Floresta é morta com mesmo método usado pelo Exército americano na guerra do Vietnã
Um crime ambiental pouco visto na história brasileira surpreendeu fiscais do Ibama, que detectaram o uso de veneno para desmatar grandes áreas de floresta amazônica. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, uma região equivalente a 180 campos de futebol na divisa do Estado do Amazonas com Rondônia foi desmatada com a ajuda de herbicidas pulverizados com uso de avião.
A cena é desoladora. Milhares de árvores sem vida, em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.
"A floresta vira um grande paliteiro, facilitando o desmatamento. É o mesmo processo usado pelo Exército norte-americano para encontrar os vietnamitas na Guerra do Vietnã", disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Mário Lúcio Reis.
Os técnicos encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno.
Especialistas ouvidos afirmam que esse tipo de agrotóxico mata as árvores de imediato e causa outros danos como a contaminação do solo, de lençóis freáticos, de animais e de pessoas.
Em entrevista à reportagem, o chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, Jerfferson Lobato, afirma que o uso de agrotóxico para desmate é recente, e que o mais comum é devastar com motosserras, tratores e queimadas. “Eles (os infratores) mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extratores para driblar a fiscalização do Ibama", disse.
A terra, que pertence à União, está localizada ao sul do município de Canutama (AM), entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada.
Até agora, o único registro de uso dessas substâncias em desmatamentos no Amazonas era de 1999. Já em Rondônia, um registro foi feito em 2008, quando fiscais flagraram uma área de cinco hectares destruída por herbicidas na região de São Francisco do Guaporé.
Os produtos foram apreendidos em uma região de floresta desabitada às margens do rio Acari, afluente do Madeira, que fica nos limites entre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma e uma propriedade de um fazendeiro de Rondônia, que não teve seu nome revelado. A multa pode chegar a R$ 2 milhões..Fonte;Greenpeace
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