Saturday, July 29, 2017

Blogpost by Mal Chadwick

One of the first images of the Amazon Reef 28 Jan, 2017  © Greenpeace
Researchers, naturalists, explorers and broadcasters are joining the call for oil companies to leave the Amazon Reef alone. The latest call to protect the reef came as an open letter highlighting the importance of this unique environment, and warning of the threat from an oil spill nearby.
BP and Total are trying to get permission to drill for oil near the Amazon Reef, but this group of experts called for the companies’ plans to be put on hold, saying that “The priority should be to protect the reef and surrounding waters in order to conduct further research.”
This letter adds more pressure on BP and Total to cancel their plans to drill. So far, over a million people have signed the petition against oil drilling near the Amazon Reef, and more than 29,000 people have written to BP’s CEO in protest.

A fascinating puzzle

One of the first images of the Amazon Reef 28 Jan, 2017  © Greenpeace
For ocean scientists, the Amazon Reef is a fascinating puzzle, full of new discoveries and surprising twists. In just a few days of exploring the reef, researchers believe to have found not only three potential new fish species , but also dozens more that had not been spotted in the area before.  Scientists believe the Amazon Reef is also home to large numbers of critically endangered fish—yet another reason why an oil spill nearby would be devastating to the environment.
This first expedition only covered a tiny fraction of the 600 mile-long reef, so with most of this ecosystem still unexplored, the biggest discoveries are likely still to come.
via GIPHY
But BP and Total’s dangerous oil drilling plan could devastate this special place before we’ve had a chance to study it properly. There’s little evidence that the oil companies have taken the risk of a spill seriously, and they haven’t been able to show that they could deal with an accident in the strong currents and deep, murky waters near the mouth of the Amazon River.


Want to help stop BP and Total? Sign the petition to protect the Amazon Reef
Mal Chadwick is a digital campaigner for Greenpeace UK

Carta Aberta em Defesa dos Corais da Amazônia

Cientistas e influenciadores do mundo todo assinam manifesto expressando a importância do novo recife e a preocupação com a exploração petrolífera na região

Cientistas renomados, ambientalistas, exploradores e influenciadores de várias partes do mundo divulgaram nesta sexta-feira (28) uma Carta em Defesa dos Corais da Amazônia, destacando o quanto o novo recife recém-revelado significa para a biologia marinha e expressando sua preocupação com os riscos que a exploração petrolífera representa para a região.
"A prioridade deve ser proteger o recife e as águas circundantes para que possam ser realizadas mais pesquisas antes de tomar decisões sobre mais explorações humanas na área", afirma o grupo, na Carta.
Do Brasil, assinam esse manifesto cientistas ligados a áreas de Clima, Oceanografia, Biodiversidade e Economia, como o climatologista Carlos Nobre, ex-secretário do Ministério de Ciência e Tecnologia e ex-presidente da Capes; o físico e membro do IPCC Paulo Artaxo; os oceanógrafos Ronaldo Francini, da UFRJ, Nils Asp, da UFPA, e Eduardo Siegle, da USP, que fizeram parte da equipe que assinou o estudo publicado na revista Science reconhecendo o recife de corais, esponjas e rodolitos amazônico e que participaram da expedição que registrou as primeiras imagens deste ecossistema.
“Especialmente em um momento em que a humanidade, após o Acordo de Paris, inicia rápida desfossilização dos sistemas de energia e transporte, torna-se anacrônico qualquer expansão na exploração de petróleo”, afirma o pesquisador do INPE, Antônio Nobre, autor de “O Futuro Climático da Amazônia”.
Participam ainda referências mundiais como o economista indiano Pavan Sukhdev, líder do estudo TEEB (A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade, em inglês), a oceanógrafa americana Silvia Earle, fundadora e presidente da Mission Blue, e os professores britânicos Jason Hall-Spencer (professor de Biologia Marinha da Universidade de Plymouth) e Murray Roberts (professor de Biologia Aplicada Marinha, da Universidade de Edimburgo).
Confira a Carta com a lista de signatários

  “Aumento na pressão”
Para Helena Spiritus, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, há pouca evidência no plano emergencial das empresas de que a BP e a Total assumiriam o risco de um sério derramamento. “Sabemos por uma experiência dolorosa como eles são prejudiciais”, afirma.
Vale destacar que este projeto está em águas mais profundas do que o desastre da plataforma Deepwater Horizon, que destruiu o Golfo do México em 2011, e a BP e a Total ainda não demonstraram que têm a capacidade de lidar adequadamente com um derramamento neste precioso ecossistema. “Além da ameaça ao recife, as comunidades costeiras do Amapá também poderiam ser afetadas em seus meios de subsistência", diz Helena.
A francesa Total planeja perfurar já neste ano, e seu bloco mais próximo fica a apenas 8 km dos Corais da Amazônia. A BP detém 30% do projeto e planeja sua perfuração para  2018. O Ibama, responsável pela emissão de licenças ambientais para exploração, está atualmente no processo de decidir se concederá as licenças às companhias de petróleo. Assim que isso acontecer, elas já poderão começar a perfurar.


A Carta, portanto, coloca agora mais pressão sobre as empresas para cancelarem seus planos. A credibilidade dos especialistas se soma à força de mais de um milhão de pessoas que já assinaram a petição contra a perfuração de petróleo perto dos Corais da Amazônia, e mais de 29 mil pessoas escreveram ao presidente da BP em protesto.
Se você ainda não participa deste esforço global, acredite, sua contribuição é fundamental. Assine a petição e nos ajude a pôr fim a esta ameaça.

60 organizações pedem a Janot ação contra Lei da Grilagem

Postado por crossi


Desmatamento recente no distrito de Santo Antonio do Matupi, em Manicoré (AM). Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace
  Para grupo da sociedade civil, Lei 13.465, sancionada por Michel Temer em julho, promove “liquidação dos bens comuns”, estimula desmatamento e violência e precisa ser barrada por ação de inconstitucionalidade
Um conjunto de 60 organizações e redes da sociedade civil pediu nesta sexta-feira (28) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que proponha uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a chamada Lei da Grilagem, sancionada no último dia 11 por Michel Temer.
Segundo carta entregue à PGR pelas organizações, a Lei no 13.465 (resultado da conversão da Medida Provisória 759) “promove a privatização em massa e uma verdadeira liquidação dos bens comuns, impactando terras públicas, florestas, águas, e ilhas federais na Amazônia e Zona Costeira Brasileira”.
O texto, assinado pelo presidente diante de uma plateia de parlamentares da bancada ruralista, concede anistia à grilagem de terras ao permitir a regularização de ocupações feitas até 2011. Não satisfeito, ainda premia os grileiros, ao fixar valores para a regularização que podem ser inferiores a 10% do valor de mercado das terras. Segundo cálculos do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), apenas na Amazônia esse subsídio ao crime fundiário pode chegar a R$ 19 bilhões.  
Mas o prejuízo ao país não se limita a isso. Também ganham possibilidade de regularização grandes propriedades, de até 2.500 hectares, que hoje só podem ser regularizadas por licitação. “Esta combinação de preços baixos, extensão da área passível de regularização, mudança de marco temporal e anistia para grandes invasores vem historicamente estimulando a grilagem e fomentando novas invasões, com a expectativa de que no futuro uma nova alteração legal será feita para regularizar ocupações mais recentes”, afirmam as organizações na carta a Janot. Com um agravante: pela nova lei, o cumprimento da legislação ambiental não é condicionante para a titulação, e há novas regras dificultando a retomada do imóvel pelo poder público em caso de descumprimento.
A lei também faz estragos na zona urbana:  além de dispensar de licenciamento ambiental os processos de regulação fundiária em cidades – o que pode consolidar ocupações de zonas de manancial em cidades que já foram atingidas por crises hídricas, como Brasília e São Paulo, também permite que governos locais legalizem com uma canetada invasões de grandes especuladores urbanos feitas até 2016.
Leia a íntegra da carta das organizações e conheça a lista de signatários.

Friday, July 28, 2017

O jogo sujo das montadoras

Postado por Davi Martins

Sim, elas estão te enganando: na tentativa de esticar seus lucros mantendo a sobrevida dos combustíveis fósseis, as montadoras prejudicam a concorrência e o combate às emissões de poluentes
Em novembro do ano passado, ativistas fizeram uma projeção na sede da Volkswagen, em Wolfsburg, na Alemanha: "Diga adeus ao diesel".
 Na semana passada o jornal alemão Spiegel denunciou que as montadoras alemãs Volkswagen, Porche, Audi e BMW formaram um cartel, desde os anos 1990, para acertar entre elas preços, fornecedores e tipo de peças para os sistemas de tratamento dos gases poluidores dos seus automóveis. Esses gases são oriundos da combustão dos combustíveis fósseis e responsáveis pela poluição do ar que mata milhares de vidas todos os anos nos centros urbanos. O acordo, claro, visava garantir o menor investimento possível com tecnologias limpas, sem prejuízo com a concorrência, afinal, todos os modelos de diferentes marcas oferecem o mesmo padrão. O jornal ainda diz que no dia 4 de julho deste ano, a Volkswagen admitiu em carta ao suposto cartel que tais procedimentos seriam injustos com a competição. A notícia, em inglês, foi repercutida pela agência Reuters.
Não é de hoje que fraudes atingem as grandes montadoras alemãs. Em 2015, a Volkswagem foi indiciada por mascarar testes de emissões de seus carros a diesel e acabou considerada culpada. A descoberta de um cartel agora abre um novo triste capítulo na história da indústria automotiva que, há décadas, se opõe a medidas de redução de emissões e de ganho de eficiência. Ao contrário, elas enviam aos países em desenvolvimento tecnologias já defasadas na Europa e EUA, prolongando os elevados índices de poluição do transporte.
Em vários países desenvolvidos, no entanto, os escapamentos já estão com os dias contados. Em 2025 a Noruega irá banir os carros à diesel e gasolina – atualmente 24% da sua frota já é elétrica. Na França e na Inglaterra, o ano para o fim desses veículos é 2040. A própria alemã Volvo, que não foi citada como parte do cartel, anunciou que todos os seus veículos terão motores elétricos a partir de 2019.
O Brasil na contramão
Na tentativa de alongar sua sobrevivência, o setor de combustíveis fósseis se vale das táticas escusas, como cartel e muito lobby político. No Brasil, essa influência ainda é forte o suficiente para colocar nosso país na contramão do mundo: desde 2011 tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe a liberação da venda de veículos de passeio movidos a óleo diesel. O PL 1.013/2011 é uma grave ameaça e não pode ser aceito pelo governo brasileiro.
Greenpeace protest against VW factory in Buenos Aires. Activists filled up balloons with car emissions in order to return the waste gases to the plant demanding "No more lies" (no mas mentiras), “Stop poisoning our kids” (No contamines a nuestros hijos) a Ativistas inflam balões com os gases tóxicos do escapamento de carros, em protesto na fábrica da Volkswagen.
 
O Brasil tem plenas condições de dar um passo importante para reduzir a poluição do diesel que, apenas na cidade de São Paulo, custará quase 200 mil vidas e R$ 54 bilhões em gastos de saúde e perda de produtividade até 2050, se nada for feito. É um dever dos governos federal, estaduais e municipais fazerem valer as políticas ambientais do País e fomentar a transição para veículos que utilizam combustíveis limpos. Tal medida trará benefícios para a população e colocará o país em posição de vanguarda no mundo.
A primeira oportunidade para isso está nos ônibus do transporte coletivo da capital paulista. A licitação de ônibus do município de São Paulo acontece neste segundo semestre e ainda precisa deixar claro o cronograma de descontinuidade do uso do diesel em detrimento de combustíveis 100% renováveis - algo que a população se manifestou a favor. Mas o lobby do gás natural e outras fontes ainda poluidoras, como o diesel misturado com biodiesel, continua forte e tenta influenciar a pauta e as decisões do poder público. O vereador Milton Leite (DEM) elaborou um projeto para amarrar a cidade ao diesel por mais 20 anos! Esta transição não pode esperar tanto tempo e deve ser prioridade para a Prefeitura, que têm em suas mãos a possibilidade de fazer uma mudança histórica.
Davi Martins é coordenador da Campanha de Mobilidade Urbana do Greenpeace 

Ambientalistas pedem que Congresso rejeite nova proposta de Temer que reduz floresta no Pará

Organizações lançam nota técnica sobre o Projeto de Lei que reduz a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim. Medida proposta pelo governo beneficia grileiros e pode dobrar o desmatamento na região.
Apenas algumas semanas depois de vetar a Medida Provisória 756, que propunha uma drástica redução da proteção da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará, Michel Temer, apresentou novamente a proposta de corte, desta vez na forma de Projeto de Lei (nº 8.107/2017). Trata-se de mais uma barganha com a bancada ruralista em busca de votos que possam livrá-lo de processo por corrupção.

Desmatamento na Floresta Nacional do Jamanxim. Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace
O novo texto é ainda pior que a Medida Provisória. Agora, a área a ser transferida para a categoria de Área de Proteção Ambiental - unidade de conservação que permite atividades como pecuária e agricultura - é maior: 354 mil hectares, contra os 305 mil hectares propostos na MP.
Em resposta a mais esta ofensiva contra o patrimônio nacional, organizações ambientalistas - Greenpeace Brasil, ICV, Imaflora, Imazon, IPAM, ISA e WWF Brasil - se uniram e lançaram uma nota sobre as consequências destrutivas desta medida para o meio ambiente e o país.
“Repudiamos o PL apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional e pedimos, como representantes da sociedade civil, a sua rejeição. Qualquer redução dos limites acarretará em mais conflitos na região e também em mais desmatamento, que, por sua vez, coloca em risco o futuro econômico do Brasil e o futuro climático da região”, diz a nota.
Na nota, as organizações alertam que:
  • O PL representa um subsídio de pelo menos meio bilhão de reais aos grileiros que dominam a região.
  • O PL não visa atender as pequenas propriedades (até 4 módulos fiscais) ou a agricultura familiar. A área média requerida por ocupantes da Flona é de 1.700 hectares, ou seja, quase 23 vezes um lote da agricultura familiar, que naquela região tem 75 hectares.
  • A Flona do Jamanxim foi a Unidade de Conservação mais desmatada entre 2012 e 2015. Com a medida, o desmatamento na região pode mais que dobrar até 2030, com corte extra de 138 mil hectares e emissão de 67 milhões de toneladas de gás carbônico.
  • Dentro dos 354 mil hectares, há 312 embargos ambientais, resultado de grandes operações realizadas pelo Ibama na região. Ou seja, ao conceder a regularização fundiária dessas áreas, o estado brasileiro desmoraliza ainda mais a própria política pública de controle do desmatamento, premiando com terra os criminosos.
A redução da Flona de Jamanxim se junta a outras medidas conduzidas por Temer e pelo Congresso Nacional, que desmontam todo o trabalho realizado nos últimos anos para reduzir o desmatamento na Amazônia. Ao usar o meio ambiente como moeda de troca para se manter na cadeira da presidência, Temer tem favorecido grileiros e grandes desmatadores, e segue na direção contrária às políticas nacionais e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para a proteção de florestas e clima.
Confira aqui a nota

Thursday, July 27, 2017

Oil exploration blocked in watershed Supreme Court of Canada ruling on Indigenous rights

Ottawa, Canada 26 July 2017 — In a unanimous decision today, the Supreme Court of Canada has ruled in favour of the Inuit hamlet of Clyde River in a landmark ruling that will have far-reaching and lasting impacts across Canada in terms of Indigenous rights and resource extraction projects, including Arctic oil exploration, tar sands and pipelines.
The 1,000 person community of Clyde River took their case to the highest court in the country to fight seismic blasting, a dangerous form of oil exploration involving firing loud, underwater explosions to map the seabed for oil deposits. The marine life upon which the community has traditionally depended for food security could have be harmed, even killed, by the deafening noise of the blasts.
Clyde River’s case called on the Supreme Court to stop a five year seismic blasting project approved by the National Energy Board, citing the government’s failure to meaningfully consult with impacted communities. The ruling strengthens respect for Indigenous rights.
Reacting to the news from Ottawa, Canada, Jerry Natanine, a community leader and former mayor of Clyde River, said:
“I’m truly grateful to the Supreme Court for this ruling, which protects my community and the marine animals on which we depend from seismic blasting. This ruling will also help protect Indigenous rights and voices, and hopefully shield others from what we’ve been through. Like all people, we want economic opportunities to flow into our communities. But we know that we are part of the land, and an economy that destroys the earth destroys ourselves.”
Nader Hasan, Clyde River’s legal counsel, said:
“The court’s decision is truly groundbreaking for Clyde River and for Indigenous rights across Canada. It took the highest Court in the land to remind the Government of Canada once again that consultation with Indigenous peoples must be meaningful. Government cannot simply pay lip service to sacred constitutional obligations. It has been an honour representing the people of Clyde River, who refused to back down despite seemingly impossible odds. They have won a victory for Indigenous rights everywhere.”
Farrah Khan, Greenpeace Canada Arctic campaigner, said:
“Today, we send our gratitude to the Clyde River Hamlet, Hunters and Trappers Organization, and former Mayor Jerry Natanine who have fought tirelessly for the last three years to uphold their rights and fight for Arctic protection. Clyde River has been waiting in uncomfortable anticipation as their food sovereignty and entire way of life hung in the balance. This has truly been a life or death case for Clyde River and this ruling provides hope for Indigenous communities to assert their sovereignty and rights over energy resource projects on their lands and in their waters.”
The impacts of this ruling extend far beyond this one region and will result in the protection of marine animals — including beluga, narwhal and bowhead whale populations — and safeguarding our climate from the unnecessary exploitation of Arctic oil reserves.”
Clyde River challenged the approval of licences for seismic blasting on the northeast coast of Baffin Island in Nunavut. The proposed testing could have negatively affected the treaty rights of the Inuit of Clyde River, who opposed the seismic testing, alleging that the duty to consult had not been fulfilled in relation to it.
The Supreme Court of Canada ruled that while the National Energy Board process can be a vehicle for consultation for the Crown to act and can determine whether the Crown's duty to Consult has been fulfilled, the Crown's duty was not fulfilled in this case. When the NEB fails to fulfill its duty, the NEB must withhold project approval.
In this case the consultation and accommodation efforts were inadequate and fell short in several respects, including the failure to engage in deep consultation.
ENDS
Notes:
Press kit available here:
The ruling can be found in its entirety here:
Photos and Videos:
Contacts:
To arrange interviews remotely, please contact:
Loujain Kurdi, Communications Officer on behalf of the community, +1 514 577 6657, loujain.kurdi@greenpeace.org
To speak to a press officer at the press conference, please contact:
Philippa Duchastel de Montrouge, Communications Officer on behalf of the community, +1 514 929 8227, philippa.duchastel.de.montrouge@greenpeace.org 
Greenpeace International Press Desk, +31 (0)20 718 2470 (available 24 hours), pressdesk.int@greenpeace.org
Postado por Rodrigo Gerhardt

Depois da água e do solo, os rejeitos de minérios também atingem a fauna: pesquisa inédita aponta que os girinos estão acumulando metais pesados em seus organismos, podendo afetar a cadeia alimentar 

  Sapos e rãs são animais incríveis: sua fase inicial de vida é aquática, como girinos, e terrestre, quando adultos. Como suas peles permeáveis são extremamente sensíveis às condições do meio em que vivem, eles funcionam como indicadores da qualidade ambiental do local. É por isso que, após o desastre da mineradora Samarco, pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) coletaram girinos do Rio Doce como forma de avaliar o impacto na região. O que eles constataram é muito triste.
Os girinos estão absorvendo e concentrando em seus organismos altos níveis de metais pesados como Ferro, Bário, Cádmio, Manganês, Zinco, Níquel, Cromo, Alumínio, Cobre e Titânio. Quanto maior a concentração de metais na água, maior a quantidade de metal bioconcentrados nos tecidos dos girinos. Isso se mantém durante a vida adulta, quando se transformam em sapos ou rãs.
Devido a esse alto potencial acumulador, os pesquisadores alertam que a tendência é essa contaminação alcançar outros animais na cadeia alimentar. “Os resultados sugerem o comprometimento de uma parcela significativa da comunidade faunística silvestre da região”, alertam, no relatório “Girinos como bioindicadores da qualidade da água do Rio Doce. Para os humanos, considerando que ele está inserido nessa cadeia alimentar, o risco não pode ser descartado. "O problema da contaminação por metais pesados é que eles vão se acumulando no organismo e se manifestam por meio de doenças em longo prazo - 15 a 20 anos depois", diz Fabiana Alves, da campanha de Água do Greenpeace.

Com o uso de peneiras, foram coletados 1500 girinos em 25 pontos, alguns livres de contaminação e outros que tiveram contato direto com a lama. Foto: Josimar Mendes
  Mesmo os pontos em que o rejeito da barragem não passou também apresentaram girinos contaminados. “Isso pode ser explicado pela contaminação através do lençol freático. Após um pouco mais de um ano, quando foram feitas as coletas deste trabalho, a contaminação pode ter expandido além dos limites da lama”, relatam os pesquisadores. Eles destacam que, diferentemente do que estipulava o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da empresa, o estrago foi muito além das áreas de influência previstas tecnicamente. Foram mais de 600 km de desastre até a foz.

Os pesquisadores avaliaram temperatura, pH, oxigênio dissolvido e outros aspectos da água e dos sedimentos em cada ponto de coleta das amostras – Foto: Josemar Mendes
  Segundo a coordenadora da pesquisa, a doutora em Zoologia e professora de Biologia da UEFS Flora Acuña Juncá, não há dúvidas de que o Ferro absorvido pelos girinos seja produto do desastre, ainda que o mineral seja abundante na região. “O Ferro compõe as rochas e para ficar disponível no meio ambiente é necessário o processamento desse minério. A liberação de concentrações nessa magnitude só é possível em caso de contaminação pontual, proveniente de descarte do resíduo sem nenhum tratamento. Mesmo com o histórico de mineração na área e possíveis contaminações em menor escala no passado, o Ferro não permaneceria disponível para contaminar os girinos da maneira registrada por nós”, explica.
Ela ressalta ainda que as amostras de sedimentos e de girinos provenientes de todos os pontos apresentaram altos níveis de vários metais, e não apenas para Ferro.
 
Por sua pele sensível, os girinos absorvem os contaminantes químicos em seu organismo que, em altas concentrações, podem causar deformidades. E esse processo se mantém na fase adulta, podendo atingir os animais que se alimentam deles. Foto: Kenia Moreira
  Menos diversidade
O Ibama registra na região 28 espécies de anuros de sete famílias. Com peneiras de 20 cm e 50 cm, os pesquisadores coletaram 1.500 girinos de 24 espécies em 14 pontos amostrais de seis municípios no Espírito Santo e 12 pontos em Aimorés e Mariana, em Minas Gerais, nos meses de setembro, novembro e dezembro de 2016. O número de espécies em cada ponto variou de um a sete. O que se observou foi que aqueles pontos contaminados pela lama tiveram uma diversidade menor de espécies.
“Todas as poças sem contato direto com o rejeito apresentaram girinos de Elachistocleis cesarii, indicando que o período de coleta foi mais ou menos coincidente com período reprodutivo da espécie. Nenhuma poça que teve contato direto com o rejeito, entretanto, mostrou a presença de girinos desta espécie”, relata a pesquisa.

Sapinho adulto da espécie Boana crepitans, da Mata Atlântica: áreas atingidas pela lama apresentaram menor diversidade de espécies. Foto: Italo Moreira
  A pesquisa “Girinos como bioindicadores da qualidade da água do Rio Doce” faz parte de uma série de seis estudos independentes financiados com recursos arrecadados em shows beneficentes pelo projeto coletivo Rio de Gente.
Confira os outros estudos publicados sobre Água, Saúde, Direitos Humanos, Impactos Sociais e Restauração Florestal.

Tuesday, July 25, 2017

A semana do Greenpeace em fotos

Postado por Greenpeace

Todos os dias pessoas de todo o mundo lutam para garantir um futuro verde e pacífico para o nosso planeta. Da Croácia a Holanda, aqui está um olhar sob algumas das principais imagens do Greenpeace na semana passada.

Rainbow Warrior – Aberto para visitação em Rijeka, Croácia


© Filip Brala / Greenpeace
Representando a campanha "Menos plástico, mais mediterrâneo" que questiona a forma como usamos o plástico, o Rainbow Warrior III, visitou a Croácia e ficou dois dias em Rijeka, aberto a visitações. Cerca de 900 pessoas visitaram o navio e assinaram a petição para proteger os mares do plástico.

Ação na sede da NUON em Amsterdã

© Marten van Dijl / Greenpeace
Os ativistas do Greenpeace Holanda se trancaram em uma sala de reunião de vidro na sede da NUON em Amsterdã, para exigir uma conversa com os diretores da empresa de energia e pedir que a antiga usina de carvão em Amsterdã seja desligada o mais rápido possível. Há vinte anos o Greenpeace luta contra o uso do carvão poluente em Amsterdã. Esta usina de carvão operada pela NUON emite 4 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalente ao que 1,8 milhão de carros emitem anualmente. Além disso, a fábrica possui consideráveis ​​emissões de partículas que causam problemas de saúde para os moradores próximos da região.
Há dois anos, a NUON afirmou que estão perto de fechar da fábrica de carvão, mas estão insistindo em um pagamento de compensação de 55 milhões de euros do governo.

Rainbow Warrior em Navagio, na Grécia

© Sideris Nanoudis / Greenpeace
Rainbow Warrior acompanha em mares gregos do Mediterrâneo a campanha de plástico na ilha da tartaruga marinha, em Zakynthos, e promove soluções para que reutilizemos o plástico. As estatísticas para pessoas que usam plástico apenas uma vez na Grécia, são preocupantes. Todos os anos, os gregos consomem aproximadamente 300 milhões de copos plástico, 4,3 bilhões de sacolas e 2 bilhões de garrafas e em vários casos acabam nos nossos mares e praias. É hora de menos plástico e mais Mediterrâneo!

Voluntários do Greenpeace fazem campanha contra BP

© Greenpeace
Voluntários do Greenpeace por todo o Reino Unido informaram o público sobre os planos da BP de explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia, que estão próximos ao Rio Amazonas. Os Corais da Amazônia são um ecossistema em crescimento e que mal está descoberto.

O Departamento do Interior colocando terras dos EUA para venda

© Giselle hardy / Greenpeace
Greenpeace está nos EUA para chamar a atenção para os planos do Departamento de Interiores de distribuir terras públicas e águas a empresas desesperadas por combustíveis fósseis. O secretário Zinke vem se reunindo com os lobistas de combustíveis fósseis ignorando as vozes das pessoas que querem terras públicas, monumentos nacionais e águas protegidas e não exploradas. É claro que, a menos que você seja um executivo da Exxon ou  da empresa que está construindo o Dakota Access Pipeline, o Departamento de Interiores de Zinke, não se importa com você.

O uso do plástico que contamina os mares da Holanda

© Nevio Smajic / Greenpeace
Os ativistas do Greenpeace no Rainbow Warrior III colocaram enormes adereços de plástico (garrafa, palha e copo) na bela praia de Saplunara, na ilha de Mljet para expor que o uso plástico apenas uma vez, polui o mar Adriático e o Mediterrâneo. O navio foi para a Croácia depois de passar pela Espanha e Itália e continuará pela Grécia e Bulgária como parte da campanha contra o uso único do plástico.

Documentação da vida selvagem na Ilha do Urso


© Will Rose / Greenpeace
Greenpeace foi à Ilha do Urso para documentar seu meio ambiente único, após o governo Norueguês conceder quatro novas licenças de exploração de petróleo. A Ilha do Urso tem a maior colônia de aves marinhas do hemisfério norte. Todo ano, aproximadamente 1,5 milhões de aves criam seus ninhos lá. 126 espécies foram registradas na ilha, 33 delas se abrigam lá, e várias delas estão ameaçadas ou em risco. Statoil, a estatal Norueguesa, planeja perfurar a área após a concessão das licenças para exploração de petróleo perto da ilha.

Voluntários do Greenpeace em frente ao evento da BP


© Jiri Rezac / Greenpeace
Voluntários do Greenpeace distribuíram folhetos para membros do festival da BP em Londres e informaram ao público sobre a intenção da empresa em explorar petróleo próximo aos Corais da Amazônia.

O Arctic Sunrise passou por uma modernização na Holanda


© Tom Lowe / Greenpeace
O navio Arctic Sunrise passou por testes finais para se lançar no mar após um longo período de remodelação e modernização.

Protesto em Berlim pedindo que veículos a diesel sejam banidos das cidades

segunda-feira, 24 de julho de 2017 © Sophie Bengelsdorf / Greenpeace
Ativistas do Greenpeace apresentaram 13.000 cartões de protesto ao presidente do Conselho Federal, Malu Dreyer, em frente ao Conselho Federal. Com os cartões postais, os ativistas do Greenpeace pedem que os Ministros do Estado introduza uma placa azul e apoie a proibição e condução para veículos a diesel nas cidades.

Obra de arte feita com lixo por Mandy Barker

© Mandy Barker / Greenpeace
O artista e fotógrafo Mandy Barker juntou-se à expedição no barco Beluga II do Greenpeace e visitou ilhas remotas da costa Oeste da Escócia. As ilhas foram destruídas pela poluição do plástico. Através da obra o artista apresentou sua interpretação da jornada do plástico: o tempo que passam no mar para chegar a locais tão remotos, quanto tempo demora a degradação e seu impacto no meio ambiente. A obra possui itens coletados das ilhas de Sanday, Canna e Skye.

Saturday, July 22, 2017

Actress Lucy Lawless joins climate change survivor in protest against Arctic exploitation for Norwegian oil

Barents Sea, Norway, 21 July 2017 - 11 peaceful activists from the Greenpeace ship Arctic Sunrise have taken to the water in inflatable boats with handheld banners to oppose the Statoil Songa Enabler oil rig, 275 km North off the Norwegian coast, in the Arctic Barents sea.
The banners say: “People Vs. Arctic Oil” and are directed at Statoil and the Norwegian government, which has opened a new, aggressive search for oil in the waters of the Barents Sea.
Climate change survivor and activist Joanna Sustento from the Philippines, and actress and activist Lucy Lawless from New Zealand, are among the 19 nationalities who have travelled to the high Northern waters onboard the Arctic Sunrise. Sustento wants the Norwegian government to take responsibility for its climate commitments and development of a new oil frontier in the Arctic. She lost her entire family, except for her brother, to Super-typhoon Haiyan in 2013 which left large parts of her hometown, Tacloban, in ruins.
“It is hard for me to grasp and accept that a government like Norway’s is opening up new Arctic oil drilling, knowing full well it will put families and homes in other parts of the world at risk. I’m here in the Arctic to see this irresponsibility with my own eyes; share my story about the human consequences of climate change; and call on the Norwegian government to put a stop to this dangerous search for new oil,” said Sustento.
Just two weeks after signing the Paris Climate Agreement, the Norwegian Government awarded 13 oil companies 10 new licenses in a completely new area, for the first time in more than 20 years.
“It is scary to think that super-typhoons could become the new normal if governments like Norway’s allow more oil drilling. I couldn't stop the typhoon that destroyed my home, but Norway could play a role in curbing the severity and frequency of these storms right now. It gives me hope to see that right now people are taking peaceful action for the climate all over the world and holding governments accountable,” added Sustento.
Greenpeace and the Norwegian organisation Nature and Youth, have also filed a lawsuit against the Norwegian government, arguing that the new oil licenses violate both the Paris Climate Agreement and paragraph 112 of the Norwegian Constitution, which commits the government “to safeguard the people’s right to a clean and healthy environment for future generations.”
More than 250,000 people have added their names to support the climate lawsuit, and these witness statements will be used to support the case in court.
“I can’t stand by, doing nothing, when we know beyond a doubt that we can’t burn a single barrel of oil from a new well if we are to avoid a climate catastrophe. I don’t ever want to look my kids in the eye and explain why I didn’t do all I could to protect them from climate change. It is beyond my understanding that the Norwegian government is giving Statoil a ticket to drill like mad at the expense of future generations,” said Lucy Lawless.
The Statoil rig Songa Enabler is currently looking for new oil at the Gemini North license, and is expected to continue to the Korpfjell license later this summer. Both licenses were awarded in the 23rd licensing round that is subject of the court case filed by Greenpeace and Nature and Youth, scheduled for hearing on November 14th, 2017. Statoil and the Norwegian government have decided to go ahead with the drillings despite the legal dispute.
ENDS
Photos from the protest can be seen here.
Read about the case against the Norwegian government here.
Contact:
Please call for interviews with activists and spokespersons on board
Poul Bonke Justesen, communications lead, Greenpeace Nordic.
Mobile: +45 2629 4938
Email: poul.bonke.justesen@greenpeace.org

O que os Corais da Amazônia e o Ártico têm em comum?

Postado por Thais Herrero

Ambos são jóias da natureza que se encontram ameaçadas pela ganância da exploração petrolífera, e por isso precisam de nosso apoio
Expedição do Greenpeace documenta a rica biodiversidade e beleza de Bear Island, no Ártico, próximo à Noruega.
 
O Ártico, no extremo norte do planeta, e os Corais da Amazônia (na costa do Amapá, ao norte do Brasil) estão distantes por milhares de quilômetros, mas têm muito em comum. Ambos são locais únicos na Terra, insubstituíveis pela riqueza de vidas que abrigam, com espécies exclusivas que levaram milhares de anos para se adaptar às condições adversas desses ambientes - o frio do Ártico e a baixa luminosidade das águas em função dos sedimentos do rio Amazonas. Mas esses locais também são novas fronteiras petrolíferas.
Gigantescas companhias internacionais estão de olho no fundo do mar para levar suas imensas plataformas de perfuração, em busca do óleo que polui nossos ar e esquenta o planeta.
O mar de Barents é um desses locais. Ele fica no Ártico próximo à Noruega e está sob a mira da empresa Statoil, regida pelo governo norueguês. No norte do Brasil, a petrolífera francesa Total e a britânica BP é que estão em processo de licenciamento ambiental para explorar a costa da Amazônia, contra mais de 1 milhão de pessoas que já se manifestaram contra esse projeto assinando a petição. Em comum, elas têm um ganancioso desespero de encher seus bolsos de dinheiro. Por isso, querem explorar a qualquer custo.
Ativistas protestam no Ártico
A boa notícia é que existem muitas pessoas ao redor do mundo defendendo esses locais incríveis. Nesta sexta-feira (21/7), 11 ativistas em botes infláveis fizeram um protesto no mar de Barents contra a plataforma Statoil Songa Enabler, a 275 km ao norte da costa norueguesa.
A atriz Lucy Lawless se reúne aos ativistas do Greenpeace no protesto contra a exploração da norueguesa Statoil, no Ártico.
 
A sobrevivente das mudanças climáticas, Joanna Sustento, das Filipinas, e a atriz e ativista Lucy Lawless, da Nova Zelândia, célebre no Brasil por ter feito a princesa guerreira Xena, estão entre as 19 nacionalidades que viajaram para as águas do norte do planeta a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise. "É difícil entender e aceitar que um governo como o da Noruega abra novas áreas de exploração de petróleo no Ártico, sabendo que irá colocar famílias em risco em outras partes do mundo", afirma Joanna, que perdeu toda a família, exceto o irmão, para o super tufão Hayan. Confira sua história no vídeo.
Apenas duas semanas após a assinatura do Acordo sobre o Clima de Paris, o governo da Noruega concedeu a 13 companhias de petróleo dez novas licenças em uma área completamente nova, pela primeira vez em mais de 20 anos. Em 2016, o Greenpeace entrou com um processo judicial contra o governo da Noruega e as mais de 250.000 assinaturas já reunidas na petição contra a exploração serão usadas para apoiar o caso no tribunal.
"Eu não posso acompanhar isso sem fazer nada, quando sabemos que não podemos queimar mais um único barril de petróleo de um novo poço, se quisermos evitar uma catástrofe climática. Não quero olhar meus filhos nos olhos e explicar porque não fiz tudo o que pude para protegê-los. É além do meu entendimento que o governo norueguês dê à Statoil um passe livre para explorar como louca às custas das gerações futuras", disse Lucy Lawless.
O navio Arctic Sunrise protesta no mar de Barents, contra a plataforma da petrolífera norueguesa Statoil
 

Temer violenta direitos indígenas para impedir próprio julgamento

Parecer da AGU publicado pelo governo é grave ataque aos povos indígenas
Frente a mais um ataque do governo, aliado aos ruralistas, contra os direitos originários, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e diversas organizações da sociedade civil e indigenistas divulgaram ontem (20) nota condenando e denunciando a adoção de um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que coloca em xeque o direito dos povos indígenas às suas terras.
O parecer foi publicado também hoje no Diário Oficial da União (DOU) e, entre outros pontos, obriga todos os órgãos da administração federal a considerar que só têm direito às suas terras aquelas comunidades indígenas que estavam na posse delas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.
Leia o documento na íntegra:

Michel Temer violenta os direitos dos povos indígenas para tentar impedir seu próprio julgamento


O presidente Michel Temer aprovou e mandou publicar no Diário Oficial da União o parecer 001/2017 da Advocacia-Geral da União (AGU), que obriga a administração pública federal a aplicar, a todas as Terras Indígenas do país, condicionantes que o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu, em 2009, quando reconheceu a constitucionalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O parecer simula atender uma orientação do STF, mas, na verdade, os ministros da corte já se manifestaram pela não obrigatoriedade da aplicação daquelas condicionantes a outros processos de demarcação.

Importante lembrar que, em 2010, quando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou proposta de súmula vinculante sobre o tema, o STF rejeitou o pedido por entender que não seria possível editar uma súmula sobre um tema no qual ainda não havia reiteradas decisões que pudessem demonstrar a consolidação de entendimento sobre o assunto.
A aplicação daquelas condicionantes a outras situações resulta em graves restrições aos direitos dos povos indígenas. Por exemplo, a autorização que o STF deu para a eventual instalação de infraestrutura para a defesa nacional naquela terra indígena de fronteira poderá, com o parecer da AGU, ser aplicada em qualquer outra região para desobrigar governos, concessionárias e empreiteiras a consultar previamente os povos indígenas, na abertura de estradas, instalação de hidrelétricas, linhas de transmissão de energia ou quaisquer outros empreendimentos que poderão impactar as Terras Indígenas.
O parecer pretende institucionalizar e pautar as decisões do STF sobre a tese do "marco temporal", que restringe o direito às terras que não estivessem ocupadas pelos povos indígenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Isso representa uma ampla anistia à remoção forçada de comunidades indígenas praticadas durante a ditadura militar. Decisões do próprio STF rejeitaram mandados de segurança contra demarcações fundamentados nessa tese. O parecer da AGU toma partido numa discussão que ainda está em curso na Suprema Corte para impor restrições administrativas às demarcações de Terras Indígenas e ao usufruto exclusivo dos povos indígenas sobre os recursos naturais dessas áreas.
O parecer aprovado por Temer foi anunciado previamente pelo deputado federal ruralista Luis Carlos Heinze (PP-RS) pouco antes da votação na Câmara do pedido de autorização para que o STF julgue o presidente por corrupção passiva, deixando claro que os direitos dos povos indígenas estão sendo rifados em troca dos votos ruralistas para manter Temer no poder. Heinze é o mesmo parlamentar que, em 2013, afirmou publicamente que índios, quilombolas e gays são "tudo o que não presta".
As organizações signatárias manifestam o seu veemente repúdio ao parecer 001/2017 da AGU, que será denunciado em todos fóruns e instâncias competentes. Temos consciência dos inúmeros danos que estão sendo causados ao país e a todos os brasileiros na "bacia das almas" desse governo, mas pedimos o apoio dos demais movimentos sociais e da sociedade em geral contra mais esta violência.
Solicitamos ao Ministério Público Federal (MPF) que requeira a suspensão dos efeitos do parecer da AGU, cujas proposições são consideradas inconstitucionais por juristas de renome. Solicitamos, ainda, que o STF ponha fim à manipulação das suas decisões pelo atual governo, a qual tem o objetivo de desobrigar o reconhecimento do direito constitucional dos povos indígenas sobre suas terras e impor restrições aos outros direitos desses povos.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME)
Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSUDESTE)
Articulação dos Povos Indígenas do Sul (ARPINSUL)
Grande Assembléia do Povo Guarani (ATY GUASU)
Comissão Guarani Yvyrupa
Conselho do Povo Terena
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) 
Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP)
Associação Agroextrativista Puyanawa Barão e Ipiranga (AAPBI)
Associação Apiwtxa Ashaninka
Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC)
Associação do Povo Arara do Igarapé Humaitá (APAIH)
Associação dos Povos Indígenas do Rio Envira (OPIRE)
Associação dos Produtores Kaxinawa da Aldeia Paroá (APROKAP)
Associação dos Produtores Kaxinawá da Praia do Carapanã (ASKPA)
Associação Indígena Katxuyana, Kahiana e Tunayana (Aikatuk)
Associação Indígena Nukini (AIN)
Associação Nacional de Ação Indigenista-Bahia (Anai-Bahia)
Associação Sociocultural Yawanawa (ASCY)
Associação Terra Indígena Xingu (ATIX)
Associação Wyty-Catë dos povos Timbira do MA e TO (Wyty-Catë)
Centro de Trabalho Indigenista (CTI)
Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP)
Comissão Pró-índio do Acre (CPI-Acre)
Conselho das Aldeias Wajãpi (APINA)
Conselho Indígena de Roraima (CIR)
Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp)
Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN)
Federação dos Povos Indígenas do Pará
Hutukara Associação Yanomami (HAY)
Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)
Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepe)
Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN)
Instituto Socioambiental (ISA)
Rede de Cooperação Amazônica (RCA)
Operação Amazônia Nativa (Opan)
Organização dos Agricultores Kaxinawá da Colônia 27 (OAKTI)
Organização dos Povos Indígenas Apurina e Jamamadi de Boca do Acre Amazonas (Opiajbam)
Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi de Pauini (Opiaj)
Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ)
Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC)
Organização Geral Mayuruna (OGM)

Thursday, July 20, 2017

Frigoríficos devem manter monitoramento socioambiental para compra de carne

Mesmo tendo desembarcado do Compromisso Público da Pecuária, o Greenpeace continua encorajando qualquer movimento que contribua para ampliar a transparência de dados e o controle social de cadeias produtivas operando na Amazônia
O Greenpeace participou, por cerca de oito anos, do Compromisso Público da Pecuária, firmado com os três maiores frigoríficos do Brasil, que se comprometeram a comprar carne de fazendas livres de desmatamento, trabalho escravo e com sobreposição com áreas protegidas. Esse acordo de mercado contribuiu de forma inegável para a organização de parte do setor da pecuária em direção a uma cadeia com menores danos socioambientais. No entanto, apesar dos avanços realizados, ainda existe muito por fazer. No início de junho de 2017, o Greenpeace desembarcou do Compromisso da Pecuária por entender que, no atual contexto político de desmonte da legislação socioambiental, seria difícil conquistar as mudanças necessárias para garantir que o consumidor tenha acesso à carne livre de desmatamento ou violação de direitos. Contudo,  a manutenção do monitoramento e critérios mínimos para compra de carne por parte dos frigoríficos do Compromisso é fundamental para que sejam mantidos os progressos já conquistados para proteger a floresta e seus povos.   
Consideramos que os avanços da agenda por um sistema público de controle socioambiental (principalmente com maior transparência e acesso a dados) são premissas fundamentais para que se possa avançar numa futura discussão de retomada das negociações setoriais em torno do monitoramento do desmatamento e crimes sociais do Bioma Amazônia. Por isso, o Greenpeace vê com bons olhos os esforços da Marfrig em busca da retomada do acordo e encoraja qualquer movimento que contribua para a ampliar a transparência de dados e o controle social de cadeias produtivas operando na Amazônia.
O Greenpeace segue aberto a dialogar sobre a melhoria dos sistemas de monitoramento de rastreabilidade socioambiental da cadeia agropecuária no Brasil. Dessa forma, estamos dispostos a participar de reuniões conjuntas, com agentes governamentais e empresas do setor, que contribuam para esta finalidade.

Justice served in Greenpeace Arctic 30 case as Russia ordered to pay the Netherlands €5.4 million in damages

An international tribunal has awarded the Netherlands €5.395.561,61 plus interest in damages over the high-profile Greenpeace ‘Arctic 30’ dispute with Russia, concluding proceedings which resoundingly reaffirm the right to peaceful protest at sea.
The award follows a lengthy course of arbitration dating back to the unlawful boarding, seizing and detention of the Greenpeace ship, Arctic Sunrise, following a peaceful protest in international waters in September 2013. [1] [2]
The 30 men and women on board (28 Greenpeace activists and two freelance journalists), known as the ‘Arctic 30’, spent two months in prison - first in the Arctic city of Murmansk and later in St Petersburg - before being released on bail and finally freed altogether by an amnesty adopted by the Russian Duma.
The Arctic Sunrise itself was returned to Greenpeace after nine months at port in Murmansk, having suffered considerable damage during the arrest and subsequent detention inside the Arctic Circle. [3] Inflatable boats and other equipment had also sustained serious damage.
Jasper Teulings, Greenpeace International General Counsel, said:
“The road to justice can be long but today’s award emphatically upholds international law and the right to peaceful protest against oil drilling in the Arctic - and at sea worldwide.”
Ben Ayliffe, Arctic campaigner for Greenpeace International, added:
“The Arctic 30’s peaceful protest showed the world the extreme lengths some governments and corporations would go to in order to try and keep us hooked on oil. The brave action they took at that remote drilling platform inspired millions of people to come together to stand against the oil industry. From the icy Arctic to the Amazon Mouth and the tar sands pipelines of North America, people have followed the example of the Arctic 30 and are helping create a greener, safer and more prosperous world that no longer relies on fossil fuels or oil companies.”
Russia was held liable [1] in August 2015 for the boarding, seizing and detention of the Arctic Sunrise and for subsequent measures taken against the vessel and the individuals on board. Today’s award puts a figure on the damages owed by Russia.
Throughout the case, the Russian government refused to participate at any stage of the legal proceedings or to pay its share of the legal costs set by the Tribunal [4]. It is therefore not yet clear whether Russia will comply with today’s binding ruling to pay damages. Any of those funds that are forwarded by the Dutch government to Greenpeace International will go towards covering costs incurred, including ship repairs - and of course compensation for immaterial damages suffered by the members of the Arctic 30 will be passed to the 30 individuals themselves.
Last week, after an extensive refit and refurbishment, the Arctic Sunrise set sail to campaign against exploratory oil drilling in the Barents Sea by Norwegian company Statoil [5], which is ploughing further north than ever before. Greenpeace and allies are challenging these plans in court and the Arctic Sunrise will play a leading role exposing the recklessness of drilling above the Arctic Circle this summer. [6]
Separately from the arbitration brought by the Netherlands, the Arctic 30 have applied to the European Court of Human Rights, arguing that the actions of the Russian authorities breached their rights to liberty and freedom of expression. That case is still in its early stages. [7]

END
Notes:
[1] Award of the Tribunal, August 2015, in which Russia was held liable: http://act.gp/2v5dmiB
Presiding over the case is a five-member international arbitral tribunal, based in Vienna, formed specifically to hear the case in accordance with Annex VII of the United Nations Convention on the Law of the Sea. In November 2013, while the tribunal was being established, the International Tribunal for the Law of the Sea (ITLOS) in Hamburg ordered the immediate release of the vessel and her crew as a provisional measure. The Russian Federation failed to comply with that order.
[2] Case view of the Permanent Court of Arbitration (acting as registry): http://act.gp/2v5u2pY
[3] Photo and video of Arctic Sunrise damage, repairs and return to Amsterdam
Arctic Sunrise returns from Murmansk to Amsterdam (June - August 2014) - photo and video:  http://act.gp/2v5dpLj
Repair activities on damaged interiors of the Arctic Sunrise, August 2014 - photo: http://act.gp/2v5dlex
Final refurbishment and preparation (July 2017) http://act.gp/2uxlM4Z
[4] Russia’s official response to the award on the merits issued in August 2015 can be found here: http://www.mid.ru/en/foreign_policy/news/-/asset_publisher/cKNonkJE02Bw/content/id/1707214
[5] See www.savethearctic.org/en/peoplevsarcticoil
[6] Lawsuit accepted by the court: http://act.gp/2ucOfgL
[7] Press release on the ECHR case: http://act.gp/2tJxNln
[8] Link to the press release of the Permanent Court of Arbitration on the compensation award: https://pca-cpa.org/wp-content/uploads/sites/175/2017/07/Press-Release-of-18-July-2017.pdf
[9] Link to Dutch Ministry of Foreign Affairs press release (Dutch): www.rijksoverheid.nl/ministeries/ministerie-van-buitenlandse-zaken/nieuws/2017/07/18/koenders-tevreden-met-toekenning-schadevergoeding-in-zaak-arctic-sunrise
and MFA website: www.government.nl/ministries/ministry-of-foreign-affairs/
Contacts:
Ben Ayliffe, Arctic and Oil Campaign, Greenpeace International: bayliffe@greenpeace.org, +44 7815708683
Maria Favorskaya, Communications, Greenpeace Russia: maria.favorskaya@greenpeace.org / +7 (495) 988 74 60 ext 424
Jasper Teulings, General Counsel, Greenpeace International: jasper.teulings@greenpeace.org, +31 6 2000 5229
Daniel Simons, Legal Counsel, Greenpeace International: daniel.simons@greenpeace.org, +45 278 289 01
Greenpeace International press desk (24hrs): pressdesk.int@greenpeace.org, +31 207 18 2470

Huge iceberg breaks off Antarctic Peninsula Larsen C ice shelf - Greenpeace reaction

Amsterdam, 12 July 2017 - Responding to news that one of the largest icebergs ever recorded has broken off the Antarctic Peninsula’s Larsen C ice shelf, Paul Johnston, head of Greenpeace International’s Science Unit, said:
“The melting ice of Antarctica has always been recognised as a 'canary in the coal-mine' warning the world of the dangers of climate change. The collapse of this ice-shelf, the third collapse in this region in recent years, is possibly yet another signal of the global impact of climate change — and the imperative of implementing the Paris climate agreement, shifting to 100% renewable energy sources and leaving fossil fuels in the ground.”
“No one knows for sure if climate change played a definitive role in the break of the Larsen C ice shelf, but given the relatively recent breakup of other shelves, and the contribution thought to have been made to erosion of the ice by warmer waters around the Antarctic Peninsula in those cases, it seems likely that human activities are a factor.
“We’re still in the safe zone for avoiding catastrophic climate change. But we must act fast. Decisions taken now by governments and industry will decide whether billions of people have safe, prosperous lives in the future.”
“It is the ultimate irony that this happens soon after Trump has taken the US, the world's biggest carbon polluter in history, out of the Paris climate agreement. Rather like the ice-shelf, Trump has detached the US and left it isolated to drift alone. The rest of the world will move ahead taking advantage of the opportunities for clean, renewable energy and the benefits that the low carbon economy brings.”
END
Notes to editors:
For more on the science and climate signals behind Larsen C ice shelf calving and retreat: http://www.climatesignals.org/headlines/events/larsen-c-ice-shelf-calving-and-retreat-2017
http://www.resilience.org/stories/2017-01-26/antarctic-tipping-points-for-a-multi-metre-sea-level-rise/
https://www.nature.com/nature/journal/v531/n7596/full/nature17145.html
Media contacts:
Greenpeace International press desk: pressdesk.int@greenpeace.org, +31 20 718 2470 (available 24 hours)

Justiça decide a favor do Greenpeace Arctic 30 e exige que a Rússia pague €5,4 milhões à Holanda

Tribunal Internacional concede à Holanda indenização de € 5,395.561,61 (pouco mais R$ 20,6 milhões) na disputa do Greenpeace 'Arctic 30' com a Rússia, concluindo um longo processo que reafirma o direito de realizar protestos pacíficos em alto-mar

Serviço de Segurança Russo apreende o Arctic Sunrise

Os processos seguiram um longo curso de julgamentos em decorrência do embarque ilegal, apreensão e detenção do navio do Greenpeace, o Arctic Sunrise, de bandeira holandesa, após um protesto pacífico em águas internacionais, em setembro de 2013. Os 30 homens e mulheres a bordo (28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas free-lancers), que ficaram conhecidos como "Ártico 30”, passaram dois meses na prisão - primeiro na cidade de Murmansk e mais tarde em São Petersburgo, na Rússia - antes de serem liberados sob fiança e, finalmente, anistiados pelo legislativo russo.
O Arctic Sunrise foi devolvido ao Greenpeace com danos consideráveis após nove meses detido no porto de Murmansk. Os barcos infláveis ​​e outros equipamentos também sofreram sérias avarias.
Para o conselheiro do Greenpeace Internacional, Jasper Teulings, "o caminho para a justiça pode ser longo, mas a sentença concedida hoje realça o direito internacional a protestos pacíficos contra a perfuração de petróleo no Ártico e no mar em todo o mundo".
Ben Ayliffe, da campanha do Ártico do Greenpeace Internacional, acrescenta: "o protesto pacífico do Ártico 30 mostrou ao mundo o quanto alguns governos e corporações tentam nos manter viciados em petróleo. A ação corajosa naquela plataforma de perfuração inspirou milhões de pessoas a se unirem para enfrentar a indústria do petróleo. Do Ártico à Foz do Amazonas e no oleoduto das areias betuminosas da América do Norte, as pessoas seguiram o exemplo do Ártico 30 e estão ajudando a criar um mundo mais verde, mais seguro e próspero, que não dependa de combustíveis fósseis ou de empresas petrolíferas”.

Após nove meses apreendido, o MY Arctic Sunrise parte de Murmansk

A Rússia foi responsabilizada em agosto de 2015 pelo embarque ilegal, apreensão e detenção do Arctic Sunrise e por medidas subsequentes contra a embarcação e ativistas a bordo. A sentença de hoje dá uma perspectiva dos danos causados pela Rússia. Em todo o caso, o governo russo se recusou a participar de qualquer fase do processo judicial ou a pagar a sua parte dos custos legais estabelecidos pelo Tribunal Internacional. Por ora, ainda não está claro se o país cumprirá a decisão de pagar os danos causados ao navio. Qualquer um desses fundos encaminhados ao governo holandês para o Greenpeace Internacional irão direto para a cobertura de custos, incluindo os reparos do navio, e claro, para a compensação por danos imateriais sofridos aos 30 indivíduos que compõe o Ártico 30.
Na semana passada, após uma extensa restauração, o Arctic Sunrise iniciou uma campanha contra exploração de petróleo no Mar de Barents e a empresa norueguesa Statoil, que está cada vez mais próxima de perfurar ao norte do local. Neste verão europeu, o Greenpeace e aliados estarão desafiando esses planos na Justiça enquanto o Arctic Sunrise desempenha seu papel de expor a imprudência da perfuração acima do Círculo Polar Ártico.
Separadamente do processo da Holanda, o Ártico 30 apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, alegando que as ações das autoridades russas violavam seus direitos à liberdade e à liberdade de expressão. Esse caso ainda está em seus estágios iniciais.

O grupo do Arctic 30 em São Petersburgo (na foto, 26 dos 30 integrantes).

Indígenas Munduruku ocupam canteiro de hidrelétrica na bacia do Tapajós

Em ação pacífica no canteiro da UHE São Manoel, localizada no rio Teles Pires, indígenas reivindicam o respeito a seus direitos fundamentais e a reparação aos danos causados pelas hidrelétricas que estão sendo construídas na região
Ocupação no canteiro de São Manoel (Foto: Povo Munduruku)
 
Cerca de 200 indígenas do povo Munduruku ocuparam de forma pacífica, no último dia 16, o canteiro de obras da usina hidrelétrica de São Manoel, localizada no rio Teles Pires, na divisa entre o Mato Grosso e o Pará. Eles representam 138 aldeias da bacia do Tapajós e exigem um encontro com representantes do governo e das empresas responsáveis pelas obras das hidrelétricas no rio Teles Pires.
A ocupação busca soluções para diversos problemas vividos pelos povos da região a partir da construção das hidrelétricas de Teles Pires e de São Manoel, no rio Teles Pires, formador do Tapajós. Ambos os empreendimentos causaram a destruição de locais sagrados que são de extrema importância para estes povos e também desrespeitaram o direito à Consulta Prévia, Livre e Informada prevista na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Lideranças indígenas afirmam que a ação ajuda a dar visibilidade às injustiças causadas por esses empreendimentos e reforça a necessidade desses povos serem ouvidos pelo governo e pelas empresas responsáveis.  
Em trecho da carta divulgada pelos munduruku no domingo, com o título “Porque nós munduruku estamos aqui?”, eles explicam alguns dos motivos para a ocupação: “Os nossos locais sagrados karobixexe e Dekuka’a foram violados e destruídos. Nossos ancestrais estão chorando segundo nossos Pajés. O nosso rio Teles Pires e Tapajós estão morrendo. Nossos direitos, que estão garantidos pela Constituição Federal e que passaram a existir depois de muito sangue indígena ter sido derramado, estão sendo violados. Nem mesmo o nosso protocolo de consulta foi respeitado”. (Leia a carta na íntegra aqui).
No dia 17 de julho foi divulgada a segunda carta do povo Munduruku sobre a ocupação, afirmando que o presidente da Funai confirmou sua presença no local. Veja aqui.
Dossiê revela impactos negativos das hidrelétricas São Manoel e Teles Pires
Em 2017 foi apresentado o Dossiê “Barragens e Povos Indígenas no Rio Teles Pires: Características e Consequências de Atropelos no Planejamento, Licenciamento e Implantação das UHEs Teles Pires e São Manoel”, elaborado por integrantes do Fórum Teles Pires.
O documento analisa os processos de planejamento, licenciamento ambiental e implantação das usinas hidrelétricas (UHEs) Teles Pires e São Manoel e destaca os conflitos relacionados ao não cumprimento da legislação ambiental, além do desrespeito aos direitos humanos e suas consequências para a vida dos povos indígenas (Kayabi, Apiaká e Munduruku) que vivem na região.
O dossiê foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF) e apresentado à direção da Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) em reunião realizada no fim de maio. Na oportunidade as lideranças expressaram forte preocupação com a destruição de seus lugares sagrados e a piora na qualidade da água e da pesca no rio.
Esses impactos são acompanhados de perto pelos indígenas que vivem no rio Tapajós e refletem a preocupação do povo Munduruku em relação às hidrelétricas previstas para serem construídas no Tapajós, fortalecendo a unificação das lutas dos povos dessa bacia. Como afirmam lideranças, o rio é único e é o mesmo que corre em todas as aldeias.
Atualmente, mais de 40 hidrelétricas estão previstas só na bacia do Tapajós. A insistência do governo em construir barragens neste local está no meio do caminho do processo de demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu. A demarcação é uma das reivindicações da ocupação. São Luiz do Tapajós, a maior das barragens planejadas, cujo licenciamento foi arquivado em agosto de 2016, alagaria parte da Sawré Muybu, onde estão localizadas quatro aldeias e alagaria ainda outros locais sagrados para o povo Munduruku, entre eles o local conhecido como Travessia dos Porcos, que é considerado um dos mais importantes do povo. A Constituição Federal impede a remoção de povos indígenas de suas terras, exceto em ocasiões emergenciais, e, nestes casos, garantindo o devido retorno. 
“Considerando que atualmente as hidrelétricas figuram na lista dos principais vetores de ameaça aos territórios indígenas na Amazônia, a ação articulada pelos povos afetados para denunciar os reais impactos dessas obras sobre a floresta, os rios e sobre a cultura é sem dúvida uma importante contribuição destes povos para um processo de licenciamento ambiental transparente e fortemente comprometido com a conservação dos ecossistemas e com o respeito aos direitos humanos”, afirma Danicley de Aguiar, da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Veja abaixo a pauta de reivindicação do povo Munduruku:
*Texto atualizado às 12h11 do dia 18/07/2017

Friday, July 14, 2017

Para tentar se manter no poder, Temer entrega a Amazônia a ruralistas

Governo reapresenta proposta que reduz a proteção de florestas no Pará. Essa semana, Temer também sancionou a Medida Provisória que libera grilagem na Amazônia
Esta semana, Temer cumpriu bem seu papel no acordo que tem feito com a bancada ruralista para tentar se manter na cadeira da presidência. Após sancionar a Medida Provisória 759, liberando a grilagem de terras na Amazônia, reapresentou nesta quinta sua proposta de reduzir a proteção de Unidades de Conservação no Pará, liberando mais áreas de floresta para desmatamento e grilagem. Usar a Amazônia como moeda de troca terá um custo muito alto para o país e para o planeta: mais destruição e violência no campo.

O projeto de lei (PL) 8107/2017, enviado pelo governo ao Congresso Nacional em caráter de urgência, reduz a área total da Floresta Nacional do Jamanxim e transforma uma parte em Área de Proteção Ambiental - categoria de unidade de conservação que permite atividades como pecuária e agricultura, entre outras. A proposta legitima ocupações ilegais de terra e estimula o mesmo ciclo de grilagem e destruição em outros lugares.
“Temer governa em causa própria e não para o país. Sem nenhuma vergonha, está rifando a Amazônia em troca de votos contra sua cassação. Este PL é um absurdo, desmoraliza o Estado Brasileiro e mostra que ele está disposto a qualquer coisa para continuar na presidência”, avalia Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace. “As consequências serão desastrosas não apenas para a floresta, mas também para a imagem do país e do próprio setor exportador de alimentos", complementa.
Há dias, em uma região marcada por ação de grileiros de terra, manifestações contrárias à proteção da floresta foram realizadas com o objetivo de pressionar o governo para o envio do projeto de lei. No Pará, a BR 163, umas das principais rodovias do norte do país, foi bloqueada e caminhonetes do Ibama foram incendiadas.
O projeto de lei é apenas uma nova roupagem das Medidas Provisórias 756 e 758 criadas por Temer no fim de 2016 e vetadas por ele mesmo no mês passado. Pra entender essa contradição, vale lembrar alguns fatos:
  • No final de 2016, atendendo à bancada ruralista, a maior no Congresso, Temer propôs medidas provisórias para reduzir os níveis de proteção de Unidades de Conservação no Pará.
  • Em maio, as infames MPs 756 e 758 foram aprovadas pela Câmara e pelo Senado, deixando desprotegidos quase 600 mil hectares florestas – o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo.
  • Em junho, às vésperas de embarcar para a Noruega, Temer vetou as tais MPs criadas por ele, numa clara tentativa de minimizar críticas internacionais e retaliações do país europeu que mais investe na conservação da Amazônia. A manobra política ficou clara com o vazamento de um vídeo do ministro Sarney Filho expondo a real intenção do governo: trocar as MPs pelo envio ao Congresso um projeto de lei para reduzir a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim.
  • A Noruega não comprou a imagem de bom moço que Temer tentou vender e, levando em conta o aumento do desmatamento no último ano, anunciou o corte de investimentos no Fundo Amazônia.
Agora, cumprindo a promessa de destruir a floresta em troca de votos, o governo enviou novamente o projeto que agrada a quem aposta no crime ambiental e na grilagem de terras. Ao agradar ruralistas, o governo Temer tem colocado a perder décadas de conquistas socioambientais, enfraquece a democracia e nos distancia do cumprimento das metas de clima assumidas pelo país. Por isso, mais de 140 entidades da sociedade civil se uniram para denunciar e resistir a essa onda de retrocessos, criando ações parlamentares, jurídicas e de engajamento social. Saiba mais sobre o movimento #resista.