No Dia da Amazônia, lembramos porque a floresta é tão importante e porque que temos o dever de defendê-la
Serra da Araca, no Amazonas. (© Markus Mauthe / Greenpeace)
A bacia amazônica escoa pelo continente sul-americano 20% de toda a água doce disponível no mundo. Sua enorme riqueza compreende ainda 10% das plantas do planeta - aproximadamente 40 mil espécies - além de servir de habitat para mais de 400 espécies de mamíferos, cerca de 1.300 espécies de aves e milhões de insetos. Este lugar, aparentemente selvagem, abriga também um enorme contingente humano. Mais de 24 milhões de pessoas vivem na Amazônia, incluindo comunidades tradicionais, povos indígenas e ao menos 50 grupos que vivem isolados, ainda sem contato com o mundo “moderno”.
Casal de araras vermelhas sobrevoa o Parque Estadual do Cristalino, no Mato Grosso. (© Greenpeace/Daniel Beltrá)
Este modelo predatório de desenvolvimento está ancorado em uma visão que coloca a Amazônia apenas como uma região rica em recursos, esperando para ser explorada - terra para produção agropecuária, água para produção de energia e exploração de minérios. Visão reforçada por poderosos interesses econômicos e defendida no Congresso pela chamada bancada ruralista, que trabalha incessantemente para minar instrumentos efetivos de combate ao desmatamento, como as unidades de conservação e terras indígenas. Segundo dados do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real – DETER, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE), houve um aumento de 69% nos alertas de desmatamento na região, entre agosto de 2014 a julho de 2015.
Hoje já podemos sentir os primeiros reflexos desta destruição desenfreada, com a maior crise hídricajá enfrentada pelo País. Enquanto regiões ao leste do Brasil registram secas recordes, o norte e o extremo sul sofrem com o excesso de chuvas e cheias de rios. Por isso, preservar a Amazônia não é importante apenas para quem vive e depende da floresta, mas um interesse de todos.
O Greenpeace está presente na Amazônia desde 1999, e de lá para cá foram muitas vitórias. Em 2003 conseguimos barrar o comércio de mogno, incluindo esse tipo de madeira na lista internacional de espécies ameaçadas. Em 2004 auxiliamos o povo Deni no processo de autodemarcação de suas terras, o que impediu que a madeireira malaia WTK explorasse 151 mil hectares de florestas onde viviam os indígena, e na criação de unidades conservação na terra do meio no Pará.
O veleiro do Greenpeace, Rainbow Warrior, navegou pelo Rio Amazonas em 2012. (© Rodrigo Baléia/Greenpeace)
Mais recentemente, em 2012, durante a Rio+20, nosso Diretor Executivo Internacional, Kumi Naidoo, foi recebido pelas principais lideranças políticas do país em plena corrida eleitoral e ouviu de diversos parlamentares como o trabalho do Greenpeace em investigar e expor os crimes e danos ambientais ajudou a aumentar a governança na Amazônia, além de contribuir para a consolidação da democracia no Brasil.
Mas a destruição continua e isso é inadmissível, seja por conta da violência no campo que vem a reboque do desmatamento, ou pelos graves efeitos sobre o clima e perda da biodiversidade. Diversos cientistas já comprovaram que é possível dobrar a produção agropecuária sem nenhum desmatamento e é por isso que pretendemos entregar no Congresso, ainda esse ano, um projeto de lei que prevê o Desmatamento Zero. A proposta já conta com o apoio mais de 1,3 milhão de brasileiros.
Neste Dia da Amazônia, mostre o seu amor pela nossa floresta e assine em apoio a lei do Desmatamento Zero. A Amazônia levou milênios para se transformar no que é hoje e devemos garantir que a humanidade não destrua esta criação em sua breve estada neste planeta.
Vista do Rio Negro na Serra do Araca, Amazonas (© Markus Mauthe/Greenpeace)
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