Friday, November 18, 2011

Chevron: sua sujeira, nosso problema


Ativistas do Greenpeace derramam óleo na porta da Chevron no Rio de Janeiro para lembrar que o acidente no seu poço de peTransparência e providência. Esses são os dois principais pedidos endereçados à petroleira Chevron sobre o vazamento de óleo que, há mais de uma semana, atinge a Bacia de Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro.

Com banners que diziam “Chevron: sua sujeira, nosso problema”, os ativistas do Greenpeace realizaram, na manhã desta sexta-feira, um protesto diante do prédio onde ficam os escritórios da petroleira, no centro do Rio. Eles despejaram barris de “petróleo” – na verdade uma substância produzida com tinta atóxica – para lembrar que as causas do vazamento e os planos da empresa para contê-lo e reduzir seu impacto na biodiversidade da costa fluminense continuam muito mal explicados.
tróleo continua muito mal explicado “O Greenpeace quer transparência da Chevron e dos órgãos do governo a respeito do acidente. As informações que se tem até agora são contraditórias. A empresa minimiza o problema. Mas a mancha de óleo pode ultrapassar 160 quilômetros quadrados de extensão”, afirma Leandra Gonçalves, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

“Surpreende que a empresa não tenha se prontificado a levar a imprensa e organizações da sociedade civil até o local do acidente e até agora tenha se limitado a soltar comunicados vagos sobre o que está acontecendo na costa do Estado do Rio”, diz ela. “Tanto segredo é um sinal de que a Chevron não tem um plano de segurança adequado. O Brasil não pode virar o Golfo do México.”

Dona da marca Texaco no Brasil, a norte-americana Chevron detém uma concessão para explorar três poços de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, localizado a 370 km da costa do Rio. O vazamento foi detectado no dia 8 de novembro e desde então, nem a Chevron, nem a Agência Nacional do Petróleo (ANP) souberam indicar suas causas reais.

O tamanho inicial do vazamento foi estimado pela ANP em 330 barris por dia, ou 50 mil litros de óleo. Mas imagens de satélite obtidos pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) indica um vazamento dez vezes maior. A extensão da mancha vista do espaço levam a um cálculo de 3,7 mil barris de óleo por dia – quantidade próxima a identificada no início do vazamento do Golfo do México.

O triste episódio da exploração de petróleo em alto-mar que pôs a Chevron no radar dos brasileiros, espalhou óleo por uma área que serve de rota migratória para uma longa lista de espécies de baleias – bryce, piloto, minke-anil, cachalote, francas e jubartes. E é um duro alerta para a necessidade do país de proteger suas jóias de biodiversidade marinha como os Abrolhos, na costa da Bahia.

Maior recife de corais do Hemisfério Sul, Abrolhos é tão importante como recurso natural que foi transformado em Parque Nacional em 1983. É ele que garante a riqueza da pesca e os benefícios do turismo para grande parte do litoral nordestino. E a exploração de petróleo está chegando lá. “O acidente o poço da Chevron é um recado eloquente em favor de uma moratória na exploração petrolífera nos Abrolhos”, diz Leandra.
Fonte;Greenpeace

Thursday, November 17, 2011

O tamanho do estrago


Primeiro vazamento de petróleo no Brasil, acidente com Campo da Chevron se assemelha ao do Golfo do México e alerta sobre moratória em Abrolhos Na imagem, detectada pelo satélite Modis, da Nasa, o Greenpeace destaca a extensão da mancha de óleo causada pelo vazamento no poço da Chevron, na Bacia de Campos.
Completada uma semana desde que veio a público o derrame de petróleo da empresa Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) finalmente se pronunciou e estima que o vazamento possa chegar a mais de 330 barris, ou mais de 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas. Primeiro vazamento desse tipo no Brasil, o acidente reproduz a história do Golfo do México. Por sinal, a plataforma SEDOC 706, que perfura os três poços da Chevron de onde saiu o vazamento, é da mesma empresa que operava com a BP no triste episódio mexicano, a Transocean.

A área da mancha de óleo avistada em alto-mar, e que já foi detectada pelos satélites da Nasa, foi estimada pela Chevron no último domingo em 163 quilômetros quadrados. No entanto, após ver as imagens divulgadas pela Nasa, o geógrafo John Amos, diretor do site SkyTruth, especializado em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, concluiu que o derrame pode chegar a 3.738 barris por dia, mais de dez vezes o que a ANP afirmou. Com isso, não se pode confiar em mais nada.

“A causa ainda é desconhecida. A Chevron declara que o vazamento é resultado de uma falha natural na superfície do fundo do mar, e não no poço de produção no campo de Frade. Mas essa falha natural não aparecia no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O que aconteceu em Frade para a ‘falha natural’ começar a jorrar petróleo? Onde está o EIA de Frade, para que a população possa acessá-lo?”, questiona Leandra Gonçalves, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

A ANP aprovou, no último domingo, o Plano de Abandono apresentado pela Chevron para o poço 9-FR-50DP-RJS, onde ocorreu o vazamento. O plano prevê usar lama pesada para fechá-lo. Em seguida será usado cimento para extinguir o poço de forma definitiva. Segundo o cronograma previsto, o vazamento deverá ser controlado nos próximos dias e o procedimento deve ser concluído até a próxima semana.

Na semana passada, logo que o vazamento veio à tona, a presidente Dilma Rousseff determinou “atenção redobrada e uma rigorosa apuração das causas do acidente, bem como de suas responsabilidades”.

“A declaração da presidente indica alguma preocupação do país com casos como esse, mas ainda falta seriedade, agilidade e transparência à ANP, que apenas ontem divulgou qualquer tipo de informação sobre o vazamento à população. Esperamos agora que as autoridades públicas cumpram sua ordem e sejam transparentes com as informações”, afirmou Leandra.

Enquanto isso, a população se pergunta se a ANP recebeu as imagens da mancha, e se continua a considerá-la um “pequeno vazamento”. A foto da Nasa é uma prova de que não são apenas umas gotas inofensivas, mas uma imensa mancha negra de óleo no meio do oceano.

Em nota, a ANP responsabiliza inteiramente a Chevron pelo acidente e pela contenção do vazamento. No entanto, a Petrobras detém 30% da produção, e mesmo assim não foi nem sequer perturbada. Além de não ter oferecido à população informações claras sobre o caso e suas possíveis conseqüências, a petroleira possui uma estrutura de contenção insuficiente, e por isso está sendo socorrida por outras empresas do ramo.

“Vazamentos como este mostram que a exploração de petróleo em alto-mar não é segura nem no Golfo do México, nem no Brasil”, afirma Leandra. “Isso apenas reforça a necessidade urgente de uma moratória para a exploração do petróleo na região de maior diversidade do Atlântico Sul, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos”, conclui.
Fonte;Greenpeace

Friday, November 11, 2011

James Bond versão nuclear


Em ato antidemocrático, estatal elétrica francesa é condenada por espionar ações do Greenpeace contra o avanço de energia suja Greenpeace pede fim da energia nuclear no Reino Unido. Países europeus já anunciaram fechamento de suas usinas.
Em tempos de Wikileaks e de organizações transparentes que prestam contas de suas ações, ainda há quem contrate espiões. Mas esse ato não fica impune. A estatal francesa de energia elétrica, Electricité de France SA (EDF), foi condenada hoje por um tribunal francês sob a acusação de espionar o Greenpeace. A empresa foi multada em 1,5 milhão de Euros e ainda terá de pagar 500 mil Euros à organização por danos não-materiais.

Maior produtora européia de eletricidade, a EDF foi acusada de cumplicidade na ocultação de documentos roubados e interferência em uma rede de computadores. Em 2006, a EDF contratou um hacker e um investigador particular disfarçado, num esforço particular de espionar as operações do Greenpeace França.

A operação de espionagem monitorou a organização enquanto esta desafiava os planos do governo do Reino Unido de trabalhar com a EDF para expandir suas operações nucleares. O hacker conseguiu roubar mais de 1.400 documentos do computador do diretor do programa do Greenpeace França.

"A multa contra a EDF e os danos atribuídos ao Greenpeace têm potencial de enviar um sinal forte para a indústria nuclear de que ninguém está acima da lei", disse Colin Adélaïde, diretor de comunicações do Greenpeace França.

"Em meio à corrida para a campanha presidencial das próximas eleições, este veredicto mostra que a indústria nuclear não é compatível com a democracia francesa. Os eleitores devem manter esse escândalo em mente e tentar garantir que a questão energética na França não seja feita refém pela indústria nuclear e os políticos", afirmou Adélaïde.

O desastre nuclear de Fukushima expôs os perigos inerentes da energia nuclear e a falta de segurança na indústria. Mesmo assim, mais de três quartos da eletricidade produzida na França provém de usinas nucleares. Por esse motivo, o Greenpeace passou vários anos em campanha contra as operações nucleares da EDF.

Na Europa, países como Alemanha, Itália, Suíça e Bélgica anunciaram que estão extinguindo a energia nuclear de sua matriz. Na próxima eleição na França, os eleitores terão a oportunidade de enviar aos políticos uma mensagem contra o poder nuclear.

Além das acusações de espionagem, dois funcionários de segurança nuclear da EDF e dois funcionários da Kargus Consulting, empresa contratada pela EDF para espionar o Greenpeace, foram condenados por acusações relacionadas à espionagem. Todos os quatro foram presos, com parte de sua pena suspensa. Três deles também foram multados.

Atualmente, os quatro reatores nucleares franceses estão sendo construídos na Finlândia. A França e a China estão bastante atrasadas por conta de sérios problemas nas construções. No caso dos reatores da EDF na Finlândia e na França, os orçamentos ainda estão ultrapassados em bilhões.

"Este caso de espionagem da EDF deve enviar um sinal para qualquer país que considere construir reatores nucleares, de que a indústria nuclear não pode ser confiável", afirmou Colin. "Quem pode confiar em uma indústria espiã e que, no caso do acidente de Fukushima, não diz a verdade ao público sobre seu desastre nuclear? Em vez de trabalhar com a indústria nuclear, os países devem investir em fontes limpas e seguras de energia renovável", conclui o diretor.
Fonte;Greenpeace

Thursday, November 10, 2011

No colo do governo


Com relatório aprovado, texto do novo Código Florestal não sofre mudanças com emendas, que foram deixadas para a próxima etapa, na Comissão de Meio Ambiente do Senado Código segue para ser analisado na Comissão de Meio Ambiente, última etapa antes da votação final no Senado. Crédito: Lia de Paula / Agência Senado
Era para ser uma votação de emendas que modificariam o relatório do novo Código Florestal, aprovado ontem em duas comissões do Senado. Mas a sessão foi esvaziada pelos parlamentares. Mais uma vez, não houve qualquer manifestação ou esforço do governo para melhorar o texto, cujo teor a presidente Dilma Rousseff prometeu não aceitar durante sua campanha eleitoral.

Das 20 propostas de alteração apresentadas pelas comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura, uma foi aprovada e duas, rejeitadas. As demais foram simplesmente retiradas da pauta de votação e jogadas para a próxima etapa, na Comissão de Meio Ambiente (CMA), sob a relatoria do senador Jorge Viana (PT-AC).

A justificativa dos senadores é de que havia um grande acordo sobre o que seria aprovado ou rejeitado hoje. “O acordo funcionou muito bem enquanto se tratava de rejeitar as emendas que fariam o texto ficar ‘menos ruim’. Porém, quando chegou a vez de aprovar mudanças no projeto que diminuiriam o ronco da motosserra, aí o acordo deixou de valer”, disse Marcio Astrini, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

Pontos mais polêmicos, como as emendas apresentadas pelo presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), por exemplo, mesmo com parecer favorável do relator Luis Henrique (PMDB-SC), foram deixados para serem incorporados no próximo relatório. Elas propunham maior proteção às Áreas de Preservação Permanente (APPs) e que apenas fossem aceitos como imóveis de quatro módulos fiscais aqueles que assim os tivessem definidos até a data de 22 de julho de 2008. A idéia era barrar o fracionamento de terras pelos grandes proprietários.

Os senadores, portanto, continuaram com o mesmo argumento que utilizam desde que o projeto chegou ao Senado, de que ele será melhorado na comissão seguinte. De concreto mesmo, pôde ser visto apenas o texto ruralista avançando mais um quadrado nesse tabuleiro de peças marcadas. Isto é, o desmatamento e a anistia continuam mantidos com força total no Projeto de Lei do Código Florestal.

“O Rollemberg fez questão de dizer em público que seu voto contrário às emendas 53 e 58 do senador Valadares – Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), foi em sacrifício ao acordo feito entre os senadores, pois ele concordava com as emendas. Porém, logo em seguida, quando era para aprovar as propostas que melhorariam alguma coisa no texto, esse mesmo acordo foi descumprido. Parece que hoje ficou bem claro como funcionam os acordos com ruralistas”, afirmou Astrini.
Fonte;Greenpeace

Quem sabe faz mais limpo


Nova edição, maiores desafios. Sai o Guia de Eletrônicos Verdes, que avalia marcas de equipamentos em critérios como gasto de energia, uso de materiais tóxicos e reciclagem Após cinco anos de liderança no mercado, o Guia de Eletrônicos Verdes, mais abrangente ranking de boas práticas das principais empresas do setor, ficou mais criterioso. Melhor para as empresas que assumem e honram seus compromissos ambientais, pior para aquelas que só fazem promessas. Nesta edição, o Greenpeace parabeniza HP, Dell e Nokia, as três primeiras colocadas, e condena grandes como Toshiba e LGE, na lanterna.

Para encabeçar a lista, que já virou referência para consumidores de todo o mundo, fabricantes de equipamentos eletrônicos precisam, além de demonstrar que seus produtos não contém substâncias químicas perigosas à saúde humana e ambiental, comprovar práticas de redução de emissões de carbono, através de planos de limpeza da matriz elétrica das empresas. O ciclo de vida dos equipamentos é avaliado desde o conteúdo de suas embalagens – papel proveniente de desmatamento ilegal, nem pensar - até o sistema de reciclagem praticado pelas marcas.

A multinacional americana HP lidera o ranking deste ano, com 5,9 pontos de 10. A boa marca vem de esforços em rastrear a cadeia produtiva de seus fornecedores, além de um programa efetivo de medição de emissões de carbono. Ao lado da também americana Dell, vice campeã com 5,1 pontos, dá exemplo de rigor com a matéria-prima que usa: as duas são as únicas empresas a zerarem o desmatamento ilegal do papel de suas embalagens. A empresa, no entanto, peca em políticas mais efetivas de reciclagem de seus produtos em países onde não há legislação específica.

Após amargar o 10o lugar na edição passada, a Dell finalmente consegue comprovar que está a caminho de eliminar substâncias maléficas, tais como o PVC, componente tóxico do plástico, da sua linha de computadores. Já a Nokia, campeã desde 2008, nesta versão cai para 3o lugar, por falta de estratégias de redução de consumo de energia, seja com eficiênca energética ou aumento do uso de renováveis.

"Ao incorporar o critério de uso de energia nos processos produtivos, o novo Guia de Eletrônicos mensura o impacto ambiental proveniente de emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes", diz Ricardo Baitelo, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil. "O resultado final serve como motivação para que empresas equacionem este problema, adotando cada vez mais medidas de eficiência energética ou mesmo geração de energia renovável em suas unidades produtivas", complementa.

Na sequência vêm Apple – subiu posições com melhorias em seus equipamentos, mas somou poucos pontos em energia – Philips, Sony Ericsson, Samsung, Lenovo, Panasonic, Sony, Sharp, Acer, LG Eletronics, Toshiba e RIM. Entre as últimas colocadas, LG e Toshiba também não fizeram bonito em quesito de energia. A canadense RIM, fabricante dos celulares Blackberry, é nova no ranking.
Fonte;Greenpeace

E aí, Dilma?



Relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) passa em mais duas comissões, sem melhoras em favor das florestas. Do ladAntonio Cruz / Agencia Brasil Brasília - Estudantes protestam contra a aprovação do relatório do novo Código Florestal nas comissões de Agricultura (CRA) e Ciência e Tecnologia (CCT) do Senadoo de fora, estudantes são agredidos e presos O povo brasileiro presenciou hoje mais um episódio do circo ruralista que toma conta do Congresso. Os senadores protagonizaram um verdadeiro vexame nacional, com a clara anuência do governo. O relatório do Luiz Henrique (PMDB-SC) foi aprovado nas Comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), por 27 votos a 1. “O texto guarda a essência do projeto original, votado na Câmara e elaborado de forma brilhante pelo deputado Aldo Rebelo”, resumiu o relator. E dessa forma, o Código Florestal caminha a passos largos para o maior retrocesso da história.

“A presidente Dilma prometeu na sua campanha que não aceitaria qualquer dispositivo que aumentasse o desmatamento ou significasse anistia a crimes ambientais. E é exatamente essa a essência à qual o senador Luiz Henrique se refere. Portanto, o texto aprovado ao gosto do governo é contrário aos compromissos e declarações da presidente, que, ou não irá cumprir com o prometido, ou não consegue controlar a ação de seus aliados no Congresso”, disse Marcio Astrini, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

O relatório apresentado para votação nesta manhã tinha alterações com relação ao anterior, lido na última sessão do dia 25 de outubro. O relator incorporou algumas emendas, que alteraram, por exemplo, os artigos 4º e 35. Essas mudanças fizeram com que a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) fizesse um pedido de vista antes da votação, para saber o que estava em jogo.

Mesmo com as mudanças flagrantes, declaradas pelo próprio relator, e estando o pedido de acordo com o regimento da Casa, ele foi negado pelo presidente da CCT, Eduardo Braga (PMDB-AM).

O que pôde ser visto na votação de hoje, portanto, foi a sequência do trator ruralista que está sendo passado desde a Câmara. A única novidade, de fato, é que ficou claro, de uma vez por todas, que o governo é parceiro na construção do texto aprovado. O senador Jorge Viana (PT-AC), que representa o Planalto como relator na Comissão de Meio Ambiente, entrou mudo e saiu calado, como tem sido seu costume.
Encerrando o show ruralista, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) ainda deixou claro que não está totalmente contente com o texto apresentado. Ela quer piorar ainda mais a redação, e terá mais uma chance amanhã, quando serão votados em separado os destaques e emendas ao texto. Ela deu a entender que irá procurar retirar do texto as já minguadas necessidades de recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Ela chegou a lembrar aos Senadores da ameaça de que, caso esse dispositivo não seja retirado, os ruralistas na Câmara irão derrubá-lo.

A senadora também criticou os artistas que gravaram vídeos defendendo a proteção das florestas, e mandou que eles cuidassem de outros assuntos, como a poluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e do rio Tietê.

Trator neles!
O trator ruralista parece não distinguir ninguém. A mesma truculência utilizada na votação do texto contra as florestas do Brasil foi usada hoje contra os estudantes que defendiam a proteção das mesmas. Alunos da Universidade de Brasília e membros do Comitê Universitário em Defesa das Florestas foram barrados na porta do plenário e agredidos impunemente.

Um dos manifestantes, o estudante de geologia Rafael, foi sufocado pelos seguranças do Senado e por um homem sem identificação. Depois de agredido, já em pé e com as mãos para cima em sinal pacifista, ele foi atingido, pela polícia do Senado, por uma arma de choque, que o desmaiou. Carregado, o estudante foi levado à Polícia Legislativa.

O único parlamentar que se prontificou a prestar ajuda ao estudante na delegacia e a dar as caras para a imprensa do lado de fora do plenário foi a senadora Marinor, a mesma que votou, sozinha, contra o relatório.
Cartaz de manifestação que levou os estudantes a serem agredidos por seguranças e capangas no SenadoNa saída da delegacia, ela afirmou que esse fato não ficará somente nas palavras, e que será apurado. “Claro que foi um excesso! Algemar alguém que está se manifestando de forma pacífica é contra a lei! E também não é estranho que os capangas do agronegócio transitem entre nós”, disse.

“Juntando as duas comissões, foram 27 votos de apoio ao texto sem que o governo fizesse nenhum esforço ou demonstrasse qualquer insatisfação com o que foi votado. Com isso, hoje, um terço dos senadores, que estavam presentes na votação conjunta, optaram pelo desmatamento e pela anistia a crimes ambientais. Na verdade, o que parece é que o Planalto está gostando do que vê”, concluiu Astrini.
Fonte;Greepeace

Monday, November 7, 2011

Clima vira carvão na sede da COP


Ativistas do Greenpeace se penduram em guindastes no canteiro de obras da termelétrica Kusile, para mandar uma mensagem à África do Sul: "Nenhum futuro no carvão” Na sede da próxima COP do Clima, ativistas do Greenpeace pedem fontes mais renováveis de geração de energia.Enquanto a África do Sul se prepara para sediar, no final deste mês, a conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP-17, o país segue investindo em geração de enegia elétrica a carvão, e uma de suas futuras usinas termelétricas, a estação de Kusile, prevista para entrar em operação até 2014, caminha para se tornar a quarta maior poluidora mundial em termos de gases do efeito estufa. A fim de parar essa evolução de energia suja, ativistas do Greenpeace África ocuparam hoje um guindaste no canteiro de obras da central, pedindo à estatal Eskom que abandone o projeto e passe a investir em empregos e fontes de energia verdes.

Seis ativistas estenderam uma faixa gigante no topo do guindaste, que dizia: “Kusile: matador do clima”. Enquanto isso, outros sete ativistas trancaram-se em frente aos portões de entrada do canteiro, com banners onde podia ser lido: “Empregos verdes agora” e “Nenhum futuro no carvão”.

Melita Steele, da Campanha de Clima do Greenpeace África, afirma que as promessas feitas pelo governo sul-africano para combater as alterações climáticas não têm sentido, a menos que parem a construção de novas centrais de energia a carvão como Kusile. “Números recentes mostram que as emissões de gases de efeito estufa pela queima de carvão são uma espiral fora de controle, tendo como uma das causadoras as novas usinas como Kusile. Se não for revisto, isso vai condenar centenas de milhões de pessoas para as terríveis conseqüências das mudanças climáticas”, diz Steele.

Além disso, um relatório do Greenpeace publicado recentemente – “O verdadeiro custo do carvão na África do Sul: pagando o preço da dependência do carvão” – mostra que Kusile não somente impulsionará o caos climático, mas os seus custos externos e ocultos serão de US$ 8 bilhões por ano, um preço que os cidadãos sul-africanos mal podem para pagar.

“Estamos aqui para mostrar que o verdadeiro custo da Kusile é demasiado elevado para os sul-africanos pagarem. É um preço que nem nós, nem o mundo pode pagar. Carvão deixou de fornecer eletricidade a mais de 10 milhões de sul-africanos. Há maneiras mais verdes, mais limpas e mais rápidas de trazer serviços energéticos para a África, o carvão está no meio do caminho e deve ser remetido para o lixo da história”, afirma Melita Steele.

O Greenpeace pede que a África do Sul se torne um verdadeiro líder das questões climáticas, através do investimento em larga escala em energias renováveis, e por não comprometer o futuro de seu povo. Isso criaria uma situação vitoriosa em termos
de criação de empregos, da proteção do clima e da prestação dos tão necessários
serviços de energia.

“Quando o mundo aterrissa sobre Durban no final do mês e as pessoas em todos os lugares têm esperança de que o progresso possa ser feito para se chegar a um acordoque preserve o clima, o governo sul-africano tem a chance de liderar, a chance de
fazer história como um herói para o clima, para a justiça e para o planeta. Ele não deve desperdiçar essa chance, deixando uma empresa do próprio governo como a Eskom zombar das negociações”, concluiu Steele.
Fonte;Greenpeace

Thursday, November 3, 2011

Novo fôlego às florestas da Indonésia


Mais uma grande empresa se afasta do fantasma do desmatamento e cancela contrato com a Asia Pulp and Paper (APP), fabricante de papel e adepta da devastação florestal no país As atividades da APP colocam em risco as metas da Indonésia de acabar com o desmatamento em suas florestas tropicaisAs florestas tropicais da Indonésia tiveram hoje mais um alento. E a empresa Asia Pulp and Paper (APP), produtora de papel, mais um bom motivo para acabar com a degradação florestal. A Hasbro, uma das maiores fabricantes de brinquedo do mundo, tornou público o seu afastamento do desmatamento, se juntando ao grupo de grandes marcas que cancelaram seus vínculos com a APP.

A APP foi muitas vezes acusada de devastar para produzir embalagens descartáveis de papelão. Entre seus clientes listavam importantes marcas de brinquedos como a Disney. Recentemente, após grande pressão do Greenpeace, gigantes do ramo como a Mattel, empresa por trás da famosa boneca Barbie, e a Lego decidiram mudar sua política de compra de papel e deixar de estar associada com a destruição florestal.

Cada vez mais companhias mundo afora se identificam com a conservação dos ecossistemas do planeta, e as empresas destruidoras seguem perdendo seus melhores contratos. Hoje a Hasbro tornou público seu comprometimento. Mas muitas outras empresas também estão agora comprometidas com o fim da degradação florestal e anunciaram que vão parar de comprar da APP.

Entre elas estão a Warehouse, maior grupo de lojas de departamento da Nova Zelândia; a Delhaize, segunda maior varejista na Bélgica e proprietário da Lion Food nos EUA; a Metcash, uma das maiores cadeias de supermercados da Austrália; a Montblanc, famosa fabricante de canetas de luxo; a Tchibo, quinta maior torradora de café do mundo; e a Cartamundi, líder mundial dos fabricantes de cartas de baralho.

Em resposta à vitoriosa notícia de que ainda mais empresas em todo o mundo estão cortando os laços com a gigante papeleira, o Greenpeace pediu hoje à Asia Pulp para que se empenhe em acabar com a destruição das florestas tropicais do país.

O Greenpeace também alertou que a continuação da degradação florestal pela APP ameaça o próprio compromisso do presidente indonésio de dedicar seu tempo restante de mandato para salvar as floresta na Indonésia.

“A Asia Pulp and Paper é ruim para as florestas e para a reputação da Indonésia. APP deve se comprometer imediatamente a parar de destruir as florestas tropicais”, disse Bustar Maitar, da Campanha de Florestas do Greenpeace na Indonésia.

Conhecidas grandes companhias também têm excluído a APP de suas cadeias de suprimentos. Isso inclui a Staples, uma das maiores empresas mundiais de material de escritório, que concluiu que a APP é um “grande perigo à nossa marca”, bem como as multinacionais de bens de consumo Kraft, Nestlé e Unilever.

Varejistas internacionais como Carrefour, Auchan, Grupo Metro e Tesco, todas excluíram a APP de seus produtos de marca própria nos últimos dois anos. A gigante Adidas também parou de negociar com a APP.

Metas de combate ao desmatamento

A Indonésia é o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer metas ambiciosas para reduzir o desmatamento, as emissões de gases de efeito estufa, e para combater as alterações climáticas. Entretanto, os planos do presidente Susilo Bambang Yudhoyono continuam a ser prejudicados por atividades como a da APP.

No mês passado, a campanha “Olho de tigre” do Greenpeace encontrou extensas clareiras florestais dentro de concessões da APP em Sumatra. As áreas que estão sendo apuradas incluem aquelas mapeadas como habitat para o tigre de Sumatra, hoje em perigo de extinção. Apesar de o uso do fogo para limpeza de terrenos ser proibido na legislação da Indonésia, foram identificados incêndios florestais usados para desmatamento dentro de duas áreas de concessão da APP.

No início deste ano, a empresa irmã da APP, a Golden Agri Recursos, introduziu novas políticas de combate ao desmatamento. Desde então, começou a reconquistar os clientes que tinha perdido no mercado internacional, incluindo a Nestlé.

"A APP deve seguir o exemplo da GAR e imediatamente comprometer-se a pôr um fim no desmatamento", concluiu Maitar.
Fonte;Greepeace