Não só no Dia Internacional dos Povos Indígenas, os brasileiros são todos um pouco índios (© Greenpeace/Nathália Clark).
É impossível ignorar o contexto atual que ameaça aldeias Munduruku, Kalapalo, Kayapó, Yanomami, Awá-Guajá, Tikuna, Xavante, Pataxó, Tupi-Guarani, Guarani-Mbyá e Guarani-Kaiowá, dentre outras. Os problemas são muitos: serviços precários de saúde, proliferação de doenças, águas envenenadas por fazendeiros, ameaças de pistoleiros, repressão policial, trabalho escravo, prostituição, racismo nas cidades, etc. Somando-se a isso, a investida cresce progressivamente no Congresso Nacional.
São dezenas de projetos legislativos, como a PEC 215, o PLP 227 e a Portaria 303 da AGU, que atentam contra os direitos indígenas e a sobrevivência de suas populações já bastante reduzidas. Seja propondo a transferência das demarcações de Terras Indígenas ao Congresso, seja abrindo os territórios para a monocultura e o agronegócio, todos eles violam a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil, e que garante aos povos tradicionais o direito à consulta prévia sobre quaisquer projetos que afetem diretamente seu modo de vida.
Recentemente, movimentos sociais, incluindo o Greenpeace, se mobilizaram para impedir a votação em caráter de urgência do projeto que cria o novo Código de Mineração. Ele tem como prerrogativa, dentre outras coisas, permitir a atividade mineratória dentro de territórios indígenas, sem a anuência dos mesmos. Nesta quinta-feira, após a pressão das redes sociais, a presidente Dilma Rousseff deu aval para que seja retirado o regime de urgência da matéria.
Por pequenos avanços como esse, a pressão das ruas precisa continuar. Pela imediata demarcação e homologação de todas as Terras Indígenas, e contra o genocídio dos povos indígenas, acompanhe e divulgue as hashtags #DemarcarJA, #IndioPraRUA. Protejer os povos que protejem as nossas florestas é um dever não só do Estado, mas de todo cidadão brasileiro.
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