Empresas que estão explorando madeira em áreas que são habitat de animais ameaçados têm recebido selo FSC
O FSC (Conselho de Manejo Florestal, da sigla em inglês) é um sistema
de certificação criado para garantir que produtos de madeira sejam
feitos a partir de práticas social e ecologicamente responsáveis. E
justamente por isso, desde sua criação, há 20 anos, tem sido apoiado por
quem se importa com conservação.
Porém, ultimamente o Greenpeace vem se preocupando com os crescentes
casos em que o certificado é concedido a operações que seguem padrões
frágeis, como no sistema de “madeira controlada” da FSC. Essa
classificação visa a orientar produtores a não usar madeiras que têm
origem controversa, como de extrações ilegais, áreas de conflito social
ou de alto valor de conservação.
Esta semana, o Greenpeace divulgou um estudo de caso – o terceiro de uma série
– mostrando que a ‘madeira controlada’ que vem da maior empresa
madeireira do Canadá – a Resolute Forest Products – tem origem em uma
enorme área onde há conflitos entre comunidades aborígenes e
madeireiras, além de ser habitat de espécies que estão em risco.
A área onde a companhia está autorizada a explorar é gigante: 120
milhões de hectares – o tamanho da França, Alemanha e Reino Unido
juntos! Um mapeamento feito pelo Greenpeace revela que várias áreas
dessa mesma região estão ameaçadas, e precisam de medidas urgentes de
conservação.
Madeira que vem de uma imensa região como essa não deveria entrar no
sistema FSC sem critérios muito rigorosos. Principalmente quando se sabe
que há espécies em risco e conflitos na área.
Como um de seus membros fundadores, o Greenpeace acredita que o FSC
ainda é o mais confiável sistema de certificação florestal que há hoje.
Mas para que ele não perca credibilidade entre os consumidores – e entre
nós – o FSC precisa garantir que os processos de certificação sejam
mais rigorosos, como no caso das ‘madeiras controladas’.
O caso da empresa Resolute Forests, do Canadá, é o terceiro de uma
série em que estamos mostrando os exemplos bons e ruins do FSC ao redor
do mundo. Para saber mais dos outros casos,
*Catharine Grant é da campanha de Florestas do Greenpeace no Canadá
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