Wednesday, September 30, 2015

Desmatamento Zero em discussão na Câmara

Greenpeace promove reunião entre ONGs e parlamentares para falar sobre o Projeto de Lei, que será entregue ao Legislativo em outubro
Ainda que o Greenpeace seja bastante conhecido pelas ações que promove, as articulações políticas feitas em Brasília são sua maior ferramenta para promover mudanças estruturais e efetivas. Na manhã desta quarta-feira (30), representantes de ONGs e deputados da Frente Parlamentar Ambientalista estiveram reunidos, em Brasília, para debater o projeto de lei do Desmatamento Zero, que será entregue em outubro ao Congresso.


 
Frente Parlamentar Ambientalista reúne-se com ONGs para debater Desmatamento Zero (© Paula Laport)
“Não dá para esperarmos até 2030 para zerar o desmatamento”, iniciou Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Ele se referia ao prazo anunciado pelo Governo Federal para acabar com o desmatamento illegal. E continuou: “O Desmatamento Zero é o maior investimento do País para beneficiar seu agronegócio”.
“Queremos que o desmatamento se torne tão inadmissível quanto a corrupção ou a escravidão. Que o Brasil adote este Projeto de Lei com o desafio de se desenvolver sem desmatar”, propôs Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
Cléber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), relatou que em 2014 as invasões a terras indígenas mais que duplicaram, sendo uma grande ameaça às florestas.
Duas lideranças da etnia Munduruku, que vivem uma aldeia que corre o risco de sumir do mapa para dar lugar a uma grande hidrelétrica, a beira do rio Tapajós, no Pará, também estavam presentes.
Já Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, relembrou que o Desmatamento Zero é uma luta muito antiga de várias organizações ambientais. Ele chamou a sociedade civil a participar da elaboração da proposta do deputado Sarney Filho, de aprimoramento das metas do Brasil na COP 21, que acontece no fim do ano, em Paris.
O senador João Capiberibe enumerou as consequências já sentidas na região amazônica pelo desmatamento, como mudanças climáticas e violência no campo.  “Seria um passo importante na mudança do modelo de desenvolvimento do País. É um sonho antigo que vamos conquistar”, sentenciou.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, deputado Átila Lira, comprometeu-se a trabalhar para o convencimento do setor ruralista. “O governo cria suas zonas de negócio sem consultar o Ministério do Meio Ambiente e outros órgãos ambientais, isso não tem sentido. Vamos trabalhar juntos nessa questão para mobilizar, discutir e emplacar uma política de interesse nacional que cumpra a meta de sustentabilidade ao Brasil” disse.
No fim da reunião, o deputado Ricardo Tripoli elogiou a proposta: “Não vejo quem no Brasil não queira não ajudar essa iniciativa do Greenpeace. Já tivemos outras iniciativas de tentar emplacar o Desmatamento Zero, mas a ideia de fazer o processo de fora para dentro, favorece a população brasileira. Parabéns, contem conosco”, finalizou.
Desde  2012 o Greenpeace vem coletando assinaturas, com a ajuda de voluntários e da sociedade civil, para entregar ao Congresso Nacional um projeto de lei que estabelece o Desmatamento Zero no Brasil. Agora, com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista e mais de 1,4 milhão de brasileiros, finalmente apresentamos o projeto à casa legislativa. Faça parte deste movimento e assine pelo Desmatamento Zero, aqui.

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