Friday, May 31, 2019

Aliança pelas abelhas

por Mariana Campos

Milhares de mensagens de apoio às abelhas mostram a urgência de agirmos em defesa das rainhas da polinização
abelhas em colmeia
As abelhas são fundamentais para o meio ambiente, mas estão sendo exterminadas pelos agrotóxicos. © Pieter Boer/ Greenpeace
Tem bastante gente preocupada com o extermínio das abelhas por conta do uso massivo de agrotóxicos. Prova disso são as mais de 10 mil mensagens de apoio às rainhas da polinização que chegaram na última semana, desde que lançamos o abaixo-assinado #SalveAsAbelhas.
Mais do que nunca, precisamos continuar unidos em defesa de uma produção de alimentos que não ameace esses insetos tão importantes e a nossa saúde. No Brasil, a luta não vai ser fácil: no último dia 21 de maio, o governo liberou mais 31 agrotóxicos, totalizando 197 produtos aprovados em 2019 — muitos deles banidos na União Europeia. É uma chuva de veneno sobre nossas cabeças!
No entanto, sabemos que existe um antídoto para tanta substância tóxica: é a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA), que, com a sua ajuda e muita pressão, pode se tornar lei. A PNaRA é a verdadeira esperança de uma agricultura sustentável e justa, que garanta a saúde e a segurança alimentar da população brasileira e a conservação das abelhas.
Vamos então polinizar as nossas redes para mostrar que uma outra agricultura é possível, sim!
Converse com amigos e familiares, compartilhe o abaixo-assinado, continue mobilizado. As abelhas precisam da nossa ajuda.
Confira aqui algumas das mensagens de apoio às abelhas:
Não deixem a ganância acabar com o nosso planeta! Ame o próximo, ame os animais e ame a natureza! Vamos salvar o mundo! (Sandy M.)

Mexeu com as abelhas, mexeu com as flores, mexeu com as plantas, mexeu com esse amante da natureza aqui. #fimdapicada (Átila A.)

Temos que deixar claríssima a importância das abelhas.. vejo muitas pessoas que pensam que elas devem morrer porque picam as pessoas… a ignorância é sempre a maior vilã. (Gustavo O.)

Vamos salvar as abelhas 🐝. Estou totalmente à disposição para esta causa. (Iara N.)

E eu me pergunto: porque tanta estupidez? Agro é tech? Agro é pop? Agro é o fim! (Lena C.)

As abelhas precisam da nossa proteção e do nosso carinho. Elas trabalham incansavelmente para produzir o que há de mais doce em Nosso Planeta. (Antonio I.)

É inadmissível o que está acontecendo, um completo absurdo sabendo da importância que as abelhas têm para nós e não dá pra acreditar que estamos chegando a esse ponto. Eu não aceito essa situação! (Karina N.)

Chega de agrotóxico. Queremos mais vida. (Ricardo de O.)

É possível cultivar alimentos sem causar danos à natureza, fazendo mal à natureza fazemos mal a si mesmos. (João C.)

Quero fazer um pedido ao presidente Bolsonaro pra proibir o agrotóxico que está matando nossas abelhas. (Isabel B.)

Os grandes precisam garantir o futuro dos menores e pequeninos ou não haverá mais sentido para toda a ganância. (Raquel P.)

Se não tomarmos medidas sérias, chegaremos a um ponto irreversível e estaremos todos condenados. (Paulo P.)

Parabéns pela ação e tentativa de conscientização de todos na preservação e cuidados com nossas abelhas, elas que fazem um trabalho tão rico. Pelo fim dos agrotóxicos! (Ana Cláudia M.)

É um absurdo este uso indiscriminado de agrotóxicos aqui no Brasil! (Terezinha E.)

Por menos agrotóxicos em nossos alimentos !!! Salvem nossas abelhas !!! (Elaine da C.)

Há muitos meios de evitar as pragas, por que insistir em agrotóxicos? (Rosangela A.)

Vamos incentivar o consumo de alimentos orgânicos, para tornar mais acessível reduzindo, até eliminarmos esses produtos cheios de agrotóxicos. (Elisângela R.)

Chega de venenos, as pessoas estão doentes, o meio ambiente está doente. Mais respeito e saúde, mais empatia e novas tecnologias na produção agrícola do país, sem agrotóxicos, com vida e consciência! (Danielle T.)

Sou totalmente contra a liberação dos agrotóxicos, por representarem um risco gigantesco à saúde humana, à saúde da fauna e da flora. Sou totalmente a favor da PNRA, por entender que somente a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos freará várias doenças humanas e permitirá uma saúde meio ambiente. (José L.)

As abelhas são seres indispensáveis à vida no planeta! Respeitem a natureza! Chega de envenenar o mundo! (Dulce G.)

Abelhas são os animais mais preciosos do mundo ;(( Por favor, cuidem delas.
Elas DANÇAM pra se comunicar!! O quão incrível é isso?? Sua vida vai ser muito mais feliz se houverem abelhas dançando por aí <3 g.="" h5="" sabela="">
Queremos alimentos sem veneno! PNaRA já! Salvem as abelhas. Salvem o mundo. (Tatiana dos S.)

Não ao abelhocídio! (Diego P.)

Precisamos acordar! Todos os seres vivos são importantes e essenciais em nosso planeta! Que tenhamos mais empatia e respeito por nossa Mãe Terra 🌍 (Julia S.)

Eu amo as abelhas, mesmo que eu fique inchada quando me picam, mas prefiro isso do que vê-las morrendo. Elas são a vida do mundo. O ser mais importante. (Mayara P.)

Estou preocupada com o futuro desta geração, precisamos fazer com que entendam que sem abelhas estaremos sem comida. Não é necessário usar agrotóxico. (Marileia T.)

sobre o(a) autor(a)

Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.

As crianças do Ártico têm uma bronca para os adultos

por Greenpeace Brasil
 Quando o assunto é a proteção dos oceanos, essas crianças do vídeo acham que os adultos não estão fazendo o trabalho deles direito. Elas querem oceanos livres de ameaças para garantir um futuro seguro a elas


Os oceanos são a base para a vida na Terra. Se não cuidarmos deles agora, estaremos colocando o futuro do planeta em risco. E, nesse futuro, são nossos filhos e netos que irão viver. Por isso, as crianças do Ártico se juntaram para mandar um recado aos adultos: Protejam os oceanos já!

E o recado vai para um grupo especial: Os políticos que ao longo de 2019 e 2020 terão em mãos a chance de assinar um Tratado Global dos Oceanos. Esse acordo permitirá a criação de uma rede de santuários marinhos. Segundo cientistas, precisamos proteger pelo menos 30% das chamadas águas internacionais se quisermos garantir oceanos saudáveis para nossos filhos e netos.
Desde abril, o Greenpeace está fazendo uma jornada por nossos oceanos, indo do Polo Norte até o Polo Sul, passando pelos Corais da Amazônia. No trajeto, vamos mostrar as belezas e as ameaças às águas salgadas, que cobrem a maior parte do nosso planeta.
Ouviu o recado das crianças, certo? Então, cuide do futuro delas e proteja os oceanos. Entre em nosso abaixo-assinado.

Thursday, May 23, 2019

Why the whole world needs a Green New Deal

by Diego Gonzaga

Tibetan Woman with Solar Panels, Everest Expedition © John Novis / Greenpeace
A local Tibetan woman talks to Greenpeace, she has five children and runs a busy guest house in the village of Zhang Zong. © John Novis / Greenpeace
Imagine a world 100% powered by renewables. A sustainable world where development does not take an irreversible toll on our planet’s natural resources. A world where there is funding to support a just recovery for the communities most impacted by climate change and a just transition for those economically dependent on the fossil fuel industry. A world where there is support for those on the frontlines suffering the worst impacts of extreme weather events now, and no one is left behind. That world is possible.
The Green New Deal, a resolution introduced in February in the United States Congress by Representative Alexandria Ocasio-Cortez and Senator Ed Markey, is more than just a response to an environmental threatit’s a vision for a more equal, just and fair future. This vision goes beyond partisan debate. In fact, a recent poll shows that the majority of people in the US support the Green New Deal, including a large majority of conservatives.
The resolution is not perfect. For one, it still needs to confront the architects of the climate crisis — the fossil fuel industry. That means laying out a clear path for phasing out existing use of coal, oil, and gas and immediately stopping new fossil fuel infrastructure like pipelines. But this initiative outlines a way forward towards the future we need, not only in the US, but across the globe.
No Need to Panic Activity at Swedish Parliament in Stockholm. © Jana Eriksson / Greenpeace
Inspired by a classic work by Banksy, Greenpeace activists painted ”NO NEED TO PANIC” halfway below the waterline on the Swedish parliament. © Jana Eriksson / Greenpeace
The IPCC report released last year is very clear: with each passing year of inaction, we are losing precious time to work on real solutions to protect us from climate catastrophe. We can’t ignore that anymore. We are seeing the call from around the world for action on climate change. From Australia to Bangkok, from the US to Europe, the youth is rising and demanding world leaders to act before it’s too late. A coalition of more than 60 organisations is pushing for Canada leaders to adopt a deal similar to the one proposed in the US, and both Ireland the UK Parliament, after strong pressure from activists, have made the historical decision to declare a climate emergency.
Will changing the systems we have in place cost money? Yes. But ignoring the impacts of climate change will cost us more. In fact, extreme weather events already cost the world almost 100 billion US dollars in 2018, alone. And that is not the only reason we need a global Green New Deal.
Fridays for Future Student Demonstration in Washington DC. © Livia Ferguson / Greenpeace
Student activists join the international movement and strike to show the climate crisis is the most important issue humanity faces. © Livia Ferguson / Greenpeace
We need it because thousands of people are already dying from the effects of extreme weather events. We need it because it’s long overdue that governments and corporations stop putting the profits of few over the lives of millions of people. We need it because those who contribute the least to climate change are the ones affected the most and the ones who need the most support.
We can’t ignore the climate crisis anymore. This is everyone’s fight. Whether it is by demanding our leaders to push for resolutions like the Green New Deal, or joining the movement to protect our forests and our oceans, this is the time for us to demand better together.

about the author

Diego Gonzaga is a content editor for Greenpeace International based in San Francisco, US.

Greenpeace fecha sede da petroleira BP no Reino Unido

por Greenpeace Brasil
 A empresa britânica quer explorar petróleo em regiões únicas como os Corais da Amazônia e o Ártico
Voluntários do Greenpeace Reino Unido fecharam na madrugada de hoje, dia 20 de maio, a sede da petroleira BP, em Londres, pedindo que a empresa encerre imediatamente toda a exploração de novas reservas de óleo e gás e passe a investir apenas em energias renováveis – ou que a empresa reduza suas operações.
Os voluntários do Greenpeace chegaram à sede da empresa britânica BP, no centro de Londres, por volta das três horas da manhã e se colocaram sobre contêineres bloqueando todas as entradas principais da sede da BP. O container traz imagens do fotógrafo Gideon Mendel, que explora os impactos das mudanças climáticas em diversos locais ao redor do mundo. Um time também escalou o prédio da BP e bloqueou cada janela com letras gigantes formando a palavra “Climate Emergency” (Emergência Climática, em inglês).
Voluntários do Greenpeace Reino Unido fecham a entrada da empresa BP em protesto que chama a atenção para as mudanças climáticas. © Jiri Rezac / Greenpeace
O fechamento da entrada da sede da BP ocorreu um dia antes da reunião geral anual da empresa. A atividade foi encerrada por volta das 20h no horário local (16h – horário de Brasília) e alguns voluntários foram presos. De todas as empresas de petróleo, a BP é a que mais financiou ações para bloquear políticas para o combate às mudanças climáticas.
“A BP está alimentando uma emergência climática que ameaça milhões de vidas e o futuro do mundo. A ciência é clara – devemos parar de procurar por novas fontes de petróleo e gás se quisermos um planeta habitável”, diz Paul Morozzo, ativista do Greenpeace. “Pessoas ao redor do mundo estão pedindo uma ação radical para parar uma catástrofe climática e assegurar um futuro melhor. Simplesmente não há espaço para empresas como a BP nesse futuro. Na reunião dos acionistas eles têm uma escolha, podem parar imediatamente novas explorações de óleo e iniciar uma mudança para 100% renováveis”, conclui Morozzo.
Ativistas escalam prédio da empresa britânica BP e colocam mensagem para alertar para a “Emergência Climática”. © Chris J Ratcliffe / Greenpeace
Os Corais da Amazônia também estão ameaçados pela BP
No Brasil, a BP quer a todo custo buscar petróleo na costa Norte do país, perto dos Corais da Amazônia, colocando em risco um ecossistema revelado há pouco tempo e único no mundo. Um derramamento de petróleo ali é uma ameaça aos Corais da Amazônia e aos animais que habitam a região. “O modelo adotado por empresas de petróleo como a BP e a Total está em direção oposta aos esforços para prevenir catástrofes ambientais ligadas às mudanças climáticas. Essas empresas precisam mudar”, afirma Thiago Almeida, coordenador da campanha Defenda os Corais da Amazônia, do Greenpeace Brasil.
Mais de 2 milhões de pessoas ao redor do mundo já disseram que são contra a exploração de petróleo na região dos Corais da Amazônia e se tornaram defensoras desse ecossistema único. Juntos, obtivemos uma primeira vitória contra a petroleira francesa Total. Mas agora precisamos nos unir novamente para garantir a sobrevivência das diversas espécies que habitam os recifes contra as intenções da BP e sua insistência em explorar a região próxima aos Corais da Amazônia.
Vamos impedir que a exploração de petróleo ameace esse local único. Pressione a BP para desistir dos planos absurdos de explorar petróleo perto do recife dos Corais da Amazônia.


*Texto atualizado às 16h30 (horário de Brasília).

Hoje é o Dia Mundial das Abelhas

por Mariana Campos

As principais homenageadas deste dia tão especial correm perigo – e isso afeta a todos nós É provável que você já tenha tomado uma picada de abelha pelo menos uma vez na vida. Dói pra burro, não é? Mas a notícia que vou te dar agora vai doer muito mais do que picada de abelha: esses insetos fundamentais para o meio ambiente estão sendo exterminados em uma velocidade assustadora, e um dos maiores vilões dessa tragédia são os agrotóxicos.
As abelhas são fundamentais para as florestas. © Holger Weber / Greenpeace
É por isso que o Dia Mundial das Abelhas pede nossa atenção. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018, tem reforçado a importância da polinização animal para garantir não somente o equilíbrio dos ecossistemas, como também a produção de alimentos e o combate à fome no mundo. Mas as abelhas, que deveriam ser as rainhas da festa, correm perigo!
Aqui no Brasil, apenas entre dezembro de 2018 e março de 2019, mais de meio bilhão de abelhas criadas por apicultores foram encontradas mortas  — mais especificamente, nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se fosse possível contabilizar a morte de abelhas silvestres (livres na natureza), esse número seria muito maior.
E os alarmes não param de soar. No início de maio, um novo relatório da ONU apontou que nada menos que um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção a um ritmo nunca antes visto. Os polinizadores são um dos grupos mais ameaçados.
A importância das abelhas é incontestável: 73% de todas as espécies vegetais do planeta dependem da polinização feita por elas. No Brasil, habitat de cerca de 1.600 tipos de abelhas, mais da metade das 141 espécies de plantas cultivadas depende da polinização que é feita, principalmente, por esse grupo de insetos. Tomate, berinjela, leguminosas, café e cacau são alguns dos alimentos polinizados por elas.
Rainhas da polinização x rainha do veneno
Enquanto as rainhas da polinização enfrentam sérias ameaças por conta do uso massivo de agrotóxicos, Tereza Cristina, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem assumido cada vez mais o posto de rainha do veneno. Sob o seu mandato, em menos de cinco meses, o novo governo já liberou 166 novos agrotóxicos, um recorde se comparado aos últimos dez anos, considerando o mesmo período.
As abelhas estão morrendo – precisamos agir agora. © Bernd Lauter / Greenpeace
Muitas dessas substâncias são proibidas na União Europeia e nos Estados Unidos, e 44% delas são altamente ou extremamente tóxicas. Esses agrotóxicos podem afetar severamente a saúde humana, causando doenças como câncer e problemas reprodutivos. Nessa chuva de veneno dos últimos meses, também foram liberados produtos cujos ingredientes ativos afetam diretamente as abelhas, como os neonicotinóides e o fipronil.
“Nunca se liberou tanto veneno tão rapidamente. O governo segue empenhado e veloz em tornar o país ainda mais dependente desses produtos. Com isso perdemos todos. Nossa saúde ficará mais vulnerável,  o meio ambiente continuará sendo envenenado e as abelhas seguirão ameaçadas. Afundar o país em veneno não deveria ser a nossa opção de futuro.”, diz Iran Magno, especialista em Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil. “Apoiar um modelo de agricultura que respeite a vida, como propõe o Projeto de Lei da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, é que seria um verdadeiro sinal de preocupação com os brasileiros e com a nossa biodiversidade – verdadeiras riquezas que temos no país”, completa ele.
Virando o jogo
Sabemos que há muito o que fazer. No último fim-de-semana, “polinizamos” diversas cidades brasileiras com atividades para mostrar a importância das abelhas para o meio ambiente e as pessoas. As ações contaram com coletas de assinaturas para o abaixo-assinado Salve as Abelhas e mural de mensagens no qual as pessoas podiam deixar o seu apoio para a proteção das maiores polinizadoras do planeta, além de pedir por uma agricultura mais sustentável e sem agrotóxicos. Nossos voluntários ainda realizaram oficinas de stencil e distribuíram mudas e sementes de flores que atraem as abelhas, como lavanda, girassol e sálvia, convidando as pessoas a se juntarem a este enxame de transformação.
Precisamos do seu apoio na luta por uma agricultura que não destrua as florestas e nossa rica biodiversidade, nem envenene a população. Faça parte do movimento #SalveAsAbelhas e participe do abaixo-assinado!

PARTICIPE DO ABAIXO-ASSINADO Some sua voz! Juntos poderemos ajudar a proteger as abelhas, o meio ambiente e a saúde das pessoas. 🐝🐝🐝🐝
#SalveAsAbelhas #ChegaDeAgrotóxicos

sobre o(a) autor(a)

Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.

Saturday, May 18, 2019

Extinction and Rebellion

Extinction and Rebellion

 On May 1, the British House of Commons became the world’s first national parliament to declare a “climate emergency.” The motion is not binding and may have no effect on government policy, which appears reminiscent of the Paris emissions promises.

Nevertheless, the motion appears significant because the driving force behind this resolution was not an epiphany in the halls of British governance, but rather the Extinction Rebellion protests that closed bridges, occupied public landmarks, disrupted trains, and shut down Central London. Police had arrested over a 1,000 activists, some who had superglued themselves to Shell Oil headquarters and other buildings. The protesters gained international support and demanded a climate crisis response.
Extinction Rebellion Climate Protests (Photo by Ollie Millington/Getty Images)
Night time road blocks at the Extinction Rebellion environmental activists camp at Marble Arch © Photo by Ollie Millington/Getty Images
Greenpeace published polls showing widespread public support for the protesters and for climate action, even if it required public expense. “The best time to declare a climate emergency was 30 years ago,” said Greenpeace UK political spokesperson, Rebecca Newsom; “the second best time is now.” The Welsh and Scottish governments, the city of London, and other municipalities had already declared a climate emergency in response to the protests. Under such public pressure, the Conservative government approved the Labour Party opposition motion without a vote.
The rise of the Extinction Rebellion movement appears as a fresh escalation of public protest, driven by youth concerns for their future and made possible by the organizing power of electronic communications. The activists sound politically and scientifically sophisticated, armed with clear principles and strong research regarding the state of Earth’s ecosystems.
In October of last year, the non-violent coalition first assembled on Parliament Square in London, declaring a climate “rebellion” against the UK Government. They expected a few hundred people to attend. Almost 2,000 showed up. They announced a peaceful civil disobedience action a few days later, and 6,000 citizens blocked five major bridges across the Thames, planted trees in Parliament Square, and buried a coffin representing their threatened future. Extinction Rebellion groups quickly sprang up in Spain, Australia, Canada, Solomon Islands, South Africa, India, and in the US.
Action By Environmental Activists At The Entrance To The World Hydropower Congress In Paris Photo by Samuel Boivin/NurPhoto via Getty Images
Action By Environmental Activists At The Entrance To The World Hydropower Congress In Paris © Photo by Samuel Boivin/NurPhoto via Getty Images
In London, the protests escalated as activists disrupted the stock exchange and super-glued themselves to the gates of Buckingham Palace, where Dr. Gail Bradbrook — molecular biophysics from the University of Manchester and co-founder of the movement — read a letter to the Queen:
“We have come to speak with you about the gravest of matters – the future existence of the realm and the lives of your subjects,” she read. “Ecological collapse is imminent … the biggest threat to our entire realm and way of life in 1000 years of our history. We … implore you .. to fulfil your sacred duty to protect the realm. If you do not protect us from these perils, the Social Contact between us shall be broken. It will become our sacred duty to rebel and replace our government with one which honours the first duty of any state: To protect its citizens … we are more serious about this than anything else in our lives.”
Facing Extinction
Even ten years ago, talk of human extinction and civilization collapse was only heard among a few concerned scientists and informed observers. That has swiftly changed. Swedish teenager Greta Thunberg, Ende Gelände in Germany, the US People’s Climate Movement, Extinction Rebellion, and other activists have now made “extinction” and “ecological collapse,” household words. As Thunberg said, addressing older generations, “We don’t want you to be hopeful. We want you to treat this as a crisis, which it is.”
Scientists and activists have been warning of a large scale ecological collapse and human population collapse, for decades. In 1972, when Greenpeace was still a fledgling, ad-hoc activist group, the Club of Rome published the “Limits to Growth” study that warned of the pending crisis. In 1992, the Union of Concerned Scientists issued a “World Scientists’ Warning to Humanity,” signed by 1,700 scientists, signalling “vast human misery” if we did not radically change society. Two years ago, they published a “Second Warning,” stating that the environmental challenges have not been addressed and “are getting far worse.”
In 2012, Nature published “Approaching a state shift in Earth’s biosphere,” by 22 international scientists, who concluded that an unprecedented human effort was necessary to avoid “a planetary-scale transition,” far beyond global heating. “Humans have not done anything really important to stave off the worst,” said Canadian biologist and co-author Arne Mooers; “My colleagues … are terrified.”
In February of this year, author and teacher Catherine Ingram wrote a long, stirring essay, “Facing Extinction,” discussing ways of dealing with the “dark knowledge” of our spiraling ecological predicament. Ingram details the threat of runaway global heating beyond human control, driven by methane releases and other feedbacks, potentially leading to a Hothouse Earth catastrophe. She recounts the biodiversity crisis, threats of mutating disease epidemics, food shortages aggravated by global heating and depleted soils, and the threat of multiple Fukushima-like nuclear meltdowns as social structures collapse due to resource decline and conflict.
For decades, environmentalists have attempted to remain positive, hopeful, and focused on solutions. The “dark knowledge,” however, weighs on our spirits. “Because the subject is so tragic,” writes Ingram, “this is not an essay I ever wanted to write; it is one I would have wanted to read along the way. … I offer no hope or solutions, only companionship and empathy .. What we now need to find is courage.”
Evolution: The cost of success
In “The Human Nature of Unsustainability,” Dr. William Rees, professor emeritus at the University of British Columbia, writes that with all other species, “Humans share two behavioral traits … that drive unsustainability: Unless or until constrained by negative feedback (disease, starvation, self-pollution) all species [1] Expand to occupy all accessible habitats. [And 2.] Use all available resources.”
Biologists will tell us that primates, including humans, are “K-strategists,” large, long-living, late-maturing mammals than include elephants and blue whales. The “K” stands for “Kapazitätsgren,” the carrying capacity of an ecosystem, which such mammals consume to the natural limit. “Given the intense competition for habitat and resources,” Rees points out, “natural selection favors those individuals who are most adept at satisfying their short-term selfish needs, whether by competitive or by cooperative means.”
Orangutan, Borneo, Indonesia. © Greenpeace / Takeshi Mizukoshi
Orangutan, Borneo, Indonesia. © Greenpeace / Takeshi Mizukoshi
Deep within our genetic code, we possess a short-term bias for immediate gratification, not necessarily for long-term restraint to avoid future threats. As a species, humanity has been successful, occupying every habitat on Earth. However, as Rees points out, “Success is now the problem.”
As all successful species do, we overshot the capacity of our habitat, in our case the entire Earth. Earth’s natural systems can no longer supply our demand for consumption or sinks for waste (such as CO2 and toxins). “Climate change,” says Rees, “is just one symptom of generalized human ecological dysfunction.” According to Rees, the fact that humanity is living beyond its ecological means is supported by “a virtual tsunami of evidence.” In February, at biodiversity conference in Dublin, Irish president Michael Higgins summed this up, saying, “If we were coal miners, we’d be up to our knees in dead canaries.”
Harvard psychologist Daniel Gilbert agrees with Rees’ analysis. Ingram points out in her essay that Gilbert attributes our short-sightedness to four evolutionary features of our brains: (1) We are social animals, who care more about what is going on around us than what dangers lurk in the future. (2) Our morals are immediate and sentimental, not prognostic. If global warming was killing kittens today, millions would be demanding change. (3) Our concerns are immediate: When most people hear about threats for 2100, they think “Whew, no problem.” And finally, (4) our sense apparatus focuses on immediate changes and threats. Scientists are trained to understand slow change over time, but for most people, slow change evades us.
Rees emphasizes that capitalist economics reinforces our short-term, selfish instincts by presuming endless growth on a finite planet. Many ecological economists have pointed out that such growth is a biophysical and thermodynamic impossibility.
Historic change
The youth movements, exemplified now by Extinction Rebellion, Greta Thunberg, and others, offer the potential for a deep change in our evolutionary programming. We are not prisoners or victims of our genetics. We can transcend both our biological and cultural programming. To survive, we must.
Student Strike for More Climate Protection in BerlinSchueler-Streik fuer mehr Klimaschutz in Berlin© Gordon Welters / Greenpeace
With a demonstration for more climate protection 10,000 school students from all over Germany, environmental NGOs and Greenpeace activists protest in front of the Ministry of Economic Affairs in Berlin. © Gordon Welters / Greenpeace
In the 1970s, in the early years of Greenpeace and other new ecology movements, we thought that the ecological change would be simple, that once people understood the threats, they would demand change. We probably underestimated the challenge of overcoming our deep, evolutionary bias for short-term thinking. We may have underestimated the status quo — corporate elite, bankers, politicians, and even common citizens dependent upon the economic system — attachment to the old patterns of consumption and growth.
The new social movements are blowing up these social logjams. The timeline of catastrophe has grown too short. People now feel the threat to their own lives, and appear willing to sacrifice for long-term survival. This is the essential evolutionary change that must occur for humanity to reverse climate change and general ecological collapse. Anger, resentment, or depression are natural, but won’t solve the crisis. It is time to overhaul human society.
One of the strengths of 1960s social rebellion was a union of art and politics. That spirit appears to be flowering again. After two weeks of occupying an urban square at Marble Arch in London, activists awoke on April 26 to find an image, apparently by renowned graffiti artist Banksy, stencilled on a concrete wall where they camped. A young girl is planting a flower that takes the shape of the Extinction Rebellion symbol. The text declares: “From this moment, despair ends and tactics begin.”
========================

References and Links
“Facing Extinction,” by Catherine Ingram, catherineingram.com ..
“Why it’s time to think about human extinction,” Dr. David Suzuki interview with Kerwin Rae, Dec 16, 2018.
“UK Parliament First in World to Declare Climate Emergency, Olivia Rosane, EcoWatch, May 2, 2019
Extinction Rebellion message to the Queen, Rebellion.earth, November 24, 2018
Irish president Michael Higgins biodiversity conference, justmultimedia
Clive Hamilton, Climate Change Authority of Australia, Earth Masters: The Dawn of the Age of Climate Engineering.
Greenpeace report on carbon capture, sequestering, and storage.
Jem Bendell Deep Adaptation: A Map for Navigating Climate Strategy.
Living Planet Index 2018, WWF
“Michael Gove admits need for urgent action,” Fiona Harvey, Guardian, April 30,2019
“Extinction Rebellion and Momentum join forces on climate crisis,” Guardian, April 29, 2019
“The Extinction Rebellion scorecard,”: Matthew Taylor, 25 Apr 2019 Guardian
“A climate change-fueled switch away from fossil fuels means the worldwide economy will fundamentally need to change,”  Nafeez Ahmed, Insurge Intelligence, 2018
Democracy Now interview with George Monbiot on U.K. Climate Emergency, “The Need for Rebellion to Prevent Ecological Apocalypse,” Democracy Now, May 2, 2019
“Only rebellion will prevent an ecological apocalypse.” George Monbiot, The Guardian, 15 April, 2019.

about the author

Rex Weyler was a director of the original Greenpeace Foundation, the editor of the organisation's first newsletter, and a co-founder of Greenpeace International in 1979. Rex's column reflects on the roots of activism, environmentalism, and Greenpeace's past, present, and future. The opinions here are his own. Follow him on Twitter or visit his personal website.

The almost impossible concert

by Halvard Haga Raavand

I never thought you’d need a freezer in the Arctic.
But April 2019 saw average temperatures that were 8 degrees above normal. It meant that this concert, performed entirely on instruments carved from Arctic ice, nearly didn’t happen. It was almost too warm to have an ice concert in the Arctic.
We brought four musicians and an ice carving artist to the Arctic to give the ice its own voice to sing, as a representation of the fragility of the region and how close it is coming to melting away.  It’s an idea that only Greenpeace could pull off.
The instruments, carved from pieces of ice that had already broken off the glacier, started melting away before they were even finished. It took over a week of searching and waiting for the right conditions before this idea could come to life.
This was a once in a lifetime experience, not just for us but also for the musicians. With temperatures below -12 degrees celsius, the rhythms of chimes, horns, ice percussion and a cello blended together to send a message to the world’s leaders:  We need to protect at least 30% of our global oceans by 2030.
Protect the Oceans - Ice Concert © Denis Sinyakov / Greenpeace
An ice Cello is being transported by sledge to the ice music concert stage on the ice near Svalbard. © Denis Sinyakov / Greenpeace
A thriving ocean helps protect us from climate change. Carbon is naturally absorbed by plants and animals: it’s in the bodies of living creatures like whales and fish, and can be buried on the seabed when they die. Animals feeding at the surface and pooping in the ocean depths drives what’s known as the oceans ‘carbon pump’, pulling carbon from the atmosphere and locking it away underwater. Damaged oceans would make climate change worse.
The ice covered Arctic works like an air-conditioner for the planet, but as the ice melts it’s contributing to the acceleration of the climate breakdown. What happens in this fragile corner of the world affects us all.
This is just the first stop on our voyage from the Arctic to the Antarctic, carrying out important scientific research to show world leaders the need for a strong Global Oceans Treaty.
After the ice performance was done, the lead musician, Terje Isungset, said it better than I could:
“You have to treat ice with respect, otherwise it breaks. We should do the same with nature.”

Halvard Haga Raavand is an oceans campaigner with Greenpeace Norway

A petrolífera BP ainda ameaça os Corais da Amazônia

por Thaís Herrero

Seis meses depois de termos comemorando a vitória dos Corais da Amazônia porque o Ibama disse um belo “não” para a petrolífera Total, trago más notícias. 🙁
A Total está fora de jogo, mas há uma outra empresa estrangeira que mantém seus planos gananciosos de lucrar com a exploração na costa Norte do Brasil: A petrolífera britânica BP.
Quando começamos a falar sobre a importância de defendermos os Corais da Amazônia da ameaça do petróleo, no começo de 2017, nós sabíamos que a BP estava tentando a licença para perfurar um bloco na região do recife. Mas nos últimos tempos, a empresa parecia quieta, sem mostrar pressa em seguir com os planos.
A verdade é que ela estava agindo em silêncio, trabalhando em seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para provar que extrair petróleo na região dos Corais da Amazônia não traz riscos. Só que nós já mostramos muitas vezes que isso não é verdade. Cientistas renomados estudaram a região e avaliaram que, em caso de derramamento, há um alto risco de o petróleo atingir e causar danos irreversíveis ao recife e à biodiversidade local.
A BP está só esperando um sinal verde do governo brasileiro para a abertura de novas frentes para explorar petróleo. Essa espera silenciosa nos preocupa porque pode colocar os interesses das empresas internacionais na frente da segurança do nosso meio ambiente e das pessoas.
A BP é uma velha conhecida quando o assunto é petróleo – e, principalmente, destruição. Foi essa a empresa responsável pela explosão da plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, um dos piores desastres ambientais da história. Cerca de 4,9 milhões de barris de petróleo foram derramados no mar. A BP é também uma das campeãs de tentativas de lobby para influenciar governos a impedir ações que combatam as mudanças climáticas.
É esse o tipo de empresa que está prestes a atuar perto dos Corais da Amazônia. E nós sabemos porque precisamos proteger esse ecossistema. 
Desde 2017, mais de 2 milhões de pessoas se declararam defensoras dos Corais da Amazônia, aderindo ao nosso abaixo-assinado. Nossas vozes ecoaram e foram ouvidas. A Total saiu de cena, mas agora precisamos de novo nos unir e impedir que a BP estrague todo o trabalho que fizemos até agora protegendo a natureza.
É por isso que venho aqui com um pedido urgente: Temos que impedir que a BP siga seus planos antes que seja tarde demais. Não podemos deixar que a bacia da Foz do Amazonas, onde estão os Corais da Amazônia, sejam a próxima fronteira de petróleo, do contrário, vamos conviver com a ameaça iminente de um vazamento que poderá afetar as comunidades locais e os animais que vivem na região e dependem de um oceano saudável. Isso, claro, sem contar com a ameaça ao próprio recife, que foi revelado ao mundo apenas em 2016 e os cientistas mal tiveram tempo de estudar e entender.
Os Corais da Amazônia são um milagre da natureza e, mais uma vez, estamos diante da ameaça que a ganância das petrolíferas impõe ao meio ambiente.
Precisamos que você continue defendendo os Corais da Amazônia. Assine e compartilhe o abaixo-assinado. Proteja os oceanos, e toda a natureza.

Refutar a agenda climática é miopia estratégica do governo

por Greenpeace Brasil

Ministro Ricardo Salles cancela a Semana do Clima em Salvador e gera reações até do prefeito ACM Neto; evento regional é organizado pela ONU como preparação à Conferência do Clima
Mensagem projetada com laser no edifício onde é realizada a Cop 24
“Não há esperança sem ação climática”, diz mensagem projetada aos líderes mundiais na COP24, exigindo ações urgentes para reverter o agravamento do aquecimento global © Konrad Konstantynowicz
O Governo Federal cancelou a Semana Climática América Latina e Caribe, que aconteceria em Salvador (BA) entre os dias 19 a 23 de agosto. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alegou que possui outras prioridades e que não faria um evento para “promover turismo e comer acarajé”, em função da Conferência do Clima ter sido transferida do Brasil para o Chile, a pedido de Jair Bolsonaro. Com isso, o governo demonstra não só o seu profundo desconhecimento da agenda climática como sua miopia estratégica. A decisão foi má recebida em função dos compromissos assumidos pelo país. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), presidente do partido que apoia o governo, se ofereceu para realizar o evento de sem o uso de recursos federais.
A Semana do Clima, como reunião preparatória, não depende que seja no mesmo país que sediará a Conferência porque as discussões tratadas são regionais – no caso América Latina e Caribe, dentro de um contexto global. Ela antecede as negociações sobre mudanças climáticas referentes ao Acordo de Paris e é um espaço de encontro entre a sociedade civil, a ciência e os distintos governos dos vários países, com o objetivo de preparar o terreno, por meio do diálogo conjunto, para que a as grandes Conferências da ONU sejam um local receptivo e convergente com a opinião da população e suas lideranças e, assim, serem bem sucedidas. Não recepcionar esse evento significa recusar-se a esse diálogo com a sociedade e estar à margem das decisões na agenda de clima. É mais um passo na perda de relevância estratégica na geopolítica mundial.  
Mais grave, a recusa do governo em receber a Semana do Clima demonstra ainda o negligenciamento do governo quanto a enfrentar de fato esse desafio. Enquanto jovens do mundo todo saem às ruas para pedir aos governantes que ajam agora para conter o aquecimento global, o governo brasileiro dá exemplo contrário. Só indo às ruas é que teremos ações justas pelo direito das pessoas a ter mais segurança, saúde, bem-estar e, mais crucial, viver?
O desequilíbrio do clima já está trazendo consequências para os brasileiros, estejam eles nas cidades ou no meio rural, como mostramos no web-documentário O Amanhã é Hoje. Em vez de organizar ações para conter o desmatamento, estimular a mobilidade urbana e investir em energias renováveis, medidas que diminuem as emissões de gases de efeito estufa que esquentam o planeta, o governo paralisou 82% dos R$ 437 milhões previstos para  enfrentar o aquecimento global.
Infelizmente, medida como esta não se trata de “economia” como o Governo quer fazer parecer, mas sim uma conta dura que já está começa a ser paga pelos mais pobres e vulneráveis, mas que terá impacto para todos.  

Gelo vira instrumentos musicais no Ártico

por Thaís Herrero
 Assista à apresentação dos músicos que tocaram instrumentos de gelo para chamar a atenção para a fragilidade do Ártico diante das mudanças climáticas e para a necessidade de protegermos os oceanos

Qual é o som do gelo? Depende de como você tocar o seu instrumento musical. Pode ser que ele tenha o som de um violoncelo ou de um berrante. Ou você pode fazer um xilofone de gelo e chamá-lo de “gelofone”.


Pedaços que se soltaram de uma geleira em Svalbard, na Noruega, foram a matéria-prima dos instrumentos de um grupo de quatro músicos e um escultor especialista em gelo. Eles foram até o meio do Oceano Ártico, em parceria com o Greenpeace, para dar “voz” ao gelo e destacar a fragilidade dessa região, que está sob ameaça das mudanças climáticas.
Eles realizaram o que foi o show mais ao norte já feito no planeta. A temperatura era de -12 graus Celsius. A música “Ocean Memories” (ou, “Memórias do Oceano”, em português) foi composta exclusivamente para a ocasião. Mas o concerto, por pouco não aconteceu porque os instrumentos começaram a derreter antes mesmo de serem finalizados.

Em Svalbard, onde nossos ativistas estão a bordo do navio Arctic Sunrise, registrou temperaturas 8 graus acima da média no mês de abril. O time demorou mais de uma semana pesquisando como manter os instrumentos de gelo a salvo e aguardaram as condições climáticas ideais para fazer o concerto. Isso tudo onde deveria ser um dos locais mais frios do planeta.
Música pelos oceanos

violoncelo de gelo
Violoncelo de gelo. Músicos e um escultor criaram instrumentos musicais de gelo para chamar atenção sobre as mudanças climáticas. © Denis Sinyakov / Greenpeace
O som dos sinos, do gelofone, da percussão, um violoncelo e dois berrantes se misturaram em uma melodia que passou a mensagem da necessidade de protegermos pelo menos 30% dos oceanos até 2030.
Um oceano livre de ameaças e saudável nos protege das mudanças climáticas. O carbono, que encontramos no ar da atmosfera é naturalmente absorvido por plantas e animais marinhos. Está nos corpos de criaturas, como baleias e peixes, e pode ser estocado no fundo do mar quando eles morrem. Sem oceanos saudáveis, vai sobrar muito mais carbono na atmosfera e, logo, uma intensificação do aquecimento global.
O Ártico coberto de gelo funciona como um ar condicionado para o planeta. Mas à medida que o gelo derrete, está contribuindo para a aceleração do colapso climático. O que acontece nesse frágil canto do planeta afeta a todos nós.
Uma viagem pelos oceanos

Essa é apenas a primeira parada de nossa viagem pelos oceanos que vai do Ártico até a Antártida, passando pelos Corais da Amazônia. Durante um ano, nossos ativistas e marinheiros irão fazer pesquisas sobre os oceanos, mostrar as ameaças que eles enfrentam e as belezas que abrigam.  Tudo isso vai ser crucial para pressionar os líderes mundiais que estão discutindo um Tratado Global que poderá proteger os oceanos.
“Você tem que tratar o gelo com respeito, senão ele se quebra. Devemos fazer o mesmo com a natureza”, disse o músico Terje Isungset quando a performance no gelo terminou com sucesso. O gelo durou durante a performance. Mas até quando vai aguentar as mudanças climáticas?
Entre no abaixo-assinado para proteger o Ártico e todos os oceanos do planeta.

Ilegal e imoral: 6 motivos para parlamentares rejeitarem a proposta que enfraquece o Código Florestal

por Greenpeace Brasil
 1. Originalmente a MP 867 era apenas para ampliar o prazo para que os produtores rurais pudessem aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). No entanto, houve diversos “contrabandos” durante a discussão da MP e foram incluídas emendas de assuntos estranhos, os chamados “jabutis”. Isso é inconstitucional, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (5127).
2. O Código Florestal foi publicado em maio de 2012. Chancelado recentemente pelo STF, essa lei exigiu muito debate, disputa e concessão tanto por parte dos produtores quanto dos ambientalistas. A versão final foi um ponto de equilíbrio entre os setores. Se o Código Florestal for novamente modificado antes de ser implementado, haverá um completo desrespeito a um processo democrático que levou 5 anos para ser construído.
3. A MP 867 abre novamente uma discussão que já havia se encerrado e premia os pouquíssimos proprietários rurais que não têm compromisso com o meio ambiente e prejudicando a grande maioria que acreditou na lei. Já são mais de 5,6 milhões de Cadastros Ambientais Rurais (CAR). A aprovação da MP 867 colará no agronegócio brasileiro a imagem de viciado em desmatamento e anistias, manchando a imagem do produtor brasileiro nos mercados internacionais.
4. O ponto mais preocupante é o que altera o art.68 da Lei. A MP ampliará a anistia já concedida, que dispensou na aprovação da lei a recuperação de 41 milhões de hectares em todo o país, área maior que a do Mato Grosso do Sul. Sob a falsa alegação de “aprimoramento” da regra, a anistia será ampliada para os grandes produtores rurais, dispensando-os de recuperar algo entre 5 e 6 milhões de hectares, ou duas vezes a área do de Sergipe. Essa nova regra impactará principalmente as regiões mais degradadas do país, justamente nas quais vêm ocorrendo rotineiramente problemas com falta de água por falta de florestas, caso da cidade de São Paulo e da reserva da Cantareira.
5. Outra alteração grave está no art. 59. A proposta acaba com a regra de que só poderão fazer jus aos benefícios da lei (anistia de multas e áreas a serem recuperadas) aqueles produtores que forem proativos e aderirem ao Programa de Regularização Ambiental até determinada data. É um desrespeito aos 5,6 milhões de produtores que acreditaram que as regras aprovadas em 2012 eram para valer e já se apresentaram para cumprir a lei.
6. No conjunto, a MP 867, que se tornou PLV 9 ao ter o relatório aprovado na Comissão Mista, traz riscos ao meio ambiente, enfraquecimento da legislação ambiental, desrespeito ao processo democrático, além de provocar insegurança jurídica no campo, uma vez que pode ocasionar novas contestações judiciais por parte de quem, corretamente, já cumpriu a lei.
Leia também:
Ruralistas aprovam mudanças no Código Florestal com novas anistias ao desmatamento

“Segure a Linha” terá lançamento com bate-papo na Bahia

por Greenpeace Brasil

O evento visa estabelecer diálogo entre os diferentes setores da sociedade em torno de soluções para problemas socioambientais existentes no território
Relatório 'Segure a Linha'. © Marizilda Cruppe
O movimento de expansão do agronegócio coloca em risco populações tradicionais e a disponibilidade de recursos naturais. © Marizilda Cruppe
Nesta sexta-feira (17), o campus de Barreiras da Universidade Federal do Oeste da Bahia receberá um debate aberto sobre o relatório “Segure a Linha – a expansão do agronegócio e a disputa pelo Cerrado”, lançado no final de 2018, com apoio do Greenpeace.
O evento contará com apresentação dos principais resultados do estudo realizado pelo professor Arilson Favareto, da Universidade Federal do ABC. Na sequência, haverá um debate com convidados dos diversos segmentos envolvidos com o tema. O encontro visa estabelecer diálogo entre os diferentes setores da sociedade em torno de soluções para problemas socioambientais existentes no território.
Durante o evento, será lançada, ainda, a versão completa do relatório, o livro “Entre Chapadas e Baixões do Matopiba – dinâmicas territoriais e impactos socioeconômicos na fronteira da expansão agropecuária no Cerrado”.
Mais do que um estudo sobre o Matopiba, região símbolo do moderno agronegócio brasileiro, o livro aborda as metamorfoses da questão agrária contemporânea, ao mostrar como as formas de acesso, posse e uso da terra e da natureza se traduzem em questões políticas e econômicas que são de interesse do conjunto da sociedade.
Após percorrer 7 mil km de estradas, analisar dados e entrevistar mais de 150 pessoas de diferentes grupos sociais, os autores evidenciam como o desmatamento e a degradação ambiental não são, como dizem alguns, um custo do processo.
A análise da dinâmica territorial recente do Matopiba não tem como ponto de chegada a responsabilização do agronegócio por todos os problemas e conflitos evidenciados. Mas deixa claro como é pouco satisfatório e perigoso para o Brasil aprofundar sua trajetória atual, apoiada na crescente dependência deste setor como vetor de crescimento econômico.

Debate “Segure a Linha”
Quando: 17 de maio – das 18h30 às 20h30
Onde: Auditório 1, prédio II, do campus Prainha da UFOB, campus de Barreiras, BA

Thursday, May 16, 2019

De que lado você está na luta do planeta?

por Rodrigo Gerhardt

Nossa civilização se tornou o Thanos que aniquila espécies com um estalar de dedos
Em “Vingadores – Guerra Infinita”, Thanos, o vilão do momento, conseguiu reunir as seis joias do infinito e eliminar metade da vida do universo, incluindo nosso planeta, apenas com um estalar de dedos. Curiosamente, poucos dias atrás, o mais importante levantamento científico dos últimos 50 anos apontou que um milhão de espécies, entre plantas e animais, estão ameaçadas de desaparecer nas próximas décadas. Mas nesta história, nós não estamos no lado dos heróis. São as atividades humanas que estão causando essa extinção em velocidade sem precedentes. Para o tempo do planeta, isso é um “estalar de dedos”. A última extinção em massa desse porte foi há 65 milhões de anos, com o fim dos dinossauros.
Na “Avaliação Global sobre a Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos“, estudo de mais de 1500 páginas e que levou três anos para ser produzido por 145 cientistas de 50 países, as espécies ameaçadas vão desde pequenos insetos polinizadores, como as abelhas, até os grandes mamíferos, em função do nosso apetite por cada vez mais recursos naturais, o que vem destruindo a maioria dos ecossistemas.
Uma nova relação com a natureza
Em Vingadores, Thanos é um cara “bem intencionado”. Ele acredita que o universo e seus recursos são finitos e por isso defende o controle populacional para que os planetas não entrem em colapso. Eliminando metade dos seres vivos, os que restarem viverão com mais dignidade. Muitos terráqueos concordam com Thanos.
Essa pensamento tem origem em Thomas Malthus, um economista britânico que, no final do século 18, pregava que o aumento populacional crescia mais rápido do que a nossa produção de alimentos, e por isso devia ser controlada. Malthus culpava os mais pobres, claro. Hoje, vimos o quanto ele estava errado: morrem mais pessoas de doenças decorrentes da obesidade do que de inanição. E se não matamos a fome de todos, não é por falta de comida – cerca de 30% dos alimentos são perdidos ou desperdiçados entre o campo e a mesa.
Mas a “ideologia de Malthus” ainda faz com que exista muitos Thanos entre nós. Mais que o número de pessoas, no entanto, são os padrões de produção e consumo insustentáveis que estão impactando o planeta. Desde 1970, a população dobrou, mas a economia global quadruplicou e o comércio internacional está dez vezes maior. Esta é a grande luta que devemos enfrentar com urgência: uma nova relação mais harmônica com o planeta e menos despótica com as outras formas de vida. As nossas Joias do Infinito são as tecnologias sustentáveis, a ética e a responsabilidade com o futuro para fazermos de forma diferente e melhor.
Cabe a nós, portanto, reagirmos e combatermos os poderosos Thanos que estão entre nós e pregam o desenvolvimento, mas ao custo de muita destruição e dor. Para esses, as milhares de espécies indefesas que correm o risco de desaparecer só tem um recado:

O aquecimento global está derretendo o Ártico – e nossas vidas

por Greenpeace Brasil

Os ativistas do Greenpeace estão no Polo Norte para mostrar os efeitos das mudanças climáticas, que afetam os oceanos, a vida marinha e a nossa também. Confira o relato do começo de nossa jornada pelos mares do planeta. Desde abril, o Greenpeace está em uma longa jornada para defender os oceanos. A primeira parada é em Svalbard, no Oceano Ártico. Já encontramos morsas, pegadas de ursos polares e gelo, muito gelo. Boa parte dele derretendo por conta do aquecimento global. Confira a seguir o relato de uma de nossas ativistas que está lá.

Destruir os oceanos é destruir meu futuro

Por Fanny Jönsson*

Um mar azul-turquesa com pedaços de gelo flutuante é o cenário que vejo da minha janela. Mais ao longe, há grandes montanhas que lembram a cobertura de um merengue, com seus picos cobertos de neve. Dia atrás, vi uma morsa que parecia beijar seu filhote. Eles estavam em cima de um bloco de gelo e passaram bem em frente minha janela.
Eu estou a bordo do Arctic Sunrise, o navio do Greenpeace, em algum canto do mar de Barents, em Svalbard, Noruega.
Nem tudo aqui é beleza e calmaria sempre. De vez em quando ouvimos um estrondo, como um trovão. Minutos depois, uma enorme onda atinge o navio indicando que outro pedaço de geleira partiu de um iceberg e se juntou à água do mar.

E a água aqui nunca foi tão quente. Nossos termômetros estavam acima do zero e as temperaturas médias para essa época do ano estão 8 ºC acima do normal. Em Svalbard, os últimos 100 meses tiveram temperaturas acima da média.

Mãe morsa e seu filhote são avistados do navio Arctic Sunrise em Svalbard, na Noruega. © Denis Sinyakov / Greenpeace
O que eu vim fazer aqui? Estou navegando no Ártico em um das expedições mais incríveis – e ambiciosas – que o Greenpeace já fez. Temos um ano para ir do Polo Norte até o Polo Sul. E, durante o percurso, vamos mostrar as principais ameaças que nossos oceanos estão enfrentando, como as mudanças climáticas, a sobrepesca e a perda da biodiversidade, as atividades petrolíferas e a poluição de plástico.

Neste momento, a ONU está discutindo como devemos proteger nossos oceanos e as áreas prioritárias. Segundo os cientistas, a saída é simples: um terço dos oceanos precisa estar protegido até 2030. Se isso não acontecer, os oceanos e a vida marinha que conhecemos e amamos serão destruídos.
Isso também significa que meu futuro será destruído. Metade do oxigênio que eu respiro vem dos mares. Eu morro se eles morrem.
E nós não vamos permitir que isso aconteça.
Criar uma rede de santuários marinhos é eficaz. Deixar o oceano fora do alcance de indústrias destrutivas permitirá que as espécies se recuperem e sobrevivam. É por isso que o Greenpeace está fazendo de tudo para abrir caminho a novos santuários marinhos no mundo.
Para isso, precisamos de você. Sua voz é essencial para chegar aos nossos governantes que estão tomando decisões sobre a vida futura dos oceanos.

Faça parte do nosso abaixo-assinado, proteja os oceanos e fique por dentro da nossa expedição.


* Fanny Jönsson é coordenadora de comunicação do Greenpeace Nórdico e está a bordo do Arctic Sunrise, no Oceano Ártico.

Tuesday, May 14, 2019

“Segure a Linha” terá lançamento com bate-papo na Bahia

por Greenpeace Brasil

O evento visa estabelecer diálogo entre os diferentes setores da sociedade em torno de soluções para problemas socioambientais existentes no território
Relatório 'Segure a Linha'. © Marizilda Cruppe
O movimento de expansão do agronegócio coloca em risco populações tradicionais e a disponibilidade de recursos naturais. © Marizilda Cruppe
Nesta sexta-feira (17), o campus de Barreiras da Universidade Federal do Oeste da Bahia receberá um debate aberto sobre o relatório “Segure a Linha – a expansão do agronegócio e a disputa pelo Cerrado”, lançado no final de 2018, com apoio do Greenpeace.
O evento contará com apresentação dos principais resultados do estudo realizado pelo professor Arilson Favareto, da Universidade Federal do ABC. Na sequência, haverá um debate com convidados dos diversos segmentos envolvidos com o tema. O encontro visa estabelecer diálogo entre os diferentes setores da sociedade em torno de soluções para problemas socioambientais existentes no território.
Durante o evento, será lançada, ainda, a versão completa do relatório, o livro “Entre Chapadas e Baixões do Matopiba – dinâmicas territoriais e impactos socioeconômicos na fronteira da expansão agropecuária no Cerrado”.
Mais do que um estudo sobre o Matopiba, região símbolo do moderno agronegócio brasileiro, o livro aborda as metamorfoses da questão agrária contemporânea, ao mostrar como as formas de acesso, posse e uso da terra e da natureza se traduzem em questões políticas e econômicas que são de interesse do conjunto da sociedade.
Após percorrer 7 mil km de estradas, analisar dados e entrevistar mais de 150 pessoas de diferentes grupos sociais, os autores evidenciam como o desmatamento e a degradação ambiental não são, como dizem alguns, um custo do processo.
A análise da dinâmica territorial recente do Matopiba não tem como ponto de chegada a responsabilização do agronegócio por todos os problemas e conflitos evidenciados. Mas deixa claro como é pouco satisfatório e perigoso para o Brasil aprofundar sua trajetória atual, apoiada na crescente dependência deste setor como vetor de crescimento econômico.

Debate “Segure a Linha”
Quando: 17 de maio – das 18h30 às 20h30
Onde: Auditório 1, prédio II, do campus Prainha da UFOB, campus de Barreiras, BA

De que lado você está na luta do planeta?

por Rodrigo Gerhardt

Nossa civilização se tornou o Thanos que aniquila espécies com um estalar de dedos
Em “Vingadores – Guerra Infinita”, Thanos, o vilão do momento, conseguiu reunir as seis joias do infinito e eliminar metade da vida do universo, incluindo nosso planeta, apenas com um estalar de dedos. Curiosamente, poucos dias atrás, o mais importante levantamento científico dos últimos 50 anos apontou que um milhão de espécies, entre plantas e animais, estão ameaçadas de desaparecer nas próximas décadas. Mas nesta história, nós não estamos no lado dos heróis. São as atividades humanas que estão causando essa extinção em velocidade sem precedentes. Para o tempo do planeta, isso é um “estalar de dedos”. A última extinção em massa desse porte foi há 65 milhões de anos, com o fim dos dinossauros.
Na “Avaliação Global sobre a Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos“, estudo de mais de 1500 páginas e que levou três anos para ser produzido por 145 cientistas de 50 países, as espécies ameaçadas vão desde pequenos insetos polinizadores, como as abelhas, até os grandes mamíferos, em função do nosso apetite por cada vez mais recursos naturais, o que vem destruindo a maioria dos ecossistemas.
Uma nova relação com a natureza
Em Vingadores, Thanos é um cara “bem intencionado”. Ele acredita que o universo e seus recursos são finitos e por isso defende o controle populacional para que os planetas não entrem em colapso. Eliminando metade dos seres vivos, os que restarem viverão com mais dignidade. Muitos terráqueos concordam com Thanos.
Essa pensamento tem origem em Thomas Malthus, um economista britânico que, no final do século 18, pregava que o aumento populacional crescia mais rápido do que a nossa produção de alimentos, e por isso devia ser controlada. Malthus culpava os mais pobres, claro. Hoje, vimos o quanto ele estava errado: morrem mais pessoas de doenças decorrentes da obesidade do que de inanição. E se não matamos a fome de todos, não é por falta de comida – cerca de 30% dos alimentos são perdidos ou desperdiçados entre o campo e a mesa.
Mas a “ideologia de Malthus” ainda faz com que exista muitos Thanos entre nós. Mais que o número de pessoas, no entanto, são os padrões de produção e consumo insustentáveis que estão impactando o planeta. Desde 1970, a população dobrou, mas a economia global quadruplicou e o comércio internacional está dez vezes maior. Esta é a grande luta que devemos enfrentar com urgência: uma nova relação mais harmônica com o planeta e menos despótica com as outras formas de vida. As nossas Joias do Infinito são as tecnologias sustentáveis, a ética e a responsabilidade com o futuro para fazermos de forma diferente e melhor.
Cabe a nós, portanto, reagirmos e combatermos os poderosos Thanos que estão entre nós e pregam o desenvolvimento, mas ao custo de muita destruição e dor. Para esses, as milhares de espécies indefesas que correm o risco de desaparecer só tem um recado:

O aquecimento global está derretendo o Ártico – e nossas vidas

por Greenpeace Brasil

Os ativistas do Greenpeace estão no Polo Norte para mostrar os efeitos das mudanças climáticas, que afetam os oceanos, a vida marinha e a nossa também. Confira o relato do começo de nossa jornada pelos mares do planeta. Desde abril, o Greenpeace está em uma longa jornada para defender os oceanos. A primeira parada é em Svalbard, no Oceano Ártico. Já encontramos morsas, pegadas de ursos polares e gelo, muito gelo. Boa parte dele derretendo por conta do aquecimento global. Confira a seguir o relato de uma de nossas ativistas que está lá.

Destruir os oceanos é destruir meu futuro

Por Fanny Jönsson*

Um mar azul-turquesa com pedaços de gelo flutuante é o cenário que vejo da minha janela. Mais ao longe, há grandes montanhas que lembram a cobertura de um merengue, com seus picos cobertos de neve. Dia atrás, vi uma morsa que parecia beijar seu filhote. Eles estavam em cima de um bloco de gelo e passaram bem em frente minha janela.
Eu estou a bordo do Arctic Sunrise, o navio do Greenpeace, em algum canto do mar de Barents, em Svalbard, Noruega.
Nem tudo aqui é beleza e calmaria sempre. De vez em quando ouvimos um estrondo, como um trovão. Minutos depois, uma enorme onda atinge o navio indicando que outro pedaço de geleira partiu de um iceberg e se juntou à água do mar.

E a água aqui nunca foi tão quente. Nossos termômetros estavam acima do zero e as temperaturas médias para essa época do ano estão 8 ºC acima do normal. Em Svalbard, os últimos 100 meses tiveram temperaturas acima da média.

Mãe morsa e seu filhote são avistados do navio Arctic Sunrise em Svalbard, na Noruega. © Denis Sinyakov / Greenpeace
O que eu vim fazer aqui? Estou navegando no Ártico em um das expedições mais incríveis – e ambiciosas – que o Greenpeace já fez. Temos um ano para ir do Polo Norte até o Polo Sul. E, durante o percurso, vamos mostrar as principais ameaças que nossos oceanos estão enfrentando, como as mudanças climáticas, a sobrepesca e a perda da biodiversidade, as atividades petrolíferas e a poluição de plástico.

Neste momento, a ONU está discutindo como devemos proteger nossos oceanos e as áreas prioritárias. Segundo os cientistas, a saída é simples: um terço dos oceanos precisa estar protegido até 2030. Se isso não acontecer, os oceanos e a vida marinha que conhecemos e amamos serão destruídos.
Isso também significa que meu futuro será destruído. Metade do oxigênio que eu respiro vem dos mares. Eu morro se eles morrem.
E nós não vamos permitir que isso aconteça.
Criar uma rede de santuários marinhos é eficaz. Deixar o oceano fora do alcance de indústrias destrutivas permitirá que as espécies se recuperem e sobrevivam. É por isso que o Greenpeace está fazendo de tudo para abrir caminho a novos santuários marinhos no mundo.
Para isso, precisamos de você. Sua voz é essencial para chegar aos nossos governantes que estão tomando decisões sobre a vida futura dos oceanos.

Faça parte do nosso abaixo-assinado, proteja os oceanos e fique por dentro da nossa expedição.


* Fanny Jönsson é coordenadora de comunicação do Greenpeace Nórdico e está a bordo do Arctic Sunrise, no Oceano Ártico.

Sunday, May 12, 2019

Reconexão profunda com a flores

por Rodrigo Gerhardt

Documentário “Amazônia – o despertar da florestania” é um convite a se emocionar e refletir sobre a cidadania e os direitos dos seres da floresta Cartaz do filme Amazonia, o despertar da florestania
Estreou nesta semana nos cinemas uma declaração de amor pela nossa maior floresta. O documentário “Amazônia, o despertar da florestania” é um convite a se emocionar com um dos locais mais exuberantes de vida do planeta, e que deveria ser visto por todos os brasileiros neste momento em que nosso maior patrimônio natural precisa ser defendido como nunca. “Eu fico me perguntando quando foi que a gente esqueceu que o nome do nosso país é o nome de uma árvore. O que corre nas nossas veias não é sangue, é seiva”, diz Christiane Torloni, logo na abertura. Ela é co-diretora e co-roteirista do filme, em parceria com Miguel Przewodowski.
No documentário de 111 minutos repleto de belas imagens e registros históricos, Christiane entrelaça sua trajetória pessoal – de ativista das Diretas Já a como se envolveu na causa ambiental – com a forma como a natureza vem sendo tratada desde o início do século passado. Natureza esta que ela destaca como elemento fundamental da nossa identidade nacional.
Nesta trajetória, Christiane ouviu diversas personalidades entre jornalistas, artistas, ambientalistas, como o próprio Greenpeace, além de lideranças indígenas e políticas, para reafirmar a relação do Brasil e dos brasileiros com a Amazônia a partir de um novo conceito: Florestania. “É algo que se relaciona a conhecimentos tradicionais da floresta, aquilo que os povos chamam de rituais de cura da Terra. Nós a resgatamos como um neologismo para a cidadania e os direitos que todas as criaturas da floresta têm de continuarem vivos e vivendo da floresta”, explica Christiane.
No momento atual em que os povos tradicionais estão ameaçados pela imposição de um modelo econômico exploratório que só enxerga a floresta como fonte de recursos naturais ou obstáculo ao desenvolvimento, o filme nos faz um convite a nos sensibilizar com o que há de mais precioso na floresta para refletirmos sobre a nossa posição nisso. Ou seja, despertar esta florestania entre nós mesmos. Afinal, temos que estar conectados com as florestas para defendê-las e isso passar por entender que os nossos problemas urbanos têm relação com elas.
“Esse espírito da florestania não está lá longe na Amazônia. Ele caminha e está conosco em todos os lugares. Como diz o jornalista André Trigueiro, é impossível sair do meio. Ele é onde estamos, ele nos atinge. É chegada a hora de abrir os olhos para a forma como a gente trata a nossa cidade e a natureza. Estamos atrasados 519 anos nesse despertar”, diz Christiane.

Thursday, May 9, 2019

Ex-ministros do Meio Ambiente criticam desmonte socioambiental do governo

por Greenpeace Brasil

Em carta, oito ex-ministros cobram que o país reafirme sua responsabilidade com a proteção do meio ambiente
Encontro dos ex-ministros de meio ambiente (a partir da esq.): José Carlos Carvalho, José Sarney Filho, Izabella Teixeira, Rubens Ricupero, Marina Silva, Edson Duarte e Carlos Minc. @Leonor Calasans/IEA-USP
Após encontro inédito realizado na USP, em São Paulo, nesta quarta-feira, oito ex-ministros do Meio Ambiente divulgaram uma carta conjunta criticando duramente as políticas ambientais do novo governo. “A governança socioambiental no Brasil está sendo desmontada, em afronta à Constituição”, declararam no documento, assinado por Rubens Ricupero, Gustavo Krause, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc, Izabella Teixeira e Edson Duarte.
No documento, reafirmam que a proteção ambiental é essencial para o desenvolvimento e que “isso se faz com quadros regulatórios robustos e eficientes, com gestão pública de excelência, com a participação da sociedade e com inserção internacional”.
Confira a íntegra da nota

Ruralistas aprovam mudanças no Código Florestal com novas anistias ao desmatamento

por Greenpeace Brasil

Com a inclusão de emendas ilegais, medida concede anistias a multas ambientais e beneficia desmatadores ilegais
Desmatamento ilegal próximo a Santarém, no Pará
Desmatamento ilegal próximo a Santarém, no Pará © Otávio Almeida / Greenpeace
Nesta quarta-feira, dia 8, membros da Comissão Mista de deputados e senadores aprovaram o novo texto da Medida Provisória 867/18 sobre o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que, na prática, gera ainda mais anistias a multas ambientais e benefícios aos desmatadores ilegais.
Com a inclusão de emendas ilegais – consideradas “contrabandos legislativos” por não terem relação direta com o tema da MP – propostas pelo deputado ruralista Sérgio Souza (MDB/PR), a medida altera profundamente o Código Florestal. “O atual texto distribui anistias e enfraquece a proteção das nossas florestas. Um absurdo, que poderá estimular ainda mais o desmatamento e prejudicar a economia e a imagem do país”, avalia Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
Ao conceder novas anistias a multas ambientais e reduzir o rigor da recomposição de reserva legal, entre outros pontos críticos, a medida amplia os benefícios aos proprietários rurais que desmataram ilegalmente. Estima-se que as alterações propostas anistiem de recuperação entre 4 e 5 milhões de hectares de vegetação natural desmatadas irregularmente, uma área maior que a Dinamarca.
Além disso, o medida gera uma grande insegurança jurídica, uma vez que:
  • Altera o Código Florestal apenas sete anos após a sua aprovação;
  • As emendas ou “contrabandos legislativos” vão gerar uma série de contestações jurídicas;
  • As novas regras de adesão ao Programa de Regularização Ambiental conflita com regras estaduais já aprovadas e em prática, colocando-as em risco;
  • Cria uma linha do tempo fictícia e sem justificativa para a reserva legal a ser recuperada ou compensada nas propriedades rurais. Assim, haverá uma automática anistia para proprietários que desmataram ilegalmente;
  • Propõe a retirada da necessidade de comprovação de que o desmatamento ocorreu apenas quando permitido por Lei.
“O Código Florestal vem sendo atacado por projetos no Senado e agora por este texto na Câmara. Patrocinadas pela bancada ruralista, as propostas seguem o mesmo caminho da agenda antiambiental do governo Bolsonaro. Lucram apenas os criminosos ambientais, com prejuízo para todo o país”, considera Astrini.
As alterações no Código Florestal são repelidas até mesmo por representantes do setor agropecuário. Em entrevista recente, Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) declarou que “quebras de regras já definidas e aprovadas geram desconfiança e isso nunca é bom. Essas alterações prejudicam o agro no mercado internacional, mas também o Brasil como um todo. Alterar o Código Florestal agora é um retrocesso”.
O novo texto da MP segue agora para o Plenário da Câmara, onde o Deputado Rodrigo Maia, presidente da casa, poderá fazer a retirada das ilegalidades contidas no texto, e retornar o relatório ao seu formato original. Depois da Câmara, a MP será votada no Senado e seguirá para sanção/veto presidencial.