Friday, August 30, 2013

Madeira, só com controle

Empresas que estão explorando madeira em áreas que são habitat de animais ameaçados têm recebido selo FSC


O FSC (Conselho de Manejo Florestal, da sigla em inglês) é um sistema de certificação criado para garantir que produtos de madeira sejam feitos a partir de práticas social e ecologicamente responsáveis. E justamente por isso, desde sua criação, há 20 anos, tem sido apoiado por quem se importa com conservação.
Porém, ultimamente o Greenpeace vem se preocupando com os crescentes casos em que o certificado é concedido a operações que seguem padrões frágeis, como no sistema de “madeira controlada” da FSC. Essa classificação visa a orientar produtores a não usar madeiras que têm origem controversa, como de extrações ilegais, áreas de conflito social ou de alto valor de conservação.
Esta semana, o Greenpeace divulgou um estudo de caso – o terceiro de uma série – mostrando que a ‘madeira controlada’ que vem da maior empresa madeireira do Canadá – a Resolute Forest Products – tem origem em uma enorme área onde há conflitos entre comunidades aborígenes e madeireiras, além de ser habitat de espécies que estão em risco.
A área onde a companhia está autorizada a explorar é gigante: 120 milhões de hectares – o tamanho da França, Alemanha e Reino Unido juntos! Um mapeamento feito pelo Greenpeace revela que várias áreas dessa mesma região estão ameaçadas, e precisam de medidas urgentes de conservação.
Madeira que vem de uma imensa região como essa não deveria entrar no sistema FSC sem critérios muito rigorosos. Principalmente quando se sabe que há espécies em risco e conflitos na área.
Como um de seus membros fundadores, o Greenpeace acredita que o FSC ainda é o mais confiável sistema de certificação florestal que há hoje. Mas para que ele não perca credibilidade entre os consumidores – e entre nós – o FSC precisa garantir que os processos de certificação sejam mais rigorosos, como no caso das ‘madeiras controladas’.
O caso da empresa Resolute Forests, do Canadá, é o terceiro de uma série em que estamos mostrando os exemplos bons e ruins do FSC ao redor do mundo. Para saber mais dos outros casos,
*Catharine Grant é da campanha de Florestas do Greenpeace no Canadá

Carvão, não

Ignorando todas as críticas e, pior, ignorando o sol e o vento que estão sobre nossas cabeças, o governo insistiu no retrocesso. Depois de quatro anos fora dos leilões de energia, as usinas movidas a carvão voltaram a ser ofertadas nesta quinta-feira, no leilão A-5. Para dar uma amostra da sujeira que isso significa, o Greenpeace derramou ontem uma tonelada e meia de carvão na porta do Ministério de Minas e Energia.
Mas numa prova de que a pressão da sociedade civil dá resultado, o leilão de hoje teve uma reviravolta. Competindo em pé de igualdade com as usinas de biomassa, o carvão ofertado não teve compradores. Já as térmicas de biomassa tiveram a energia de nove empreendimentos contratada.

A tentativa de trazer o carvão de volta à tona veio com a justificativa do governo de que precisamos diversificar nossa matriz para garantir segurança energética ao país. Papo furado. Como lembrou Renata Nitta, que coordena a campanha de Clima e Energia do Greenpeace, dá pra diversificar nossa matriz de um jeito muito mais inteligente e com uma visão que olha para o futuro.
“Se aproveitarmos entre 5% e 10% do nosso potencial solar, já seria suficiente para atender à atual demanda nacional de energia. A cogeração a partir do bagaço de cana geraria o equivalente a três usinas de Belo Monte. E a recente explosão da produção eólica no país tornou o preço da fonte muito competitivo. No último leilão, seu preço atingiu R$110 o MW. Agora, o carvão está saindo a R$ 140”, aponta ela.

Thursday, August 29, 2013

A vitória das renováveis

Ativistas protestaram ontem, em Brasília, contra a volta do carvão ao leilão de energia. Hoje, nenhum comprador se interessou por essa fonte. (©Greenpeace/Cristiano Costa)

O lobby da indústria fóssil levou um grande revés no leilão de energia promovido hoje pelo governo. Competindo em pé de igualdade com as térmicas de biomassa, o carvão ofertado não teve compradores. Em contrapartida, nove empreendimento de biomassa, em cinco Estados (BA, MG, MS, PI e SP) foram contratados a um preço médio de R$ 134,66 por MW.
O leilão de hoje – chamado de A-5 porque oferece ao mercado energia com inicio de fornecimento em cinco anos – comercializou 647 MW desta fonte renovável, que reutiliza materiais como bagaço de cana para gerar calor e mover os geradores de eletricidade. Isso é mais da metade da potência contratada neste leilão A-5 e suficiente para abastecer uma cidade do tamanho de Goiânia.
A derrota do carvão acontece após fortes críticas do setor de energias renováveis e do movimento ambientalista. Ontem, o Greenpeace realizou um protesto em frente ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília, pedindo a retirada do carvão dos leilões de energia. Ativistas vestidos de mineiros despejaram uma tonelada e meia de briquete de carvão diante do edifício do ministério e protocolaram uma “pepita de carvão gigante” para o titular da pasta, o ministro Edison Lobão.


O carvão é uma das fontes mais poluentes que existem. Para cada kWh de eletricidade produzida, um quilo de CO2 é despejado na atmosfera. Em comparação com toda a cadeia de produção de biomassa, a mesma quantidade de energia emite apenas 18 g de CO2 – 55 vezes menos que o carvão.
O carvão também é mais caro que fontes renováveis como eólica e biomassa, como mostrou o leilão de hoje. Isso, mesmo com todo o incentivo público que essa energia poluente recebe.
Para viabilizar as térmicas a carvão, o Governo Federal zerou o PIS e Cofins da compra deste mineral. O Estado do RS, produtor de carvão e um dos maiores interessados nessa fonte de energia junto do Estado de SC, reduziu de 17% para 12% o ICMS cobrado sobre a construção das usinas. Por outro lado, fonte renováveis como a solar fotovoltaica são completamente ignoradas das políticas de incentivo do governo.
Pelo jeito, nada disso adiantou para reduzir a competitividade das renováveis.
“O resultado do leilão de hoje deixou claro que, quando existe pressão da sociedade civil, os mercados se movem para as alternativas mais sustentáveis”, disse Renata Nitta, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
“As renováveis já são uma realidade para complementar e diversificar a matriz elétrica e agora mostram que são altamente competitivas no mercado. Não faz mais sentido investir em energias do passado com tanto potencial em vento, sol e biomassa que o Brasil tem para gerar energia limpa.” Apesar da derrota do carvão, em dezembro o governo pretende realizar novo leilão de energia colocando novamente esta fonte poluente no mercado.
Na última terça-feira, 27, o Greenpeace lançou seu cenário [R]evolução Energética, mostrando que, com vontade política e planejamento, o Brasil poderá ter até 92% da matriz elétrica alimentada por fontes renováveis. Para acessar o relatório na íntegra, clique aqui: http://bit.ly/17opY2n.
Hidrelétricas
Além dos empreendimentos de biomassa, o leilão de hoje também negociou 400 MW da usina hidrelétrica Sinop (MT), a ser construída no complexo do rio Teles Pires.
A energia dessa usina foi contratada ao valor de R$ 109,40 por MWh, preço muito próximo ao alcançado pela fonte eólica no leilão A-3 da semana passada. A diferença é que as eólicas têm impacto socioambiental mínimo em comparação com uma hidrelétrica. O custo da construção da hidrelétrica Sinop será de R$ 1,7 bilhão.

Carvão não

Ignorando todas as críticas e, pior, ignorando o sol e o vento que estão sobre nossas cabeças, o governo insiste no retrocesso. Depois de quatro anos fora dos leilões de energia, as usinas movidas a carvão voltaram a ser ofertadas nesta quinta-feira, no leilão A-5. Para dar uma amostra da sujeira que isso significa, o Greenpeace derramou uma tonelada e meia de carvão na porta do Ministério de Minas e Energia, nesta quarta-feira.
Mas numa prova de que a pressão da sociedade civil dá resultado, o leilão de hoje teve uma reviravolta. Competindo em pé de igualdade com as usinas de biomassa, o carvão ofertado não teve compradores. Já as térmicas de biomassa - que são muito menos poluentes - tiveram nove empreendimentos contratados.

A tentativa de trazer o carvão de volta à tona veio com a justificativa do governo de que precisamos diversificar nossa matriz para garantir segurança energética ao país. Papo furado. Como lembrou Renata Nitta, que coordena a campanha de Clima e Energia do Greenpeace, dá pra diversificar nossa matriz de um jeito muito mais inteligente e com uma visão que olha para o futuro.
“Se aproveitarmos entre 5% e 10% do nosso potencial solar, já seria suficiente para atender à atual demanda nacional de energia. A cogeração a partir do bagaço de cana geraria o equivalente a três usinas de Belo Monte. E a recente explosão da produção eólica no país tornou o preço da fonte muito competitivo. No último leilão, seu preço atingiu R$110 o MW. Agora, o carvão está saindo a R$ 140”, aponta ela.

Sujeira no leilão de energia

Ativistas do Greenpeace protestam em frente ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília, contra o retorno das térmicas a carvão aos leilões de energia

Ativista com máscara do ministro Edson Lobão faz leilão de energia sobre pilha de carvão, em protesto contra o retorno dessa fonte poluente (©Greenpeace) 


Uma tonelada e meia de briquete de carvão foi derramada em frente ao prédio do MME (Ministério de Minas e Energia), em Brasília, na manhã de hoje. Sujos dos pés à cabeça por uma poeira negra, ativistas abriram uma faixa com a mensagem: “Lobão, carvão no leilão não!”. Outro ativista, vestido com uma máscara do ministro Edson Lobão, escalou a pilha de carvão para leiloar, pessoalmente, uma das piores fontes energéticas que existem.
O protesto foi um recado do Greenpeace ao ministro contra a volta do carvão ao leilão de energia A-5 – empreendimentos com início de operação em até cinco anos –, que acontece nesta quinta-feira, 29. Para deixar claro o que a organização pensa sobre o uso dessa fonte de energia, uma grande pepita de carvão com uma carta a Lobão foi protocolada na entrada no edifício.

Há quatro anos sem serem ofertadas ao mercado elétrico, as usinas térmicas movidas por essa fonte voltam com força ao cenário energético brasileiro, em um retrocesso histórico do governo. De todos os combustíveis fósseis, o carvão é o que mais emite gases do efeito estufa. Para cada kWh de eletricidade produzida, um quilo de CO2 é despejado na atmosfera. Para efeitos comparativos, a cadeia de produção da energia eólica emite 12 gramas de CO2 para cada kWh produzido.
“A decisão de trazer o carvão de volta à matriz energética é injustificável. O governo insiste em retroceder a largos passos e evidencia uma visão míope e limitada ao curto prazo”, critica Renata Nitta, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Enquanto o mundo inteiro busca formas mais limpas de gerar energia, o Brasil ignora seu imenso potencial de fontes renováveis – como solar, eólica e biomassa – para optar pela fonte mais suja de todas.”
Recentemente, o Banco Mundial e o Banco Europeu de Investimentos anunciaram restrições ao financiamento de usinas a carvão. A recomendação era injetar dinheiro nessas plantas “somente em raras circunstâncias”, nos casos em que o país “não tenha alternativa”. Em 2009, o próprio governo brasileiro baniu o carvão dos leilões energéticos, justamente pelos altos níveis de poluição do ar e de emissões de gases estufa.
Agora, a fonte volta com tudo: 41% da energia oferecida no leilão do dia 29 é de carvão. A explicação oficial para a retomada dessa fonte é a segurança energética do país. Com uma matriz muito dependente de hidrelétricas, o governo decidiu diversificar a matriz com energia suja. Como se faltassem alternativas renováveis. Investimentos importantes para o desenvolvimento de fontes limpas já estão sendo desviados para financiar o carvão, como a recente decisão de zerar os impostos para a compra desta matéria prima. Junto com a poeira, a pergunta que fica no ar é: quem está ganhando com isso?
“É claro que o Brasil precisa diversificar sua matriz e reduzir a dependência das hidrelétricas. Mas usar térmicas a carvão é leviano, quando se tem um potencial mal explorado de outras energias renováveis”, diz Nitta. “Se aproveitarmos entre 5% e 10% do nosso potencial solar, já seria suficiente para atender à atual demanda nacional de energia. A cogeração a partir do bagaço de cana geraria o equivalente a três usinas de Belo Monte. E a recente explosão da produção eólica no país tornou o preço da fonte muito competitivo. No último leilão, seu preço atingiu R$110 o MW. Agora, o carvão está saindo a R$ 140”.
Ela acrescenta que essas fontes têm toda capacidade de complementar o atual sistema. Durante o período de seca, quando normalmente os níveis dos reservatórios caem, é quando se tem o maior volume de radiação solar e de ventos. Além disso, a possibilidade que as renováveis oferecem de geração perto dos centros consumidores torna mais segura e econômica sua distribuição, evitando o pesadelo dos apagões.
Este cenário de soluções o Greenpeace apresentou na véspera do protesto, em uma coletiva de imprensa onde foi divulgado o relatório [R]evolução Energética. O documento mostra que nas próximas quatro décadas, o país pode ter os setores elétrico, industrial e de transporte alimentados majoritariamente por energia limpa: 66,5% de sua matriz pode ser movida por fontes como vento, sol e biomassa. Quando se considera apenas a matriz elétrica, essa possibilidade salta para 92%. “É uma questão de escolha: queremos olhar para o futuro e fazer uma revolução energética ou continuar presos a fontes sujas e ultrapassadas?”, questiona Nitta.

Tuesday, August 27, 2013

Que sujeira

Não é novidade para ninguém que o governo federal adora uma sujeira, quer dizer, prefere combustíveis sujos e polêmicos para gerar energia do que limpos. Mas sua preferência tem beirado a irresponsabilidade.
A última foi a desoneração de PIS/Pasep e Cofins na venda de carvão mineral para quaisquer termelétricas, como o jornal "Valor Econômico" publica hoje. O carvão é uma das fontes para geração de energia mais danosas e que mais emitem CO2, o principal gás do efeito estufa. E, em vez de restringir seu uso, o governo premia o que só faz mal.
Nem a desculpa usada pelo governo para esse investimento faz sentido. Segundo a turma do ministro Edson Lobão, do Ministério de Minas e Energia, e da presidente Dilma Rousseff, essa fonte suja serve para compensar momentos de baixa da geração hidrelétrica.
Segundo a 3a edição do relatório [R]evolução Energética, divulgada hoje pelo Greenpeace, fontes limpas como vento e sol podem ser usadas para complementar a matriz elétrica nacional, com uma arquitetura de rede inovadora que equilibre flutuações de oferta e demanda energética.
Para isso acontecer, é preciso querer. Infelizmente os sinais de Brasília vão na direção oposta. Nesta semana, um leilão mais sujo do que pau de galinheiro vai colocar mais 6,6 milhões de CO2 por ano na atmosfera pela queima do carvão.
E depois esse mesmo governo posa de "verde" nos foros internacionais.

Censura não acoberta a vergonha da Shell

Momento em que o banner se abriu totalmente na frente dos pilotos (© Philip Reynaers/Greenpeace) 

O vídeo que mostrava o momento da premiação do Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1, onde a mensagem do Greenpeace era mostrada, foi excluído do youtube com pouco mais de 240 mil visualizações. A Shell tentou, mas não deu certo. O vídeo pode ser assistido neste link.
As imagens foram disponibilizadas no youtube pouco depois do final da prova em Spa-Francochamps. Além dos banners automáticos que aparecem no vídeo excluído, o Greenpeace também esticou um grande banner em frente a área VIP patrocinada pela Shell, revelando os planos de exploração do Ártico não apenas para os convidados da empresa, mas para todo o mundo.
Pouco após a destruição dos banners automáticos, a escaladora suíça Julia Ritschard, estendeu um banner com a mensagem “Parabéns. Agora ajude-nos a salvar o Ártico”, sobre o local da premiação dos pilotos.
“A Shell gasta milhões para tirar o foco do público de seus planos de explorar petróleo no Ártico que perde sua cobertura de gelo a cada ano. A coisa que eles não podem controlar são as redes sociais, essa tentativa de acobertar esse vídeo mostra o que as grandes companhias mais temem, o ridículo e a exposição de seus planos espúrios “, comentou Ben Ayliffe, responsável pela campanha do Ártico do Greenpeace Internacional.
Neste ano a Shell desistiu de explorar petróleo no Alasca depois de uma série de fracassos vergonhosos, mas ela ainda não se deu conta de que o petróleo do Ártico não deve ser explorado e firmou uma parceria com a gigante russa do setor, a Gazprom. Precisamos da sua ajuda para livrar o Ártico da exploração predatória de uma vez por todas.

E começa a revolução

Turbina eólica em Fortaleza, Ceará (© Greenpeace / Flavio Cannalonga) 

O Greenpeace lança hoje, em São Paulo, a 3ª edição do relatório [R]evolução Energética. O estudo é apresentado por Ricardo Baitelo, do Greenpeace Brasil, Sven Teske, do Greenpeace Internacional e pelo professor José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.


Energia limpa para revolucionar o futuro

O Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050 - se quiser. É o que mostra a 3ª edição do relatório [R]evolução Energética, elaborado pelo Greenpeace

A participação das fontes renováveis pode ser 47% maior na matriz energética brasileira, nos próximos 40 anos, do que o projetado pela política atual do governo. Segundo o relatório [R]evolução Energética, divulgado hoje pelo Greenpeace,  a matriz pode contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico, industrial e de transportes em 2050.
Ao considerar apenas a matriz elétrica, a projeção é ainda mais dramática: 92% da eletricidade que alimentará o Brasil em quatro décadas pode ser limpa. Atualmente, esse cenário e a tradição nacional de renováveis neste setor estão em risco devido a decisões equivocadas da administração federal, que tem abraçado fontes sujas, como o carvão.
Em sua 3a edição no Brasil, o [R]evolução Energética propõe uma matriz energética limpa e sustentável com base nos recursos disponíveis e tecnologias atuais. Este cenário atende à necessidade futura de energia para o país e concilia crescimento econômico com preservação ambiental.
O estudo também demonstra como o uso racional e eficiente de energia em edifícios, indústrias e meios de transporte pode reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Pelo cenário [R]evolução Energética, a demanda de energia é 25% menor em 2050 quando comparada com o cenário de referência, mesmo se o PIB crescer anualmente entre 2,5% e 3,7%.
O documento também indica caminhos para reduzir as emissões de CO2 do país. O conjunto de medidas proposto contribuiria para um corte de 60% dessas emissões até 2050 – de 777 milhões de toneladas por ano pelo cenário de referência para 312 milhões de toneladas pelo cenário proposto.
Até 2040, é possível abdicar da energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral, e evitar a construção de novas grandes hidrelétricas na Amazônia. Também é possível crescer sem explorar reservas não convencionais de gás e óleo, como o gás de xisto ou o pré-sal.
Para tornar isso realidade, o [R]evolução Energética prevê um significativo aumento do uso de fontes renováveis – serão 396 gigawatts de eletricidade em 2050 instalados, principalmente, por meio das fontes eólica, solar fotovoltaica, solar heliotérmica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.
Em termos de investimento, a construção de menos termelétricas e a maior participação de renováveis poupará R$ 1,11 trilhão até 2050. Isso porque, apesar de um investimento maior - R$ 2,39 trilhões até 2050, R$ 690 bilhões a mais do que o governo pretende despender no mesmo período - as vantagens econômicas ficam evidentes ao se colocar na conta os altos gastos com combustíveis fósseis previstos no cenário de referência. Afinal, vento e sol são de graça, ao contrário de gás e óleo combustível.
Para o setor de transporte, o cenário prevê a necessidade que uma radical mudança do modal – hoje muito centrada no uso rodoviário e no automóvel – para o transporte por trilhos e coletivo. Também a indústria precisa adotar padrões mais rígidos de eficiência, com veículos menores e motores que consomem menos combustível. As energias renováveis responderão por 40% do consumo de combustíveis no setor de transporte até 2050. A participação da eletricidade chegará a 7% no mesmo ano.
“É técnica e economicamente possível atender à crescente demanda de energia do país de modo limpo e sustentável. E, neste sentido, o Revolução Energética é uma provocação pública pois tudo depende de vontade e visão política”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil.
“A iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a todas as nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e aumentar a participação das energias renováveis”, diz Sven Teske, diretor de energias renováveis do Greenpeace Internacional. “O Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa. Ao contrário do que acontecia no passado, as energias renováveis – em especial a solar fotovoltaica e eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Utilizar mais renováveis agora é mais uma vantagem econômica que um fardo e reduz a dependência de combustíveis importados”, conclui Teske.

Mobilização Nacional pelos direitos tradicionais

Indígenas em audiência pública na Câmara dos Deputados durante a semana de abril em que se comemora o Dia do Índio (© Greenpeace/Nathália Clark). 

Os direitos de populações tradicionais como os povos indígenas e quilombolas estão sob forte ataque no Congresso Nacional nos últimos tempos. Isso porque, com a aprovação do novo Código Florestal, a bancada que defende a vertente mais atrasada do agronegócio brasileiro conseguiu diminuir drasticamente a proteção florestal da porteira para dentro, ou seja, nas propriedades privadas. Agora, essa investida se dá contra os territórios protegidos por lei: as terras indígenas, áreas quilombolas e unidades de conservação.
Na medida em que se atenta contra os direitos adquiridos constitucionalmente por esses povos, atenta-se contra a democracia e toda a sociedade. Por esse motivo, os movimentos indígenas se reuniram para convocar todos os povos e organizações indígenas do país, assim como os demais movimentos sociais do campo e da cidade, para uma Mobilização Nacional em Defesa da Constituição Federal, que se dará entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro de 2013, em Brasília, por ocasião da data em que se comemora os 25 anos da Carta Magna brasileira.
Veja abaixo a carta-convocatória:
MOBILIZAÇÃO NACIONAL EM DEFESA DA CARTA MAGNA, DOS DIREITOS INDÍGENAS, DOS DIREITOS TERRITORIAIS E DA MÃE NATUREZA
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), composta pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSUDESTE), Conselho dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul e pela Grande Assembléia do Povo Guarani (ATY GUASU), que, por sua vez, reúnem na sua base centenas de associações e comunidades indígenas, considerando:
Que os direitos constitucionais dos povos indígenas, dos quilombolas e de outras populações tradicionais, assim como os seus territórios, encontram-se sob forte ataque por parte de interesses econômicos poderosos, que defendem o seu direito à propriedade mas não respeitam os nossos direitos coletivos à nossa terra sagrada, e ainda querem tomar para si as terras públicas e os seus recursos naturais;
Que há uma ofensiva legislativa sendo promovida pela bancada ruralista contra os direitos originários dos nossos povos, os direitos de outras populações tradicionais e os direitos de todos os brasileiros ao meio ambiente saudável, por meio de dezenas de projetos de lei e emendas à Constituição – em especial a PEC 215/00, PEC 237/13, PEC 038/99, PL 1610/96 e PLP 227/12 – que afrontam, inclusive, acordos internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a Declaração da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas;
Que o próprio governo federal tem mantido uma conduta omissa, em relação aos direitos dos povos, e conivente com os interesses dos ruralistas e do latifúndio, nossos inimigos históricos, que durante o ano passado aprovaram um novo Código Florestal adequado aos próprios interesses e este ano pretendem aniquilar direitos indígenas ao território. Uma conduta que se materializa em medidas como a Portaria Interministerial 419/2011, a Portaria 303/2012 da Advocacia-Geral da União, e o Decreto 7957/2013, e que se traduz, dentre outras, nas paralisações: da demarcação das terras indígenas, da criação de unidades de conservação, da titulação de quilombos e da implementação da reforma agrária.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) convoca todos os povos e organizações indígenas do país assim como os demais movimentos sociais do campo e da cidade, para uma Mobilização Nacional em Defesa da Constituição Federal, nos seus 25 anos de existência,  e pela Implementação dos Direitos Territoriais dos Povos Indígenas, dos Quilombolas, de outras comunidades tradicionais, dos camponeses e da Mãe Natureza, entre os dias 30 de setembro e 05 de outubro de 2013.
As manifestações de adesão e apoio devem ser encaminhadas para direitosindigenas25anoscf@gmail.com.

Monday, August 26, 2013

Expulsos à força

segunda-feira, 26 de agosto de 2013 Guarda-costeira russa a bordo do Arctic Sunrise.
 
A Guarda Costeira russa ameaçou usar força para a retirada do navio Arctic Sunrise da rota do Mar do Norte, caso fosse necessário. O navio quebra-gelo do Greenpeace vinha realizando um protesto pacífico ao permanecer em um local onde teve não teve autorização para navegar, apesar de preencher todos os requisitos legais necessários para tal. Depois de embarcar no Arctic Sunrise, a Guarda Costeira realizou uma vistoria e repetiu sua afirmação de que o navio havia entrado ilegalmente na área. Alertou também que, se necessário, usaria a força em caso de permanência, inclusive abrindo fogo sobre o navio.
O Greenpeace entrou na região para protestar pacificamente contra a exploração de petróleo no Ártico pela companhia estatal russa Rosneft e pela gigante ExxonMobil. O navio vai deixar a rota hoje para proteção da equipe, mas o Greenpeace International encaminhará via governo holandês uma queixa legal contra violação do direito internacional do mar e liberdade de expressão na Rússia.
"Somos um navio de protesto pacífico e não fizeram nada para justificar a ameaça de força contra nós. Não vamos parar os protestos até que a exploração no Ártico seja proibida. Não vamos nos calar", disse Christy Ferguson, coordenador da campanha do Ártico a bordo do Arctic Sunrise.
 

Sunday, August 25, 2013

Greenpeace atrapalha corrida da Shell

Ativistas do Greenpeace invadem a prova de Fórmula 1 da Bélgica em protesto contra a Shell, maior patrocinadora do evento e empresa que lidera a corrida pela exploração do petróleo do Ártico

Ativistas do Greenpeace invadem a prova de Fórmula 1 da Bélgica em protesto contra a Shell. © Philip Reynaers/Greenpeace 

Um banner automático movido por controle remoto se desenrolou diante do pódio do Grand Prix da Bélgica de Fórmula 1 momentos antes da entrega do troféu ao vencedor, o alemão Sebastien Vettel, causando constrangimento ao executivos da Shell presentes no evento. O banner foi instalado secretamente no local semanas atrás e continha a mensagem “Salvem o Ártico” junto de um logo modificado da empresa.
Logo depois, dois escaladores conseguiram chegar ao pequeno telhado sobre o pódio e tentaram descer fazendo rapel. Um deles era o brasileiro Ian Lima, de 22 anos, voluntário do Greenpeace. Ele foi detido pela polícia antes de conseguir a façanha. Já a outra ativista, a suíça Julia Ritschard, teve tempo de estender outro banner com a mensagem “Parabéns. Agora ajude-nos a salvar o Ártico”.


“A Shell gastou milhões neste evento na esperança de surfar na glória dos pilotos e finge ser uma empresa que merece um lugar ao pódio. Mas ela provou mais de uma vez que está disposta a tudo, por mais arriscado que seja, para explorar as últimas gotas de óleo do planeta. Por essa razão estou aqui. Para mostrar aos fãs da Fórmula 1 o que essa empresa realmente pretende e para que a realidade do Ártico seja vista na corrida de hoje”, disse Ritschard.
Antes do início da prova, outros ativistas escalaram o telhado da principal arquibancada em frente à área VIP e desenrolaram um banner de 20 metros com a mensagem: “Petróleo do Ártico? Não Shell!”. Dois parapentes também sobrevoaram o circuito de Spa-Francochamps exibindo um banner que alertava sobre os planos da Shell de explorar petróleo no Ártico.
A petrolífera anglo-holandesa Shell é a principal patrocinadora do Grand Prix de Fórmula 1 da Bélgica.

Shell ganha novo logo no GP de F1 da Bélgica

Ativistas driblaram a segurança do GP de F1 da Bélgica para alertar o mundo sobre os perigosos planos da Shell de explorar petróleo no Ártico

Ativistas do Greenpeace estendem banner diante da arena VIP da Shell para denunciar planos da empresa para explorar petróleo no Ártico (©Greenpeace) 

Ativistas do Greenpeace Bélgica driblaram a segurança do Grand Prix de Fórmula 1 e escalaram o telhado da principal arquibancada de frente para a área VIP, onde desenrolaram um banner de 20 metros com a mensagem: “ARCTIC OIL? SHELL NO!” (Petróleo do Ártico? Não Shell!). A petrolífera anglo-holandesa é a principal patrocinadora do evento e paga milhões pra ter seu logo estampado ao longo do circuito de Spa-Francochamps.
Antes da largada, dois parapentes voaram sobre o circuito exibindo um banner que alertava sobre os planos da Shell de explorar petróleo no Ártico, esse ecossistema frágil e único. Um terceiro grupo de ativistas chegou a estender outro banner sobre o logo da Shell exposto na curva Raidillon, mas a mensagem foi removida pela polícia.
Um dos escaladores no telhado da arquibancada se chama Tony Martin, de Bruxelas: “Esse Grand Prix é o principal dia do ano para a Shell. Eles gastaram milhões de euros para ter sua marca estampada por todos os lados e para receber seus convidados VIPs, mas eles não estão dispostos a dialogar sobre seus planos de perfurar o Ártico. É por isso que estamos aqui, para fazer com que o público e os fãs da Fórmula 1 saibam o que esta companhia realmente pretende”, declarou Martin antes de partir para a ação.
 
A Shell já investiu US$ 5 bilhões em seu programa de exploração de petróleo no Ártico, mas depois de uma série de fracassos vergonhosos – incluindo uma plataforma encalhada no Alasca – a empresa foi forçada a abandonar os planos para explorar petróleo na costa do Alasca nesse verão.Mesmo assim, a Shell assinou um acordo com a gigante estatal russa Gazprom para perfurar o Ártico na Rússia, onde as leis são frouxas e os acidentes comuns.
Mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo aderiram à campanha Salve o Ártico, do Greenpeace. Uma delas é Vanessa Hall, escaladora inglesa que está neste momento sobre o telhado da arquibancada do circuito, desenrolando o banner.
“Esse esporte tem tudo a ver com inovação tecnológica em engenharia e segurança. Porém, no Ártico, a Shell utiliza métodos e equipamentos desenvolvidos antes mesmo de os pilotos nascerem”, disse Hall. “O único motivo pela qual a Shell pode explorar aquela região é devido ao derretimento da camada de gelo, que está sendo causada pelo uso em excesso do combustível fóssil que eles estão indo procurar – isso é loucura.”
O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, que está acompanhando a corrida de Amsterdam, declarou que é fã de Fórmula 1 há muito tempo, mas não consegue tolerar o que ocorre no Ártico. “Exatamente agora estamos em uma corrida pelas nossas vidas contra a Shell, uma companhia que vê no derretimento da calota polar uma oportunidade de lucro, em vez de um claro alerta. Todos os pilotos e fãs de F1 sabem que um vazamento de óleo na pista significa desastre. Mas um vazamento de petróleo no Ártico seria catastrófico. Nós esperamos que eles nos escutem e se juntem a nós em nosso movimento que já conta com três milhões e meio de pessoas para salvar o Ártico.”

Friday, August 23, 2013

Mais energia limpa na matriz brasileira

Não falta vento para o Brasil, nem potencial de gerar energia limpa. E quando existe vontade política, as vantagens ficam claras: uma matriz elétrica mais renovável, sem grandes impactos socioambientais.
Nesta sexta-feira, 23, o governo realizou um leilão A-3 – empreendimentos a serem construídos em até três anos –, específico para a energia eólica. Uma potência de 1.505,2 MW foi contratada por meio de 66 projetos.
A potencia contratada no leilão de hoje é energia suficiente para abastecer um terço do aumento da demanda nacional anual e superior à usina Angra 2. Com este resultado, o Brasil deverá superar a barreira dos 11 mil MW instalados em energia eólica até 2016.
Se, por um lado, muitos parques eólico ficaram de fora deste leilão por conta das rígidas regras de habilitação e seleção, por outro a competição foi menos agressiva do que no passado. Prova disso é que o preço final, de R$ 110,51 por MW, foi apenas 6% menor do que o preço inicial estabelecido pelo governo. Em outras ocasiões, a queda costumava superar os 20%.
"O volume contratado é um bom sinal para a continuação da expansão do setor eólico no Brasil e deve contribuir para a segurança energética do sistema", diz Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. "O investimento de R$ 13 bilhões nesses parques certamente se provará mais econômico do que o que foi gasto neste ano apenas com o uso de combustíveis em termelétricas."
Pintou sujeira na matriz
Nem tudo são boas notícias no setor elétrico. Após quatro anos fora dos leilões de energia, o governo traz o carvão de volta ao mercado elétrico no leilão A-5 do dia 29 de agosto. Dos 3.535 MW habilitados no leilão, 1.840 MW são de térmicas a carvão mineral.
Ao ofertar o carvão, o governo quer reduzir a dependência brasileiras das usinas térmicas e evitar o risco de apagão durante os períodos de seca, como aconteceu no início de 2013.
Mas, com tanto potencial para gerar energia limpa e renovável por tecnologias solar, eólica e biomassa, usar carvão é um contrassenso, já que esta é a fonte que mais emite CO2 – 84 vezes mais do que a eólica e 22 vezes mais que a energia solar, segundo dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da sigla em inglês).

Thursday, August 22, 2013

Se puderem, divulguem nossa causa e comentem o que acham do nosso trabalho em equipe de todos.

Olá a todos. Gostaríamos humildemente da colaboração de todos os cidadãos brasileiros e não, incluindo governantes e pessoas que trabalham no Greenpeace, para divulgarem esse blog e comentarem no mesmo, pois isso é muito importante para a fauna e a flora brasileira e mundial. 

Precisamos da ajuda de todos. Agradecemos desde já.

Atenciosamente, Jorge e Laura.



Rússia e Rosneft: qual a diferença?

Navio Arctic Sunrise denuncia a exploração de petróleo no mar de Barents, no Ártico russo. (© Will Rose / Greenpeace) 

O governo da Rússia negou ao navio quebra-gelo do Greenpeace, Arctic Sunrise, acesso à Rota do Mar do Norte (Northen Sea Route, ou NSR, em inglês), apesar dele cumprir com todos os requerimentos para navegar na área.
O Greenpeace aponta que a decisão é uma tentativa de esconder as atividades da russa Rosneft, maior petroleira estatal do mundo. Diversos navios contratados pela empresa, em parceria com a americana ExxonMobil, realizam testes sísmicos na região para mapear áreas submersas propícias à perfuração.
“Esta é uma tentativa velada de sufocar nosso protesto pacífico e manter a atenção internacional longe da exploração de petróleo do Ártico, na Rússia. O Arctic Sunrise é totalmente equipado para as condições do mar Ártico, enquanto muitos dos navios das petroleiras operam negligenciando o bioma e a vida da região”, disse Christy Ferguson, coordenadora da campanha do Ártico, à bordo do Arctic Sunrise.
Ela completa que a decisão de proibir a entrada do Greenpeace na Rota do Mar do Norte é totalmente injustificada, e levanta sérios questionamentos sobre a legitimidade da relação entre o governo russo e a estatal Rosneft.
O Greenpeace enviou três aplicações detalhadas para a administração da Rota do Mar do Norte, indicando claramente a sua intenção de se envolver om protestos pacíficos e legais. Todos os pedidos foram indeferidos. O último foi igualmente negado, com o fundamento de que as informações fornecidas foram insuficientes. Com essa série de indeferimentos, ficou claro que a administração da Rota do Mar do Norte nunca teve interesse em conceder ao Greenpeace acesso à área.
A recusa é uma violação do direito internacional, incluindo o direito à liberdade de navegação: o governo russo vai contra o Artigo 58 da Convenção de Leis Marítimas (em inglês), que garante livre acesso às embarcações na região, além de contradizer os artigos 10 e 11 da Convenção Europeia de Direitos Humanos (em inglês).
Vale ressaltar que nenhum dos seis navios operando sob o comando da Rosneft e da ExxonMobil têm as especificidades de navegação em gelo que o Arctic Sunrise possui. Mais de 400 embarcações obtiveram acesso à Rota do Mar do Norte neste ano, sendo que muitas delas não são classficadas como “quebra-gelo”, assim como é o navio do Greenpeace.
O Arctic Sunrise está há mais de um mês em expedição no Ártico para denunciar a exploração de petróleo e para protestar contra a destruição de uma região tão importante para o planeta. Para ajudar a proteger o Ártico, assine a petição, que já conta com o apoio de mais de 3,5 milhões de pessoas por todo o mundo.

Monday, August 19, 2013

Um basta às ameaças ao Ártico

Nesse último sábado, dia 17, o Greenpeace realizou uma atividade em prol do Ártico no Viaduto do Chá, em São Paulo. Quem passou por ali naquela manhã pôde conferir o grafite dos artistas Bonga e Feik, há tempos no circuito da arte de ruas de São Paulo, e a realização de uma foto, para alertar sobre atividades de exploração de óleo indevidas. Grafiteiros e ativistas do Greenpeace fizeram uma interação com o público, em demonstração de apoio à causa.
Queremos denunciar a exploração de petróleo em áreas de alto impacto ambiental. Vazamentos no Ártico são mais prováveis devido às baixas temperaturas e poderiam acarretar danos irreversíveis para o ecossistema da região. O apoio da sociedade civil mundial é a única forma de impedirmos que companhias como Shell, Gazprom e Rosnef prejudiquem as sociedades locais e os animais do Ártico.
Trabalhamos por uma revolução energética mundial, com inversão da relevância do uso de fontes de combustível fóssil. Essa mudança só poderá ocorrer com políticas públicas voltadas para a energia renovável, como eólica, solar e dos mares. A mudança das matrizes energéticas trará benefícios para todo o mundo, com diminuição de poluentes na atmosfera e contenção da velocidade das mudanças climáticas.
Denunciamos o petróleo como principal matriz energética mundial e delatamos a forma como é feita sua extração. Queremos prevenir acidentes e não remediá-los tardiamente e de forma imprópria. No Brasil, a exploração no Pré-sal é feita por plataformas antigas e defasadas, que podem acarretar graves danos em caso de acidentes. No Ártico, as tentativas de exploração poderão causar degelo e consequente desaparecimento da região.
Ajude-nos a criar um Santuário na região do Polo Norte, além das águas territoriais dos países do Ártico. Apoie a moratória da exploração de petróleo no Ártico. Fiscalize a exploração de petróleo em seu país. Impeça que nossa fonte de energia prossiga suja e prejudicial para o todo o globo.
*Fabiana Alves é da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil

Tendência de desmatamento segue em alta

Área desmatada ao longo da BR-163, no Pará (© Greenpeace/Karla Gachet)

O Boletim do Desmatamento do Imazon lançado hoje, dia 19, mostrou uma tendência de aumento do desmatamento na Amazônia. O SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) detectou 152 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em julho de 2013, um crescimento de 9% em relação a julho de 2012.

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a julho de 2013 foi de 2.007 quilômetros quadrados, um acréscimo de 92% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a julho de 2012).

A presença de nuvens muitas vezes atrapalha a precisão dos satélites, mas nesse último levantamento foi possível monitorar 92% da área florestal da região. Os estados que mais desmataram foram o Pará (38%), o Amazonas (28%) o Mato Grosso (24%) e Rondônia (9%).

O SAD também constatou que 24% do desmatamento detectado ocorreu em Unidades de Conservação, o que mostra a pressão externa que essas áreas costumam sofrer e a ineficiência do governo em protegê-las.

As florestas degradadas (aquelas intensamente exploradas pela atividade madeireira) na Amazônia Legal somaram 93 quilômetros quadrados em julho de 2013, um aumento de 237% em relação a julho de 2012.

Em termos de emissões de gases do efeito estufa, os números de julho de 2013 significam um total de 3 milhões de toneladas de CO² equivalente lançadas na atmosfera.

Desde janeiro, o Ibama divulga mensalmente os alertas oficiais do desmatamento, detectados pelo Deter. Nesse mês, no entanto, depois que o último Deter (divulgado em julho) mostrou um aumento significativo do desmatamento, o governo ainda não liberou os novos dados – talvez esteja querendo esconder os indícios de que, depois de um período de otimismo, o desmatamento mostra sinais alarmantes de que voltou a crescer e pode estar fora de controle novamente.

Saturday, August 17, 2013

Arte e protesto pelo Ártico

Greenpeace protesta no centro da capital paulista integrando mobilização global contra a exploração de petróleo no Ártico

Ativistas do Greenpeace no Viaduto do Chá, em São Paulo, mostrando as pessoas as consequências da exploração de Petróleo no Ártico. ©Greenpeace/Otávio Almeida 

Manhã de sábado no centro da capital paulista. Um caricato milionário em cima de uma bomba de gasolina banha um urso polar com petróleo, em pleno Viaduto do Chá. Pode parecer cenário artístico e é isso mesmo. Ativistas do Greenpeace realizaram uma intervenção para mostrar que as ameaças ao Ártico são um problema global e suas consequências estão muito mais próximas do que se imagina.
A imagem foi realizada com a colaboração do artista Bonga, que confeccionou uma bomba de gasolina estilizada com referências à fauna do Ártico e à exploração de petróleo que tanto ameaça a região. Bonga e Feik, ambos grafiteiros, realizaram na mesma manhã a criação de um painel grafitado, enquanto Ursos "sem lar" completavam o cenário que chamou a atenção de quem passava por ali.
"O aquecimento global provoca o derretimento do gelo nos polos e vem desafiando a sobrevivência da fauna e de comunidades locais", afirma Cristine Rosa, coordenadora da campanha de Clima e Energia. Nos últimos 30 anos, foram perdidas 75% das calotas de gelo flutuantes. Em um ciclo vicioso, a exploração de petróleo é uma das causas desse aquecimento e grandes corporações, como a Shell, tem interesse em explorar a região. Apesar de ter suspendido suas atividades na área esse ano, a empresa ainda possui planos para reiniciar as tentativas de exploração em 2014.
O navio quebra-gelo do Greenpeace, Arctic Sunrise, está no mar de Barents, ao norte da Rússia, também protestando contra a gigante petrolífera Rosneft. A estatal russa, maior empresa de petróleo do mundo, tem uma embarcação preparada para realizar testes sísmicos no local, primeira etapa para a exploração do óleo negro em alto mar.
Atividades como a realizada hoje em São Paulo também aconteceram em outros países, mostrando que a mobilização possui caráter global: mais de três milhões de pessoas assinaram a petição Salve o Ártico, que pede a criação de um santuário na região, para que o ecossistema não possa mais ser explorado e seja destinado apenas para pesquisa, como é o caso da Antártida. O pedido estende-se também ao fim da pesca industrial e da exploração de petróleo no Polo Norte. Sendo essa última uma atividade de alto risco devido às condições climáticas severas, os derramamentos tornam-se ainda mais suscetíveis.
O ciclo da exploração de petróleo a qualquer custo pode ser parado por meio da alteração nas matrizes energéticas mundiais. O Greenpeace acredita em fontes alternativas de geração: as renováveis. As energias eólica, solar e dos mares possuem forte potencial de desenvolvimento, mas ainda faltam políticas públicas para que a transformação seja plena e eficiente.
Acesse, saiba mais e assine a petição em: www.salveoartico.org.br

Friday, August 16, 2013

Lutar pelo Ártico é lutar pelo mundo

Ativistas do Greenpeace se aproximam do navio da Rosneft Akademik Lazarev, que realizava até ontem explorações sísmicas no Ártico russo. (© Will Rose / Greenpeace) 


O Ártico está sob ameaça das companhias petrolíferas, que desejam explorar seus recursos naturais. Elas enxergam no degelo da região não um sinal concreto das mudanças climáticas, mas sim uma oportunidade de lucrar um pouco mais.
Com o objetivo de defender esse rico ecossistema, o navio do Greenpeace, Arctic Sunrise, montou patrulha no mar de Barents, região do mar Ártico pertencente à Rússia. Após pressionar e fazer recuar um navio da gigante estatal russa Rosneft, que realizava testes sísmicos para mapear áreas submersas de perfuração, a tripulação permanence no local para continuar a continuar a denunciar o descuido da indústria de petróleo com o nosso planeta.
Para que essa denúncia tome proporções ainda maiores, o Greenpeace criou o site Into the Arctic (em inglês), onde é possível acompanhar, em tempo real, a localização do navio Arctic Sunrise, além de poder ler explicações e depoimentos da própria tripulação. Para ilustrar o feito de nossos ativistas, há imagens e um mapa interativo com o trajeto do navio.
A fim de reforçar a nossa causa, o Greenpeace Brasil realizará, neste sábado 17, uma intervenção no Viaduto do Chá a favor da criação de um Santuário no Ártico. No dia da atividade, haverá uma intervenção coletiva de grafite coordenada pelos artistas Bonga e Feik, onde todos poderão participar e deixar sua marca a favor da defesa do Ártico.
Grafite pelo Ártico
Viaduto do Chá
Dia 17/08
Das 10h às 12h
Atividade gratuita

Direitos atravessados

Atravessar a rua com segurança é um direito do cidadão, mas nem sempre é tarefa simples. Essa realidade está muito próxima daqui de onde este post está sendo escrito, o escritório do Greenpeace, em São Paulo. A sede paulistana da organização fica na Rua Alvarenga,  logo na saída da Ponte da Cidade Universitária: um lugar de fluxo de carros intenso e, quase sempre, em alta velocidade.  Para além dos frequentes acidentes com automóveis, há a dificuldade em simplesmente se atravessar para o outro lado: a faixa mais próxima fica a mais de 200 metros.
Confira no vídeo quanto tempo a Barbara Rubim, coordenadora da campanha de clima e energia,  leva para conseguir atravessar. A falta de faixa de pedestres ou de sinalização que facilite a travessia torna tudo muito mais perigoso ou demorado.
A solicitação de instalação ou manutenção de faixa deve sempre ser feita ao órgão responsável pelo tráfego na cidade. Em São Paulo esse órgão é a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e  o procedimento padrão consiste em fazer um requerimento online, no site da Prefeitura. E foi o que fizemos. Em julho realizamos uma campanha interna incentivando e instruindo nossos funcionários sobre como pedir uma travessia segura ao governo. Missão cumprida, os pedidos aguardam um retorno, que pode levar inicialmente 15 dias. O prazo já venceu e até agora nada. Estamos de olho.
 O plano de mobilidade urbana deve planejar a forma como ocorrem os deslocamentos nas cidades brasileiras, priorizando o transporte não motorizado e o coletivo e criando mecanismos e metas que possibilitem sua expansão e maior uso pela população. Quando falamos em meios não motorizados, muita gente pensa na bike, patins, entre outros, se esquecendo de que o mais antigo, comum e simples deles é andar a pé! Saiba mais aqui.

Grafite pelo Ártico!

O Ártico é uma região especial por sua biodiversidade e pelo papel que representa ao equilibrar a temperatura global. Apesar disso, as ameaças à sua preservação se tornam cada dia mais evidentes com a exploração de petróleo e pesca predatória.
Se você acha que tudo isso é distante demais para que você possa fazer algo, repense: o Greenpeace promoverá no próximo sábado, dia 17 de agosto, uma arte coletiva pela proteção a esse ecossistema, lembrando que determinadas atitudes podem trazer impactos irreversíveis ao Ártico.
Das 10h às 12h quem passar pelo Viaduto do Chá, em São Paulo, poderá participar de uma atividade com grafite orientada pelos artistas Feik e Bonga. O evento faz parte de um movimento global pela criação de um Santuário no Ártico, que garanta a sobrevivência da fauna e de comunidades locais.
Participe! Conheça a campanha e traga os seus amigos para uma manhã de protesto e arte.

Grafite pelo Ártico
Viaduto do Chá
Dia 17/08
Das 10h às 12h
Atividade gratuita

Wednesday, August 14, 2013

Fortaleza está inquieta, com toda a razão

Fortaleza está inquieta. O motivo? A construção de dois viadutos no cruzamento das Avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Junior, no bairro Cocó. Até aí tudo mais ou menos bem, não fosse o fato de a obra envolver a derrubada de árvores de um dos maiores parques em área urbana da América do Sul, o Parque do Cocó.
Desde o início das obras, em julho, o local foi ocupado por manifestantes contrários ao projeto em execução, por vários motivos.
De fato, a obra é polêmica. Em primeiro lugar, por confiar na expansão do espaço viário como forma de solucionar o problema de congestionamento, o que significa insistir em uma falácia muito criticada pelos especialistas – os carros se comportam como gases, quanto mais espaço há, mais espaço ocuparão, pelo fato de que a melhora no tráfego estimula mais pessoas a utilizarem o carro, levando ao congestionamento novamente. Em segundo, mas não menos importante, por não ter contado com participação popular e ser uma obra que não considera um planejamento de médio e longo prazo da mobilidade da cidade, voltado para a priorização de outros meios de transporte – como a bicicleta, transporte coletivo e andar a pé – que não o carro.
Esse planejamento é um imperativo que deve ser cumprido pelos municípios até abril de 2015, como determina a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Mas é também muito mais do que isso: é um instrumento essencial para garantir que a população tenha a oportunidade de participar ativamente no momento de tomada das decisões referentes à forma como se darão os deslocamentos em suas cidades – questão intimamente relacionada à qualidade de vida e à cidade que todos nós queremos e sonhamos ter.
Resta saber quando os governantes de Fortaleza – e de outras cidades do Brasil que enfrentam o mesmo problema de obras sem planejamento da mobilidade – aprenderão essa lição e as colocarão em prática.

Tuesday, August 13, 2013

Quem financia o transporte público?

Faixa estendida na radial Leste, em São Paulo, cobra a construção de corredor de ônibus prometido na avenida. (©Greenpeace/Otavio Almeida) 

Reduzir a tarifa dos transportes coletivos e aumentar a qualidade do serviço. É possível? Nesta terça-feira, um debate realizado na capital paulista esboçou algumas respostas para a pergunta. Com o título “Alternativas para o financiamento do transporte público”, o evento organizado pela Rede Nossa São Paulo e pela Frente Nacional dos Prefeitos contou com a presença de especialistas da USP e da FGV, além do prefeito Fernando Haddad e do Greenpeace.
De acordo com os prefeitos, a solução para reduzir a tarifa do transporte público seria a municipalização da Cide, imposto sobre combustíveis, utilizado para subsidiar os custos atuais do sistema de transporte público. Eles defendem que essa redução teria impactos positivos na economia, reduzindo a pressão inflacionária.
Para Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, é importante reforçar a lógica de que, quem opta pelo transporte particular, financie o transporte público. Para tanto, Leitão aponta algumas necessidades:
“Os recursos desse imposto chegaram aos cofres das prefeituras municipais de 2004 a 2012. Para requerer seu retorno, seria conveniente que os prefeitos demonstrassem como ele foi utilizado durante este período”, afirmou Leitão.
Para ele, a participação pública nas decisões sobre o uso desses recursos é outro fator fundamental para se garantir investimentos a longo prazo.
“Como a gestão pública tem um ciclo muito curto comparado com as mudanças estruturais necessária para a mobilidade urbana, os prefeitos têm dificuldade na sua execução devido a pressões eleitorais”, complementa Leitão. “Isso causa uma síndrome de Levy Fidelix entre os prefeitos: cada um deles quer um aerotrem para chamar de seu.”
Segundo Leitão, somente uma tarifa mais baixa não é suficiente para mudar o sistema, já que R$ 0,60 da tarifa atual corresponde ao valor gasto do combustível devido ao tempo perdido no trânsito.
“Está na hora de os prefeitos radicalizarem na maneira de encarar a mobilidade urbana e lutar contra todos os subsídios ao transporte particular, desde o IPI sobre automóveis até os estacionamentos gratuitos na rua. Todo recurso deve ser direcionado ao transporte coletivo”, finaliza.
Estarão os prefeitos dispostos a encarar esse desafio?
Conheça a campanha do Greenpeace pela mobilidade urbana: www.greenpeace.org.br/cade.

Confronto em alto mar contra petróleo no Ártico

O navio russo Akademic Lazarev, que está no mar de Barents realizando testes sísmicos, visto da ponte de comando do Arctic Sunrise (© Will Rose / Greenpeace).

O navio quebra-gelo do Greenpeace, o Arctic Sunrise, está nesse momento no mar de Barents, ao norte da Rússia, protestando contra a gigante petrolífera Rosneft. A estatal russa, maior empresa de petróleo do mundo, está com uma embarcação preparada para realizar os testes sísmicos na região, primeira etapa para a exploração do óleo negro em alto mar.
No início desta manhã, quando o navio contratado pela Rosneft, Akademic Lazarev, começou a disparar canhões de som subaquático no bloco de exploração Fedynskiy, o Greenpeace abordou o navio, exigindo que ele parasse as operações imediatamente. Recentemente, a Rosneft assinou acordos com outras companhias petrolíferas internacionais, incluindo a ExxonMobil, BP e Statoil, para perfuração conjunta no mar ártico.
Após se aproximar do navio, os ativistas do Greenpeace fizeram contato com o capitão pelo rádio, exigindo que os preparativos para exploração fossem paralisados. Eles questionaram a tripulação sobre os detalhes de suas operações, incluindo os impactos e riscos ambientais para a vida selvagem, e explicaram que as operações sísmicas como essas lançam as bases para projetos petrolíferos potencialmente devastadores. Nos próximos dias, o Greenpeace continuará a protestar contra o mesmo navio em alto mar.
“O navio confirmou via radio que está operando em nome da Rosneft, e negou que está causando qualquer impacto à vida selvagem. Mas seus canhões de ar de 200 decibéis nos dizem outra coisa. Testes sísmicos podem causar danos à audição das baleias e outros animais marinhos, inclusive levando a fatalidades. No entanto, o capitão do navio se recusou a falar sobre isso e cortou rapidamente a comunicação”, disse Christy Ferguson, ativista do Greenpeace a bordo do Arctic Sunrise.
Testes sísmicos usam ondas sonoras geradas por canhões de ar para criar mapas detalhados das áreas submarinas, que determinam os locais para perfuração e exploração de petróleo. Esse tipo de atividade gera impactos significativos sobre os animais selvagens da região. O Mar de Barents é o lar de baleias, morsas e ursos polares.
Dona de mais de um milhão de quilômetros quadrados de blocos licenciados para exploração no Ártico, a Rosneft planeja perfurar o primeiro poço exploratório, o Vostochno-Prinovozemelsky-1, já em 2014. O bloco fica localizado ao lado do Parque Nacional Ártico Russo.
“Rosneft já derrama centenas de milhares de barris de petróleo em terra a cada ano - mais do que qualquer outra empresa no mundo”, disse Ferguson. “Agora, as empresas petrolíferas ocidentais estão em parceria com a Rosneft no Ártico para aproveitar a fraqueza dos regulamentos e normas de segurança, e para evitar a responsabilização pelo dano ambiental que causam.”
O Arctic Sunrise está na parte russa do mar ártico para expor e confrontar as companhias de petróleo como a Rosneft e suas parceiras ocidentais, que estão se preparando para perfurar a região atrás de petróleo. O Greenpeace está em campanha para a proibição da perfuração offshore no Ártico e na área desabitada ao redor do Polo Norte. O objetivo é que a região seja declarada um santuário global. Nas próximas semanas, o Greenpeace e as milhões de pessoas que apoiam a campanha estarão desafiando a Rosneft e outras empresas no mar, em terra e online.
Neste momento, o Ártico está sob um ataque por parte de companhias petrolíferas como nunca foi visto antes. À medida que o gelo marinho derrete, as empresas petrolíferas planejam ir além da exploração e realmente começar a produzir petróleo em águas geladas do Norte. A exploração de petróleo no duro e imprevisível ecossistema ártico é extremamente arriscada. As empresas não possuem maneiras confiáveis de evitar ou fazer cessar um derramamento de óleo, ou uma possível limpeza após o desastre. E esse risco o meio ambiente não pode se dar ao luxo de correr.

Friday, August 9, 2013

Hoje, somos todos indígenas

Não só no Dia Internacional dos Povos Indígenas, os brasileiros são todos um pouco índios (© Greenpeace/Nathália Clark). 

Neste dia 9 de agosto se comemora o Dia Internacional dos Povos Indígenas. No Brasil, eles são mais de 800 mil cidadãos, distribuídos em 230 diferentes etnias, que falam mais de 150 línguas. Os números são extensos, como também têm sido as ameaças a seus direitos adquiridos, principalmente no que diz respeito à ocupação de seus territórios tradicionais. E é em apoio a sua luta contínua que ocorre, na data de hoje, em diversas cidades do país, o Ato Indígena Nacional.
É impossível ignorar o contexto atual que ameaça aldeias Munduruku, Kalapalo, Kayapó, Yanomami, Awá-Guajá, Tikuna, Xavante, Pataxó, Tupi-Guarani, Guarani-Mbyá e Guarani-Kaiowá, dentre outras. Os problemas são muitos: serviços precários de saúde, proliferação de doenças, águas envenenadas por fazendeiros, ameaças de pistoleiros, repressão policial, trabalho escravo, prostituição, racismo nas cidades, etc. Somando-se a isso, a investida cresce progressivamente no Congresso Nacional.
São dezenas de projetos legislativos, como a PEC 215, o PLP 227 e a Portaria 303 da AGU, que atentam contra os direitos indígenas e a sobrevivência de suas populações já bastante reduzidas. Seja propondo a transferência das demarcações de Terras Indígenas ao Congresso, seja abrindo os territórios para a monocultura e o agronegócio, todos eles violam a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil, e que garante aos povos tradicionais o direito à consulta prévia sobre quaisquer projetos que afetem diretamente seu modo de vida.
Recentemente, movimentos sociais, incluindo o Greenpeace, se mobilizaram para impedir a votação em caráter de urgência do projeto que cria o novo Código de Mineração. Ele tem como prerrogativa, dentre outras coisas, permitir a atividade mineratória dentro de territórios indígenas, sem a anuência dos mesmos. Nesta quinta-feira, após a pressão das redes sociais, a presidente Dilma Rousseff deu aval para que seja retirado o regime de urgência da matéria.
Por pequenos avanços como esse, a pressão das ruas precisa continuar. Pela imediata demarcação e homologação de todas as Terras Indígenas, e contra o genocídio dos povos indígenas, acompanhe e divulgue as hashtags #DemarcarJA, #IndioPraRUA. Protejer os povos que protejem as nossas florestas é um dever não só do Estado, mas de todo cidadão brasileiro.

Cadê a faixa que estava aqui?

No Dia do Pedestre o Greenpeace convida a prefeitura de São Paulo a pintar faixas de pedestre apagadas e questiona condições de calçadas em oito capitais do país

No Dia do Pedestre o Greenpeace convida a prefeitura de São Paulo a pintar faixas de pedestre apagadas e questiona condições de calçadas em oito capitais do país. © Greenpeace/Otávio Almeida/Luzia 

A cidade de São Paulo amanheceu com um desafio para a prefeitura: preencher os “espaços vazios” das faixas de pedestre apagadas por recapeamento ou degradadas pelo tempo. Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas durante a madrugada, cobrando do governo uma infraestrutura que respeite os direitos dos pedestres. A atividade lembra o Dia do Pedestre e faz parte da campanha #Cadê?, que questiona o andamento da elaboração dos planos de mobilidade em todo o país.
O protesto aconteceu em três áreas da cidade - Itaquera, República e Butantã - e destacou seis faixas em situações inadequadas para travessia. Todas as localidades apresentam média a alta circulação de pedestres e tem especificidades importantes. Itaquera, na zona leste da cidade e com 220 mil habitantes, teve o maior número de acidentes fatais no município em 2012, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Já a faixa pintada na República, região central,  está localizada dentro da chamada Zona de Máxima Proteção ao Pedestre. No Butantã, foram destacadas faixas próximas às saídas do metrô e também à entrada do Portão 1 da Universidade de São Paulo.
Em Itaquera, as pinturas foram feitas nas ruas Rua José Oiticica Filho com a rua Ursulina D' Ángelo (em frente ao Hospital Itaquera), e no cruzamento da Rua Francisco Rodrigues Seckler com Rua Bento Vieira de Castro. Já no bairro do Butantã, na Rua Moncorvo Filho com Rua Alvarenga, na Rua Camargo com Av. Vital Brasil e no centro da cidade na Av. São João com a Rua Conselheiro Crispiniano.
Durante o dia de hoje e até domingo grupos de voluntários organizarão atividades em oito capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Recife, Brasília, Salvador) com a aplicação de “curativos” em calçadas malconservadas e que ofereçam risco aos pedestres. Também é possível encontrar a campanha na web: no Instagram, Facebook e Twitter a hashtag #BuracosdoBrasil acompanha fotos dos buracos que tanto atrapalham a vida de quem decide trilhar seus caminhos a pé.
“Apesar de hoje a responsabilidade pelas calçadas ser dos particulares, a prefeitura tem o dever de fiscalizar e garantir que a manutenção necessária seja realizada. É preciso que o assunto seja levado à população, para que a sociedade decida, coletivamente, se é justo que o poder público asfalte as ruas mas não cuide das calçadas da cidade”, afirma Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Para se ter uma ideia da importância da conservação das calçadas, dados da CET e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que os custos provenientes de quedas de pedestres somam aproximadamente 1,6 bilhões por ano aos cofres públicos do município de São Paulo. Os gastos incluem atendimento, perda de produção, reabilitação e custo social. Se esses valores fossem convertidos em investimentos para readequação e reforma de calçadas, poderiam representar melhorias para aproximadamente 20% das calçadas da cidade.
“Quando falamos de mobilidade urbana, falamos de respeito ao cidadão, que é o ator mais vulnerável nesse contexto. O que falta é promover a elaboração de um Plano de Mobilidade que atenda demandas humanas, reais e que colabore na construção de cidades para pessoas e não para carros”, complementa Barbara. “Melhorar a mobilidade urbana de uma cidade significa proporcionar às pessoas deslocamentos seguros, confortáveis e em tempo razoável, possibilitando a escolha de um meio que atenda a esses critérios e seja bom para a sociedade e para o meio ambiente”, conclui.


Tuesday, August 6, 2013

Baú do desmatamento aberto na Amazônia

Mapa da região desmatada na TI Baú, no Pará. 

A rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), é uma das portas de entrada – e saída – do desmatamento na Amazônia oriental, região alvo de observação e acompanhamento do Greenpeace há alguns anos. Em sobrevoos recentes realizados nas áreas adjacentes à estrada, nossas equipes em campo detectaram o progressivo avanço da degradação florestal, dessa vez sobre as áreas protegidas, especialmente a Terra Indígena Baú, do povo Kayapó. Isso demonstra, na prática, a consolidação da investida da bancada ruralista do Congresso Nacional contra os territórios indígenas e seus direitos adquiridos. O levantamento foi publicado em reportagem na edição de hoje do jornal O Globo.
O cruzamento de dados das últimas medições dos sistemas de monitoramento e detecção de desmatamento na Amazônia Legal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), junto com as observações em campo, indicam que 29% de uma área de 317 mil hectares vizinha à Terra Indígena Baú, às margens do Rio Curuá, foram desmatados. Coincidentemente, essa foi exatamente a área reduzida dos limites da TI, no ano de 2003, via portaria do Ministério da Justiça. A decisão foi tomada sob a pressão de proprietários rurais do município de Novo Progresso (PA), cedendo a interesses econômicos e políticos em detrimento dos socioambientais.
“Chamam atenção os pontos de acentuado desmatamento na área próxima à Baú, principalmente neste momento, em que vários projetos legislativos tentam barrar a criação, demarcação e regularização de Terras Indígenas sob o argumento de que o país tem ‘muita terra para pouco índio’. O Brasil não precisa desmatar mais para aumentar sua produção agrícola. Existem várias áreas já abertas e não aproveitadas, que podem ser utilizadas”, afirmou Rômulo Batista, da campanha da Amazônia  do Greenpeace, à reportagem de O Globo.
Segundo Batista, o desmatamento no entorno da TI Baú é um símbolo do que pode ocorrer se forem alteradas as regras de demarcação e uso das Terras Indígenas, como querem os parlamentares ligados à ruralistas. “O desmatamento começou depois da desafetação da área”, explicou.
Degradação passada, desmatamento futuro
No último ano, registros aéreos de desmatamento e embargos de grandes áreas por atividades ilegais nesta região reduzida da TI Baú foram detectados continuamente, demonstrando que as pressões da exploração predatória na região cresceram de forma extremamente agressiva e desordenada durante a década que sucedeu a redução da área. As consequências foram, basicamente, destruição de floresta nativa pela exploração predatória por espécies de alto valor comercial, perda irreparável de biodiversidade, criação de mais áreas de pasto e novos focos de monocultura para plantio de soja.
Até 2012, o PRODES (Sistema de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal) detectou um total de 10907 hectares de floresta perdida somente no entorno da TI Baú (área assinalada na janela de zoom do mapa acima). Desse total, aproximadamente 50% foi desmatado somente no último ano – de agosto de 2011 a junho de 2012.
De acordo com o DETER (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que mede os alertas de desmatamento mês a mês, de agosto de 2012 a maio de 2013, o total desmatado foi de 10168 hectares, quase o mesmo número que mostra o acumulado do Prodes. Isso significa que, se compararmos o PRODES e o DETER, apenas nos últimos dez meses foi desmatada uma área igual ao desmatamento acumulado até 2012.
Na última medição do DETER, com dados de maio de 2013, o Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) apresentou uma área de 2741 hectares, embargada recentemente, no distrito de Castelo dos Sonhos (PA), no entorno da BR-163.
Questionado sobre essa perda florestal, o Ibama afirmou ser a mesma área que a equipe de pesquisa do Greenpeace identificou na região da TI Baú, em duas ocasiões distintas. No mês de março deste ano, nossas equipes fizeram registro aéreo georreferenciado da região, e em junho, com outro sobrevoo pela mesma área, foi constatada relevante ampliação do desmatamento (confira o comparativo nas imagens abaixo).



Imagens aéreas mostram resultado de crescente desmatamento nos limites do sudoeste da Terra Indígena Baú (PA). As fotos estão localizadas no mapa pelos losangos verdes (Otávio Almeida 20/03/13) e amarelos (Marizilda Cruppe 12/06/13).

Monday, August 5, 2013

Por mais participação no Código de Mineração

No dia 16 de julho, um twitaço com a hashtag #GolpePLP227Não incomodou muita gente. Pouca gente, na verdade, mas com muito poder de fogo – a bancada ruralista do congresso e do senado.
Em discurso acalorado na plenária, no dia seguinte à ação na rede social, o deputado e relator do Projeto de lei complementar 227, Moreira Mendes (PSD-RO) chamou ambientalistas de “ongueiros”, antropólogos de “quadrilheiros”, ativistas de “agourentos de plantão” e classificou a mobilização popular como “uma coisa bem encomendada”. Mas a gritaria não intimidou quem luta pela manutenção dos direitos adquiridos pelos povos tradicionais de nossa terra.
O PLP em questão busca usar o próprio artigo 231 da Constituição, em seu parágrafo 6º, para impor exceções ao direito de uso exclusivo das terras tradicionais por seus povos em caso de “relevante interesse público da União”.
Em outras palavras, significa basicamente uma legalização para abertura de estradas, exploração mineral, novos focos de monocultura e megaprojetos hidrelétricos dentro de Terras Indígenas sem qualquer necessidade de consulta prévia, conforme prevê a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Pior: a depender de um consenso entre os Ministros de Minas e Energia, Casa Civil e Relações Institucionais, Lobão, Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, que se reúnem hoje, é possível que o Projeto de Lei 5807, que define o novo marco regulatório da mineração – outro verdadeiro atentado aos direitos dos povos tradicionais, passe a tramitar nos canais oficiais em regime de urgência.
O deputado Moreira Mendes, ainda em seu discurso no dia 17, falou em “compromisso com a ética e discussão sadia”. Mas age nos bastidores, junto aos seus pares da bancada ruralista, pelo regime de urgência, acabando com qualquer possibilidade de discussão, sadia ou não. E acusa entidades com contas abertas que lutam contra sua proposta “de querer usar os índios como massa de manobra para interesses escusos” enquanto registra, dentre os principais doadores de sua campanha eleitoral em 2010 empresas e entidades de setores muito particulares, como Bunge Fertilizantes S/A, Assoc. Nacional da Ind. De Armas e Munições e Agropecuária Itauna Ltda, por exemplo.
A sociedade brasileira reconhece o papel dos índios como os principais guardiões e promotores da preservação e manutenção das florestas e, consequentemente, da vida. Se você também não aceita que o Congresso Nacional promova a extinção dos povos indígenas do Brasil, participe do tuitaço desta segunda-feira, use a hashtag #UrgenciaNao.
Ajude a salvar as florestas brasileiras. Assine pelo Desmatamento Zero.
Entre para a Liga das Florestas

A eterna resistência dos Awá-Guajá

O desmatamento é uma ameaça constante à vida dos Awá-Guajá, no Maranhão (©Greenpeace/Eliza Capai). 

Durante o fim de semana, o jornal O Globo publicou uma série de reportagens sobre o povo Awá-Guajá, um grupo de pouco mais de 400 indígenas de recente contato, que povoa o que resta de mata nativa no estado do Maranhão. A história de resistência contra o desmatamento e o extermínio da população conhecida como a “mais ameaçada do planeta” foi documentada pela repórter Míriam Leitão e pelas lentes do renomado fotógrafo Sebastião Salgado, durante expedição pela Aldeia Juriti. Recentemente, na semana em que se comemora o Dia do Índio, o Greenpeace também esteve na Terra Indígena Caru, relatando o cotidiano de luta dos Awá pela sobrevivência de seu povo e da floresta que eles habitam e protegem.
Cercados por municípios que dependem da extração de madeira, os Awá são um dos últimos povos caçadores e coletores. “Historicamente, toda a subsistência deles está na caça e na coleta. Eles dependem diretamente da floresta para viver”, explicou ao Greenpeace o antropólogo Uirá Garcia, professor da Unicamp que estuda esse povo há mais de dez anos, e que também acompanhou a equipe de O Globo.
Junto com a Reserva Biológica do Gurupi, o território dos Awá-Guajá forma um mosaico de áreas protegidas, chamado "Mosaico Gurupi". Mesmo sendo uma região com alto nível de proteção ambiental, dentro dessa área também estão grileiros e madeireiros que derrubam inconsequentemente a floresta, encurralando os índios. “Essa área da Amazônia é única, porque é a porta de entrada da floresta, e algumas espécies só existem lá”, diz a reportagem.
Os Awá estão fugindo do contato com os brancos por quase 500 anos, para preservar sua forma de viver na floresta. É das árvores e da mata densa que eles tiram o seu alimento, a certeza da continuação de seu povo. Eles foram contatados a partir de 1979, e alguns indivíduos permanecem fugindo. Apesar de sua terra já estar demarcada, homologada e registrada pela União, eles enfrentam uma ameaça real. Ainda que a Justiça já tenha determinado a retirada dos não índios de seu território, os Awá temem pela própria sobrevivência.
“Ao ficarem tão aferrados, tão vinculados à terra, esses índios estão na verdade prestando um serviço ambiental a todos os brasileiros. Nós precisamos da floresta também, nós precisamos que eles estejam lá. Precisamos que eles sobrevivam. Precisamos dessa sociodiversidade que o Brasil tem. O Brasil precisa da sua diversidade – de gente e de floresta. Eles ajudam”, diz o depoimento emocionado de Miriam Leitão em um dos vídeos publicados no portal online do veículo.