De acordo com o SAD de fevereiro, divulgado nesta sexta-feira pelo
Imazon, houve um aumento de 282% nos alertas de desmatamento na Amazônia
Legal para o mês
Área desmatada, queimada e 'leirada', pronta para ser plantada, onde
deveria haver floresta amazônica, no estado do Mato Grosso. (© Paulo
Pereira / Greenpeace).
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) acaba de
divulgar os resultados de seu Sistema de Alertas de Desmatamento na
Amazônia Legal (SAD) de fevereiro e os números, infelizmente, confirmam a
tendência de aumento indicada pelo Instituto de Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) no início do mês.
De acordo com o SAD, mesmo com uma cobertura de nuvens 10% maior que
no mesmo mês do ano passado, os satélites identificaram indícios de
desmatamento em uma área de 4.200 hectares, número 282% maior que o
registrado pelo sistema em fevereiro de 2014. Ou seja, mesmo enxergando
menos floresta, o sistema detectou mais desmatamento.
Infelizmente esse número não vem sozinho. No início deste mês, após registrar o maior número de focos de calor (queimadas) para os meses de janeiro e fevereiro desde 1999, o INPE divulgou os primeiros resultados de seu sistema de alerta de desmatamento, o DETER,
que trouxe um aumento de 56% na destruição da floresta amazônica entre
agosto e janeiro de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014.
“É realmente triste que na véspera do Dia Internacional das Florestas
tenhamos uma notícia dessa. Apesar desses dois sistemas não serem os
mais adequados para medir a área real do desmatamento, eles indicam uma
tendência que, neste caso, é muito ruim, pois os dois apontam para um
possível aumento na taxa de desmatamento na região”, explica Rômulo
Batista, da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Os dados do SAD são ainda mais preocupantes quando analisados os
índices acumulados dos últimos seis meses, de agosto de 2014 a fevereiro
de 2015. Neste período foram detectados alertas de desmatamento em uma
área de 1.702 hectares, o que representa um aumento de 215%, em relação
a igual período do ano anterior. Os estados que apresentaram o maior
número de alertas foram Mato Grosso, seguido por Pará e Rondônia.
“O Brasil já demonstrou que é possível aumentar a produção
agropecuária diminuindo a taxa de desmatamento. Agora temos que dar um
passo decisivo rumo ao desmatamento zero, que não só é possível, como,
segundo indicam diversos estudos científico, é extremamente necessário
nesta época de crise climática e hídrica, que vem afetando especialmente
os estados do sudeste” afirma Rômulo.
O Greenpeace pretende levar ao Congresso, ainda este ano, um projeto
de Lei de Iniciativa Popular que coloca o Desmatamento Zero como lei
nacional. Para que isso aconteça, precisamos obter pelo menos 1,4 milhão
de assinaturas de eleitores brasileiros. Essa iniciativa já conta com o
apoio de mais de um milhão de pessoas. Estamos na reta final e agora
falta pouco para esse momento acontecer.
Nos ajude a proteger as florestas. Assine pelo Desmatamento Zero.
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