Há três meses como ministro, Eduardo Braga é sabatinado no programa Roda
Viva sobre o setor de energia, o atual risco de racionamento e outros
temas importantes
Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (©divulgação)
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi o entrevistado de ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura. Dentre
os assuntos abordados, os maiores destaques foram o atual risco de
racionamento de energia, a crise da Petrobras, a expansão hidrelétrica
na Amazônia e a diversificação da matriz elétrica.
Logo no início, Braga exagerou na projeção de que o Brasil chegaria
ao final do ano com o equivalente a uma hidrelétrica de Belo Monte em
capacidade instalada de energia eólica, o que faria com que o país
figurasse entre os quatro maiores produtores da fonte no mundo. Tal
informação não condiz com o Plano Decenal de Energia do próprio governo.
Houve também exagero na importância das térmicas em atender o sistema
elétrico diante da atual crise hídrica. O ministro ainda colocou na
conta da população a responsabilidade de economizar energia para evitar
um racionament, mas não mencionou indústria, comércio e o poder
público.
Quando perguntado sobre o impacto das emissões de gases de efeito
estufa da exploração do pré-sal para o clima, tergiversou e admitiu que
os impactos macroeconômicos de deixar de explorar as reservas de
petróleo são desconhecidos.
As boas notícias vieram já ao final da sabatina quando o ministro
abordou o tema da energia solar. Questionado sobre a necessidade de
melhorias na legislação para que os brasileiros finalmente possam gerar
sua própria energia de forma mais competitiva, o ministro garantiu que
uma das principais barreiras – a taxação do ICMS - será resolvida já no
início de abril.
É nesse mês que o CONFAZ, órgão responsável por deliberar a
incidência ou não desse imposto sobre a eletricidade da microgeração, se
reunirá novamente em plenária formada por representantes de todos os
Estados brasileiros. Completou, dizendo que o passo seguinte seria a
criação de um programa específico para energia solar no Brasil. Além da
forte tributação como barreira para a energia solar se desenvolver no
Brasil, faltam financiamentos para tornar a energia solar acessível à
população.
Enquanto o governo não faz sua parte, não podemos ficar parados.
O Greenpeace tem trabalhado com melhorias das condições para energia
solar e, para isso, promove um crowdfunding (financiamento coletivo) para
a instalação de sistemas fotovoltaicos em duas escolas públicas, para
que elas sejam iluminadas com energia limpa, economizem na conta de luz e
revertam esse valor em atividades culturais.
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