Mães da periferia de São Paulo nos contam como garantem uma alimentação saudável para suas crianças
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Roda de conversa com as mães na Agência Solano Trindade © Lena Silva/ Greenpeace
Na segunda edição do Café Descolonial com Prosa, uma parceria do Greenpeace com a Agência Popular Solano Trindade, convidamos mães ativistas com diferentes profissões para protagonizar a roda de conversa.
A falta de uma rede de apoio no dia a dia dificulta o retorno à vida “normal” após o nascimento dos filhos, deixando as mulheres da periferia, frequentemente, excluídas da vida social e do mercado de trabalho. Em meio a tantas barreiras, ainda há os desafios relacionados à comida, como o de iniciar a alimentação do bebê, o de transformar o próprio hábito alimentar para servir de exemplo e o de oferecer opções saudáveis às crianças. Muitas vezes não há tempo, energia ou mesmo acesso à comida de verdade, como alimentos frescos, menos processados e sem veneno. O que fazer, então?
Para Raysa Oliveira, mãe de Gael, de 10 meses, o segredo para garantir uma boa nutrição é entender que a alimentação saudável é possível, desde que esteja dentro da realidade do cotidiano. “É preciso aceitar tanto as limitações de mães e pais quanto os desejos da criança”, diz ela, que tenta alimentar Gael de forma rápida e saudável, com muitas frutas e legumes. Empreendedora social, Raysa decidiu trabalhar de forma autônoma após o nascimento de Gael porque queria se dedicar ao filho.
Respeitar as preferências alimentares das crianças e, ao mesmo tempo, assegurar que consumam todos os nutrientes para um bom desenvolvimento não é moleza. A fotógrafa Carol Pedrosa conta que experimenta uma negociação constante com o filho Dante, de 10 anos. “Ofereço várias opções: brócolis, cenoura, abobrinha… Eu dou autonomia para ele escolher, mas ele tem que escolher alguma coisa”.
Democratizar o hábito de comer bem
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Fernanda Mourão, mãe de Maria Flor © Lena Silva/ Greenpeace
No bate-papo, diversas mães citaram que o nascimento dos filhos apareceu como uma oportunidade para que repensassem seus próprios hábitos alimentares. Evelyn Moreira, mãe solo de Bento, de 3 meses, percebeu que ter regrado sua forma de comer fez toda a diferença para sua produção de leite. “Se eu tivesse abusado em minha alimentação, eu não estaria tão bem e convicta, e meu filho não seria tão sadio”.
Adriana Charoux, da campanha de Amazônia do Greenpeace e mãe de Tom, de 1 ano e 9 meses, sabe que tem o desafio de ser um exemplo para seu filho e usa isso como inspiração. Ela tentou criar hábitos mais saudáveis depois que ele nasceu. “Eu quero ser a minha melhor versão para o meu filho”, diz.
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Alimentação sem veneno: esforço que vale a pena © Lena Silva/ Greenpeace
#CaféDescolonial
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