Ignorando todas as críticas e, pior, ignorando o sol e o vento que estão
sobre nossas cabeças, o governo insiste no retrocesso. Depois de quatro
anos fora dos leilões de energia, as usinas movidas a carvão voltaram a
ser ofertadas nesta quinta-feira, no leilão A-5. Para dar uma amostra
da sujeira que isso significa, o Greenpeace derramou uma tonelada e meia
de carvão na porta do Ministério de Minas e Energia, nesta
quarta-feira.
Mas numa prova de que a pressão da sociedade civil dá resultado, o
leilão de hoje teve uma reviravolta. Competindo em pé de igualdade com
as usinas de biomassa, o carvão ofertado não teve compradores. Já as
térmicas de biomassa - que são muito menos poluentes - tiveram nove
empreendimentos contratados.
A tentativa de trazer o carvão de
volta à tona veio com a justificativa do governo de que precisamos
diversificar nossa matriz para garantir segurança energética ao país.
Papo furado. Como lembrou Renata Nitta, que coordena a campanha de Clima
e Energia do Greenpeace, dá pra diversificar nossa matriz de um jeito
muito mais inteligente e com uma visão que olha para o futuro.
“Se aproveitarmos entre 5% e 10% do nosso potencial solar, já seria
suficiente para atender à atual demanda nacional de energia. A cogeração
a partir do bagaço de cana geraria o equivalente a três usinas de Belo
Monte. E a recente explosão da produção eólica no país tornou o preço da
fonte muito competitivo. No último leilão, seu preço atingiu R$110 o
MW. Agora, o carvão está saindo a R$ 140”, aponta ela.
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