ambientais. Ele chamou a sociedade civil a participar da elaboração da proposta do deputado Sarney Filho, de aprimoramento das metas do Brasil na COP 21, que acontece no fim do ano, em Paris.
O senador João Capiberibe enumerou as consequências já sentidas na região amazônica pelo desmatamento, como mudanças climáticas e violência no campo.  “Seria um passo importante na mudança do modelo de desenvolvimento do País. É um sonho antigo que vamos conquistar”, sentenciou.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, deputado Átila Lira, comprometeu-se a trabalhar para o convencimento do setor ruralista. “O governo cria suas zonas de negócio sem consultar o Ministério do Meio Ambiente e outros órgãos ambientais, isso não tem sentido. Vamos trabalhar juntos nessa questão para mobilizar, discutir e emplacar uma política de interesse nacional que cumpra a meta de sustentabilidade ao Brasil” disse.
No fim da reunião, o deputado Ricardo Tripoli elogiou a proposta: “Não vejo quem no Brasil não queira não ajudar essa iniciativa do Greenpeace. Já tivemos outras iniciativas de tentar emplacar o Desmatamento Zero, mas a ideia de fazer o processo de fora para dentro, favorece a população brasileira. Parabéns, contem conosco”, finalizou.
Desde  2012 o Greenpeace vem coletando assinaturas, com a ajuda de voluntários e da sociedade civil, para entregar ao Congresso Nacional um projeto de lei que estabelece o Desmatamento Zero no Brasil. Agora, com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista e mais de 1,4 milhão de brasileiros, finalmente apresentamos o projeto à casa legislativa. Faça parte deste movimento e assine pelo Desmatamento Zero, aqui.

“Sempre tive vontade de mudar o mundo”

Vencedora do Desafio Salve as Florestas mobilizou toda a cidade, mas teve que começar mobilizando sua própria família. Leia o relato 
 
Em junho deste ano o Greenpeace lançou o Desafio Salve as Florestas, uma gincana de mobilização com o objetivo de engajar a população em torno do projeto de lei do Desmatamento Zero, que proíbe a derrubada de florestas nativas no Brasil.


Amanda e Márcia Piovezani, as vencedoras do Desafio Salve as Florestas.

A paranaense Márcia Piovezani, de Cascavel, foi quem conquistou o maior número de pontos e a viagem com acompanhante para conhecer de perto o trabalho do Greenpeace em Manaus. Mas por trás da mobilização de Márcia, estava a paixão pelo meio ambiente e a força de vontade da Amanda, uma jovem de 14 anos que não poupa esforços na luta por um mundo melhor.
Leia abaixo o relato de Amanda Piovezani e inspire-se. Basta uma pessoa para mover o mundo todo.
Por Amanda Piovezani, 14 anos.
“Desde pequena, sempre tive vontade de mudar o mundo e construir um planeta melhor. Desde que o ser humano aprendeu as palavras “ganância” e “poder”, o mundo se deixou cair em um abismo que parece não ter solução.
Sob a visão do homem, muitas coisas passaram a não ter mais tanto valor quanto deveriam ter, e, nesse contexto de globalização, a natureza e os animais saíram extremamente prejudicados. E o pior, não têm nem voz para se defenderem.
Assim, descobri a importância de pessoas que lutem por um melhor mundo, mais verde e justo, que não considere os humanos como os únicos habitantes da Terra. Pessoas que demonstrem que, além do lucro ganho pela exploração da madeira, há vidas que dependem daquelas árvores para sobreviver, que além do lucro ganho com as indústrias, existem ecossistemas inteiros sendo destruídos por causa da poluição emitida pelas mesmas. Pessoas que se importem com o futuro, mas que olhem para o presente, e, ao invés de apenas se indignarem, tomem uma atitude e decidam mudar o mundo.
Foi pensando assim que eu me tornei uma defensora do meio ambiente, afinal, nada pode ser produzido se os recursos naturais não existirem. Na luta pelo planeta, ainda há muita dificuldade em preservar e cuidar do meio ambiente. Comecei, então, a acompanhar a Greenpeace e suas ações ao redor do mundo. As campanhas para salvar o meio ambiente me encantavam, e eu sempre sonhei em fazer parte disso tudo.
Quando, há alguns meses, eu li sobre o Desafio Salve as Florestas e sobre a lei do Desmatamento Zero no site da Greenpeace, eu decidi que era hora de fazer a diferença. Era a minha vez de parar de somente rezar pelo fim do desmatamento e ajudar a salvar o patrimônio natural brasileiro, que é de extrema importância para todos nós.
Ao ler o regulamento e descobrir que só poderiam ser inscritos no Desafio pessoas com mais de 18 anos, fui até a minha mãe e a mobilizei a participar da Campanha. Conversei com o diretor do colégio onde estudo, o Colégio Marista, e pedi autorização para trazer a campanha para o colégio.
Eu e minha mãe, Márcia, passamos em diversas salas da escola, incentivando as crianças a participarem de um projeto tão nobre, que não muda só a vida dos animais e das pessoas que moram nessas florestas, mas de todos nós, brasileiros.
Procurei o vídeo que falava sobre a campanha, editei (para ficar mais curto), e fomos às salas. Entregamos uma folha para que cada criança conseguisse o maior número de assinaturas possível, e o mais gratificante de tudo foi ver o engajamento de todas elas para que conseguíssemos aprovar a lei que garantisse vida eterna às nossas florestas. O resultado foi impressionante. O colégio, que sempre incentivou as crianças a cuidarem do planeta, apoiou a lei e ofereceu todo o auxílio necessário para que as assinaturas fossem conseguidas.
Além do colégio, mobilizei toda a minha família a coletar o maior número de assinaturas, fui a algumas empresas da minha cidade, coletei assinaturas de pessoas que visitavam esses locais, ao mesmo tempo em que nossos parentes se engajaram e conseguiram mais assinaturas em seus locais de trabalho.
Ao final, ficamos muito satisfeitas em poder ajudar a natureza e ainda conseguir engajar um grande número de pessoas à causa. Participar de um dos projetos da Greenpeace é e sempre será uma honra. Honra maior ainda é poder ajudar essa incrível organização a construir um mundo melhor.
Que a luta pelo meio ambiente nunca seja extinta. Espero, um dia, ser voluntária da organização (ainda não tenho idade suficiente) e ajudar mais ainda a transformar o nosso mundo em um lugar melhor, no qual natureza e seres humanos vivam em harmonia”.


Tuesday, September 29, 2015

The Amazon’s Tapajos Basin is in danger

Blogpost by Maïa Booker

Blogpost by Maïa Booker 
The Brazilian government is currently gearing up to build dozens of energy-producing megadams in the Amazon. São Luiz do Tapajos will be one of the largest – second only to Belo Monte. If it is built, it will devastate the rich biodiversity in the area – an area which contains endemic species, and is surrounded by several legally protected areas, and will potentially change the way of life for the Indigenous Peoples that live there.

Munduruku leadership walking along the Tapajos river.

Its valley is home to 12,000 indigenous Munduruku people, whose lives are deeply entwined with the river and surrounding forest. During the construction of the dam, it's likely that part of the Munduruku lands will be flooded, forcing them to be displaced from their traditional lands and affecting their cultural survival. And even though this dam will be built on their lands, the Munduruku were never consulted in the planning process.

 
A researcher studies a lake formed in the ebb of the Tapajos river, where the Munduruku usually fish to feed their people. If the hydro dam is built, lakes like this one may get flooded permanently, affecting the availability of fish for indigenous people in the region who depend on fishing to survive.

If this dam is built, a unique part of the Amazon could be lost for good. That's why Greenpeace Brazil has joined forces with the Munduruku people and other allies to oppose the Brazilian government's plans and keep the Tapajos area free from construction.

Luciano Naka, one of the authors of the analysis watches local birds on an island in the Tapajos river, which could be flooded if the dam is built.

Munduruku leadership speaks during the meeting with researchers and the Federal Prosecution Service about the impacts of the São Luiz do Tapajos dam.

Greenpeace Brazil conducted an independent analysis of the official Environmental Impact Assessment – a report presented by power utility companies which is supposed to inform decision-makers about potential environmental and social impacts of such projects. The study was led by nine scientists and experts from various Brazilian institutions. It shows that the Environmental Impact Assessment doesn't fulfill its role to properly inform decision-makers about the risks of building this dam, but only serves to justify the decision already made – to go ahead with construction.

Munduruku people perform a ritual during the meeting with researchers and the Federal Prosecution Service about the impacts of the São Luiz do Tapajos megadam.

In the last couple of days, Greenpeace Brazil and Munduruku leadership have come together for a "Sage Gathering" in the Dace Waptu village, Para state, Amazon, with two of the scientists, to meet and discuss their findings.

Munduruku leaderships participating in the meeting with researchers and the Federal Prosecution Service about the impacts of the São Luiz do Tapajos dam.

Felício Pontes Jr., Federal Prosecutor of Pará, joins the meeting with Munduruku leadership and researchers about the potential impact of the São Luiz do Tapajos megadam

Bidding for construction of the São Luiz do Tapajos dam has been postponed until next year due to differences over Indigenous Peoples' rights.

Please stand with us to oppose the Tapajos dam – share this story.
Maïa Booker is a Multimedia Editor for the Americas at Greenpeace.

You did it! Shell abandons Arctic drilling

Blogpost by April Glaser 


This is your victory!
 
 This week Shell announced plans to abandon its Arctic oil drilling operations. This is huge.
From activists who scaled Shell’s rig in April or who stopped one of Shell’s ships this July, to the millions of people all over the world who signed petitions, paraded with polar bears, shared stories and helped organise for real environmental justice, this is YOUR victory. Thank you.
Protest against Shell at Fredericia in Denmark 30 Jun, 2015 © Jason White / Greenpeace

The cost of Arctic drilling
Shell claims that the amount of oil it has been able to find isn’t worth the high costs of what has been one of the most dangerous and expensive projects in the history of fossil fuel extraction (for both the company’s wallet and reputation). The company has already spent upwards of US$7 billion trying to find oil in the Alaskan Arctic, but the environmental costs of Arctic oil are even higher.
In the US, President Obama’s own administration estimates that there would be a 75 percent chance of a disastrous oil spill if Shell got what it originally wanted.
Shell Protest in Unalaska 15 Jun, 2015 © Mark Meyer / Greenpeace

And it’s not just the risk of an oil spill that’s alarming. The Arctic acts as the world’s air conditioner by reflecting sunlight off sea ice and keeping the oceans cool. But that sea ice is melting, and the region is heating up twice as fast as the rest of the world. 
Climate change in the Arctic is already leading to people being displaced from their homes, polar bears starving and mosquito swarms getting so huge that they have become deadly for caribou. Drilling for and burning more fossil fuels is the exact wrong response to climate change. 
Why Shell called it quits
Shell found evidence of oil in the Arctic, but it still decided not to drill. The Financial Times reports that Shell has privately admitted that it didn’t expect so much public opposition. And in Shell’s own statement on why the company decided to abandon its Arctic drilling operations, the company cites a “challenging regulatory environment” as one key reason for halting its search for Arctic oil. You challenged them.
Giant Polar Bear Aurora at Shell HQ in London 2 Sep, 2015 © Jiri Rezac / Greenpeace

Shell was used to breezing through important environmental regulatory processes without a scratch, but this time people were watching. All year, comments poured in to the US government from around the world as millions of people asked President Obama’s administration to pull the brakes on Shell’s drilling.
It wasn’t President Obama who showed real climate leadership here. It was you.
Together, you turned what the oil industry hoped would be a small business story into front page headlines. Together, we demonstrated that people have the power to fight companies and governments who consistently value corporate profits over the health of our planet.
The fight isn’t over. While Shell has backed away from the Arctic, the region still doesn’t have the protection it needs. We will continue working to keep Shell and all other oil companies out of the Arctic for good and to demand a global sanctuary in this fragile region that will protect it from further destruction.
April Glaser is a mobilization specialist at Greenpeace USA.
A version of this blog was originally posted by Greenpeace USA.

100% Renewable Energy by 2050? Why wait?

Blogpost by Shuk-Wah Chung

A new Greenpeace report shows how the world can move to 100% renewable energy by 2050. The bad news? It needs political will. The good news? It's already happening!







Gemasolar, a 15 MW solar power tower plant. Gemasolar employs molten salt technologies for receiving and storing energy. Its 16-hour molten salt storage system can deliver power around the clock. It runs the equivalent of 6570 full hours out of 8769 total. Gemasolar is owned by Torresol Energy and was completed in May 2011.

Climate change deniers and investors take note. Renewable energy is here and it's growing. From large corporations to village Eisenstein's, the growing interest, investments, and inventions into clean energy is this century's "goldrush".
Don't believe the hype? Here are 7 signs that give us hope the Energy [R]evolution is already on its way!

1. 2014 was the biggest year for solar in the US - an increase of 30% from the previous year.

Alamosa Solar Generating Plant in Colorado, a 30 megawatt concentrating photovoltaic (CPV) power plant near Alamosa owned by Cogentrix Energy. It was called the largest CPV facility in the world when it came operational in May 2012. The 500 dual-axis CPV Amonix 7700 tracker assemblies cover a 225-acre plot. Each tracker is 70 feet (21 meters) wide and 50 feet (15 meters) tall. Each has 7,560 Fresnel lenses that concentrate sunlight by a multiple of 500 onto multijunction gallium arsenide photovoltaic cells.The Alamosa Solar Generating Plant in Colorado

2. Renewable energy in the UK took over coal for the first time during this last quarter.

New wind turbines are constructed at the Butterwick Moor Wind Farm. The site, which consists of 10 turbines with a total power of up to 30MW, is being developed by E.ON.Construction of new wind turbines in the United Kingdom

3. And in his recent US visit, President Xi Jinping made a landmark commitment to put a price on carbon.

Dafeng Power Station is China's largest solar photovoltaic-wind hybrid power station, with 220MW of grid-connected capacity, of which 20 MW is solar PV. Located in Yancheng, Jiangsu province, it came into operation on December 31, 2010 and has 1,100 annual utilization hours.  Every year it can generate 23 million KW-h of electricity, allowing it to save 7,000 tons of coal and 18,600 tons of carbon dioxide emissions.Dafeng Power Station in China
According to the report, if we continue in an upwards trend we could reach 42% renewables by 2030, 72% by 2040, and 100% in 2050. What's more, the renewable energy sector will produce more jobs and because of all the fuel cost savings it can all be done at no extra expense.
But why wait till 2050 or for political will to kick in? The energy revolution is already happening!

4. Greenpeace India's Dharnai village project has provided electricity to more than 2,400 people!

This includes 450 households and 50 commercial establishments, including two schools, a training centre and a primary healthcare centre.
Children sit under solar panels at Bishunpur Tolla, Dharnai village. A solar-powered micro-grid is now supplying electricity to the village.Children in Dharnai Village in India

5. Renewable energy farms are appearing on land and water.

 

6. South Africa's biggest solar plant is powering 80,000 homes and helping to beat blackouts.

Solar Installation in South AfricaInstallation of solar panels in South Africa

7. And activists are giving the finger to coal plants in Romania.

Greenpeace Romania launches a project offering solar panels to the local school of the coal town in Rovinari. The event engages the school students and the local community. The solar panels on the school rooftop are part of the Greenpeace campaign to support the transition towards a future based on renewable resources. Renewable energy sources have a reduced impact on the environment, health and economy and supports the fight against climate change. The 40 solar panels installed on the local school in Rovinari have a capacity of 250 W each and they will supply 25% of the school's energy needs. The photovoltaic installation on the school will supply electricity also to the national system.Installation of solar panels on school rooftop in Romania

It's clear that this is a type of power that's proving to be unstoppable.  If you're smart about it, you'll already be jumping on that bandwagon.
Take action. Join the Energy [R]evolution!
Shuk-Wah Chung is a Content Editor at Greenpeace East Asia.

Um estudo que não mede impacto

Análise crítica do EIA/RIMA da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós conclui que o estudo deveria ser rejeitado por não avaliar os verdadeiros impactos da obra 
 

 
O Greenpeace lança hoje uma avaliação crítica e independente sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da hidrelétrica São Luiz do Tapajós, a primeira do complexo previsto para ser construído no rio Tapajós, no Pará.
Realizada a pedido da organização por nove pesquisadores referências em suas áreas de conhecimento, a análise identificou graves problemas no estudo e no relatório, comprometendo sua utilidade para avaliar a viabilidade da obra. A conclusão dos autores aponta que o EIA/RIMA, protocolado no Ibama em agosto de 2014 pela Eletrobras, seja rejeitado pelo órgão licenciador. A análise dos pesquisadores será protocolada no Ibama e entregue para o Ministério Público Federal.
Entre as principais fragilidades, o EIA apresentado minimiza e omite impactos negativos, como os efeitos no trecho do rio abaixo da barragem e os planos de implantação de mais quatro hidrelétricas na mesma bacia hidrográfica. O RIMA foi apontado pelos pesquisadores como mera peça de marketing, falhando em informar a sociedade sobre as consequências reais do empreendimento.
"Em vez de cumprir com o seu papel, que é de prever os reais impactos da construção de empreendimentos do porte dessa hidrelétrica e, assim, informar o processo de decisão, esses documentos tornaram-se mera formalidade para legitimar decisões políticas já tomadas,”, afirma Danicley de Aguiar, da Campanha da Amazônia do Greenpeace. “Se fosse feito corretamente, o EIA/RIMA mostraria que as consequências da obra são inaceitáveis e a usina, portanto, inviável”, conclui.
A região onde se pretende construir a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós concentra rica biodiversidade, com registro de espécies endêmicas. Também é lar de centenas de ribeirinhos e mais de 12 mil índios Munduruku, que dependem do rio para sobreviver.
No dia 25 de setembro, Luciano Naka e Jansen Zuanon, dois dos autores da análise, estiveram na aldeia Dace Watpu, a convite do povo Munduruku, para apresentar aos sábios e lideranças indígenas as conclusões presentes na avaliação crítica e independente do EIA/RIMA. “Muito longe de realmente dimensionar e detalhar os impactos, o estudo se limita a ser um inventário da fauna e flora da região, apresentando medidas mitigadoras genéricas e pouco efetivas”, critica Luciano Naka, coordenador do estudo.
"Mais uma vez, a discussão sobre a hidrelétrica tem sido feita sem a devida consulta aos povos tradicionais da região, como previsto na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da qual o Brasil é signatário. As comunidades afetadas e a sociedade fazem parte desse debate e devem ter voz no processo. Está na hora do governo começar a ouvir”, conclui Danicley.

Acesse aqui o relatório científico e aqui o relatório ilustrado. 

Veja o vídeo sobre o encontro entre os cientistas autores da análise e os sábios e  lideranças Munduruku:


Monday, September 28, 2015

#ActionsforClimate – but still not enough

Blogpost by Kumi Naidoo 









The last few days have, for once, seen world leaders and the global media focused on the big issues of our time: poverty, inequality and the dangers of climate change. President Obama admitted he acted too late on climate change and agreed with China's President Xi Jinping on very significant – if still insufficient – additional actions. The Pope called on governments to act, not just declare that they will, the UN agreed on a new to-do list for humanity, including giving energy access to all via more renewable energy and calling for an end to deforestation. Some 30 world leaders agreed at a climate lunch that more needs to be done to shift to renewable energy and that they must agree in Paris on a long term clean energy vision. At the same time, thousands around the world joined the latest action day to put additional pressure on governments and businesses to act.
Not too bad for one weekend! There is clear momentum to take #ActionsForClimate on the road to the Paris climate summit later this year – and, crucially, beyond. The climate crisis will require us to act courageously going forward, independent of what exactly world leaders decide at #COP21.
But the last few days have also often left me feeling uncomfortable. There was a mood of self-congratulation in New York. Governments and business suggested in their speeches that all is under control, that we are already on track to solve the big issues and that all are united in doing the right thing.
I wish that was true, but I know it is not. There is still so much hypocrisy in the announcements of so many governments, as my friend, Salil Shetty, the head of Amnesty International, pointed out in his powerful speech the UN summit. We still face too many vested interests that stand in the way of a clean and safe future. Too many governments are turning a blind eye to corporate abuses that poison us – as the Volkswagen scandal has once again exposed in recent days. President Obama, in crass contradiction to his fine words, is still allowing Shell to drill for more oil in the Arctic – oil that must remain in the ground. And while we know that there are no technical and economic barriers to achieving 100% renewables for all by 2050 worldwide, even progressive governments this weekend only committed to decarbonization by the end of this century. By which time it will be too late.
We must redouble our efforts. We must expose these contradictions. We must tell the stories of real transformation that are already underway, stories like this one from Canada, where the community of Little Buffalo, in the heart of the oil rich tar sands, decided to forge a new future and become powered by the sun.
Tune in to the Social Good Summit Livestream to hear me speak about the acts of courage we must take now at the Social Goods summit.

Vitória! Shell desiste de explorar petróleo do mar do Ártico

Postado por icrepald 


Um dos projetos de petróleo mais nefastos do mundo chega ao fim deixando uma mancha na reputação da empresa e o gosto do triunfo entre os milhões de ativistas que se manifestaram contra a companhia pretrolífera Nesta segunda-feira (28/9), a Shell anunciou sua saída do Ártico e se prepara para baixas contábeis de bilhões de dólares após seus esforços de exploração de óleo não obterem descobertas significativas na região. 
Para o diretor executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, este é um dia definitivo para o Ártico. “É uma grande vitória para milhões de pessoas que se levantaram contra a Shell e um desastre para outras companhias petrolíferas com interesses na região. A Shell apostou alto e perdeu alto, tanto em termos de custo financeiro quanto em reputação pública. Esse se tornou o projeto de petróleo mais polêmico no mundo, e apesar de sua arrogância, a Shell foi forçada a ir embora sem nada”, declarou Kumi.
Segundo ele, é hora de tornar os mares do Ártico proibidos para as empresas petrolíferas. “Esta pode ser a melhor oportunidade que temos para criar uma proteção permanente para o Ártico e fazer a transição para energias renováveis.Se estamos falando sério sobre lidar com as mudanças climáticas, teremos de mudar completamente nossa forma atual de pensar. Perfurar o Ártico, que está derretendo, não é compatível com essa mudança”, afirmou. 
Agora, nossa luta continua pela criação de um santuário, pela proibição da pesca industrial predatória e também da exploração de petróleo no mar da região. "A campanha do Greenpeace para salvar o Ártico vai continuar com mais paixão e resistência. Estamos em campanha por um santuário protegido em águas internacionais ao redor do Pólo Norte e esperamos que essa visão esteja um passo mais perto depois de hoje ", completou Kuni.
Se você acha que o Ártico deve ser preservado, em vez de explorado, junte-se a nós.

Junte-se a nós

Chegou a hora de vestir a camisa pelo Desmatamento Zero

Ação realizada em parceria com o estilista Ronaldo Fraga propõe que o Brasil se mobilize em defesa do projeto de lei do Desmatamento Zero. A proposta será entregue em breve no Congresso 
 



Vista a Camisa

O estilista Ronaldo Fraga uniu-se ao Greenpeace para promover a campanha pelo Desmatamento Zero. Desde 2012 a ONG vem coletando assinaturas para levar ao Congresso uma lei que proíba a destruição florestal. O projeto deve ser apresentando aos parlamentares em outubro.
Para engajar a população e reforçar a necessidade do Desmatamento Zero, o Greenpeace acaba de lançar a ação “Vista a Camisa”. Em apoio ao projeto, o estilista Ronaldo Fraga desenvolveu uma camiseta e um kit de mobilização exclusivamente para o Greenpeace. A ideia é que as pessoas literalmente vistam a camisa da campanha em apoio ao projeto de lei e ajudem a espalhar a mensagem, seja nas ruas ou nas redes sociais.
“Certa vez ouvi de um barranqueiro que o povo do rio é o rio, sem o rio o povo de lá não existe. O mesmo se aplica ao povo da floresta. Toda a ancestralidade que vem dos seres e saberes vão embora junto com o desmatamento”, conta Ronaldo Fraga. “Não são poucas as questões que me levaram a abraçar essa causa, lutar contra o desmatamento deveria ser um compromisso civil de todo brasileiro”, completa.
A campanha
Gostaríamos que não fosse verdade, mas o Brasil continua a perder suas florestas diariamente. Só no último ano o equivalente a 700 mil campos de futebol de florestas desapareceram na Amazônia. Na Mata Atlântica, foi tanto desmatamento que hoje restam apenas 8,5% de remanescentes do bioma.
A destruição leva consigo um pedaço da nossa história, uma história que começou milhares de anos antes de pisarmos aqui. Florestas ancestrais são varridas do mapa com uma facilidade assustadora e sem nenhum constrangimento, levando consigo tudo o que a natureza levou milênios para construir.
Para alguns, isso é desenvolvimento. Mas a verdade é que o desmatamento não traz nenhum benefício para o Brasil. Pelo contrário, diversos estudos vem provando que, além de promover a perda de sociobiodiversidade, a destruição das florestas tem efeitos extremamente negativos no clima, alterando dinâmicas essenciais, como a formação de chuvas. Recentemente, algumas das maiores ONGs do Brasil publicaram em conjunto um manifesto em favor do Desmatamento Zero, considerado pelo grupo como “necessário e factível”.


 
Em muitas culturas, a árvore simboliza vida
Desde 2012 o Greenpeace vem coletando assinaturas para levar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que estabelece o fim do desmatamento no Brasil, já que ele ainda é permitido por lei. Já contamos com o apoio de mais de 1,4 milhão de brasileiros e, em outubro, finalmente entregaremos a proposta ao Congresso Nacional.
Por isso chegou a hora de vestir a camisa pelo Desmatamento Zero e exigir que o Brasil mostre que está pronto para enfrentar os desafios dos novos tempos. O desmatamento tem que acabar!
O Kit
Em diversas mitologias a árvore simboliza a vida. Para muitos cientistas, nosso planeta só se tornou habitável depois que elas surgiram. Respiramos o ar que as árvores criam, bebemos a água que elas estocam, protegem e purificam e consumimos os frutos e remédios que elas nos fornecem.
Por isso, o símbolo da campanha pelo fim do desmatamento no Brasil não poderia ser outro, senão uma árvore.
Para criar o desenho que estampa a camiseta e os outros itens do kit, Ronaldo Fraga encontrou inspiração na poesia “Todo Mundo e Ninguém”, de Carlos Drummond de Andrade.
“Vale a pena dar ciência/ e anotar isto bem,/ por ser fato verdadeiro/ que Ninguém quer consciência e Todo Mundo, dinheiro”, versa a poesia”.
Nesses tempos estranhos, onde Todo Mundo quer dinheiro e Ninguém tem consciência, esta ação busca lembrar ao mundo que é preciso preservar o que temos de verdadeiramente mais valioso: nossas florestas.

O kit vem com uma camiseta, um caderninho, dois adesivos e dois botons

As promessas ambientais do Brasil para o mundo

Cumprir a lei florestal só em 2030, alcançar metas para energias renováveis menores que as já praticadas e efetuar grandes investimentos em fontes fósseis são algumas das contradições 
 

  Área recém desmatada em Roraima (© Greenpeace/Marizilda Cruppe)
 Neste domingo, 27 de outubro, a Presidente Dilma anunciou, em assembléia da ONU, os planos que o Brasil deve submeter oficialmente como sua contribuição no combate às mudanças do clima – e as metas apresentam pontos de incoerência preocupantes.
Para o governo, chegaremos em 2030 emitindo 1,33 bilhões de toneladas de carbono, número 33%  maior do que as projeções do que seria possível fazer segundo proposta de organizações da sociedade civil. Apesar de ficarem aquém do desejável, o formato de metas absolutas e o fato de apresentar números de redução para os anos de 2025 e 2030 são bons indicadores. Porém, na área de florestas, setor do país que mais emite gases que aquecem o planeta, o governo derrapa e a conta não fecha, o que coloca boa parte do plano em suspensão.
“O discurso do governo impressiona a plateia, principalmente quando comparado com o deserto de promessas de muitos outros países. Mas quando olhamos com o cuidado necessário, a parte de florestas é baseada em premissas falhas e continua permitindo o desmatamento, além de perder oportunidades no setor de energia”, diz Marcio Astrini, do Greenpeace.
Florestas
Na parte de florestas, o plano se baseia em implementar a lei (código florestal), mas só daqui 15 anos, deixando claro que até lá permitirá novos desmatamentos compensados com replantio. Para o governo, isso seria suficiente para reduzir drasticamente as emissões do setor. Mas a conta não fecha.
Segundo estudo publicado na revista Science, os professores da Universidade Federal de Minas Gerais, Britaldo Soares e Raoni Rajao afirmam que a simples implementação da lei de florestas não será capaz de deter a perda de cobertura florestal, podendo, inclusive, permitir que mais de 88 milhões de hectares sejam liberados para o desmatamento, aumentando nossa conta de emissões.
Compensar áreas legalmente autorizadas indica que o desmatamento continuará, e a taxas não determinadas. Além disso, o replantio de novas áreas desmatadas não compensam economicamente, visto que é muito mais custoso do que preservá-las. A proposta de novos desmatamento perde ainda mais sentido devido ao fato de que o Brasil já detém áreas abertas em quantidade suficiente para assegurar o aumento da produção de alimentos sem a necessidade de novas derrubadas de vegetação.
Soma-se a isso o problema de que o caminho escolhido pelo governo para resolver a situação das florestas simplesmente ignora instrumentos como a criação de unidades de conservação e terras indígenas, que são seguramente a maneira mais eficiente de frear o desmatamento.
“Além da conta do plano para florestas não fechar, o anunciado traz um problema ainda mais grave, que é moral, ao ter como meta cumprir a legislação daqui a 15 anos (em 2030).  Na prática, isso significa que, em sua gestão, o crime florestal vingará e ainda sentencia que os outros próximos três mandatos presidenciais seguirão o mesmo caminho. Tudo isso em um momento do país no qual as pessoas não aguentam mais ouvir falar em crime e má gestão. O exemplo é negativo e vem da Presidente. Lamentável”, completa Astrini.
Energia  
Para energia, a meta de alcançar 23% das fontes eólica, solar e biomassa na matriz elétrica de 2030 é positiva, mas fica abaixo do ritmo atual de contratação dessas fontes em leilões. Para chegar nesse patamar, a contratação média anual necessária seria de 3,1 GW, mas, só em 2015, já contratamos 3,7 GW. A intenção de reduzir o consumo de eletricidade de 2030 em 10% por conta de medidas de eficiência energética não representa novidade, pois já vinha do Plano Nacional de Eficiência Energética.
O que fica mal explicado é a partir de quando e como o governo pretende mudar os rumos que vem adotando no setor até o momento.
Até agora, as medidas efetivas para o setor se concentraram em carbonizá-lo com políticas como o subsidio da gasolina, que levou ao declínio acentuado da indústria da cana, nos descontos no IPI para incentivar o uso de carros em detrimento de investimentos em transporte público, na negação de linhas de crédito para a energia solar distribuída e tecnologias de smartgrids. O plano decenal de energia, que é a expressão mais clara da visão do governo para a área, prevê que 70% de investimentos do setor para a próxima década ocorrerão em fontes fósseis.
“Poderia ser mais ousado. Mas o problema maior é que, no discurso, o plano apresenta um rumo, e na prática, os investimentos do governo ocorrem em outro”, afirma Astrini.
Agricultura
Não ficou claro quais serão os resultados em termos de redução para o setor. Iniciativas como a recuperação de áreas de pastagens e a promoção de modelos que combinem florestas e agricultura, com baixo carbono, já existem e são bem-vindas, mas, até o momento, não saíram do papel. Dos bilhões destinados anualmente para o setor, apenas uma ínfima parcela tem como objetivo promover a diminuição das emissões.
Este é um setor dos mais importantes. Na pecuária, por exemplo, poderemos ter uma solução matricial, que é resolver o problema de emissões entéricas, além de liberar áreas para o desenvolvimento da agricultura e diminuir a pressão sobre a floresta.
Eliminar o desmatamento, investir em renováveis e na melhoria de nossa agricultura não é um favor que fazemos ao mundo. É um investimento na garantia do nosso desenvolvimento e um benefício econômico ao país. Devemos perseguir estas metas independente do que os outros países farão e de toda essa discussão em torno da crise climática, pois é vantajoso do ponto de vista social, econômico e para nosso desenvolvimento.
Caso não cheguemos à um acordo, seremos um dos países mais impactados  pelas alterações climáticas, o que trará consequências desastrosas para a economia, visto que boa parte dela é baseada na produção de alimentos, vulnerável ao clima, assim como nossa energia, que depende de estabilidade hídrica. Nesse contexto, as mudanças climáticas cobrararão uma conta que irá recair sobre os mais pobres. Acima de tudo, a questão climática é um problema social, ainda mais para o Brasil, e devemos liderar essa agenda. Qualquer falta de ambição em clima prejudicará diretamente as populações mais vulneráveis.

Saturday, September 26, 2015

COP 21 em Paris,França

Como a organização ambientalista Greenpeace Brasil disse em seu artigo,
postado neste mesmo blog,Teste de coerência para Dilma,a presidente Dilma deveria como chefe de Estado deveria começar a mudar suas atitudes em seu governo,e mostrar um pouco de humildade,admitindo seus erros,seria um começo de mudança,e fazendo a população participar mais,ouvindo mais as pessoas,afinal o povo que á força de um país,e essas mesmas pessoas que não suportam mais pagar absurdos e altos impostos,e tem seus direitos resrespeitados por uma governante que deveria zelar pelos interesses do país e também das pessoas que confiaram nela de novo,que colocaram ela de novo no poder,afinal não existe divisão política,ou melhor,não deveria existir,pois todos são prejudicados,tanto quem está contra a Dilma,quanto pelos que gostam da mesma.Agora com a COP 21 se aproximando a presidente,deveria reaver suas atitudes,e governar de forma mais justa e competente,assumindo posições mais ambiciosas em relação ao acordo de clima,e fazer sua parte.

Friday, September 25, 2015

“My land is not for sale.” One First Nation’s fight to save ancestral forest

Blogpost by Marie Moucarry

Foggy view of Broadback forest 16 Aug, 2009 © Greenpeace

The Broadback Valley is one of the last intact forests in Quebec, Canada. For hundreds of kilometres, 
there’s not a road, not a clearcut, not a mine, not a power line, not a pipeline…just pure wilderness.
And without protection, this pristine forest may soon be gone forever.
That’s because earlier this year, the Quebec government failed to ensure adequate protection of the land, opening the door for new roads in this intact forest. The Quebec and Canadian governments are bending over backwards to support the Quebec logging industry—even teaming up with the logging industry to invest in marketing campaigns to try and clean up their image.
Clearcut in Cree Territory in Broadback Valley 19 Aug, 2015 © Greenpeace

But hope is not lost. The Broadback Valley is the ancestral land of the Cree Nation of Waswanipi, an Indigenous community that has vowed to fight against industrial logging in their forests.
The Waswanipi Cree are sounding the alarm for the Broadback—and in collaboration with Greenpeace Canada—they are stepping up to tell their story to the world.
Listen as the Waswanipi Cree explain what it would mean if forestry companies were to log inside the remaining forest, and catch a glimpse of the beautiful Broadback Valley they are working to protect.


Seeing the breadth of destruction that has already occurred by industrial logging and associated roads, Don Saganash, a local tallyman who safeguards the forest, rivers and lakes sends a clear message to any company wanting to log here: “My land is not for sale.”
The Cree First Nation of Waswanipi is now more determined than ever to protect the rest of its land. The Broadback Valley is the last 10 percent of unspoiled forest that remains. And it’s easy to understand why it's so precious. The forest is at the heart of the Waswanipi identity, and cutting down these trees means destroying their culture and way of life.
Let’s stand together and join this brave community who are fighting to protect ancestral land. Share this video and their story with your friends and family.

Don Saganash in Boreal Forest near the Broadback River 19 Aug, 2015 © Greenpeace
Marie Moucarry is a Communication Officer for Greenpeace Canada’s forest campaign.

Teste de coerência para Dilma


 
 
Em meio a turbulências políticas e econômicas, Dilma enfrenta, nos próximos dias, um importante teste de coerência. Se for capaz de superá-lo adequadamente, o povo, a economia, o meio ambiente e, por tabela, o seu próprio governo saem ganhando. Se não for, todos perdem. Hoje, a ONU lança os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), uma importante agenda global com 17 objetivos compostos por 169 metas que visam acabar com a pobreza, reduzir desigualdades e superar diversos problemas ambientais até 2030. Os ODS, frutos de um longo processo de consultas e negociações entre países, vêm para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como principal guia internacional de esforços pelo desenvolvimento e pela sustentabilidade.
O Brasil foi um importante ator nas negociações dos ODS. O evento de lançamento dos novos objetivos foi apenas uma formalidade, visto que já existe consenso entre os países-membros da ONU sobre seu conteúdo. Contudo, uma análise do que está sendo prometido mostra que o governo Dilma precisa mudar rapidamente de postura se não quiser cair em contradição.
Um dos elementos que mais salta aos olhos nos ODS é a muito bem-vinda meta de zerar qualquer forma de desmatamento até 2020. Acontece que o governo brasileiro tem sido bem menos ambicioso em um outro processo de negociação da ONU –focado no tema de mudanças climáticas– que também deve gerar um novo acordo global durante a conferência COP 21, no final do ano. Em conversas preparatórias, o governo tem se comprometido a acabar apenas com o desmatamento ilegal, e só em 2030. Nos próximos dias, Dilma oficializará junto à ONU o compromisso do Brasil para a COP 21 e, para mostrar seriedade, deve no mínimo igualar o prometido nos ODS.
Outras metas importantes definidas nos ODS são a de expandir a participação de energias renováveis e a de revisar subsídios ineficientes a combustíveis fósseis, como o petróleo, que contribuem para o aquecimento global. Seria mais ambicioso e mais adequado estipular claramente uma data para chegarmos a 100% de energias renováveis, mas, ainda assim, aponta-se na direção certa.
Contudo, na prática, o Brasil caminha na contramão: 70% dos investimentos em energia previstos para os próximos dez anos vão justamente para os combustíveis fósseis e, no âmbito das negociações de mudanças climáticas, o que o governo tem indicado em conversas preliminares é manter a mesma participação de renováveis na matriz energética de hoje até 2030.
Zerar a perda de biodiversidade, dobrar a produção e renda de pequenos agricultores garantindo a eles acesso igualitário à terra, promover políticas de compras públicas sustentáveis, garantir acesso universal à água e ao saneamento, além de garantir a todos transporte seguro, acessível e sustentável são mais algumas das metas estabelecidas nos ODS.
Todas exigirão do governo um comprometimento com questões socioambientais muito maior do que temos visto nos últimos anos e os ODS trazem consigo um consenso global em torno da importância desse comprometimento para o desenvolvimento sustentado e sustentável. Cabe destacar a profunda relação entre os desafios que se busca superar com as novas metas e várias das crises que atualmente afetam o Brasil, como a hídrica e a energética –temas também associados às mudanças climáticas.
Em poucos dias, saberemos se o governo mostrará a mesma consistência dos ODS nas promessas apresentadas à COP 21, tendo em vista que ambos processos tratam de assuntos em comum. Se as promessas forem divergentes, teremos dois cenários possíveis: ou algo será assinado e não cumprido, ou o governo se empenhará em embalar o conteúdo mais fraco das promessas da COP em um discurso bonito, tentando fazer com que tudo pareça a mesma coisa. Dilma tem uma grande chance de fazer a coisa certa, apesar de seu histórico na área deixar poucas esperanças. Vamos ver se a presidente decide começar a acertar.
Artigo originalmente publicado no UOL

Thursday, September 24, 2015

Com compromissos socioambientais pendentes, Belo Monte não recebe licença para operar

IBAMA veta licença de operação da hidrelétrica após detectar ‘pendências impeditivas’ junto à comunidades indígenas e cidade de Altamira 
 

Vista aérea da construção da Usina de Belo Monte, 2013 (© Daniel Beltrá / Greenpeace)

Sem cumprir com o que prometeu para compensar a população do Xingu, a usina de Belo Monte não vai poder operar. É esse o recado dado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao negar a  Licença de Operação (LO) da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Pará.
A LO é a última permissão ambiental que falta para finalizar a obra, permitindo o enchimento do reservatório da usina. A população de Altamira, ribeirinhos, pescadores e comunidades indígenas lutam para que a licença não seja emitida sem que seus direitos sejam respeitados.
O Ibama avaliou 99 dos 105 projetos que deveriam ser implementados como condicionantes de mitigação de impacto. Segundo o instituto, 81 programas estão adequados e implementados, seis requerem adequação e ajustes e 12 estão pendentes. Dessa dúzia, dez pontos foram classificados como “impeditivos para a emissão da Licença de Operação”.
Entre as pendências listadas, o destaque fica para o sistema de saneamento e tratamento de esgoto inacabado na cidade de Altamira, os atrasos em reassentamentos da população atingida pela usina e falta de políticas indigenistas nas Terras Indígenas afetadas. Segundo o Dossiê Belo Monte – Não há condições para a Licença de Operação, do Instituto Socioambiental (ISA), 0% do esgoto da cidade é tratado porque a rede construída pela Norte Energia nunca foi ligada às casas.
A respeito do reassentamento da população, André Villas-Bôas, coordenador do ISA responsável pelo Dossiê Belo Monte, garante que o processo será traumático para aquelas pessoas. “Parte dessa população deveria ser assentada na beira do rio próximo à cidade. Porém, muitos são realocados para quilômetros de distância, o que inviabiliza seus trabalhos, suas atividades. O projeto não dialoga com essas comunidades”, explica ele.
Originalmente, o enchimento do reservatório só poderia ser feito na época da seca (de janeiro a junho). Mas a Agência Nacional de Águas (ANA) alterou uma resolução referente à vazão das águas do Xingu, emitida pela própria agência, para permitir que a operação fosse realizada em qualquer época do ano, beneficiando diretamente a Norte Energia. A flexibilização da medida foi feita quando já se sabia que as obras estavam atrasadas e que o início das operações de Belo Monte não ocorreria conforme garantido pelo consórcio.
A assessoria da Norte Energia informou que trabalha para providenciar a documentação das pendências da LO ainda nesta semana.
“A decisão do Ibama joga um facho de lucidez em um processo profundamente marcado por violações  e negação de direitos. Em vez de se preocupar apenas em cumprir o cronograma da obra, a Norte Energia e o governo devem começar a cumprir os direitos e garantias fundamentais da população do Xingu"”, afirma Tica Minami, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
"A proposta de replicar o modelo de desenvolvimento perpetuado em Belo Monte barrando todos os grandes rios da Amazônia demonstra a incapacidade do governo em aprender lições e pensar um processo de desenvolvimento nacional que inclua e respeite a diversidade da floresta e de seus povos. Isso não pode se repetir com o Tapajós", completa ela.

Mais uma vez índios Ka’apor denunciam a contínua omissão do Estado

De acordo com nota divulgada pelo Conselho Ka’apor, grupos armados tem sido avistados nas proximidades da aldeia onde, há alguns meses, foi assassinado Eusebio Ka'apor. Pressão de madeireiros continua intensa e marcada pela negligência do Estado 
 

Ka'apor queimam madeira ilegal encontrada perto do território indígena (© Lunae Parracho / Greenpeace)

Nesta quarta-feira (23) o Conselho de Gestão Ka’apor soltou mais uma carta pública denunciando novas ofensivas contra a população indígena e a ausência do poder público na região. De acordo com o grupo, homens armados vem rondando algumas aldeias e o grupo tem enfrentado dificuldades para se movimentar entre as aldeias e pela cidade em segurança.
Na carta, o grupo lembra que desde 2013 vem realizando ações particulares de monitoramento e guarda de seu território, já que, mesmo com sucessivas denúncias, não houve resposta das autoridades.
- Leia a carta na íntegra aqui
“Depois de iniciar muito forte a fiscalização, limpeza de nossos limites, encontramos madeireiros, fazendeiros, estaqueiros, caçadores e posseiros que usavam nosso território sem autorização da gente. Esses agressores usavam e usam os limites ou áreas dentro de nosso território com permissão de funcionários da Funai, de prefeituras, do INCRA e de sindicatos para tirar madeira, colocar pastos, colocar roças grandes, tirar estacas para fazendas, para movelarias, para ceramicas, para panificadoras nas cidades”, revela o documento.
A carta detalha, ainda, que nas áreas retomadas pelos indígenas foram criadas ocupações, com finalidade de reflorestamento e controle do território. “Mas, depois que a gente criou essas áreas de proteção, agora a gente vem sendo impedido, perseguidos e até ameaçados de entrar nessas áreas por fazendeiros, pistoleiros, posseiros (incentivados por madeireiros e fazendeiros), alguns assentados do INCRA que, pressionados por madeireiros e fazendeiros, tem vendido seus lotes permitido a destruição de suas reservas”, ressalta.
De acordo com a denúncia, as principais áreas de conflito encontram-se nos municípios de Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Santa Luzia do Paruá, Nova Olinda do Maranhão, Araguanã e Zé Doca.
Os indígenas relatam também que, desde semana passada, um grupo de seis homens armados, em três motos, foram vistos mais de uma vez na estrada que dá acesso a Aldeia Ximborenda, onde Eusebio Ka'apor foi assassinado em abril deste ano. O crime continua sem solução.
Há algumas semanas o Greenpeace esteve com os Ka’apor, para trabalhar junto com o grupo, que passou a integrar o uso de tecnologia às atividades autônomas de monitoramento e proteção do seu território tradicional. Entre as ferramentas sugeridas e adotadas pelas lideranças Ka’apor estão mapas mais precisos, armadilhas fotográficas e rastreadores via satélite.
“Essa ação ajuda a melhorar o controle dos indígenas sobre seu território, mas enquanto o poder público não fizer sua parte, proporcionando segurança, aumentando a fiscalização e investigando esses crimes bárbaros no campo, a violência nunca terá fim”, afirma Marina Lacôrte, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Até quando ouviremos as denúncias e apelos do povo Ka’apor, sem que nada seja feito?”, questiona.

Wednesday, September 23, 2015

Solariza bate meta de desligar quatro usinas no Brasil

Postado por icrepald
 
quarta-feira, 23 de setembro de 2015 (© Greenpeace/Rodrigo Baleia)

Os usuários do Solariza, plataforma do Greenpeace, bateram a meta inicial do jogo de marcar o equivalente a 6 milhões de casas, número que representa a geração de energia solar suficiente para desligar as usinas termelétricas de Candiota (SP) e Piratininga (RS), além das nucleares Angra 1 e 2 (RJ). A previsão inicial era de que a meta seria alcançada em dezembro, mas a grande adesão ao jogo pelo público fez que o resultado viesse três meses antes do esperado. Agora que atingimos a meta, vamos dobrá-la. Sim, queremos 12 milhões de telhados solarizados. Para isso, no dia 30 de setembro, será lançada a segunda fase do jogo, com novas missões e brindes para quem continuar colaborando com a tarefa de mapear o potencial solar do Brasil.
Com o alcance da meta, uma instituição beneficente será presenteada com um sistema fotovoltaico. Para isso, precisamos da sua ajuda para divulgar o edital de inscrição e convidar as entidades interessadas a participarem.
Além disso, você também pode ganhar um sistema solar! A apuração do usuário que possui mais telhados marcados ocorrerá no dia 14 de janeiro de 2016.
E não se esqueça de assinar a petição que pede a presidente Dilma Rousseff a criação de linhas de crédito subsidiadas pelos bancos e a liberação do FGTS para a aquisição de placas solares. Faça parte dessa revolução solar!

Volkswagen admite fraudar testes de emissão de poluentes

Escândalo da Volkswagen mostra o que indústria automobilística está disposta a fazer para encobrir os malefícios de seus produtos para a população e o meio ambiente 
 

Protesto do Greenpeace em 2014 em frente à Volkswagen, em São Paulo (© Greenpeace)

A Volkswagen admitiu utilizar softwares em seus carros a diesel para burlar os testes de emissões de poluentes nos Estados Unidos. Aparentemente, mais de 11 milhões de carros no mundo estão emitindo acima dos limites máximos. A notícia comprova o falso interesse das montadoras em fabricar veículos mais eficientes e que poluam menos.
A opção do governo brasileiro em adotar um modelo de desenvolvimento baseado no sistema rodoviário mostra suas consequências nas grandes cidades, que enfrentam níveis de emissões de poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa alarmantes, com milhares de pessoas sendo internadas diariamente com doenças respiratórias. O setor de transporte aumentou em 143% o número de emissões de gases de efeito estufa de 1990 a 2012, sendo o setor que mais cresce em números de emissões.
Estudo da COPPE/UFRJ encomendado pelo Greenpeace demonstrou que as emissões veiculares em 2030 poderiam ser 24% menores do que as atuais se houvesse padrões de eficiência energética rígidos no Brasil. Contudo, esse não tem sido o interesse nem da indústria automobilística e nem do governo federal, que continua a subsidiar montadoras no Brasil sem qualquer contraponto obrigatório para que a indústria produza carros tão eficientes como na Europa
O Greenpeace reforça, no dia mundial sem carro, que a melhor forma para reduzir o problema das emissões no Brasil é por meio de uma política voltada para o transporte público e não motorizado, com cidades feitas para pessoas, e não para carros. O automóvel não apenas tira o espaço das pessoas nas cidades, com congestionamentos, mas também contribui para a baixa qualidade do ar.
O caso Volkswagen serve para ficarmos atentos, já que mesmo quando há padrões rígidos a serem seguidos pelas montadoras, como nos Estado Unidos, elas usam artifícios para fraudá-lo. A solução para as cidades não é o carro, e sim transportes públicos de qualidade e espaços adequados para bicicletas, pedestres e outros modos ativos de transporte. E aí é que entra a sociedade civil para contra balancear o poder das montadoras. Será que é possível? Estamos apostando nisso.

Tuesday, September 22, 2015

Votação decide o futuro da energia solar na casa dos brasileiros

Postado por icrepald

terça-feira, 22 de setembro de 2015  © Greenpeace/Rodrigo Baleia

A energia fotovoltaica seria uma das principais soluções para a crise energética enfrentada pelo Brasil se não fosse a falta de incentivo do governo para torná-la mais acessível à população. No entanto, nesta quarta-feira (23/9), essa realidade pode começar a mudar caso a maioria dos deputados da Comissão de Minas e Energia (CME) vote a favor de um Projeto de Lei de relatoria do Deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA).
O PL 8322/2014 estabelece uma série de incentivos à energia solar fotovoltaica. Dentre eles, destacam-se a desoneração de diversos tributos incidentes sobre o sistema solar e a possibilidade de resgate do FGTS pelo cidadão para adquirir painéis solares.
Tais medidas seriam capazes de reduzir em até 30% o valor do investimento inicial a ser feito pelo brasileiro que deseja gerar sua própria energia e, assim, escapar dos aumentos constantes da conta de luz.
O primeiro passo para fazer o sol brilhar mais forte - no Congresso e na casa dos brasileiros - é a aprovação do substitutivo apresentado pelo deputado Jordy na sessão de amanhã.
Participe dessa decisão. Acompanhe a votação aqui, assine a petição por um Brasil solarizado e compartilhe nossos tuítes, que serão dirigidos nominalmente aos deputados capazes de ajudar a promover essa revolução solar.

Direito à informação sob ataque

Página da ONG Repórter Brasil é atacada e tem matérias investigativas sobre o trabalho escravo e crimes sociambientais apagadas do sistema
O direito à informação e a uma imprensa livre é um dos alicerces fundamentais de qualquer democracia. Direito esse reconhecido no Brasil pela Constituição Nacional. Mas esta liberdade vem sendo atacada de maneira criminosa. Esta semana a ONG Repórter Brasil teve seu site invadido e matérias investigativas, as quais expunham crimes graves, apagadas do site.
O Greenpeace repudia o ataque à organização Repórter Brasil e qualquer cerceamento do direito à informação e liberdade de expressão.

Confira a nota publicada pela ONG:
"A Repórter Brasil sofre pesado ataque digital
O portal foi invadido e reportagens foram apagadas. Origem do ataque está sendo analisada e autoridades competentes já foram informadas
A Repórter Brasil, organização de jornalistas, educadores e cientistas sociais que é referência no combate ao trabalho escravo e na promoção dos direitos humanos, teve seu portal invadido. Uma série de reportagens investigativas com denúncias contra importantes setores econômicos foram alteradas ou tiveram partes apagadas. A origem do ataque e seus objetivos estão sendo analisados e autoridades competentes já foram informadas.
O especial "Moendo Gente", por exemplo, que mostra como produtos de frigoríficos flagrados com violações aos direitos trabalhistas chegaram a supermercados de todo o mundo, foi um dos alvos de ataque, tanto em sua versão em português quanto em inglês. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, essa reportagem contribuiu para a mudança em normas, aumentando a proteção ao trabalhador. Além de conteúdos apagados, redirecionamentos foram instalados para que, ao invés das investigações contra setores econômicos, o leitor entrasse em outras páginas.
O ataque digital é mais uma etapa de uma campanha contra o trabalho da Repórter Brasil e de seus jornalistas. A campanha já incluiu processos judiciais por veicular ações de resgates de trabalhadores submetidos à condição análoga à de escravos, cumprindo sua missão de informar.
A campanha também envolve difamações sobre o trabalho da instituição, que há 14 anos tem sido responsável por pautar problemas trabalhistas e socioambientais entre a imprensa e a sociedade como um todo, e a denunciar o poder público dentro e fora do país. São calúnias produzidas no intuito de diminuir o impacto das denúncias trazidas pelas investigações e documentários da Repórter Brasil.
Isso sem contar as ameaças a um dos coordenadores da organização, Leonardo Sakamoto. Elas já foram comunicadas ao relator especial das Nações Unidas para defensores dos direitos humanos, ao governo brasileiro e ao Ministério Público Federal.
Infelizmente, o último ataque ao site não é algo que ocorra apenas contra a Repórter Brasil, mas ilustra bem a situação sofrida pelo jornalismo que investiga e torna público as graves violações aos direitos humanos.
Ataques assim estão se tornando cada mais frequentes, tanto nos veículos grandes e tradicionais, quanto nos pequenos e independentes. Tão importante quanto descobrir seus autores e puni-los de acordo com a lei é atuar na formação de leitores que sejam capazes de separar informação falsa e verdadeira, e defender uma imprensa livre como pilar fundamental da democracia.
Resta a nós, jornalistas, tornar essa discussão pública, continuar atuando na produção e circulação de informação de qualidade e denunciar quem tenta calar o jornalismo às autoridades".

Pela democratização das ciclovias em SP

Postado por icrepald


terça-feira, 22 de setembro de 2015
  No Dia Mundial Sem Carro, ação da #CicloviaNaPeriferia pede 100 km de vias exclusivas para bicicleta nas regiões periféricas da capital (Caio Paganotti)
 As ciclovias do centro expandido de São Paulo ainda não estão efetivamente ligadas à periferia, e essa ausência de conexões coloca vidas em risco, além de gerar exclusão social e econômica – afinal, se houvesse mais vias, os moradores da periferia poderiam pedalar de graça e em segurança pela capital. Como falta construir cerca de 100 km de ciclovias para o cumprimento da meta do prefeito Haddad (de 400 km), a #CicloviaNaPeriferia realizou uma ação de apelo na ponte da Rua Oscar Freire (sobre a avenida Sumaré), hoje pela manhã.
A demanda é que os quilômetros restantes para o cumprimento da meta sejam feitos nas regiões periféricas da cidade, priorizando as vias de fundo de vale e as ligações com as áreas centrais, que possuem o maior número de empregos hoje.
Haddad,  a periferia também quer pedalar até o centro de São Paulo. Por isso, as ciclovias também devem ser NA, DA e PARA a periferia.

Confira o vídeo da atividade

Lá e aqui, hoje e sempre

Relembre a história dos ativistas do Greenpeace que foram presos por dois meses na Rússia após um protesto pacífico pela proteção do Ártico; medidas que criminalizam a liberdade de expressão são cada vez mais comuns, inclusive no Brasil 
 

Foto tirada no dia 19 de setembro de um celular mostra o momento em que a guarda costeira russa sobe ilegalmente e fortemente armada a bordo do Arctic Sunrise (foto: Greenpeace)

 O que você faria se fosse preso, mesmo sendo inocente? E se você fosse preso por tentar defender uma região do planeta que abriga um frágil e rico ecossistema, que desempenha importante papel no equilíbrio climático global, mas constantemente ameaçada pelo homem e por sua indústria? No dia 19 de setembro de 2013, 28 ativistas do Greenpeace e mais dois jornalistas freelancers começavam a maior provação de suas vidas – aquela que os tornaria conhecidos como “os 30 do Ártico”.
A ameaça
A Gazprom, empresa russa de petróleo, estava operando no Ártico e os ativistas decidiram protestar de forma pacífica contra a plataforma de petróleo da companhia. Dois deles tentaram escalar a lateral da embarcação para estender um banner destacando os riscos da exploração, mas foram presos.
No dia seguinte, em uma operação que parecia de filme, a força policial da Rússia desceu  no Arctic Sunrise, navio do Greenpeace, direto de um helicóptero com armas em punho.


Os ocupantes do navio foram presos, levados para a cidade russa de Murmansk e acusados de pirataria e de vandalismo, o que que poderia lhes render até 15 anos de prisão. Denis Sinyakov, um dos fotógrafos acusados, disse na época: "O crime pelo qual estou sendo acusado tem nome: jornalismo. E vou continuar praticando".
Os ativistas só foram soltos depois de dois meses e anistiados após três. “Estou aliviada, mas não celebrando. Fui acusada e permaneci dois meses presa por um crime que não cometi, o que é um absurdo. Mas ainda penso em meus colegas russos que ficarão com a ficha suja em seu país por algo que eles não fizeram. Tudo isso porque eles lutaram pela proteção do Ártico”, declarou na época a ativista brasileira Ana Paula Maciel.
O Arctic Sunrise também foi apreendido para investigação e liberado somente em 27 de julho de 2014, tendo ficado todo esse tempo abandonado e sem os devidos cuidados em um canto isolado do porto de Murmansk, na Rússia. Quando o Greenpeace finalmente teve acesso ao navio, viu que ele não tinha condições mínimas de navegação, já que grande parte dos sistemas de comunicação, navegação e segurança foram quebrados ou removidos. Por meio de crowdfunding, a organização levantou o dinheiro necessário para os reparos e hoje o Arctic Sunrise continua sendo utilizado na luta pela defesa da região.
Justiça
Em março de 2014, os 30 do Ártico apresentaram uma queixa ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, pedindo indenização e uma declaração formal de que a apreensão e detenção do grupo foram ilegais. “Os 30 foram detidos em águas internacionais, em uma flagrante violação das leis russas e internacionais. Além disso, a reação das autoridades russas foi completamente extremada diante de um protesto pacífico. Os ativistas tentavam alertar ao mundo sobre os riscos que o Ártico corre com a exploração de petróleo”, afirmou Sergey Golubok, um dos advogados do grupo.

O grupo conhecido como os 30 do Ártico em São Petersburgo (©Dmitri Sharomov/Greenpeace)
 
No mês passado, o Tribunal Internacional de Viena, na Áustria, julgou o governo da Rússia culpado, baseado no desrespeito a diversos artigos da Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre as Leis Marítimas. Agora a Rússia deve pagar uma compensação à Holanda, país onde o navio Arctic Sunrise do Greenpeace está registrado.
"É importante o reconhecimento de que estávamos fazendo um protesto pacífico e legal. Agora outros governos pensarão duas vezes antes de cometer um crime em nome da indústria do petróleo", comenta Thiago Almeida, da campanha Salve o Ártico do Greenpeace Brasil.
Tentarão nos calar lá e aqui, hoje e sempre
Assim como nossos ativistas, muitos outros, não só do Greenpeace, estão sendo presos pelo simples ato de se manifestar. Tornou-se estratégia de governos como o da Espanha e Índia criminalizar um direito básico do cidadão: a liberdade de expressão.
No Brasil não é diferente. Em 2013 o Greenpeace se uniu a outras organizações para barrar o Projeto de Lei 508/2013 que, caso fosse aprovado, garantiria que manifestantes pudessem ser punidos simplesmente por estarem em um protesto. Já a Lei 2016/15 , conhecida como “Lei Antiterrorismo”, foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 13 de agosto de 2015, e transforma a depredação de bens públicos, que costuma ser feita em protestos populares, em terrorismo.
O episódio dos 30 do Ártico é um dos mais marcantes da história do Greenpeace e simboliza a vontade de mudar o mundo para melhor, não importa o custo. Porém, a luta – não só em defesa do meio ambiente, mas também pela liberdade de expressão e de se opor ao que não acreditamos – é diária e está longe do fim.