Organizações lançam nota técnica sobre o Projeto de Lei que reduz a
proteção da Floresta Nacional do Jamanxim. Medida proposta pelo governo
beneficia grileiros e pode dobrar o desmatamento na região.
Apenas algumas semanas depois de vetar a Medida Provisória 756, que propunha uma drástica redução da
proteção da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará, Michel
Temer, apresentou novamente a proposta de corte, desta vez na forma de
Projeto de Lei (nº 8.107/2017). Trata-se de mais uma barganha com a
bancada ruralista em busca de votos que possam livrá-lo de processo por
corrupção.
Desmatamento na Floresta Nacional do Jamanxim. Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace
Em resposta a mais esta ofensiva contra o patrimônio
nacional, organizações ambientalistas - Greenpeace Brasil, ICV,
Imaflora, Imazon, IPAM, ISA e WWF Brasil - se uniram e lançaram uma nota
sobre as consequências destrutivas desta medida para o meio ambiente e o
país.
“Repudiamos o PL apresentado pelo governo federal ao Congresso
Nacional e pedimos, como representantes da sociedade civil, a sua
rejeição. Qualquer redução dos limites acarretará em mais conflitos na
região e também em mais desmatamento, que, por sua vez, coloca em risco o
futuro econômico do Brasil e o futuro climático da região”, diz a nota.Na nota, as organizações alertam que:
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O PL representa um subsídio de pelo menos meio bilhão de reais aos grileiros que dominam a região.
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O PL não visa atender as pequenas propriedades (até 4 módulos fiscais) ou a agricultura familiar. A área média requerida por ocupantes da Flona é de 1.700 hectares, ou seja, quase 23 vezes um lote da agricultura familiar, que naquela região tem 75 hectares.
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A Flona do Jamanxim foi a Unidade de Conservação mais desmatada entre 2012 e 2015. Com a medida, o desmatamento na região pode mais que dobrar até 2030, com corte extra de 138 mil hectares e emissão de 67 milhões de toneladas de gás carbônico.
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Dentro dos 354 mil hectares, há 312 embargos ambientais, resultado de grandes operações realizadas pelo Ibama na região. Ou seja, ao conceder a regularização fundiária dessas áreas, o estado brasileiro desmoraliza ainda mais a própria política pública de controle do desmatamento, premiando com terra os criminosos.
Confira aqui a nota
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