Leia as dicas enviadas pela Karen Góes, do grupo de voluntárias e voluntários do Greenpeace no Amapá

Protesto no bairro de Santa Rita, em Macapá (AP), por conta do apagão no estado. © Rudja Santos/ Amazônia Real

Desde o dia 3 deste mês, moradores de 13 das 16 cidades do Amapá estão sem acesso a direitos básicos como energia, água e comida. Sem saber a quem recorrer, a população segue em uma situação desesperadora que se agrava com o aumento do risco de contaminação por Covid-19, uma vez que precisam se submeter a situações de aglomeração para acessar doações e estão sem água para garantir a higiene necessária e se defender do vírus.

É importante ressaltar que esse apagão acontece em um estado que sofre com os impactos sociais e ambientais de barragens construídas para hidrelétricas, que exporta energia para o resto do Brasil e ainda assim paga uma das contas de luz mais caras do país. 

Se você pode e quer ajudar, leia as dicas enviadas pela Karen Góes, do grupo de voluntários e voluntárias do Greenpeace no Amapá:

1- Fale sobre o assunto com quem você conhece. Nas redes sociais, marque as hashtags #SOSAmapá , #AmapáNoEscuro e #ApagãoNoAmapá, mostre que nós, moradores de todo o estado, não estamos sozinhos ou abandonados, que é como os tomadores de decisão e a grande mídia nos fazem sentir. Coloque-se mentalmente em nosso lugar e compartilhe o que você sente ao ver a gente nessa situação.

2- Doe o que puder. Existem diversas vaquinhas online arrecadando contribuições para levar mantimentos à periferia. E como os carregamentos de produtos chegam e rapidamente são vendidos, gerando uma constante procura por itens básicos, doações de alimentos não perecíveis, álcool, velas, fósforos ou lanternas também são muito importantes.

3- Ofereça aos seus seguidores um conteúdo de relevância e com representatividade. Empreste sua conta para amapaenses falarem sobre o caos que estamos vivendo na última semana, assim você também colabora com o desmanche dos oligopólios da informação e abre espaço para criação de novas realidades inclusivas.

4- Pressione tomadores de decisão a mudarem nossa realidade, exija reparação e resolução do problema, não deixe que o Brasil nos esqueça conforme novas notícias aparecem.

5- Seja uma comunicadora ou um comunicador pela solidariedade, faça um vídeo didático para os seus amigos que ironizam ou não compreendem a situação, converse com eles sobre produção e distribuição de energia, fale sobre privilégios, sobre a exploração da sociedade amazônica, atue como um educador do futuro e ajude as pessoas a compreenderem importantes dilemas sociais usando sua própria linguagem, sua maneira de entender o mundo.

6- Mas se você ainda não sabe muito sobre esse assunto, não se acanhe, estamos todos juntos e queremos buscar a mudança para uma realidade mais justa e igualitária. Informe-se e acompanhe as hashtags #SOSAmapá #AmapáNoEscuro #ApagãoNoAmapá para ficar por dentro do que os amapaenses vêm denunciando.

7- E para além deste momento, continue nos acompanhando através das hashtags nas redes e trocando informações com a gente. Se você é um protetor do meio ambiente, procure conhecer a realidade das populações que moram na Amazônia e não se limite ao bioma ou às lindíssimas espécies de plantas e animais. Queremos que este momento abra caminhos para que o Brasil inteiro conheça e cuide da população amapaense de forma genuína e constante, assim como nós provemos cuidado e vida, através da floresta em pé.


Nesta semana, publicamos um relato escrito pela Karen Góes em que fala sobre a situação do estado e coloca sua visão diante da inação do poder público para mitigar os terríveis impactos da situação.