Desmatamento em alta, Brasil em baixa

O persistente aumento do desmatamento da Amazônia tem prejudicado a imagem do Brasil no mercado internacional e entre as outras nações. Somos, hoje, o país que retrocedeu décadas nas políticas de proteção ambiental, justamente em um momento em que todas as sociedades do mundo vêm demandando de seus governos ações urgentes e efetivas de combate às mudanças climáticas. 

O fechamento do mês ocorre na mesma semana que mais um documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) foi publicado com foco na mitigação das emissões.

Esta semana o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) publicou um novo documento com foco na mitigação das emissões globais. Entre as soluções urgentes e necessárias apontadas pelos cientistas está justamente a redução do desmatamento, principal fonte de emissão de gases do efeito estufa do Brasil.

O desmatamento também é péssimo para a economia, muitos países e empresas vêm debatendo e implementando novas regras para evitar o envolvimento com o desmatamento da Amazônia. No mês passado, o BID negou um empréstimo milionário a um dos maiores frigoríficos do país, justamente por envolvimento da empresa com o desmatamento, enquanto a União Europeia discute uma legislação anti-desmatamento para controlar as commodities que entram no bloco. 

“A conservação de florestas e outros ecossistemas está entre as soluções apontadas pelo IPCC para limitar o aquecimento do planeta em 1.5ºC . No entanto, o Brasil, que teria plenas condições de ser uma liderança climática, passa por uma gestão federal que caminha deliberadamente na direção oposta, agindo de maneira incompatível com os avisos da ciência”, completa Mazzetti.

Este mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a deliberar sobre sete ações que buscam garantir mais proteção ambiental, no país arrasado pela política de Bolsonaro. Uma destas ações é a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 760, que trata não apenas da omissão por parte do governo federal e de outros órgãos em assegurar a preservação da Amazônia, mas da intenção de desmontar o aparato de fiscalização e controle, como o PPCDAm.