Thursday, November 29, 2018

This is what a UN climate conference looks like. And why we need YOUR voice heard!

by Juliet Perry




If you didn’t know, there’s a UN climate change conference about to begin in Poland – and it’s a big one.
COP24, as it’s known, kicks off this weekend. For the next two weeks, a number of very smart experts and politicians will be locked in meeting rooms in a conference centre in Katowice trying (we hope) to move the Paris Agreement forward and ramp up climate commitments.
And it’s in moments like this that our voices really need to be heard. So here’s your chance!

David Attenborough, zoologist, television journalist and broadcaster, 27 September 2011. © Martin Godwin/Getty Images
Sir David Attenborough is inviting us – the normal people – to contribute to his opening address. You just have to say your piece with the hashtag #TakeYourSeat on Twitter, in the hope that his speech to delegates will reflect a number of voices from across the world.
The venerable David Attenborough makes a good point. The issue with ‘conferences’ is they sound dry and exclusive — not open to the rest of us. But the reality is they set the goals and rules for how we intend to limit emissions and, well, ultimately save our planet.
In September, I went to my first ever UN climate change conference on the implementation of the Paris Agreement. It sounds tedious, but stay with me. Unfortunately the term ‘climate change’ is too often guilt-inducing, depressing and encourages a sense of helplessness. But what was exciting about this UN meeting was the opportunity to see first-hand how nations are coming together to actually do something about the problem.
I had high hopes, and in lots of ways my optimism was well founded. I saw what it like with NGOs, Greenpeace included, directly lobbying decision makers to get the best possible outcome. I saw nations come together to work on a framework of rules and timeframes for action that should free governments to make full commitments at the upcoming conference in Poland, COP24.
But what I wasn’t expecting was the deep complexity of the subject, the circular conversations, or the number of words thrown around that I really struggled to understand.
Learning to speak “climate” is a bit like learning to speak code. Sentences like 14(a). Scope of and modalities for the periodic assessment of the Technology Mechanism in relation to supporting the implementation of the Paris Agreement are thrown around and everyone nods. Very. Seriously.
Occasionally someone cracks a climate science joke (yes, that’s a thing) and everyone titters. It’s really hard, and you have to really want to follow it.
What struck me the most is that delegations really are just working on words on a document.
I had imagined they’d be operating differently somehow, in a way I wouldn’t recognise. But instead, imagine the whole world in a Google document for up to 18 hours a day, and you’re getting close to what working on a ‘rule book’ for the Paris Agreement looks like. And it’s not just any Google doc, it’s one that could maybe save our climate and ourselves. The fate of the oceans, the forests, the animals all potentially resting on… a Google document!
The problem for someone who works in communications, like I do, is that documents are not sexy. That’s not how we imagine people saving the planet. Sure, we imagine people fighting aliens, yes. People who fly, yes. Men dressed as bats, women dressed as cats, both yes. But never a complicated document.
I have a newfound appreciation for the realities of what the parties involved in the Paris agreement are trying to do. But the thing is, this is an issue that concerns every single one of us. It especially concerns the huge swathes of people living in climate vulnerable developing countries who have never gone anywhere near a Google doc, let alone a UN building.
Kids for Earth Demonstrate at COP23 in Bonn © Bernd Lauter / Greenpeace
Members of the Greenteams demonstrate for more climate protection under the motto “Kids for Earth” at the COP23 in Bonn. The approximately 400 children marched through the city to present their demands to the world’s politicians to do their best to achieve the climate target agreed on in Paris in 2015.  © Bernd Lauter / Greenpeace
And the longer our representatives feel free to roam the halls of power ruminating over politics and technicalities, using language that either terrifies the average person or bores them to tears, the harder it’s going to be for all of us – especially as we increasingly face the very real impacts of climate change
There are still reasons for hope, as the recent UN’s special report on climate change revealed. So, as the curtains draw back on the next climate showdown in Poland, I encourage you to join me in demanding action from the delegates making the decisions.
Let’s not let them get comfortable or lost in complex language. Instead, let’s take our seat right next to them and demand to be heard in ways we can all understand — before it’s too late.
Donate a tweet and find out how else you can get involved here!
Juliet Perry is a Communications Officer with Greenpeace International, based in Hong Kong. She’s supporting the Greenpeace delegation at this year’s COP24 in Poland.

Brasil envergonha a agenda climática

por Greenpeace Brasil

Nomeação do Brasil para sediar a Conferência de Clima da ONU (COP) é cancelada devido ao novo governo de Jair Bolsonaro
Floresta sendo queimada por incêndio
A perda de florestas, seja por queimadas ou pelo corte ilegal, é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa do Brasil, que contribui para o aquecimento global © Daniel Beltrá / Greenpeace
Em setembro deste ano, o governo brasileiro havia formalizado na ONU (Organização das Nações Unidas) a vontade de sediar a COP-25, em 2019, no Brasil, após entrar em acordo com países da América Latina. A Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas é organizada anualmente e reúne diplomatas, líderes políticos e representantes da sociedade civil do mundo inteiro para negociar um enfrentamento pacífico do aquecimento global e de seus impactos para o planeta e para as pessoas. O passado diplomático do país em defesa do meio ambiente foi ressaltado, e a importância do Brasil na luta para conter as mudanças climáticas foi decisiva para a conferência ser confirmada em solo brasileiro.
Porém, passados dois meses, o governo brasileiro retirou a candidatura já formalizada, alegando a transição de governo e restrições orçamentárias como principais razões. Na verdade, o governo de Michel Temer já recepciona as decisões desastrosas daquele que se caracteriza como “o novo”, mas que de novo carrega apenas o título de governo.
“Voltar atrás na decisão de sediar a COP não é apenas uma perda de oportunidade de afirmar o Brasil como uma importante liderança na questão do clima. O gesto é uma clara demonstração da visão de política ambiental defendida pelo novo presidente, que revela ao mundo o que já havia dito aos brasileiros durante a campanha eleitoral; em seu governo, o meio ambiente não é bem-vindo“, afirma Fabiana Alves, especialista da campanha de Clima do Greenpeace Brasil.
Durante a corrida eleitoral, Jair Bolsonaro já havia desfilado um vasto menu de ameaças ambientais. Entre eles, afirmou que sairia do Acordo de Paris. Ainda nesta agenda, destaque para a recente escolha de Ernesto Araújo como novo chefe do Itamaraty. O anunciado ministro acha que as mudanças climáticas não passam de uma espécie de grande conspiração internacional, algo que serviria como uma agenda de dominação global.
Já os mais de 190 países que assinam o Acordo de Paris e as centenas de cientistas de diversas nacionalidades que compõem o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) discordam dos achismos do novo ministro. De acordo com o último relatório publicado pelas Nações Unidas, que reuniu mais de 6.000 estudos, as mudanças climáticas são reais, representam um dos maiores desafios da humanidade, e temos muito pouco tempo para agir.
“As mudanças climáticas já atingem milhares de pessoas ao redor do mundo. Virar as costas para este problema é, antes de tudo, virar as costas para as populações mais pobres. São elas que sentirão primeiro os efeitos de um planeta mais quente, com consequências graves como a escassez de água e dificuldades para a produção de alimentos”, diz Fabiana.
É do Acordo de Clima que saem as metas para conter as emissões de gases de efeito estufa. Na conta do Brasil, isso significa principalmente acabar com o desmatamento e promover energia limpa a fim de assegurar um país e um mundo em que a biodiversidade possa ser conservada, que eventos extremos não destruam vidas e que os direitos das pessoas sejam assegurados. Porém, a retirada da candidatura brasileira ocorre no momento em que a Amazônia registra alta de 14% na taxa de desmatamento.
No Brasil, o equilíbrio climático é fundamental principalmente para setores como a agricultura, que tem importante participação na economia. Assim, fazer mais pelo clima é uma questão de lógica estratégica para o país. Infelizmente, este campo parece não ser o forte do próximo governo.

Wednesday, November 28, 2018

Mais um ano, mais um Dia de Doar

por Roberta Ito

E mais um desafio que nos aguarda.

Ativistas e Voluntários em uma ação de corrente humana em Berlin. © Ruben Neugebauer
Ativistas e Voluntários em uma ação de corrente humana em Berlin. © Ruben Neugebauer
Todo ano nós do Greenpeace nos preparamos para trazer novidades no Dia de Doar e comemorar as vitórias que conseguimos graças a todos aqueles que doam para nós porque acreditam no trabalho que fazemos!
Nossos doadores não oferecem apenas dinheiro. Eles doam tempo e doam um pouco de suas vidas para que, juntos, possamos fazer um futuro melhor para o planeta.
Semana passada nós perguntamos no Instagram “o que para você significa doação?”. E recebemos diversas respostas que aqueceram nossos corações 😊 Nos disseram, por exemplo, que doar é “dividir”, é “compartilhar sem esperar algo em troca”, “ser espontâneo” e “abrir mão”. Impossível discordar dessas palavras.
É por isso que nós do Greenpeace nos dedicamos tanto ao que fazemos. É para compartilhar com vocês o sonho de um futuro em paz, no qual nossas florestas estão sempre protegidas e os animais que hoje estão ameaçados de extinção estão seguros! Nesse futuro, saberemos que nos extremos polos do planeta, o gelo ainda derreteu, pinguins e ursos polares vivem tranquilamente em santuários de proteção.
Doar é acreditar! É acreditar que o nosso trabalho é – e sempre será – pensando no bem-estar do próximo. É pensar que a nossa vida está de alguma forma linkada com as demais vidas ao nosso redor! Doar é, então, acreditar numa vida melhor para todos.
Obrigada a todos que acreditam nisso também!💚💚💚

sobre o(a) autor(a)

Responsável por Web Analytics e Captação de Recursos Online do Greenpeace Brasil. Aprendeu o que é ativismo vivendo dentro da organização há 5 anos. Gamer e druida nas horas vagas!

Saturday, November 24, 2018

Desmatamento na Amazônia cresce 13,7%, o maior dos últimos 10 anos

por Greenpeace Brasil

7.900 km² de vegetação foram destruídos ao total, cerca de 1,18 bilhão de árvores

Ao final da temporada de fogo na Amazônia, o Greenpeace esteve em campo para registrar o estrago deixado pelas queimadas, na região entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia © Daniel Beltrá / Greenpeace
O desmatamento na Amazônia Brasileira registrou um aumento de 13,7% entre agosto de 2017 e julho de 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pelo monitoramento da cobertura nativa da maior floresta tropical do planeta. Mesmo com o aumento no número de autuações e apreensões no mesmo período, o Brasil perdeu, nesse último ano, uma área total de 7.900 km², equivalente a 987.500 campos de futebol, 5,2 vezes a cidade de São Paulo. Representa ainda cerca de 1.185.000.000 (um bilhão, oitocentos e cinquenta milhões) de árvores, aproximadamente, considerando 1500 árvores por hectare. Por quê?
Grande parte das respostas estão em Brasília. É do centro do poder que emana o estímulo constante ao crime ambiental nos rincões da Amazônia. A bancada ruralista, com apoio de uma parcela do governo, vêm apresentando uma série de propostas que terão impacto direto na proteção das florestas, seus povos e do clima do planeta: Lei da Grilagem, flexibilização do licenciamento ambiental no Brasil, ataque aos direitos indígenas e quilombolas, adiamentos do Cadastro Ambiental Rural (CAR), tentativas de redução de áreas protegidas e paralisação das demarcações de Terras Indígenas, entre outras.
“Esse conjunto de propostas beneficia quem vive de desmatar a floresta, grilar terras e roubar o patrimônio natural dos brasileiros. As consequências estão traduzidas agora nos números da destruição da Amazônia”, afirma Romulo Batista, da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Além disso, coloca em risco, inclusive, a contribuição do país para o Acordo de Paris”, complementa.
O fim do desmatamento na Amazônia continua sendo uma demanda crescente do mercado, que não quer mais consumir produtos manchados pela destruição florestal ou por violações de direitos. Portanto, a destruição da floresta também afeta o bolso dos brasileiros.

E pode ficar pior…

O país obteve expressiva melhora no combate ao desmatamento entre 2004 e 2012 através de um conjunto de ações por parte do governo, do setor privado e da sociedade, como a criação de áreas protegidas e Terras Indígenas, ações de fiscalização no campo e acordos de mercado para tirar o desmatamento das cadeias produtivas de soja e gado proveniente da Amazônia. Esse esforço integrado resultou na queda de cerca de 80% do desmatamento no período.
Mas, a depender do governo Jair Bolsonaro, as previsões para a Amazônia (e para o clima) não são boas. O presidente eleito prometeu atacar exatamente o que fez o desmatamento diminuir. Ele pretende liberar exploração de Terras Indígenas e Unidades de Conservação e enfraquecer o poder de fiscalização do Ibama. Tudo o que funcionou no combate à destruição florestal está sob ameaça. Se concretizadas, essas propostas levarão a uma explosão da violência no campo e colocarão em risco a esperança climática do planeta.
“Não são apenas as árvores que tombam, pois o desmatamento na Amazônia vem sempre acompanhado de violência e conflitos sociais”, avalia Romulo. Não à toa, o Brasil lidera o triste ranking de país mais perigoso para defensores ambientais, com 57 dos 207 assassinatos em 2017, de acordo com levantamento feito pela Global Witness.
A Amazônia é fundamental para manter o equilíbrio do clima global – e a maior parte das emissões brasileiras de gases do efeito estufa provém da devastação das matas. A floresta é, ainda, responsável por regular o regime de chuvas que caem em outras regiões do país, como o Centro-Oeste, base do agronegócio nacional. Estudos indicam que é possível duplicar a produção agropecuária brasileira sem desmatar mais nenhum palmo de terra. Além de manter mercados, o desmatamento zero é um estímulo ao desenvolvimento de outras alternativas econômicas em harmonia com a floresta e seus povos.
Diga não a esse absurdo, assine o manifesto Segure a Linha!

Planejamento energético para 2027 projeta um Brasil mais sujo e ameaçado

por Marcelo Laterman


Visão aérea da barragem Teles Pires, no rio Tapajós. Barragens como essas trazem impactos a povos indígenas e comunidades ribeirinhas e ameaçam o bioma da Amazônia, onde os rios são fundamentais para a regeneração e distribuição de espécies vegetais e a sobrevivência da flora local. Foto: @Rogério Assis / Greenpeace
O Greenpeace vê com preocupação os rumos do planejamento energético do país. Em outubro, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentou a proposta para o Plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE 2027), que está aberta para sugestões até o dia 27/11/2018 através de Consulta Pública. Fizemos nossas contribuições neste documento.
Por mais que haja um capítulo inteiro destinado à questão socioambiental,  a preocupação fica na esfera retórica e não reflete em um futuro mais limpo e socialmente justo. Segue aqui o resumo de algumas das contribuições à EPE, dividido em tópicos:
Premissas equivocadas
O PDE parte de premissas macroeconômicas equivocadas, pois superestima a previsão de crescimento médio do PIB em 2,8% ao ano durante a próxima década. Outro problema é desconsiderar a redução na emissão de gases de efeito estufa (GEE) no setor energético – pelo contrário, indica o aumento de emissões – mesmo diante do novo relatório do IPCC que aponta para a necessidade de mudanças drásticas em termos de produção e consumo de energia para limitar o aquecimento global ao cenário de 1,5ºC. Em suma, não há disposição alguma para uma transição para fontes limpas e renováveis.
O Plano suja nossa matriz elétrica
Um exemplo disso é a perspectiva de expansão do parque de termelétricas movidas a carvão mineral, tanto com a entrada em operação de uma nova usina, como com a requalificação das antigas. Essa indicação deve ser descartada dos planos do governo, em linha com o movimento global de redução da participação da fonte – a maior vilã do setor elétrico mundial para as mudanças climáticas.
O PDE prevê ainda o incremento de um total de 17 mil MW na oferta por termelétricas a gás natural. Isso elevaria a participação da capacidade instalada dessa fonte fóssil de 8% em 2018 para 16% em 2027. Em vias de comparação, a participação da fonte eólica, hoje proporcional à de gás e comprovadamente mais viável economicamente, está estimada em apenas 12% em 2027.
Às fontes limpas e renováveis, no entanto, foram impostos tetos de contratação anual, que limitam seus crescimentos respectivos. Ainda que se indique o mínimo de 1 mil MW/ano para a expansão da fonte solar fotovoltaica, a determinação de um máximo de 2 mil MW/ano para esta e também para a fonte eólica a partir de 2023, é um fator inibidor da transição para uma matriz elétrica limpa para o Brasil.

Em termos de geração distribuída (GD), que consiste principalmente na geração solar descentralizada, a expectativa de adoção da tarifa binômia já em 2020 reduz quase pela metade sua participação em 2027 – de 21 GW para 11,9 GW. O PDE justifica essa mudança tarifária sem considerar os inúmeros benefícios sistêmicos da GD, além de menosprezar a vertiginosa redução de preços dos sistemas fotovoltaicos nos últimos dois anos.     
O Plano ameaça povos tradicionais e ecossistemas sensíveis
Quase todo o potencial hidrelétrico de médio e grande porte está na Amazônia e 98% de sua expansão interfere em áreas legalmente protegidas, como terras indígenas (TIs) e unidades de conservação (UCs). Propomos, assim, que os planos de construção de grandes empreendimentos energéticos em ambientes social e ambientalmente sensíveis – como é o caso da UHE Bem Querer/RR e da UHE São Luiz do Tapajós/PA – sejam descartados do PDE 2027.
A previsão de produção de petróleo e gás natural em terra também ameaça áreas sensíveis na Amazônia. Os critérios de exclusão por motivos de restrição ambiental, citados no Plano, estranhamente, não incluem os blocos de exploração nas Bacias do Solimões, do Parnaíba, da Foz do Amazonas e do médio Amazonas – todas áreas próximas a áreas legalmente protegidas. Entendemos, portanto, que esta exploração deve também ser retirada do Plano.
Considerações finais
O crescimento da demanda futura de energia impõe desafios no planejamento, mas ele deve ser encarado como uma oportunidade para o melhoramento e limpeza da nossa matriz energética e o que se lê no PDE 2027 é o contrário. Falta visão estratégica, ambiciosa, e sobra retrocesso.
  • Medidas de eficiência energética foram subestimadas – como a importância da geração distribuída perto dos centros de carga.
  • Petróleo e gás natural seguem concentrando a maior parte dos investimentos previstos para o decênio (até US$ 406 bilhões em E&P), o que é incompatível com uma perspectiva de descarbonização do país.
  • O Plano privilegia a oferta de energia elétrica por fontes fósseis, como carvão e gás natural, que deveriam ser superadas.
  • O crescimento de renováveis modernas, como eólica e solar, esbarra em limitações técnicas, enquanto seus benefícios são subestimados.
  • Voltam os grandes projetos hidrelétricos em áreas sensíveis na Amazônia.
Este resumo deixa clara a contradição ao que o PDE apresenta como referência de suas análises: “questões associadas à minimização dos impactos socioambientais na produção, geração e transmissão de energia e às discussões em âmbito nacional e internacional sobre mudança do clima”.

Friday, November 23, 2018

World wakes up to Oreo’s dirty palm oil secret

by Emily Hall

Wonderfilled. That’s the slogan that the self-proclaimed ‘world’s favourite cookie’, Oreo, has been using over the last years.
They have created numerous videos, tv campaigns and even a song about it! But little is known about the dark side of this not-so-wonderfilled cookie…

The makers of Oreo, Mondelez, still buy palm oil from the world’s largest and dirtiest palm oil trader in the world: Wilmar. Its palm oil is associated to one of the main suppliers linked to forest destruction and human right abuses across Indonesia.
Italy, Japan, France, Indonesia, you name it! The world is waking up to the fact that there are companies producing palm oil, an ingredient in Oreo cookies, that are still trashing rainforests, and Mondelez is using their palm oil. 
Outrageous, isn’t it? Well, Oreo’s dirty secret is not safe anymore.

Over the past week, hundreds of Greenpeace volunteers from all over the world have taken to the streets to help spread the word about the destruction behind ‘the world’s best selling cookie’ and its parent brand.
The future of our forests and the lives that depend on them is in our hands.
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Campaign Event in London. © John Cobb
Greenpeace volunteers in Camberwell, London, campaign against the use of dirty palm oil. © John Cobb
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Campaign Event in France. © Maïté Baldi
Greenpeace volunteers hold a public campaign activity in several French cities to raise awareness on dirty palm oil and the Oreo brand. © Maïté Baldi
'Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil' Event in Malaysia.
Greenpeace volunteers with placards in front of Dataran Merdeka, Kuala Lumpur, urge the makers of Oreo, Mondelēz, one of the world’s biggest brands, to drop their suppliers of dirty palm oil. © Greenpeace
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Italy.
A Greenpeace volunteer poses with a placard urging Oreo to Drop Dirty Palm Oil in Bari, Italy. © Greenpeace
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Italy.
Members of the public pose with a placard urging Oreo to Drop Dirty Palm Oil, in Bari, Italy. © Greenpeace
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Jakarta. © Jurnasyanto Sukarno
Greenpeace campaigners at at Car Free Day at Hotel Indonesia in Jakarta ask members of the public to urge the makers of Oreo, Mondelēz, to drop their suppliers of dirty palm oil. © Jurnasyanto Sukarno
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Jakarta. © Jurnasyanto Sukarno
A member of the public poses with a badge during a Greenpeace campaign event at a Car Free Day event at Hotel Indonesia roundabout in Jakarta. © Greenpeace
© Jurnasyanto Sukarno
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Jakarta. © Jurnasyanto Sukarno
Greenpeace volunteers with placards ask members of the public to urge the makers of Oreo, Mondelēz, one of the world’s biggest brands, to drop their suppliers of dirty palm oil. © Jurnasyanto Sukarno
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Event in Jakarta. © Jurnasyanto Sukarno
Greenpeace campaign event at a Car Free Day event at Hotel Indonesia roundabout in Jakarta. © Jurnasyanto Sukarno
Tell Oreo to Drop Dirty Palm Oil Campaign Event in France. © Maïté Baldi
Greenpeace volunteers label Oreo boxes in French supermarkets with stickers that say “Oreo : deforestation taste”. © Maïté Baldi
Over a million people have signed our petition asking Oreo to stop buying palm oil from forest destroyers. Join them!
Emily Hall is Greenpeace’s International Forests Volunteer Coordinator.

Thursday, November 22, 2018

The world’s first online climate summit kicks off today. Here’s why you should care


© Genevieve French / Greenpeace
Stick dancers performing a ceremony to launch canoes in the Marshall Islands. © Genevieve French / Greenpeace
1 – With the end of the year almost in sight, it’s probably safe to declare that 2018 was the climate year
Fires raged, temperatures soared and hurricanes hit. The IPCC report science confirmed what we already suspected: we’re living in a changed world, and it’s only going to get worse. There has rarely been a more appropriate time to get involved with the climate debate, which means there’s never been a better time to apply pressure on developed nations who can step up and help move the needle on issues like carbon emissions.
Hurricane Harvey Flooding Rescue in Texas © Mannie Garcia / Greenpeace
Lee Terrell paddles his kayak on flooded Highway 249 with his dog, Samson, during Hurricane Harvey in Houston. © Mannie Garcia / Greenpeace
2 – The Climate Vulnerable Forum’s Virtual Summit (yes it’s a mouthful) is being hosted by the Republic of the Marshall Islands in the Pacific
Despite being amongst the most threatened by climate change, are setting an example and showing genuine climate leadership. In September this year, President of the Marshall Islands Hilda Heine announced a plan to power the Marshalls with 100 percent renewable energy and achieve net zero emissions by 2050!
Activists in the Marshall Islands © Greenpeace
Activists in the Marshall Islands ahead of the Climate Vulnerable Forum © Greenpeace
3 – In fact, The Climate Vulnerable Forum (CVF) is entirely made up of developing countries on the absolute frontlines when it comes to our warming planet
And while you may not have heard the name before, the whole world is indebted to the tireless work of CVF members who helped put the importance of keeping global temperatures below 1.5 degrees on the agenda. The Paris Agreement and the existing UNFCCC language around 1.5 degrees are both results of the activities of the CVF, and Pacific Island leaders especially. Kudos!
Students in the Marshall Islands © Greenpeace
Students in the Marshall Islands call for governments to step up and keep global temperatures below 1.5 degrees. © Greenpeace
4 – This summit is perhaps the critical global political moment before the UN Climate Change Conference (COP24)
It puts the biggest polluters to shame that the countries hit hardest by climate change are also the ones leading the fight against global warming. COP will offer a collective opportunity to highlight the urgent need for world governments to step up their game when it comes to climate change. They will have to prove they’ve heard the world’s vulnerable and show they’re willing to wake up – and act fast.
Impacts of Cyclone Donna in Vanuatu © Pedro Armestre / Greenpeace
Damage by Cyclone Donna on Efate island, Vanuatu. The storm was a category 4 on a scale of 5, and impacted the archipelago despite being out of the usual tropical cyclone season. © Pedro Armestre / Greenpeace
5 – It’s all online
No delegations in planes, so totally carbon friendly AND you can get involved from the comfort of your own home. Winner!
Kelvin Anthony is Head of Pacific Net at Greenpeace Australia Pacific

Little drops of water… make the mighty ocean

by Alkis Kafetzis


Today, on World Fisheries Day, it is important to reflect on the future we want to see:
© Philip Reynaers / Greenpeace
Small scale fisherman Fisherman on Andros Island © Philip Reynaers / Greenpeace
The small-scale fishing sector is a force of innovation, pushing for new ways of producing and consuming food. Small-scale fishers around the world have seen the benefits that comes with ensuring and proving sustainability. They have adapted best practices and have become ambassadors of low-impact fishing. A new seafood market is connecting them with millions of consumers that base their choices on modern meanings of quality that goes beyond specific species and gives value to the story of the product and its power to create strong links between the consumer, the producer and the planet. Consumers are no longer just passive buyers of seafood, but are part of a community that takes cares of the ocean and its people. This community is wide and deep, as it brings together low impact fishers, restaurateurs, consumer groups, progressive retailers and brokers, experts on fisheries, cooperative economy pioneers, marketing professionals, local authorities, NGOs and grassroots groups.
We can already see changes shining through the cracks of the current seafood industry that pushes the oceans and the small scale fishers to the brink of collapse. Pioneering low impact fishers and market players see the rising demand for fair and sustainable seafood and are taking advantage of the tools provided by emerging technology to open new paths for their products and tell their story that sets them apart and above the rest. Peer to peer platforms are nourishing new type of connections between different players; connected devices (internet of things) provide real-time data on fishing and other related activities; social media networks give producers the opportunity to reach new and wider audiences; digital public ledgers (e.g. blockchain) offer new possibilities for a decentralized governance.
"Fish Fairly' Global Week of Action in Greece © Greenpeace
Local people show their support for Greenpeace’s ‘Global Week of Action’ against overfishing in Greece in 2014. © Greenpeace
These initiatives are still drops in the ocean of a market that is based on low values and high volumes. They are, however, making a blueprint for a transition to a fairer model. There is an evident need for a movement — a community of similar minded people — that will nourish this emerging vision, set it up on stronger foundations and overturn the existing market.
Greenpeace is publishing its Roadmap to Fair Fisheries as a call to action. In the coming months our work will focus mainly in Greece, Italy and Spain, though our ambition is to connect with players on a global scale.
© Philip Reynaers / Greenpeace
Giannis Zotalis, a local fisherman on Andros Island at work met by Greenpeace during the European journey to support sustainable fishing. Fisherman on Andros Island © Philip Reynaers / Greenpeace
This transition is already coming to life across the planet by a wide movement of people and organisations fighting to change the way we produce and consume our food. Greenpeace recognises their efforts and successes to establish an alternative food system. With this publication, Greenpeace wants to express its solidarity to them, stand by their side and invite them to explore together the pathway for a fair and sustainable future for our oceans.
If you want to play a transformative role in shaping a new fisheries economy together with Greenpeace please get in touch here: fair.fisheries@greenpeace.org

Alkis Kafetzis is an oceans campaigner with Greenpeace Greece

Generosidade em oferta: participe do Dia de Doar

por Roberta Ito

O Dia de Doar 💛💚 acontece na terça-feira seguinte à Black Friday e é um contraponto ao consumismo. Em vez do impulso materialista, esta data te convida a refletir: “para que isso tudo serve mesmo?”. Celebrada em diversos países pelo mundo, o Dia de Doar multiplica ações inteligentes e criativas para chamar atenção da população e estimular a reflexão sobre o sentido da palavra doar.
Banner Humano Defenda os Corais da Amazônia em Copacabana. © Barbara Veiga
Na praia de Copacabana, uma imagem de 100 metros. A ação foi coordenada pelo artista John Quigley junto ao Greenpeace Brasil para a campanha Defenda os Corais da Amazônia. © Barbara Veiga
Eu e todos do Greenpeace queremos trazer para o dia 27 de novembro, data mundial do Dia de Doar, a reflexão: qual o sentido de doar para você?
Já posso adiantar com o que aprendi em anos de ativismo e doação: doar não significa, necessariamente, entregar algo físico. Também não significa só apoio financeiro, vai muito além! Doar é o que você, no seu interior, entende que pode mudar a atmosfera à sua volta. A doação é um compromisso que assumimos com generosidade e amor ao próximo, além de, claro, ser uma forma de demonstrar o quanto nos importamos com o futuro que deixaremos para as próximas gerações.
Sabemos que a cada novo ano os desafios são maiores. O que você entende como doar pode ser também entendido sobre qual legado deixará para as próximas gerações.
Não tenho todas as respostas, mas busco a cada dia um jeito novo de me doar e deixar uma marca em todos aqueles que convivem comigo e para aqueles que eu ainda quero ver nascer, crescer e assumir o papel de doador que eu tenho hoje. E te pergunto: como você, no seu dia, e especialmente para este 27 de novembro, pode se doar pelo futuro?
Acompanhe nossas publicações para ficar por dentro de dicas para o seu dia a dia e comente abaixo o que você faz e considera ser uma doação. 😀

Monday, November 19, 2018

My tears aren’t enough to protect the rainforest. That’s why I’m taking action

by Waya Maweru

I can’t help but cry when I think about the destruction I’ve witnessed in my native Indonesia.
 © Ulet Ifansasti / Greenpeace
There should be a jungle here © Ulet Ifansasti / Greenpeace
Where once there was a thick, green rainforest teeming with life, now is desolation. Where orangutans used to swing and birds used to sing, now is silent. Where people used to be able to depend on the forest for food and medicine to live, now there is nothing.
Our precious rainforests are being destroyed to make way for palm oil plantations, endangering species and exploiting our people.
That’s why I’m here. Right now, me and five other activists are on board a massive shipment of dirty palm oil in the Atlantic Ocean, which is likely headed for products on European supermarket shelves. Wilmar, who owns this shipment, is the largest and dirtiest palm oil trader in the world.
Action Against The Stolt Tenacity in the Mediterranean Sea © Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace
Met by crew members of the Stolt Tenacity, carrying tonnes of dirty pam oil to Europe © Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace
Am I scared? No.
This is risky, and scaling the side of the ship was tough, but not taking action is riskier for our planet. And I can’t be quiet anymore.
People in Indonesia are sick and tired. We are still recovering from the brutal 2015 fires that choked thousands of people in our cities and displaced communities in our forests. Wilmar has been turning its back on deforestation and human rights abuses for too long.
This ship is bringing palm oil from forest destruction into people’s homes. We have lost so much rainforest already, but this is our chance to stop the next bulldozers before they get started.
Much loved household brands like Oreo, promised their customers they’d only use clean palm oil. But they haven’t kept that promise.
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Brands that buy dirty palm oil from Wilmar are not only contributing to an environmental and social disaster, they’re also failing their customers. Palm oil can be produced without destroying rainforests and we won’t settle for anything less.
I am taking action because companies who promised to fix the problem are not. By being on this ship, I’m making sure that Wilmar can’t ignore our call to clean up their act.
© Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace
Getting ready to stand against deforestation in my country © Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace
I don’t want to look back at the destruction and feel like I didn’t do anything about it. We have to stop them now. Otherwise, this destruction will continue and spread to other parts of the world. And that is not a world that I want.
Will you stand with me?
Waya Maweru is a student and Greenpeace volunteer

Sunday, November 18, 2018

Sand depletion

by Rex Weyler

With all we have to work for — species diversity, forests, climate, oceans, and basic justice — must we really be concerned about the state of Earth’s sand?
We might wonder why there would ever be a sand shortage, since deserts cover more than a third of Earth’s land surface, but wind-formed desert sand is too fine for construction. Highly valued river and lake sand contains the right-sized particles for landfill and strong concrete. Dubai, on the edge of the vast Arabian desert, imports sand from Australia. Qatar imports over $6 billion worth of sand annually.
The immense growth of human infrastructure — booming cities, roads, concrete, glass, electronics, and shale gas fracking — now requires such a massive extraction of sand and gravel, that we are now destroying rivers, lakes and ocean ecosystems just to dredge up billions of tonnes annually.
Last year, in Science magazine, Aurora Torres from the German Centre for Integrative Biodiversity Research, with colleagues Jodi Brandt, Kristen Lear, and Jianguo Liu, published “A looming tragedy of the sand commons.” According to the authors, sand scarcity is now “an emerging issue … with major sociopolitical, economic, and environmental implications.”
Since 1900, the global volume of resources for buildings and transport infrastructure has been increasing by about 2.8% annually, doubling every 25 years. Sand and gravel represent about 79% of this material extraction, almost 29 billion tonnes a year, exceeding fossil fuels and biomass extraction. Nations now mine about 13 billion tonnes of sand annually just for construction, second by weight only to water as the most-used resources on Earth, and this demand is growing by about half a tonne per year, expected to reach 20 billion tonnes annually by 2030.
Construction materials -- sand, gravel, and crushed rock -- dominate resource consumption (given here in gigatonnes) graph by OECD
Construction materials — sand, gravel, and crushed rock — dominate resource consumption (given here in gigatonnes) © Graph by OECD
This relentless global sand trade leaves behind habitat destruction, species loss, health impacts, fishing decline, obliterated beaches, disintegrating riverbanks, and collapsing bridges. “It’s the same story as over-fishing and over-foresting,” says Pascal Peduzzi, co-author of the UN environment programme report on sand scarcity. “It’s another way to look at unsustainable development.”

Sand wars
The extraction of sand has become wild, reckless, and literally criminal. In most regions, sand is a common-pool resource, open to plunder. Sand remains mostly unregulated because extraction is so vast and because nations find it too expensive to regulate and enforce. Common-pool resources such as sand are prone to the classic “tragedy of the commons,” whereby exploiters of the resource compete to extract maximum volumes without considering social or ecological consequences.
However, even where sand mining is regulated, sources are so widespread and accessible that illegal extraction and trade have become common. In India, criminal gangs have diverted rivers, destroyed aquaculture habitats, and devastated lakes and wetlands. In 2016, the European Journal of Criminology, published a study of “environmental organized crime,” by Aunshul Rege and Anita Lavorgna, detailing “illegal soil and sand mining conducted by Indian and Italian organized crime groups.” In some cases, those who have attempted to stop the plunder, have gone missing or have been found dead. According to the Indian supreme court, “the alarming rate of unrestricted sand mining” represents a “disaster” for fish, aquatic organisms, and birds.
In southeast Asia, Singapore’s high-volume of sand imports, used to create landfill building sites, has led to international disputes with Indonesia, Malaysia, Vietnam, and Cambodia. Singapore, the world’s largest sand importer, launched a vast fleet of ships to dredge and vacuum up millions of tonnes of sand from seabeds annually, destroying ocean habitat and obliterating over 20 entire islands. The sand is used to expand Singapore’s land area by over a million square-meters every year. Indonesia, Malaysia, and Vietnam, have now forbidden or restricted sand exports to Singapore, although criminal gangs still extract sand from those regions.
Singapore © Ferina Natasya / Greenpeace
Singapore adds over a million square-meters of sand and gravel landfill annually © Ferina Natasya / Greenpeace
In Cambodia, the dredging threatens mangrove forests, seagrass beds, rivers, estuaries, and the ocean floor. Researchers have linked sand mining to the decline of endangered species, including the Irrawaddy dolphin, spinner dolphin, and the rare Royal turtle. Throughout Asian river systems, the rare Gharial crocodile has become critically endangered, threatened by sand mining’s erosion of river banks.
Vietnam, which has outlawed sand exports to Singapore, continues to lose forest and farm land to supply its own domestic demand. In the Mekong Delta, sand mining of river sediment is causing saltwater intrusion into rice paddies, farm land, and fresh water resources. Even so, Vietnam is on pace to exhaust its local construction sand supplies within three years.

Collapsing bridges, vanishing porpoises              
In Africa, China, and Southeast Asia, the extraction of sand from rivers and lakes creates standing pools of water that have become breeding sites for malaria-carrying mosquitoes. Health officials also suspect that such pools contribute to the spread of Buruli ulcer outbreaks in West Africa and other emerging diseases.
Meanwhile, fishermen and entire fishing communities have complained that dredging ships are destroying fishing grounds and fish-breeding estuaries. In some communities, fishermen have had to take work on sand barges after losing their fishing income.
A 1998 study in California showed that every tonne of sand removed from a California river caused $3 in infrastructure damage, including the failure of roads, dikes and bridges. In 2000, in Taiwan, sand mining caused a bridge to completely collapse. The following year, in Portugal, due to sand mining, a bridge collapsed as a bus passed over, killing 70 people; likewise a weakened bridge collapsed in India in 2016, killing 26 people.
In China, during the 1980s and 90s, companies mined construction sand from the Yangtze River.
Thousand-foot sections of riverbank routinely collapsed, shipping lanes were blocked, and water supply equipment became clogged with sediment. Finally, in 2000, as bridges began to weaken, the Chinese government banned sand mining on the Yangtze River, and miners moved operations up river to Poyang Lake in Jiangxi Province, 500 kilometers southeast of Shanghai. We won’t be surprised by what happened next.
China’s largest freshwater lake became the world’s largest sand mine. Hundreds of dredgers extract about 10,000 tonnes of sand an hour from the lake, 236 million cubic metres annually, thirty-times more sand than flows in from tributary rivers. Dredgers widened the outflow channel, increasing drainage into the Yangtze, and Poyang’s water level dropped so much that huge shipping vessels and abandoned fish boats now sit stranded on dry land.
Fishing in Yangtze River © Lu Guang / Greenpeace
Fishing in Yangtze River © Lu Guang / Greenpeace
Migratory birds — cranes, geese and storks, and other species — have been displaced from Poyang Lake. According to recent surveys, the sand dredging has pushed the rare Yangtze finless porpoise to “the brink of extinction.” In 1991, when sand dredging began in the lake, approximately 4,000 porpoises lived in the Yangtze system, including Poyang and Dongting lakes. A 2006 study estimated about 1,800, and a 2012 study estimated about 1,100 remaining. Unregulated fishing and 20 billion tonnes of waste discharged into the Yangtze system every year contribute to the decline.
Most of the sand dredged from the Yangtze/Poyang waterway goes to Shanghai, which has has been adding half-a-million new residents annually. Sand is also extracted for hundreds of kilometers of new roads, for glass, and concrete infrastructure, including the expansion of Shanghai Pudong airport.
As China exhausts its domestic sand supplies, sand companies seek foreign sources. In 2011, Mozambique allowed Haiyu Mining, a subsidiary of the giant Jinan Yuxiao Group, to open sand mines in the fishing community of Nagonha. Sand mining buried wetlands, blocked the lagoon channel to the ocean, changed the flow of fresh water, and created flash flooding. Houses were washed away, fishermen lost boats and gear, and the community lost its modest tourism income. The community of Nagonha was virtually destroyed for sand.

Limits to growth
According to a 2016 paper in the Journal of Industrial ecology, “Global Patterns and Trends for Non‐Metallic Minerals used for Construction,” the “environmental burden” of sand extraction has followed the growth patterns of population, gross domestic product (GDP), and particularly “driven by unprecedented urban growth.”
According to the UN, the world’s urban population has quadrupled since 1950, reaching 4 billion today, and expected to approach 7 billion by 2050. The Tokyo, Japan metropolitan area is now approaching 40-million inhabitants. Fast-growing cities, such as Delhi, India and Lagos, Nigeria are on pace to reach 60 million inhabitants by 2050. About three thousand years ago, when the Earth had already suffered several millennia of anthropogenic soil destruction, the entire human race comprised 60 million people. By 2050, there could be at least five cities that size: Delhi and Lagos; Dhaka, Bangladesh; Jakarta, Indonesia; and Karachi, Pakistan; with Tokyo, Shanghai, Mumbai, Mexico City, New York City, and São Paulo not far behind. This urban expansion requires landfill and concrete, which translates into a massive demand for sand and gravel.
This year, the Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) presented a “Global Material Resources” report at the World Circular Economy Forum in Yokohama, Japan. The report projected raw material extraction “to double by 2060 with severe environmental consequences.” Sand, gravel, and crushed rock account for more than half of these materials. “[A]s the global economy expands and living standards rise,” the report states, we will witness “twice the pressure on the environment that we are seeing today.”
Questions remain, regarding whether or not the Earth can even sustain such human population and economic growth over the next forty years, and how the environmental movement can or will respond.
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Resources and Links:
“Global Patterns and Trends for Non‐Metallic Minerals used for Construction,” Alessio Miatto, Heinz Schandl, Tomer Fishman, Hiroki Tanikawa, Journal of Industrial ecology, 2016
“The world is facing a global sand crisis,” by Aurora Torres, Jianguo Liu, Kristen Lear, and Jodi Brandt, The Conversation, 2017.
“Uncovering sand mining’s impacts on the world’s rivers,” WWF study report, PhysOrg, August 22, 2018.
“Sand mining and increasing Poyang Lake’s discharge ability: A reassessment of causes for lake decline in China,” by Xijun Lai, David Shankman, Claire Huber, Herve Yesou, Qun Huang, Jiahu Jiang, Journal of Hydrology, v. 519, 2014,
“Raw materials use to double by 2060 with severe environmental consequences,” The Global Material Resources Outlook to 2060, OECD report, Oct. 2018.
“System Dynamics Model for Global Sand Production Rate (Sand, Gravel, Crushed Rock, Stone),” Harald U. Sverdrup, Deniz Koca, Peter Schlyter; BioPhysical Economics and Resource Quality, May 2017.
“Abundance and Conservation Status of the Yangtze Finless Porpoise in the Yangtze River, China,”
Xiujiang Zhao (Chinese Academy of Sciences), Xiujiang Zhao, Jay Barlow, Barbara L. Taylor, Robert L. Pitman, Kexiong Wang, et al., U.S. Department of Commerce, Science Direct, 2008.
“Yangtze finless porpoises in peril,” Jane Qiu, Nature, 24 December 2012
“Sand mining: the global environmental crisis you’ve probably never heard of,” by Vince Beiser, Guardian, 2017.
“China’s search for sand is destroying Mozambique’s pristine beaches,” Lynsey Chutel, Quartz Journal, October 23, 2018.

about the author

Rex Weyler was a director of the original Greenpeace Foundation, the editor of the organisation's first newsletter, and a co-founder of Greenpeace International in 1979. Rex's column reflects on the roots of activism, environmentalism, and Greenpeace's past, present, and future. The opinions here are his own. Follow Rex on Twitter @rex_weyler

Thursday, November 15, 2018

What do Oreo, Mondelez, Wilmar have to do with orangutans?

by Annisa Rahmawaiti

© Matt Marton / Greenpeace
Greenpeace delivers a gigantic Oreo revealing a filling that features an illustration of a bulldozer clearing a forest with animals fleeing. © Matt Marton / Greenpeace
My name is Annisa Rahmawaiti, and I am a forest campaigner at Greenpeace Indonesia. I’ve dedicated my whole life to protecting our rainforests, yet many companies are complicit in razing them to the ground.
The deforestation here in Indonesia is alarming. Much of it happens to make way for palm oil, which is then used to make products like cookies, chocolate and shampoo.
It’s sad and painful to see.
But my colleagues and I believe there’s still time to protect our natural world. Forests are the lungs of our planet, our biggest defence against climate change, and I won’t stop until our rainforests are free from deforestation.
So let me tell you about the ‘world-famous’ cookie Oreo.
Deforestation for palm oil in Central Kalimantan © Kemal Jufri / Greenpeace
Excavators clear intact peatland forests and build drainage canals in a oil palm concession owned by PT Andalan Sukses Makmur, a subsidiary of Bumitama Agri Ltd. © Kemal Jufri / Greenpeace
Many of you might love the taste of the soft vanilla cream combined with the crunchy chocolate biscuit. But did you know these cookies are linked to deforestation, and impact the lives of those that call the forest home, including orangutans?
What? Oreo cookies are connected to the suffering of orangutans? You’re kidding!
I wish I was.
A Greenpeace International investigation discovered that much of the palm oil Mondelez uses is produced by companies that are trashing the forest and wrecking orangutan habitat, pushing these beautiful and intelligent creatures to the brink of extinction. They’re literally dying for a cookie. It’s heartbreaking.
This is why Greenpeace US activists delivered a giant Forest Destruction flavour cookie to Mondelez, the maker of Oreo, at its global HQ near Chicago, to tell them to STOP buying dirty palm oil from rainforest destroyers.
Almost 10 years ago Mondelez promised to eliminate forest destruction and human rights abuses from their supply chains by 2020. But Mondelez is still using palm oil from rainforest destroyers. Our new mapping analysis discovered that between 2015 and 2017, 22 of its palm oil suppliers cleared over 70,000 hectares of rainforest – an area bigger than the city of Chicago. Almost 25,000 hectares of that, was orangutan habitat.
Mondelez promises to offer consumers ‘snacking made right’. But there is nothing right about palm oil that’s produced by killing orangutans and fuelling climate change. Mondelez gets much of this dirty palm oil from Wilmar International – the biggest and dirtiest palm oil trader in the world.
 © Matt Marton / Greenpeace
Greenpeace activists unveil a new “Deforestation Flavour” of Oreo at the global headquarters of Mondelez International. © Matt Marton / Greenpeace
Mondelez has a responsibility to protect rainforests. It must keep its promise and cut Wilmar off until it can prove its palm oil is clean. And then other brands could follow their lead.
Together we have the power to save Indonesian rainforests, but I need you. Will you help us make this campaign as big as possible, so Mondelez has no choice but to drop Wilmar and stop using palm oil connected to forest destruction?
It’s not only Mondelez with it’s ‘world-famous’ Oreo that needs to change, but the whole industry. And I won’t stop until this happens.
Palm oil can be produced without destroying rainforests, threatening wildlife and violating human rights.
My mother always said: ‘Don’t lose hope. If you are persistent, if you know what you want, everything will come to you.’ And I truly believe this. So let’s clean up this industry once and for all.
Add your name in the fight to protect Indonesia forest here.
Annisa Rahmawaiti is a forest campaigner with Greenpeace Indonesia.

Por um modelo agrícola que não destrua o Cerrado

por Mariana Campos

Evento de lançamento de estudo sobre o Matopiba reforça a importância do bioma para combater as mudanças climáticas

Relatório "Segure a Linha"
Novo relatório mostra que municípios do Matopiba, região modelo do agronegócio, continuam pobres © Amanda Perobelli / Greenpeace
O desmatamento no Cerrado não é um “custo inerente e necessário” ao progresso e a elevação da produção agrícola não se traduz em melhorias econômicas e sociais para a região. Essa foi a principal mensagem passada no evento de lançamento do relatório “Segure a Linha – A Expansão do Agronegócio e a Disputa pelo Cerrado”, nesta segunda-feira, na Livraria da Vila, em São Paulo. O estudo inédito, apoiado pelo Greenpeace, analisa as dinâmicas socioeconômicas na região de Cerrado denominada Matopiba, que reúne municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.  
Os resultados da pesquisa mostram que existe mais pobreza e injustiça do que riqueza e bem-estar no Matopiba, e que o crescimento econômico decorrente da expansão do agronegócio é de curto prazo apenas. Dos 337 municípios do Matopiba, somente em 45 os indicadores de produção e bem-estar superam a média dos respectivos estados. Dos 10 maiores municípios produtores de soja no Matopiba, apenas três fazem parte do grupo classificado como “rico”, com bons indicadores sociais.
Arilson Favareto, autor do estudo
Arilson Favareto, autor do estudo © Amanda Perobelli / Greenpeace
“Trata-se de um modelo de produção que praticamente esteriliza o tecido social da região”, afirma o Professor Arilson Favareto, autor do estudo, sociólogo e doutor em Ciência Ambiental da Universidade Federal do ABC. Ele explica que o aumento da produção e da produtividade gera uma riqueza bastante concentrada, ampliando as desigualdades sociais.
Esse modelo de expansão do agronegócio acaba por limitar ou impedir o desenvolvimento de um projeto para o Cerrado que vá além dessa lógica, não degrade os recursos naturais, respeite os modos de vida das populações tradicionais e amplie as oportunidades para o país não exportar apenas commodities. Mas há quem vislumbre alternativas.
Eduardo Assad, da Embrapa
Eduardo Assad, da Embrapa © Amanda Perobelli / Greenpeace
Para Eduardo Assad, professor e pesquisador da Embrapa, o Cerrado é uma janela de oportunidade para nos prepararmos para as mudanças climáticas e, por isso, precisamos estudá-lo. Durante o debate, ele defendeu a necessidade de aprendermos com a extraordinária resiliência das espécies vegetais do bioma – que somam mais de 13 mil – quanto à adaptação à variação climática ao longo do tempo. “Há uma biodiversidade gigantesca no Cerrado que estamos perdendo. Mas a maior riqueza da região no futuro não será a soja e sim a diversidade. Não conheço supermercado que venda um produto só”.
Preservar as espécies nativas do segundo maior bioma brasileiro é também garantir a sobrevivência das comunidades que lá habitam. “A defesa da biodiversidade do Cerrado é a possibilidade de minha família continuar existindo”, pontua com emoção Fátima Barros, da Rede Cerrado e remanescente quilombola na Ilha de São Vicente, em Araguatins (TO). A família de Fátima, que está na ilha há 130 anos, faz uso da agroecologia, em equilíbrio com o ecossistema local. “Estou à frente da luta de meu povo porque compreendo a necessidade de continuar existindo. É resistir para existir”, afirma ela, que já sofreu quatro tentativas de despejo de seu território por conta do agronegócio.
“Precisa desmatar mais? Não precisa”
Fátima Barros, da Rede Cerrado
Fátima Barros, da Rede Cerrado © Amanda Perobelli / Greenpeace
A importância de se combater o desmatamento no Cerrado foi um dos pontos levantados no debate durante o lançamento do relatório, que contou com a mediação da jornalista Amália Safatle. Adriana Charoux, da campanha de Amazônia do Greenpeace, afirma que a proteção da vegetação nativa é essencial para assegurar a manutenção dos serviços ecossistêmicos, incluindo a produção agrícola. “O Cerrado é uma grande caixa d’água. É lá que nascem diversos rios vitais para as regiões por onde passam, como o Paraná e o Tapajós”.
Diferentemente dos produtores rurais na Amazônia, que precisam preservar 80% de suas propriedades como reserva legal, no Cerrado esse percentual é de apenas 20%. Assad, no entanto, questiona: “Ainda que o Código Florestal permita o desmatamento no Cerrado, a questão é: precisa desmatar mais? Não precisa”.
Economicamente, o Cerrado de pé também é muito mais interessante. “Diminuir o combate ao desmatamento faz com que o Brasil perca competitividade econômica, o que pode prejudicar a geração de empregos”, alerta Charoux, lembrando que o compromisso das empresas de zerar o desmatamento em suas cadeias produtivas é essencial e urgente para a sobrevivência do bioma. “As escolhas de agora determinarão nossa vida no futuro. Não temos tempo a perder”.
Lançamento do relatório em São Paulo
Lançamento do relatório em São Paulo © Amanda Perobelli / Greenpeace

sobre o(a) autor(a)

Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.

Rio Doce: A lição não aprendida

por Thiago Gabriel

Três anos após o crime da Samarco, pouco mudou no país para fazer deste desastre um marco para o aprofundamento da proteção ambiental

A destruição da lama da Samarco deveria servir de lição ao país para reforçar sua legislação ambiental e evitar novos desastres. © Victor Moriyama / Greenpeace.
O pensador estadunidense Benjamin Franklin tem uma citação de bolso que se aplica muito bem aos três anos do desastre da mineradora Samarco na bacia do Rio Doce: “A experiência é uma escola onde são caras as lições, mas em nenhuma outra os tolos podem aprender.”
O que deveria ser um duro aprendizado para aperfeiçoarmos um sistema de licenciamento ambiental que nos proteja de outras catástrofes como esta, vai no caminho inverso. O Congresso Nacional quer priorizar a flexibilização (diga-se enfraquecimento) desse fundamental instrumento de prevenção de danos ao meio ambiente e à segurança das pessoas.
O crime cometido pela Samarco não começou naquele fatídico 5 de novembro de 2015, quando a barragem de Fundão se rompeu.
Para o promotor Carlos Eduardo Pinto, que integrou a força-tarefa de investigação no primeiro ano da tragédia, até ser surpreendentemente afastado do caso, as falhas tiveram início no processo de licenciamento ambiental da obra e seguiram acontecendo pela inação dos órgãos de fiscalização. “Nos procedimentos de investigação foi possível constatar que o licenciamento ambiental da Samarco foi todo realizado de modo irregular, com diversas omissões técnicas gravíssimas, que foram decisivas para a tragédia”, afirma.
Cenário de destruição no distrito de Bento Rodrigues alguns dias após o rompimento da barragem. © Victor Moriyama / Greenpeace.
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. Segundo o promotor, para agilizar o empreendimento, as concessões de licenças prévia, de instalação e operação foram autorizadas de maneira provisória e antecipada, o que “contraria a regra geral de análise das licenças pelo órgão colegiado”.
Outra falha foi a ilegalidade na emissão da licença de instalação sem que fosse apresentado seu projeto executivo e irregularidades na renovação da licença de operação, realizada sem a análise do Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental (RADA).
A fragilidade dos mecanismos de fiscalização e a precarização das vistorias técnicas pelos órgãos públicos permitem às mineradoras contratarem consultorias especializadas para que forneçam os laudos necessários para a operação de suas atividades. “Assim, o poder de polícia que deveria ser exercido pelo poder público acaba sendo terceirizado ao próprio empreendedor, que faz seu autocontrole por meio das consultorias que ele mesmo contrata”, diz o promotor.

E agora, o meio ambiente?

Se a atuação (ou a falta dela) dos órgãos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental foi determinante para a negligência da Samarco, é essencial que estes órgãos atuem agora de forma efetiva para garantir a reparação ambiental e a compensação aos afetados, que ainda sofrem para ser indenizados.
A Fundação Renova é responsável por colocar em prática o plano de manejo de rejeitos elaborado pelas mineradoras e definir o que será feito com o material despejado em cada localidade. Basicamente, a decisão gira em torno de duas opções: o rejeito será removido do meio ambiente ou não?
O plano de manejo de rejeitos da Samarco prevê a manutenção da lama em boa parte das áreas atingidas. © Victor Moriyama / Greenpeace.
A análise leva em conta que os rejeitos se misturaram ao sedimento dos rios e com o solo. Assim, mesmo a Renova admite que o material inicialmente considerado inerte (não-tóxico) pode trazer maiores riscos de contaminação. Nestes casos, a empresa avalia que o melhor é manter os rejeitos de minérios nos locais atingidos, em vez de retirar o material e levá-lo para um aterro ou uma nova barragem para armazenamento.
Para o promotor Carlos Eduardo, a decisão da empresa é um absurdo. Ele afirma que desde o período em que atuava na força-tarefa do caso foi contra a técnica que a Renova tem empregado. “Desde o rompimento foi possível perceber que a estratégia da consolidação dos impactos seria utilizada. Isso quer dizer que a recuperação ambiental dos rios atingidos pela onda de lama será feita sem a retirada do material. É isso mesmo! Com a conivência dos órgãos ambientais se define que a retirada da lama será mais danosa do que a sua permanência”, afirma.
Ele define essa estratégia como um “grave erro técnico” se for empregada em muitos dos territórios atingidos, e afirma que a Renova opta pela solução mais simples e barata em detrimento da remoção da lama. “Só a partir daí [retirada da lama], poderíamos considerar o início da recuperação dos danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem de Fundão”, afirma.
Para recuperar a biodiversidade ao longo do rio Doce de forma adequada, é preciso transparência da Samarco para saber o nível de toxicidade da lama. © Nicoló Lanfranchi / Greenpeace
Porém, a discussão sobre a manutenção dos rejeitos se mostra mais complexa. Em algumas regiões atingidas essa opção é defendida por engenheiros florestais e estudiosos do tema. O professor do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da ESALQ-USP, Ricardo Rodrigues, explica que em alguns casos a manutenção dos rejeitos pode fazer sentido. “Se o rejeito não apresentar contaminantes – e essa deve ser a principal pergunta e ser respondida com transparência e total credibilidade científica -, deve ser mantido na área, pois sua retirada vai causar um novo grande impacto ambiental”, avalia.
Nesses casos, ele explica, a “restauração seria feita em cima do rejeito remodelado”. Porém, como não existem ainda estudos definitivos sobre a toxicidade da lama, o professor adverte: “Se houver contaminantes, o projeto não é mais de restauração, e sim de remediação ambiental, com o uso de espécies bioacumuladoras.”
Grande parte da vegetação nativa foi destruída e precisa ser recuperada. © Victor Moriyama / Greenpeace.
Para além da retirada dos rejeitos, é preciso atentar para o processo de reflorestamento e recuperação das matas nativas. Nesse ponto, Rodrigues conta que os projetos iniciais das empresas aos quais teve acesso “estavam muito deficitários, em termos de concepção teórica e mesmo prática, não incorporando as evoluções de restauração das últimas décadas”.
O professor Ricardo Rodrigues e sua equipe coordenaram um dos estudos independentes financiados por doações arrecadadas pelo coletivo Rio de Gente, que avalia as diferentes perspectivas de reflorestamento para as áreas atingidas pela lama como forma de recuperar as matas nativas de cada região.
Eles chegaram à conclusão de que a recuperação das florestas é possível, mas as empresas precisam ser transparentes para aplicar as melhores técnicas conhecidas pela ciência. “Constatamos que é possível fazer excelentes projetos de restauração ecológica das áreas degradadas se a tomada de decisão estiver atrelada com o uso e geração de conhecimento científico. A destruição foi muito intensa, mas a natureza tem uma capacidade enorme de recuperação se bem estudada e manejada”, afirma.
A lama de rejeitos da Samarco se espalhou por toda a extensão do rio Doce © Nicoló Lanfranchi / Greenpeace

Licenciamento em risco

O processo para emissão do licenciamento é uma conquista histórica para a preservação do meio ambiente, mas três anos após a tragédia do Rio Doce, ele está em risco com projetos de lei e declarações de políticos que tentam enfraquecê-lo, sob a justificativa de torná-lo mais ágil.
Frase encontrada nas paredes das ruínas de Bento Rodrigues, destruída pela lama. © Thiago Gabriel
Uma dessas ameaças é a nova Lei Geral de Licenciamento, que tramita no Congresso Nacional sob a relatoria do deputado Mauro Pereira (PMDB-RS).
O projeto de Lei prevê o enfraquecimento da participação popular durante a emissão do licenciamento, fortalecendo o lobby das grandes empresas, com o estabelecimento de consulta às populações atingidas apenas antes da concessão da Licença Prévia; a extinção do poder de veto de órgãos como Funai, Iphan e Fundação Cultural Palmares, silenciando as populações tradicionais, quilombolas e a preservação do patrimônio histórico brasileiro; e permite que os governos estaduais “simplifiquem” os projetos de licenciamento para atrair investimentos ao seu estado, o que pode intensificar uma “guerra fiscal” em busca de projetos com alto risco ambiental.
Ao invés de servir de exemplo e estabelecer um marco para que jamais se repita, o crime de Mariana tem sido silenciosamente ignorado pela classe política, que segue atendendo aos interesses de grandes e poderosas empresas, mesmo depois de assistir a destruição no rio Doce. “Temos a oportunidade de evitar novos desastres como o da Samarco mostrando que só nos interessa o fortalecimento da proteção ambiental através dos processos de licenciamento e fiscalização, e não sua facilitação para que as grandes empresas possam lucrar o máximo, realizando o mínimo pelo meio ambiente e populações locais.”, resume Fabiana Alves, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Vista aérea da palavra justiça nas ruínas de Bento Rodrigues durante manifestação