Wednesday, March 4, 2015

Ministro de Minas e Energia é sabatinado

Há três meses como ministro, Eduardo Braga é sabatinado no programa Roda Viva sobre o setor de energia, o atual risco de racionamento e outros temas importantes
 
Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (©divulgação)

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi o entrevistado de ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura. Dentre os assuntos abordados, os maiores destaques foram o atual risco de racionamento de energia, a crise da Petrobras, a expansão hidrelétrica na Amazônia e a diversificação da matriz elétrica.
Logo no início, Braga exagerou na projeção de que o Brasil chegaria ao final do ano com o equivalente a uma hidrelétrica de Belo Monte em capacidade instalada de energia eólica, o que faria com que o país figurasse entre os quatro maiores produtores da fonte no mundo. Tal informação não condiz com o Plano Decenal de Energia do próprio governo.
Houve também exagero na importância das térmicas em atender o sistema elétrico diante da atual crise hídrica. O ministro ainda colocou na conta da população a responsabilidade de economizar energia para evitar um racionament, mas não mencionou indústria, comércio e o poder público.
Quando perguntado sobre o impacto das emissões de gases de efeito estufa da exploração do pré-sal para o clima, tergiversou e admitiu que os impactos macroeconômicos de deixar de explorar as reservas de petróleo são desconhecidos.
As boas notícias vieram já ao final da sabatina quando o ministro abordou o tema da energia solar. Questionado sobre a necessidade de melhorias na legislação para que os brasileiros finalmente possam gerar sua própria energia de forma mais competitiva, o ministro garantiu que uma das principais barreiras – a taxação do ICMS - será resolvida já no início de abril.
É nesse mês que o CONFAZ, órgão responsável por deliberar a incidência ou não desse imposto sobre a eletricidade da microgeração, se reunirá novamente em plenária formada por representantes de todos os Estados brasileiros. Completou, dizendo que o passo seguinte seria a criação de um programa específico para energia solar no Brasil. Além da forte tributação como barreira para a energia solar se desenvolver no Brasil, faltam financiamentos para tornar a energia solar acessível à população.
Enquanto o governo não faz sua parte, não podemos ficar parados. O Greenpeace tem trabalhado com melhorias das condições para energia solar e, para isso, promove um crowdfunding (financiamento coletivo) para a instalação de sistemas fotovoltaicos em duas escolas públicas, para que elas sejam iluminadas com energia limpa, economizem na conta de luz e revertam esse valor em atividades culturais.
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