Tuesday, August 31, 2021

Pacote do Veneno pode ser votado a qualquer momento

Bernardo Camara

Depois do PL da Grilagem e da Lei do Licenciamento, o presidente da Câmara, Arthur Lira, quer colocar em votação o projeto de lei que vai facilitar a entrada de mais agrotóxicos

Pacote do Veneno: Lira está prestes a aprovar a boiada da vez

Enquanto o Brasil atravessa uma das piores crises de sua história recente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a bancada ruralista e o governo federal se articulam para dar mais um golpe na saúde da população brasileira. Pode ser votado a qualquer momento – e a jato – um projeto de lei que vai permitir mais agrotóxicos no prato das nossas famílias. Conhecido como Pacote do Veneno, o PL n.º 6.299/2002 torna ainda mais fácil a liberação de substâncias que, inclusive, já foram banidas em outras partes do mundo. 

Mais de 20 órgãos públicos, organizações da sociedade civil e até a ONU já se manifestaram publicamente contra o projeto. Quase 2 milhões de cidadãos e cidadãs assinaram um abaixo-assinado pedindo a redução do uso de agrotóxicos no Brasil. Instituições como a FIOCRUZ, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o Ministério Público Federal chegaram a um consenso técnico-científico histórico, alertando para os riscos que a proposta traz à vida das pessoas e do meio ambiente. 

Mas o atual governo e os representantes do agronegócio no Congresso preferem ignorar a ciência e a voz do povo brasileiro. Desde que subiu a rampa do Planalto, há apenas dois anos, Bolsonaro bateu todos os recordes ao liberar mais de mil novas substâncias venenosas em território nacional: seu governo já é responsável por autorizar cerca de 25% de todos os registros de agrotóxicos feitos nos últimos 20 anos no Brasil. 

A boiada vai passando e pisoteando cada pedaço da nossa legislação ambiental. O Pacote do Veneno volta à pauta da Câmara depois que os deputados ruralistas e governistas já conseguiram aprovar a Lei do (não) Licenciamento e o PL da Grilagem. Nas próximas semanas, Arthur Lira ainda pode colocar em votação projetos que atentam contra os territórios indígenas. 

O governo Bolsonaro e os deputados ruralistas estão escolhendo empurrar a saúde e o futuro dos nossos filhos e filhas para o fundo do poço. Estão escolhendo um modelo de produção agrícola que adoece, desmata e mata. Estão escolhendo por mim, por você, por toda a população brasileira. 

Vamos deixar eles decidirem por nós?

As principais armadilhas do “Pacote do Veneno”:

  1. Transfere todo o poder DE DECISÃO de aprovação de um novo agrotóxico para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando praticamente consultivas outras partes fundamentais do processo de avaliação e aprovação, como o Ministério do Meio Ambiente e a Anvisa, órgãos responsáveis pelos pontos mais importantes em jogo: saúde e meio ambiente;
  2. Garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas. Atualmente ingredientes ativos que causam graves danos à saúde (teratogênicos, carcinogênicos, mutagênicos) são totalmente proibidos caso já tenha alguma evidência ou a partir do momento que demonstrem em novos estudos tais propriedades tidas como proibitivas. O pacote do veneno exclui esse texto e em troca diz que qualquer ingrediente pode ser liberado, desde que não apresente “risco aceitável”, sem sequer definir o que é aceitável. Pergunta importante: aceitável para quem? 
  3. Muda o termo “agrotóxico” para “pesticidas” mascarando a nocividade dessas substâncias e não atendendo à realidade brasileira de baixa escolaridade no campo. O termo agrotóxico é amplamente conhecido por quem lida diariamente com essas substâncias. Ele não foi adotado ocasionalmente na construção da Lei 7.802/1989, mas sim para colocar em evidência a toxicidade destas substâncias, representando perda de direito à informação correta. Chamar agrotóxicos de defensivos é como chamar COVID de gripezinha.
  4. O PL também inclui conferir registro temporário sem avaliação para aqueles pesticidas que não forem analisados no prazo estabelecido pela nova lei. Isso é o que os ruralistas chamam de “celeridade” ao processo, ou seja: “não deu para avaliar a segurança para a saúde e o meio ambiente? Então aprova e depois vê no que dá!”.

 

Segunda Sem Carne – Receitas do mês de agosto

Sergio de Andrade 

 Olá para você que chegou por aqui em busca das receitinhas sem carne do mês de agosto.

Caso você não saiba, toda semana, em nossas redes sociais, nós convidamos a todos a refletirem, sobre nossos hábitos alimentares e os impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais, com a campanha Segunda Sem Carne.

E antes das receitas, você precisa saber que atualmente o planeta passa por uma crise climática e esse problema vem causando secas, inundações, furacões, aumento do nível do mar e oscilações extremas do clima. Portanto, muito além de um cuidado com a própria saúde, quando você opta por não consumir produtos de origem animal durante um dia da semana, você também está colaborando diretamente no combate ao aquecimento global e todas essas consequências que ele gera.

É claro que políticas públicas também se fazem necessárias na contribuição com mudanças desse tipo, mas a nossa própria consciência já pode ser sim uma forte aliada nessa luta a favor da melhoria da condição do meio ambiente como um todo.

Vamos às receitas?

SALPICÃO VEGANO

Ingredientes:

200 gramas de grão bico
Uma cenoura ralada
100 gramas de milho
100 de ervilha
100 gramas de batata palha
80 gramas de uva passas
1 cebola roxa fatiada em meia lua
150 gramas de vagem
100 gramas de azeitona verde
30 gramas de salsinha picada

Para a maionese:
100 ml de água
25 gramas de extrato de soja
1 pitada de sal
2 dentes de alho
40 gramas de gergelim
100 ml de óleo vegetal
Meio limão

Modo de Preparo

Comece deixando o grão de bico de molho por, no mínimo 8 horas. Após o tempo de molho, descarte a água e leve os grãos à panela de pressão, com uma nova água cobrindo os grãos.

Acrescente a folha de louro, sal e um fio de óleo vegetal e cozinhe por aproximadamente 25 minutos, até que os grãos estejam macios. Escorra a água e reserve os grãos para esfriarem.

Corte a vagem em cubos e refogue com um pouco de azeite por 5 minutos até que estejam macias e deixe esfriar. Em uma vasilha coloque todos os ingredientes, misture bem e reserve.

Para a maionese, bata os ingredientes no liquidificador, exceto o óleo, por um minuto, para que triture o gergelim e o alho até que fique um líquido homogêneo. Diminua a velocidade e adicione o óleo aos poucos, deixando cair em fio enquanto bate. Aumente a velocidade conforme o óleo for acabando e a maionese engrossando.

Em seguida, misture toda a maionese à vasilha dos ingredientes do salpicão e, por último, a batata palha. Sirva frio.

MOQUECA DE BANANA DA TERRA

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Ingredientes:

2 bananas da terra grandes
Suco de 2 limões
2 dentes de alho
1 cebola em rodela
1 pimentão vermelho em rodela
1 pimentão amarelo em rodela
1 tomate em rodela
400 ml de leite de côco
Coentro, salsinha e pimenta
Azeite e azeite de dendê
Páprica picante, pimenta do reino, açafrão, cominho e sal
Pedacinhos de castanha do pará (opcional)

Modo de preparo:
Corte as bananas na transversal, de modo que pareçam postas de peixe. Reserve por cerca de 40min em uma vasilha com o suco de dois limões.

Em uma panela, aqueça 200ml de leite de côco com açafrão, cominho, páprica e pimenta. Em seguida, misture com as bananas e limões, que estavam reservados e acrescente sal.

Em uma panela grande junte os pimentões amarelos e verdes, tomates e a cebola com um fio de azeite. Vá acrescentando mais 200ml de leite de côco, azeite de dendê e ajustando a quantidade de tempero à gosto.

Continue misturando e então deixe a panela tampada em fogo baixo por 10min ou 15 min.

Finalize com coentro e salsinha. Ao servir, na montagem do prato, você pode colocar pedacinhos de castanha do pará soltos por cima.

CALDO VERDE VEGANO

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INGREDIENTES:

  • 1 cebola picada
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 batatas inglesas descascadas
  • 2 folhas de couve
  • 1 xícara de espinafre
  • 1 pitada de pimenta do reino
  • sal e cebolinha a gosto.

MODO DE PREPARO

  • Em uma panela de pressão, refogue o alho e a cebola em óleo ou azeite.
  • Adicione as batatas em pedaços e cubra tudo com água.
  • Acrescente o sal, pimenta do reino e outros temperos de sua preferência.
  • Deixe cozinhar por 20 minutos.
  • Adicione a mistura no liquidificador e acrescente as folhas verdes.
  • Bata tudo até ficar homogêneo.

E bom apetite.

HAMBÚRGUER DE ERVILHA

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INGREDIENTES

  • Ervilha
  • Cebola
  • Salsinha 
  • Alho
  • Sal
  • Chimichurri
  • Farinha de Trigo

MODO DE PREPARO

  • Coloque a ervilha de molho por aproximadamente 12 horas. 
  • Após esse período, lave as ervilhas e cozinhe na pressão por 10 min. 
  • Após o cozimento, escorra água, amasse as ervilhas e adicione os demais ingredientes.
  • Misture tudo, amassando. 
  • Acrescente farinha de trigo. 
  • Molde os hambúrgueres no formato e no tamanho que preferir. 
  • E agora é só assar ou fritar. 

Bom apetite.

E se essa é a primeira vez que você cogita aderir à redução do consumo de alimentos que colaboram com a destruição do nosso planeta, e ainda está com um pouco de confusão na mente, sem saber ao certo como começar, nós podemos te ajudar. Faça parte da nossa campanha Segunda Sem Carne e aproveita para dar uma olhada nesse e-book “Quarentena Sem Carne”, com receitas de chefs e nutricionistas da boa alimentação.

Vem entender mais um pouco mais sobre o estilo de vida vegetariano.

Saturday, August 28, 2021

Contra a necropolítica, os cantos e danças ancestrais

Jorge Eduardo Dantas

 Lideranças indígenas realizaram um cortejo fúnebre para protestar contra a política assassina de Jair Bolsonaro

Brasília (DF) – As mais de 6 mil lideranças reunidas no acampamento #LutaPelaVida realizaram, na manhã desta sexta-feira (27), mais um ato de protesto contra a necropolítica do Governo Bolsonaro. Desta vez, os indígenas ergueram um grande caixão repleto de mensagens e saíram em um cortejo fúnebre pelas ruas da capital federal. Ao final do ato, o caixão foi levado ao Palácio do Planalto, num grande ritual que homenageou os indígenas mortos pela política omissa, incompetente e criminosa do atual governo. 

O caixão pesava 120 quilos, tinha 10 metros de comprimento e possuía várias mensagens em seu corpo – como “Marco Temporal Não”; “Não é só um vírus”; “Fora Grilagem” e “Fora Garimpo”. Além disso, o objeto listou uma série de Projetos de Lei que tramitam hoje no Congresso Nacional e que ameaçam os territórios indígenas e a biodiversidade brasileira, como os PLs 490/2007, 191/2020, 2633/2020, 510/2021 e 2159/2021. 

Na tampa, uma cruz com o termo “genocídio” lembrou dos mais de mil indígenas mortos de COVID-19 devido à política omissa de Bolsonaro, que negou recursos e assistência aos povos originários durante a pandemia.   

Marco Temporal

O ato faz parte da agenda do acampamento #LutaPelaVida – a maior mobilização indígena dos últimos 30 anos, que reúne 6 mil lideranças, de 176 povos, na capital federal. A programação do evento conta com plenárias, reuniões com autoridades, momentos e apresentações culturais e atos políticos. O evento vai até a próxima quarta-feira, dia 1º.  

As lideranças vieram a Brasília para acompanhar o julgamento do marco temporal – uma tese que diz que os indígenas brasileiros só podem reivindicar como terras indígenas as áreas que ocupavam no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação de nossa Constituição. 

Segundo diversos juristas, no entanto, essa teoria é falha e inconstitucional, porque ela ignora todo o histórico de violências cometidas contra os povos originários brasileiros ao longo dos últimos séculos, como assassinatos, chacinas, genocídios, remoções forçadas e surtos de doenças. Os indígenas vieram a Brasília pedir que os ministros rejeitem a tese do marco temporal.

Ancestralidade

O julgamento teve início na quinta-feira (26), mas foi adiado para a próxima quarta-feira, dia 1º de setembro. O julgamento já foi adiado quatro vezes em dois meses – mostrando que existe uma enorme pressão para que esse tema não seja apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, as lideranças indígenas confiam que os ministros irão cumprir o texto constitucional, que diz claramente que os direitos indígenas, como o direito à terra, são originários; ou seja, são anteriores à criação do estado, anteriores à criação do Brasil.   

A professora e ativista Célia Xakriabá, de Minas Gerais, falou sobre o atual momento enfrentado pelos indígenas brasileiros: “No nosso território estamos morrendo por causa do PL da Grilagem, por causa do genocídio instalado. É um genocídio legislado, que usa a estrutura do Estado Brasileiro para matar. Os territórios indígenas estão sendo devastados, invadidos. No entanto, enquanto o Congresso Nacional projeta para nós o projeto da morte, nós projetamos o projeto da vida. Enquanto eles projetam a voz do ódio no Congresso Nacional, nós projetamos o canto e a força da ancestralidade”.

Luta incansável

Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal contou que o Greenpeace defende a demarcação de todas as terras indígenas reclamadas hoje pelos povos originários brasileiros – hoje, são 1.296 áreas nessa situação, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai). 

“O Brasil possui uma dívida histórica com os povos originários. A Constituição Federal, quando foi promulgada em 1988, previa um prazo de dez anos para a demarcação de todas as áreas. Isso não ocorreu, hoje ainda são mais de 800 terras que não foram demarcadas. Os indígenas estão numa luta incansável pela manutenção de seu modo de vida e seu bem viver. Precisamos entender melhor esses povos e temos muito a aprender com eles no que diz respeito aos cuidados com a terra e com o planeta. Eles são o presente, futuro e passado desse país”, disse Carolina.  

Um levantamento feito pelo projeto MapBiomas – realizado com base em imagens de satélites e em inteligência artificial – mostrou que, entre 1985 e 2020, as áreas mais preservadas do Brasil foram as terras indígenas. Nesses territórios, o desmatamento e a perda de floresta foi de apenas 1,6% no período de 35 anos. As terras indígenas são, portanto, importantíssimas para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio climático do planeta.

As lideranças indígenas estão acampadas em Brasília para acompanhar o julgamento do marco temporal © Diego Baravelli / Greenpeace

Friday, August 27, 2021

O papel da agroecologia em um país que já sente a crise climática no campo, no bolso e no prato

Camila Doretto 

 

A produção que enxerga a natureza como aliada, é justa para quem planta e para quem consome, é também um caminho inescapável para conter os impactos das mudanças do clima

Horta familiar agroecológica em Juquitiba, interior de São Paulo. ©Teia Documenta / Greenpeace Brasil

O recado da ciência está dado, e não é de hoje. A crise climática não é mais uma ameaça futura e estamos vivendo uma última janela de oportunidades para a tomada de ação em direção a uma mudança urgente e necessária no modo de funcionar da humanidade. 

Este foi um dos importantes alertas do mais recente relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que revelou que “é inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra”. E o que importa agora? O que importa é olharmos para o que está errado, para as soluções que já existem, entendermos o que nos trouxe até aqui e para onde precisamos ir a partir de agora. 

E é sobre uma dessas soluções que vamos tratar: a agroecologia como alternativa ao atual modelo hegemônico de produção e consumo de alimentos (baseado em monocultivos e uso de agrotóxicos) e como uma forma de cultivo com maior capacidade de sobreviver a pressões externas como as mudanças climáticas que provocam a crise hídrica nos estados do Centro-Sul. Há 91 anos não se via níveis tão baixos de água nos reservatórios do país, e a falta de chuvas gerou uma série de consequências que se unem a problemas de gestão e, no final das contas, pesam no bolso e no prato dos brasileiros, como a alta da conta de luz e do preço dos alimentos.

Os cientistas já alertaram também para o fato da agricultura ser considerada um dos setores mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. E as previsões se concretizaram. Hoje a crise climática bate à porta do campo e já impacta a produção do arroz e feijão do brasileiro. Ao mesmo tempo que é responsável pelo uso de 70% da água retirada de rios, lagos e aquíferos para irrigação, como a agricultura tem cuidado desse recurso tão essencial à vida e inclusive à própria sobrevivência da produção? 

Para Flávio Bertin Gandara, professor de Ecologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), da Universidade de São Paulo, as diferentes formas de produção se relacionam de modos muito diversos com recursos naturais como a água. “A agricultura irrigada é, de longe, a atividade humana que mais gasta água no mundo e no Brasil. Já a agroecologia tem como premissa o uso racional dos recursos naturais, incluindo a água. Ela se utiliza também da irrigação, mas procura empregar métodos que desperdicem menos este recurso, além de usar espécies e variedades que sejam mais adaptadas às condições ambientais, necessitando assim de menos irrigação”, explica.  

Na agroecologia, a água é considerada um bem público, o que garante uma lida completamente diferente daquela que rege a lógica exploradora do agronegócio pautada na economia do desmatamento; e por ser uma forma de produção de alimento consorciada com a natureza, ela inclusive contribui para o rebrotamento de nascentes. Alguns sistemas agroecológicos, como a agrofloresta, consistem justamente em plantar floresta e comida a um só tempo, resultando em mais água nos sistemas.

Quer saber mais sobre os benefícios da agroecologia e a urgência de fazermos uma transição de um modo de produção e consumo baseado na destruição e no lucro para um que considere a natureza como aliada? Então pegue uma cadeira, uma pitada de curiosidade e dê uma espiada nessa conversa cheia de soluções que fizemos com o professor Gandara. As soluções já existem, já estão sendo colocadas em prática, só precisam ganhar incentivo e escala para que toda forma de vida seja beneficiada. 

Nessa primeira parte da entrevista, saiba como a agroecologia pode, inclusive, contribuir com a absorção de gás carbônico da atmosfera

Estamos falando aqui sobre duas formas de produção do nosso alimento: de um lado, a agroecologia, que nasce principalmente pelas mãos da agricultura familiar, que mantém a água viva em todos os seus ciclos e considera os limites dos recursos naturais. E do outro, uma agricultura que ameaça o próprio recurso do qual depende para garantir sua produtividade, além de colocar todas as formas de vida em risco ao contaminar os lençóis d´água, destruir nossas florestas e biodiversidade, e não considerar o conhecimento milenar dos pequenos agricultores. Em plena crise do clima, está fácil de ver qual delas não se sustenta mais se a nossa escolha for pela saúde do planeta.  

Nesta segunda parte da conversa, saiba algumas diferenças entre os grandes monocultivos e o sistema de produção agroecológico.

Por último, o professor Flávio Gandara responde à pergunta: as plantações cultivadas no sistema agroecológico podem ser mais resilientes do que o monocultivo na hora de enfrentar momentos de crise como este que estamos vivendo de falta de chuvas e seca intensa? E fomos um pouco mais além, perguntamos também se a agroecologia pode ser encarada como uma alternativa de adaptação às mudanças climáticas.

Além de responder a essas perguntas, ele conta sobre um estudo que mostra como agricultoras e agricultores familiares do Semiárido brasileiro sustentam seu cultivo nos princípios agroecológicos enquanto lidam com as situações climáticas adversas da região. Um conhecimento que pode dar pistas importantes sobre formas de produção de alimento que apresentam maior resiliência frente às adversidades climáticas que seguem se agravando em todo o território nacional.

Depois dessa conversa, não há mais dúvidas de que precisamos colorir o campo e o nosso prato, garantir a floresta em pé, valorizar o conhecimento tradicional, e fortalecer uma produção que considere os limites dos recursos naturais, que valorize a diversidade e a cultura alimentar de cada região e que gere saúde para todas as formas de vida.

Já existem soluções para a crise climática que podem contribuir com a resolução da crise econômica e social brasileira. Precisamos apenas ligar os pontos, contar com quem já está atuando e promover ações que contribuam para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e em equilíbrio com os recursos naturais do planeta. Assine a nossa petição para se juntar ao movimento de pessoas que reconhecem a urgência da crise climática e manter-se informade sobre mobilizações e iniciativas para pressionar as autoridades.

Brasil, Terra Indígena!

Jorge Eduardo Dantas

 Em luta contra o marco temporal, lideranças realizam a maior mobilização indígena dos últimos 35 anos

Brasília (DF) – A luta pelas florestas e biodiversidade ganhou um capítulo simbólico e muito especial esta semana. Vindos de todas as regiões do País, 6 mil lideranças, de 176 povos diferentes, se reúnem na capital federal até o final desta semana para o acampamento #LutaPelaVida. Elas participam de uma série de plenárias, atos políticos, discussões e articulações contra a tese do marco temporal. Pelo número de povos , indivíduos envolvidos e contexto político que caracteriza este encontro, esta aliança já é considerada a maior e mais importante mobilização indígena dos últimos 35 anos

O motivo principal do acampamento é o julgamento do Recurso Extraordinário 1.017.365. Previsto para ser realizado nesta quarta (25), ele acabou sendo adiado – pela quarta vez em menos de dois meses – para a quinta-feira (26).

No centro deste julgamento está a tese do marco temporal – que diz que os indígenas brasileiros só podem reivindicar as terras que já ocupavam no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação de nossa Constituição. Essa teoria é falha porque ela ignora todo o histórico de violências cometidas contra os povos originários ao longo dos séculos, como assassinatos, chacinas, genocídios, remoções forçadas e surtos de doenças. Os indígenas estão em Brasília para pedir que os ministros rejeitem a tese do marco temporal.

Inconstitucional

Além disso, juristas, militantes, organizações sociais e uma série de especialistas já disseram que o Marco Temporal é inconstitucional porque fere os artigos 231 e 232 da Constituição. Esses artigos dizem que os direitos dos povos indígenas são “originários” – ou seja, são anteriores à concepção de Estado, da criação do Brasil. Para deixar seu recado bem claro, os indígenas realizaram dois grandes atos que serviram para mostrar à sociedade brasileira sua contrariedade e não concordância com o marco temporal. 

A primeira ação ocorreu na terça (24) à tarde, numa praça em frente ao Congresso Nacional. As lideranças indígenas espalharam 1.296 placas de demarcação – para mostrar que o Brasil inteiro, de Norte a Sul, possui terras indígenas que existem e resistem. O local ficou tomado por danças, cocares, tambores e maracás que se manifestaram contra a agenda anti-indígena do governo Bolsonaro e do Congresso.

Pela noite, as lideranças foram para a Praça dos Três Poderes e escreveram, com quase 400 lâmpadas de LED, a mensagem “Brasil Terra Indígena”. Mais de duas mil velas foram distribuídas aos parentes, que realizaram um grande toré ao redor da mensagem, com cantos e danças que chamaram os espíritos e encantados para interceder junto ao Supremo Tribunal Federal. Os indígenas confiam nos ministros do STF para que se atenham ao texto constitucional e que cumpram o que está escrito na lei – e que afastem qualquer possibilidade de restrição ou reversão do que foi garantido pela Constituição Federal de 1988.

Genocídio global

Um dos coordenadores-executivos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib),  Dinamam Tuxá contou que, com a discussão da tese do Marco Temporal, os povos indígenas estão sob ameaça: “Se essa tese do marco temporal for aprovada, ela não apenas vai sangrar o Brasil mais uma vez. Ela vai gerar um caos humanitário. Ela vai gerar um caos ambiental. Vai insuflar o desmatamento. Vai aumentar conflitos ambientais e os povos indígenas vão, mais uma vez, estar no centro de um genocídio global”. 

Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace, Carolina Marçal falou que, ao rejeitar o marco temporal, os ministros da Suprema Corte farão justiça aos povos. Diversos processos demarcatórios com pendência  por todo o País poderão finalmente avançar, e assim garantir que os povos indígenas brasileiros mantenham vivas suas culturas e tradições. 

“Existem 530 territórios cuja demarcação sequer teve início, que ainda aguardam providências do governo federal. Existem outras 306 terras que estão paradas em alguma etapa do processo demarcatório. Os ministros têm em suas mãos uma responsabilidade muito grande que pode determinar o futuro de todos os povos e terras indígenas do Brasil”, disse Carolina.

“Greenpeace Explica” conceitos sobre meio ambiente

Rosana Villar 

 Por que a Amazônia pega fogo? O que são os rios voadores? O que é o arco do desmatamento? Respondemos a estas e outras perguntas, para você ficar por dentro das pautas ambientais

Quando o assunto é meio ambiente, existem tantos termos e conceitos que às vezes pode parecer que ambientalistas, cientistas e jornalistas estão falando grego! Acreditamos no poder de uma sociedade informada, mas para que a informação seja acessível e alcance toda a sociedade, precisamos deixar esses termos e conceitos um pouco mais populares. 

Foi com este objetivo que criamos a série “Greenpeace Explica”, com vídeos curtos e informativos, que irão trazer informações sobre diversos desses conceitos. Toda segunda-feira publicaremos um novo episódio no Youtube do Greenpeace Brasil. 

A série é ótima para quem quiser se aprofundar no tema e também para ser usado em sala de aula. Confira:

Episódio 2O que é uma Unidade de Conservação?

Parque Nacional, Parque Estadual, Reserva Biológica, Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Todos esses nomes referem-se a diferentes tipos de Unidades de Conservação, ou apenas “UC”. Elas são criadas com o objetivo de preservar e conservar a flora, a fauna, os recursos hídricos, características geológicas, culturais, as belezas naturais, ou como forma de recuperação de ecossistemas degradados e para promover o desenvolvimento sustentável.

Episódio 1 – Por que a Amazônia pega fogo?

A Amazônia é uma floresta tropical úmida. E justamente por ser muito úmida, ela dificilmente pega fogo de forma natural. Os incêndios na Amazônia são, portanto, causados pelo ser humano, que usa o fogo no processo de desmatamento. Assista Greenpeace Explica e entenda como isso acontece.

sobre o(a) autor(a)

Jornalista do Greenpeace Brasil em Manaus. Adora acampar e o cheiro da floresta depois da chuva. Ama sua filha, dormir, cozinhar e contar histórias, nessa ordem.

Friday, August 20, 2021

Solidarity

 We just want to declare our solidarity to the afghanistan people - mainly women. 

We hope you can solve the problems definitely.

The power of photography as we enter ‘code red for humanity’

Lee Kuen  

The world is on fire, under water, and in trouble. The recent Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) report states that climate change is widespread, rapid, and intensifying, a fact that we’ve been witnessing these past few months of raging wildlifes, massive floods and intense heatwaves across the world. It is clear, things could get very much worse if we do not take urgent action now.

In conjunction with World Photography Day, we have an updated conversation with photographers and an editor about photography and its role in talking about the urgency of the climate crisis. How do we visually communicate the climate emergency? What makes an impact? Can photography help to raise awareness of the climate crisis?

There is no denying the power of photography as a universal medium of communication, one that transcends language and cultural barriers. And the planet needs everyone on board in the fight against climate change. These dedicated photographers and editor share with us how through images, we can see the planet’s vulnerable beauty as well as the devastating impact of our actions and what we could potentially lose without immediate, direct action.

Esther Horvath, Photographer

Esther Horvath’s first expedition to Antarctica was with the US Coast Guard’s icebreaker Healy in 2015, when she developed a deep love for the environment and decided to dedicate her work to documenting the polar regions.

A drone shot of a US Coast Guard ship with men on deck is in Beaufort Sea with floating ice chunks.
A Puma drone, a critical new tool for the Coast Guard, is launched from the Healy’s bow. Competition in the Arctic among countries such as Russia, China, and the U.S. has created a need for more eyes on everything from wildlife populations to ice cover to military activity. Image taken in Beaufort Sea, USA, July 2015. © Esther Horvath

Everyone has a different angle working with climate change. Mine is working with scientists. All of us know that the Arctic Ocean is melting and that the average temperature changes two to three times faster than the rest of the planet. But I always raise this question: how do we know this? How do we know all this climate data through reading the news that we know about?

My angle is documenting the work of the scientists and based on their dedicated long-term work, we have this scientific data. It is difficult to document the change itself because you can’t document it on one specific day unless you photograph the same place, the same glacier over a period of time, which is not what I’m doing. I talk about climate change through scientific work. In my text, I write about their findings.

Because I’m focusing on the lives of scientists and how they work and live, I feel I can bring the human aspect closer to the audience. In this remote location, there is no Internet, no TV and radio, so I ask, what do they do with their spare time? In one way, these scientists are like heroes to me, going to these remote locations and dedicating their lives to working there. But at the same time, they are normal people, just like us, and I wanted to show this side of them.

My goal is to raise awareness about the situation, that these changes are accelerating in the Arctic and for people to understand that even though it is far away, everything that happens there will impact their lives, wherever they live on this planet. I want to bring about positive changes in the lives of individuals and also to bring the work to politicians and decision-makers so that they will go in a positive direction. My goal is to trigger positive changes for the future of our planet.

On a stretch of Arctic land completely covered in snow, two people are collecting snow samples.
Sascha Flögel and Johannes Lemburg collect snow samples scientific survey and publication about plastic pollution in the Arctic. Taken in the Arctic Ocean, August 2017. © Esther Horvath

Sudhanshu Malhotra, Multimedia Editor, Greenpeace

Things are changing rapidly. Seeing floods and wildfires in all parts of the world in the last few months have been a wake up call. It’s an emergency and should be treated like an emergency. At Greenpeace, one of our core values is to bear witness, that was how we started in the 1970s. That is something we try to do – record, document and bear witness to events. Collectively, we should not forget.

We are not trying to shock our audience with horrible images that sensationalise but in a softer way, tell them what the reality is. When I was editing images from the Australian bushfire last year, there were a lot of horrible images of badly burnt or charred wildlife. We had to consciously not select those images because the images should tell a story while keeping in mind that we want to engage people, not scare them. An image has to be honest and also inviting. For us, the photographs that generate an emotion and invite people to engage are more important than shocking them. There has to be an energy in the image that attracts or intrigues you, an invitation for you to read or know more.

In the last five years, there’s been a big shift in perspective on environmental photography. Something that might have been on page eight of a newspaper has moved to the front page. There has also been a shift in the attitude of editors and photographers about climate change, an issue which has become mainstream.

Whether it is climate change or human rights or any issue, photography is a conversation starter. You can’t expect more than that, that might be too much. The role of photography is to start a conversation so that people can start talking about what is happening and wanting to know more. It has the ability to create a chain reaction. A strong image can stay long in our memories and has a strong recall value. It stays with us.

Solmaz Daryani, Photographer

In 2015, Solmaz Daryani started photographing Lake Urmia in Iran, where she spent her childhood summers and holidays while visiting her grandparents. Once one of the biggest saltwater lakes in the world, the lake has now shrunk to a fraction of its original size.

On the shore of Sharafkhaneh port in Iran that is now completely dry with no water in sight, an abandoned ship sits wedged against a pier.
On the shore of Sharafkhaneh Port in 2015, an abandoned ship sits wedged against a pier that leads nowhere. Sharafkhaneh Port was once one of the most important ports on the Lake Urmia in Iran. Ships used these piers to move people and equipment between cities around the lake. It has shut down, and few remaining ships have gone aground. © Solmaz Daryani

I remember when I first started photography, people would question why I was taking pictures, if it will change anything. But I have witnessed over these six years of doing this story, how people have gotten more aware of climate change and the harm they are doing to the environment.

I think that photographs, movies and documentaries have a very important impact, at least to make people think about, and acknowledge, climate change. In 2015, Leonardo de Caprio shared one of my photos of Lake Urmia on his Instagram, addressing the issue of the lake. It had a huge impact on the people in Iran that a celebrity outside of the country actually cared about the issue. After that, I understood the power of the image and how it can change people’s perceptions.

I’m not trying to prove that climate change exists. There are numerous scientific proof and articles about it. I want to connect with the work through personal stories. By using the personal narratives of real people, it can help to change their minds and talk about climate change. If we want to pressure governments and corporations to act, we need to be united in addressing this global issue.

Over time, you can get tired of images of polar bears, melting glaciers, floods or other extreme conditions. But if you change the narrative to create new, more personal narratives, then I think people can connect more with that. There is a Persian saying that whatever comes from the heart, will sit in the heart. I’m trying to tell a story from the heart and hope that it will sit in the hearts of others.

An elderly woman covering her head in a scarf is walking past the coast of a port town in Iran. The lake is very dry and no water is visible.
Photographer’s grandmother walks on a pier on the coast of port town Sharafkhaneh where she still lives. Fifteen years ago, before the lake receded too drastically, the whole family met to eat dinner by the water, on weekends. Sharafkhaneh Port, East-Azerbaijan, Iran, 2014. © Solmaz Daryani

James Whitlow Delano, Photographer and Founder of EverdayClimateChange

Originally founded on Instagram, the EverydayClimateChange project has expanded to include physical exhibitions in Europe, Asia and North America, and the recently launched EverydayClimateChange Interviews on YouTube.

This is a balancing act, as you know. On the one extreme, I don’t want to give the impression to viewers that the situation is under control. Good efforts are being made but clearly the climate crisis is intensifying. On the other pole, we don’t want to post solely soul crushing environmental tragedies. Most of the photographers are reportage photographers and often document what is going on or, at least, the challenges. There must be a balance to give a sense of urgency while offering hope at the same time.

Work that provides a powerful contrast can speak to the crisis, or I also like work that surprises me. When I work, I often try to bring together beauty and nature out of balance, like at La Rinconada in Peru, an artisanal gold mine 5,200m up in the Andes at the base of what should be a pristine glacier. It is the highest permanent human settlement on earth and the miners follow the melting glacier up the mountain in search of new veins of gold. It is where hell meets heaven.  

Social media is subject to trends. The question would be how long will people be engaged in a certain platform. That is another reason I have reached out beyond Instagram with this project because the climate crisis is the challenge of our time. I try to use each platform to their strengths. I think, for example, like exhibitions, EverydayClimateChange Interviews will lend an important new perspective to documenting the climate crisis by adding the human, experiential aspect to the photographers’ work. We are storytellers and I want to record our stories so that they can live on and inform future generations.

Tashiya de Mel, Photographer and Founder of Lost in Ceylon

Tashiya de Mel is a documentary photographer who uses her combined knowledge of visual storytelling and conservation to create narratives that drive social change and highlight impacts of the environmental and climate crisis. She is based in Colombo, Sri Lanka.

A washed up tree branch on a beach littered with plastic pollution.
While there is a lot of scientific data available on the climate crisis, statistics and numbers alone can’t connect with people. Photography can really bridge that gap, and help visualise concepts and issues in ways that numbers are not able to. Taken in Sri Lanka. © Tashiya de Mel

I spent much of my early adulthood exploring the remote corners of Sri Lanka. These experiences set in motion an ongoing love affair with the wildness of this world and a desire to reconnect people to it. It was when hiking through the central highlands of the island that I first fell in love with the medium of photography. I hoped to document the sheer beauty of what I saw. But I soon began to notice the impact we were having on our planet. Pollution, deforestation, and drought among other things, were exacting a heavy toll on our natural world. 

This is what moves me to be a visual storyteller. By documenting the threats and the resilience of our natural world at the nexus of increasing anthropogenic activity, I want to tell the stories that we are too afraid to confront. If we want to step up, we must understand both what’s at stake and how the stories we tell and the images we make can turn us into an ally or threat.

Numerous dried up trees and branches are scattered against an equally dry, brown land against the backdrop of a building remains.
Humans are witnessing an era of endangered landscapes; those under threat from misguided policy and planning, from ‘green’ energy development tropes, and from the climate crisis. Taken in Sri Lanka. © Tashiya de Mel

While there is a lot of scientific data available on the climate crisis, statistics and numbers alone can’t connect with people. Photography can really bridge that gap, and help visualise concepts and issues in ways that numbers are not able to. 

Photography transcends cultural, social, and political barriers. It can help us understand ourselves, our communities, and the world we live in.  A compelling photograph has the power to evoke emotion and provoke thought. It can allow us to reimagine a healthier relationship with the natural world and challenge public and political perceptions. 

Lee Kuen is a Content Editor at Greenpeace International.

Record breaking fires in Siberia

Yulia Davydova 

 Unprecedented fires have been scorching huge swaths of eastern Russia in recent weeks, with Siberia’s Yakutia region hit hardest. While Russia has been experiencing an increasing severity of wildfires due to blistering summer temperatures and a historic drought, this year, all records are being broken. More than 300 fires are still active across what is supposed to be one of the coldest parts of the world.

Volunteer frefighters trying to get some rest in the forest, Russia, July 2021.
Greenpeace Russia is joining forces with volunteer firefighters, local authorities and residents to fight the fires. A few days ago, a team of Greenpeace staff and volunteers joined firefighters from the Ministry of Natural Resources and Natural Reserve Rangers to support firefighting efforts in the region of Lake Ladoga. © Maria Vasiliyeva / Greenpeace

Siberia fires dwarfing all other combined fires

In recent days, experts have found that the Siberia forest blazes are bigger than all the other wildfires burning in the world combined. As of August 16, the area covered by fires since the beginning of the year amounted to 17.08 million hectares – an area nearly twice the size of Portugal – and continues to grow. This massive size is a first in the recorded history of satellite observation.

Catastrophic fires are still burning Yakutia, in the region of Irkutsk, in the southern Urals along with other regions of the country. 2021 could surpass Russia’s worst fire year, 2012, Alexei Yaroshenko, forestry expert with Greenpeace Russia predicts. According to scientists, Northern Siberia, like the Canadian Arctic, is warming three times faster than the rest of the world.

NASA / Fire Information for Resource Management System map showing fires from 19 July to 17 August
NASA Fire Information for Resource Management System map (19 July to 17 August 2021). © NASA / FIRMS

Siberian smoke roaming the Earth

Smoke from these massive wildfires in Russia’s Siberia region reached the geographic North Pole for what could be the first time in recorded history, according to NASA. The fires were so extreme that plumes of smoke also have stretched to Mongolia, Canada, Nunavut and Greenland.

More evidence that there are no borders in a climate crisis.

Megafires polluting the air

Entire cities have been trapped in smoke. Roads and airports in Russia had to be closed and thousands of people evacuated. In the middle of July 2021, residents of Yakutsk, the capital of Sakha, were breathing in smoke from over 300 separate wildfires, as reported by the Siberian Times.

According to Harvard University researchers who studied more than 90 counties in the U.S West that were hit hard by wildfires in 2020, wildfire smoke and Covid-19 is a very dangerous combination. More and more evidence is suggesting that air pollution from cars, fossil fuels or fires damages the body’s ability to resist respiratory viruses, potentially making people more vulnerable to the ongoing COVID-19 pandemic.

Firefighters in shock, all hands on deck

Thousands of firefighters, agricultural workers, soldiers and other emergency workers have been contributing to the firefighting efforts. In several cities, officials are desperate for more volunteers and more financial resources to fight the fires.

Greenpeace Russia is joining forces with volunteer firefighters, local authorities and residents to fight back. In recent days, a team of Greenpeace staff and volunteers joined firefighters from the Ministry of Natural Resources and Natural Reserve Rangers in the region of Lake Ladoga to help local volunteers and the Aerial Firefighting State Service tackle forest fires in the Ladoga Shkhery National Park.

“For years, officials and opinion leaders have been saying that fires are normal, that the taiga is always burning, and there is no need to make an issue out of this. People are used to it,” said Alexei Yaroshenko, a forestry expert with Greenpeace Russia.

Yet according to Greenpeace Russia, this unprecedented disaster is a new reality for the country. They are calling for strong measures to be urgently taken to prevent the fires or at least reduce their scale and have sent a list of measures to the Russian government.

Sustainable forestry and forest fire protection is part of Russia’s Green Deal – a plan for systemic change, developed by Greenpeace Russia and partners, for effective environmental and climate safeguards in the country. The proposal is gaining support among public and policy makers.

As the latest IPCC climate report details, a hotter future is already locked in. But decisive climate action by governments to rapidly cut climate wrecking emissions from polluting industries and to protect and restore nature will determine how hot it gets.

It’s time to stop economic cutbacks on forest protection, listen to local communities living with our forests and support national forestry to protect humanity and our climate.

Yulia Davydova is a forest campaign media coordinator with Greenpeace Russia

Desmatamento e fogo na Amazônia: acompanhe o TOP5 da Destruição

Rosana Villar  

O crime ambiental ocorre longe dos olhos do grande público. Mas com apoio de imagens de satélite e monitoramento de campo, denunciamos a destruição que avança sobre a floresta

Acaba de entrar no ar o segundo episódio do Top 5 da Destruição 👆. Esta semana, trazemos um desmatamento recente do tamanho do Jardim Botânico do Rio e outro tão grande que, que se as árvores perdidas ali fossem enfileiradas, seria possível dar uma volta na Terra! Chocante, né? Assista o vídeo e deixe seu comentário 👇.

Top 5 – Episódio 1

O desmatamento e as queimadas geram impactos extremos em nossa vida, afetando o clima, a disponibilidade de água, a biodiversidade e a segurança de quem vive nessas regiões. Mas às vezes pode ser difícil ter noção do tamanho desse impacto, já que são crimes que ocorrem longe das vistas da maioria das pessoas, que vivem nos grandes centros urbanos. 

Para trazer atenção para essas proporções, criamos o Top 5 da Destruição, onde traremos à público periodicamente alguns dos maiores, mais escandalosos e absurdos casos de destruição florestal do período. A ideia é que as investigações possam ser usadas pela sociedade como ferramenta de denúncia e mobilização, amplificando os dados e os fatos, para que possamos exigir ação de políticos e empresas. 

Nos próximos meses, nossa equipe de pesquisas irá monitorar de perto o avanço da destruição, e traremos essas histórias até você. 

Veja no Youtube e compartilhe! 

E para você que leu até aqui, temos um extra! A medalha de Nióbio.

Nossa menção desonrosa desta semana vai para um estado que tinha tudo para ser exemplo de conservação, mas que vem há alguns anos escorregando na missão: o Amazonas, que no mês de junho ocupou o segundo lugar em desmatamento na Amazônia, atrás apenas do Pará. 

Assim, a medalha de Nióbio fica para o município de Lábrea (AM), onde encontramos um desmatamento de 1.392 hectares dentro de uma floresta pública não destinada. Para você ter uma ideia, essa área é quase 26 vezes o tamanho do Jardim Botânico do Rio de Janeiro! 

É tempo de fazer nascer a sociedade que queremos, onde o crime ambiental não será tolerado, onde nossos rios corram sem barreiras e nossa terra seja respeitada, com comida boa para todos e um ambiente saudável. O lugar que queremos para agora, não para o futuro, e que cabe a nós conquistar.  

Entre para a Brigada Digital e faça mais pela proteção da floresta. Quer saber mais? Acesse aqui 

Wednesday, August 18, 2021

Governo brasileiro está promovendo uma transição energética, mas para pior. Muito pior

Marcelo Laterman, da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil  

Anúncio de programa que incentiva o uso de carvão mineral pelo Ministério de Minas e Energia significa retrocesso brutal em tempos de crise climática

Ativistas do Greenpeace Brasil pedindo que o governo brasileiro se comprometa com o fim das usinas a carvão, em frente à termelétrica de Candiota (RS), em 2018. © Marlon Marinho / Caio Paganotti / Greenpeace

No mesmo dia (09/08) em que foi lançado o 6º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que alertou o mundo sobre a urgência de ações concretas e imediatas para conter as mudanças climáticas e de que é inequívoca a influência das ações humanas no aquecimento global – especialmente com a queima de combustíveis fósseis, o governo brasileiro publicou o detalhamento do Programa para Uso Sustentável do Carvão Mineral Nacional, que prevê o fomento do setor de carvão mineral. 

A proposta promove uma política de estímulo à aquisição de equipamentos de mineração e pesquisa para o setor, além de vantagens fiscais para atrair até 20 bilhões de reais em investimentos nos próximos 10 anos para a fonte de energia que mais polui o mundo.

Segundo o IPCC, a concentração de CO2 na atmosfera já é a mais alta dos últimos 2 milhões de anos. É nesse contexto que o governo do Brasil, país que não depende do carvão para geração de eletricidade e que tem entre as melhores condições de geração de energia limpa e renovável do planeta, propõe um programa de incentivo ao carvão, enquanto vários países do mundo já buscam formas de se livrar desse mal.

Em 2017, 19 países que dependem mais do carvão do que nós, anunciaram uma aliança pelo encerramento de seus programas a carvão até 2030, entre eles Reino Unido, França, Canadá, Portugal e México. Em 2018 foi a vez do Chile, em que o mineral responde por 35% da geração elétrica. Este período serve para que os países desenvolvam estratégias para promover uma transição energética justa, ou seja, um plano de ação para promover outras fontes de renda às populações das regiões carboníferas, inclusive com o fomento à geração de energias renováveis nessas localidades. 

É este debate que deveria estar na mesa, em especial nas cidades do sul do Brasil onde hoje está a maior parte das usinas de geração termelétrica a carvão. No entanto, ao invés de olhar para os diversos potenciais e o futuro dessas comunidades, investindo na transição justa, o governo insiste em um modelo fadado ao fracasso, tanto financeiro como climático. E os impactos quem sente é o povo brasileiro, no bolso e na vida.

Já existem soluções para a crise climática e que podem ajudar na resolução da crise econômica e social brasileira. Precisamos apenas ligar os pontos, contar com quem já está atuando e promover ações que contribuam para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e em equilíbrio com o meio ambiente. Assine a nossa petição para se juntar ao movimento de pessoas que reconhecem a urgência da crise climática, dar voz às pessoas mais afetadas por este problema e manter-se informade para nos mobilizarmos pela causa e pressionarmos as autoridades.

Em defesa dos territórios! Conheça quatro histórias recentes e bem sucedidas de luta pela terra na América do Sul

 Jorge Eduardo Dantas

 Plataforma apresenta experiências de resistência de povos indígenas e populações tradicionais de Brasil, Peru e Equador

Plataforma “Caminhos de Resistência” reúne aprendizados que podem servir de inspiração e ensinamentos para outras comunidades © Divulgação/ Todos os Olhos na Amazônia

A conexão dos povos indígenas com seu território é uma das características mais marcantes dos povos originários de todo o mundo. Ao contrário dos não-indígenas, que veem os recursos naturais como recurso a ser utilizado e explorado, etnias como os Guarani, Tikuna, Kaingang, Macuxi e Terena possuem uma relação muito mais harmoniosa, próxima, espiritualizada e simbiótica com a natureza e seus elementos, como os rios, florestas e animais.

Por isso, defender os territórios é algo tão importante para esses povos e um pilar fundamental em suas lutas. Lideranças contam que não é possível imaginar uma resistência indígena que não passe pelo direito a um território íntegro e saudável. 

Essa relação, no entanto, está ameaçada – a quantidade de projetos agropecuários, minerários e energéticos dentro ou no entorno de Terras Indígenas, principalmente no Brasil, só cresce. Reportagem da Agência Pública mostrou que, desde o início do Governo Bolsonaro, por exemplo, os processos de exploração minerária dentro de Terras Indígenas cresceram 91%.  

Lucro x prejuízo

Para ajudar na luta em defesa dos territórios, o projeto Todos os Olhos na Amazônia – uma iniciativa da qual o Greenpeace Brasil faz parte, que busca interromper o desmatamento fortalecendo a luta dos povos indígenas e comunidades tradicionais – lançou recentemente uma série de estudos de casos, que examinam com detalhes como alguns povos da América do Sul promovem a defesa de seus territórios.   

Esses estudos são compostos de vídeos, documentos em PDF, infográficos e linhas do tempo que contam como as populações tradicionais – que incluem indígenas, quilombolas, ribeirinhos e beiradeiros – têm organizado a resistência e defesa de seus territórios. O uso de tecnologia, estratégias de comunicação e formação de lideranças tem ajudado a frear o desmatamento e interromper projetos de exploração que visam o lucro de uns e o prejuízo de muitos.

Caso Sinagoe, do Equador

Em outubro de 2018, o povo indígena A’i Cofán obteve, nas cortes de justiça equatoriana, uma decisão que proibiu a exploração mineral em seu território – protegendo mais de 32 mil hectares. Para isso, os A’i Cofán empregaram uma série de estratégias que envolveu monitoramento territorial comunitário, uso de tecnologias e ações de comunicação e advocacy.

Caso Karipuna, de Rondônia (BRA)

Entre 2020 e 2018, os Karipuna conseguiram reduzir em 62% o desmatamento dentro de seu território, graças a um trabalho de monitoramento territorial, denúncias legais e advocacy que contou com diversas parcerias estratégicas – entre elas, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e o Greenpeace Brasil

Caso Puinamudt, do Peru

O caso peruano conta a história da Puinamudt – uma organização indígena fundada em 2011 que representa 89 povos e cerca de 23 mil pessoas, habitantes de uma área de 690 mil hectares. A Puinamudt foi criada para dar repercussão nacional às lutas dos povos da Amazônia peruana, que há mais de 50 anos enfrentam a exploração petroleira naquela região.

Caso PAE Lago Grande, no Pará

Este estudo de caso mostra como a formação e mobilização de jovens lideranças pode ajudar na proteção de territórios tradicionais. Os “Novos Cabanos”, como são chamadas essas lideranças paraenses, protegem mais de 250 mil hectares, representando mais de 35 mil pessoas e 144 comunidades contra projetos minerários que cobiçam as riquezas que existem no subsolo daquela área. A luta no PAE Lago Grande também conta com o apoio do Greenpeace Brasil

Vale uma conferida também nas outras seções da plataforma Todos os Olhos na Amazônia – um repositório de estratégias inovadoras e colaborativas de combate ao desmatamento e degradação da floresta amazônica e a violação dos direitos de seus habitantes. É possível encontrar vídeos, podcasts, artigos acadêmicos e vários outros materiais. 

Luta pela Vida

Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal afirmou que os casos reunidos na plataforma mostram que, embora a luta contra os grandes interesses econômicos seja difícil, ela não é uma batalha impossível.

“Esses casos explicitam a resistência incansável de povos que resistem há mais de 500 anos, em uma luta pela manutenção de suas culturas, povos e territórios, em uma luta pela vida. Eles mostram que existem estratégias disponíveis que podem ser aplicadas em outros lugares, e que o uso de tecnologias, aliado a conhecimentos tradicionais, podem auxiliar na proteção territorial e na conservação de milhares de hectares de florestas. Precisamos olhar esses casos, estudá-los com atenção e reproduzi-los em outros locais – vemos aqui histórias poderosas de resistência que devem ser divulgadas”, disse Carolina.

Além de acessar a nossa plataforma do Todos os Olhos na Amazônia, você também pode assinar a nossa petição Basta de Violência contra os Povos Indígenas, e se juntar a mais de 100 mil brasileiras e brasileiros que estão se mobilizando digitalmente para fortalecer a luta indígena no Brasil.

Monday, August 9, 2021

The importance of vaccination

 Hi, everybody. We would like to talk about the importance of vaccination, wich is, certainly, one of the great discoveries ever made in science; lets not forget antibiotics, too. Today, we face this pandemic crisis and as part of humanity, here in our planet earth, and as citizens of our countries, we must do our part and vaccinate ourselves. 

Also, we must estabilish good habits into our daily routines; always  wash our hands, the use of masks and social isolation must be routine in these times. 

Only reliable sources must be promoted and all available tested vaccines have their own level of efficiency and security. We promote here that we must not give any kind of preference in terms of brand. We promote here that we need to guarantee our imunization as fast as possible.


We already begun our vaccination.

Thanks for your attention. 

 

Lets make the difference doing our part.

Promote this view if you can.  

Segunda Sem Carne – Receitas do mês de agosto

Sergio de Andrade 

 Olá para você que chegou por aqui em busca das receitinhas sem carne do mês de agosto.

Caso você não saiba, toda semana, em nossas redes sociais, nós convidamos a todos a refletirem, sobre nossos hábitos alimentares e os impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais, com a campanha Segunda Sem Carne.

E antes das receitas, você precisa saber que atualmente o planeta passa por uma crise climática e esse problema vem causando secas, inundações, furacões, aumento do nível do mar e oscilações extremas do clima. Portanto, muito além de um cuidado com a própria saúde, quando você opta por não consumir produtos de origem animal durante um dia da semana, você também está colaborando diretamente no combate ao aquecimento global e todas essas consequências que ele gera.

É claro que políticas públicas também se fazem necessárias na contribuição com mudanças desse tipo, mas a nossa própria consciência já pode ser sim uma forte aliada nessa luta a favor da melhoria da condição do meio ambiente como um todo.

Vamos às receitas?

CALDO VERDE VEGANO

Post do Instagram

INGREDIENTES:

  • 1 cebola picada
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 batatas inglesas descascadas
  • 2 folhas de couve
  • 1 xícara de espinafre
  • 1 pitada de pimenta do reino
  • sal e cebolinha a gosto.

MODO DE PREPARO

  • Em uma panela de pressão, refogue o alho e a cebola em óleo ou azeite.
  • Adicione as batatas em pedaços e cubra tudo com água.
  • Acrescente o sal, pimenta do reino e outros temperos de sua preferência.
  • Deixe cozinhar por 20 minutos.
  • Adicione a mistura no liquidificador e acrescente as folhas verdes.
  • Bata tudo até ficar homogêneo.

E bom apetite.

HAMBÚRGUER DE ERVILHA

Post no Instagram

INGREDIENTES

  • Ervilha
  • Cebola
  • Salsinha 
  • Alho
  • Sal
  • Chimichurri
  • Farinha de Trigo

MODO DE PREPARO

  • Coloque a ervilha de molho por aproximadamente 12 horas. 
  • Após esse período, lave as ervilhas e cozinhe na pressão por 10 min. 
  • Após o cozimento, escorra água, amasse as ervilhas e adicione os demais ingredientes.
  • Misture tudo, amassando. 
  • Acrescente farinha de trigo. 
  • Molde os hambúrgueres no formato e no tamanho que preferir. 
  • E agora é só assar ou fritar. 

Bom apetite.

E se essa é a primeira vez que você cogita aderir à redução do consumo de alimentos que colaboram com a destruição do nosso planeta, e ainda está com um pouco de confusão na mente, sem saber ao certo como começar, nós podemos te ajudar. Faça parte da nossa campanha Segunda Sem Carne e aproveita para dar uma olhada nesse e-book “Quarentena Sem Carne”, com receitas de chefs e nutricionistas da boa alimentação.

Vem entender mais um pouco mais sobre o estilo de vida vegetariano.

Cabelo cacheado com raiz lisa

Greenpeace Brasil

 Sem os povos originários, não será possível vencer a crise climática

Lideranças indígenas marcaram para o final de agosto uma mobilização em Brasília (DF) para pressionar autoridades em defesa de seus direitos © Divulgação

Hoje é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Nesse dia tão importante, reafirmamos o nosso apoio e respeito à luta incansável dos povos originários pela vida, pela natureza, por seus territórios e pela garantia de seus direitos reconhecidos na constituição.

Os povos indígenas são guardiões por excelência da natureza, sem a qual não será possível vencer a mais grave emergência que ameaça a humanidade – a crise climática. Defender os direitos dos povos indígenas é, portanto, garantir nosso passaporte para o futuro e as condições de existência para as futuras gerações.

Para marcar esse dia, compartilhamos com vocês a websérie Arandu, produzida em 2020 pelo Greenpeace. Mostrando imagens dos territórios brasileiros e ouvindo depoimentos de algumas das mais reconhecidas lideranças indígenas de nosso País, este conjunto de 12 curta-metragens expõe o que os Krikati, os Baré, os Canoé e os Kassupá pensam sobre a vida, o planeta, o tempo e a relação que as populações tradicionais têm com os seus ambientes.

Ouvir o tempo

Arandu é um termo Kaiowá e Guarani que significa “ouvir o tempo”, “vivenciar”, “entendimento” e “conhecimento”. Hoje, mais do que nunca, a sociedade não-indígena precisa aprender e pôr em prática essas ideias, que já estão sendo vivenciadas pelos povos originários há séculos.

“Tudo para nós é sagrado”, diz a liderança da Terra Indígena Arariboia (MA), Suluene Guajajara. “A mata é sagrada, a água é sagrada. Nossos Encantados querem a água limpa. Eles não gostam de poluição, de zoadas. Mas os empreendimentos próximos, no entorno das Terras Indígenas afastam esses seres. Entendemos que existe um impacto causado pelas mudanças climáticas. Alguma coisa errada está acontecendo no mundo, porque muitos não estão respeitando o que é de sagrado”, contou Suluene.

A websérie “Arandu” conta com diversas entrevistas de lideranças e imagens de territórios indígenas brasileiros

Único corpo

“Nós, os povos indígenas e as florestas, somos todos interligados. A nossa espiritualidade está dentro do nosso território. Nós somos isso, o corpo, que podemos ver; mas somos também uma parte espiritual – somos as águas, os animais, a floresta, o ar, os igarapés. Somos um único corpo. Matando os povos indígenas, você destrói a floresta amazônica”, explicou a titular da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Nara Baré.

O Brasil é especialmente pródigo quando se trata de riqueza étnica e cultural. Existem em nosso país 305 povos indígenas distintos, falantes de pelo menos 274 línguas. Desse total, ao menos 115 povos vivem em isolamento voluntário – a grande maioria, na Amazônia. É um conjunto de modos de vida, cosmovisões, vivências espirituais e concepções de mundo únicas e específicas, que formam um patrimônio imaterial de valor incalculável.

Genocídio

Nossos tempos, no entanto, não têm sido fáceis para os indígenas. Sob o Governo Bolsonaro, os povos originários têm sido duramente atacados; situação que ficou mais grave após a pandemia de Covid-19 e a crise econômica que estamos enfrentando. 

No meio de 2020, auge da pandemia do coronavírus, Bolsonaro vetou a obrigação do Governo de garantir acesso à água potável e leitos a indígenas na pandemia. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), das famílias vítimas de invasões de terra em 2020, 71% delas eram famílias indígenas. O Projeto de Lei 490/2007, aprovado em junho de 2021 numa comissão da Câmara dos Deputados, inviabiliza a demarcação de Terras Indígenas e promove a abertura desses territórios ao agronegócio, à mineração e à construção de hidrelétricas. E, em Rondônia, uma lei que reduziu áreas protegidas deixou as Terras Indígenas Karipuna, Uru Eu Wau Wau, Karitiana, Lage e Ribeirão mais vulneráveis a invasões. Por tudo isso e mais um pouco, o Brasil já tem sido apontado no exterior como causador de um genocídio indígena

Ataque e desmonte

“Os povos indígenas hoje correm imensos riscos”, disse a porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal. Segundo a especialista, o desmonte das políticas socioambientais construídas ao longo de décadas e o ataque aos direitos dos povos e das comunidades tradicionais são o propósito do atual governo federal . 

“Ao tentar abrir a todo custo as terras indígenas para exploração e interesses particulares, o governo federal e a bancada ruralista ferem a Constituição e colocam em  perigo centenas de povos e  também a própria biodiversidade brasileira e o equilíbrio dos serviços ecossistêmicos que nossos biomas prestam ao mundo”, disse Carolina. 

Antes que se vá, pedimos o seu apoio. Neste momento de quarentena, mantemos nossos escritórios fechados, mas nossa equipe segue de casa trabalhando em nossas campanhas, pesquisas e no monitoramento dos crimes ambientais. Sua doação é muito importante para que esse trabalho continue sendo feito com independência e qualidade, pois não recebemos recursos de governos e empresas. Clique e se torne um doador.

Monday, August 2, 2021

Em sobrevoo, Greenpeace flagra o avanço do fogo sobre a Amazônia

Greenpeace Brasil

 Dados divulgados pelo INPE e as imagens registradas na última semana de julho, reforçam a ineficiência do governo federal em combater a destruição

Coluna de fogo avança sobre área degradada, dentro de floresta pública não destinada, em Porto Velho, Rondônia. Imagem captada em sobrevoo realizado em 29 de julho de 2021.

De acordo com os dados do Inpe Queimadas, julho registrou 4.977 focos de calor no bioma Amazônia, todos ilegais, já que o Decreto nº 10.735, que proibiu o uso do fogo no Brasil, está vigente desde 28 de junho de 2021, mesma data em que o governo federal autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas. É a terceira vez que o governo Bolsonaro utiliza o dispositivo da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no combate ao crime ambiental.

Como principal estratégia do governo federal para conter a destruição, a GLO é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob intensa ameaça e a ilegalidade e a destruição continuam devastando grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace em sobrevoo de monitoramento, que aconteceu entre os dias 29 e 31 de julho de 2021. 

“É importante analisar os focos de calor considerando também o desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo”, esclarece Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia do Greenpeace.

Mas o pior está por vir, alerta Mazzetti, já que os próximos meses serão os mais secos na Amazônia e os órgãos ambientais seguem enfraquecidos. “Além disso, o Congresso Nacional tem como uma de suas prioridades aprovar alterações na lei que incentivam ainda mais destruição ambiental e invasão de terras públicas”, comenta.

No primeiro semestre de 2021 os alertas de desmatamento do Inpe apontaram para um aumento de 17% na devastação em relação ao mesmo período de 2020, sendo que 51% do desmatamento no primeiro semestre de 2021 ocorreu em terras públicas (Florestas Públicas Não Destinadas, Unidades de Conservação e Terras Indígenas). Essas áreas são patrimônio de todos os brasileiros cuja apropriação ilegal está avançando rapidamente. 

Enquanto nossas florestas seguem sendo destruídas, representantes ruralistas continuam tentando convencer a opinião pública e a comunidade internacional de que o Brasil está cuidando do meio ambiente. Como fizeram no mês passado ao reforçar a representantes diplomáticos a intenção de aprovar projetos como o PL da Grilagem (PL 2633/2020) que, ao contrário do que dizem os ruralistas, visa anistiar grileiros, ao legalizar o ilegal, além de aumentar a violência e conflitos no campo estimula novos ciclos de invasões marcados por desmatamento e queimadas. 

O número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007. Em julho, houve uma redução de 27% quando comparados ao mesmo mês em 2020. Estados como Rondônia e Acre registraram aumento no número de focos (95% e 29% respectivamente) e a situação no Amazonas segue preocupante: o estado tem se destacado no aumento da devastação e o registrado no mês é superior à média histórica. Conforme ilustrado na figura abaixo: 

“O impacto acumulado na Amazônia a partir do fogo e do desmatamento só aumenta, estamos empurrando a floresta cada vez para mais perto do seu limite e minando seu papel de aliada no enfrentamento às mudanças climáticas. Além disso, com a destruição crescente deste bioma rico em estoque de carbono, estamos contribuindo para que extremos climáticos como esses vivenciados recentemente ao redor do planeta e no Brasil se tornem mais frequentes e intensos no futuro”, completa Cristiane.