Dois leilões de energia solar são anunciados para 2015. Tal anúncio
auxilia o fortalecimento de um mercado nacional, mas ainda é necessário
que medidas sejam tomadas para a micro e minigeração.
Painéis solares no telhado do escritório do Greenpeace Brasil em São Paulo (©Rodrigo Baleia/Greenpeace)
O governo federal vai realizar dois leilões para a contratação de
energia elétrica de projetos de energia solar em agosto e em novembro.
Além de ser uma boa notícia, o anúncio é um estímulo para o mercado e
para os fabricantes de equipamentos se estabelecerem, facilitando a
expansão da fonte no Brasil. No entanto, ainda é preciso fazer mais para
que a energia solar possa se espalhar de fato por todos os cantos do
país, sobretudo quando o tema é mini e microgeração. Estas modalidades
ainda são carentes de incentivos como a isenção de impostos e criação de
linhas de financiamento específicas.
“Existe uma grande perspectiva de introdução dessa fonte de energia
[solar] na matriz [brasileira]. Existe uma estimativa de que haja uma
redução de quase 50% do custo de investimento até 2020. E que, de 2020 a
2050 haja uma outra queda de 50%], afirmou o presidente da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ao jornal Valor
Econômico.
Medidas que barateiem e incentivem a energia solar são urgentes. Em
tempos de crise hídrica e reservatórios de hidrelétricas baixos, faz-se
necessário buscar outras alternativas para suprir a necessidade de
eletricidade. Para um país como Brasil, que tem um dos melhores
potenciais de energia solar no mundo, não faz sentido privilegiar fontes
como as termelétricas, caras e poluentes, e deixar o Sol de fora da
matriz elétrica.
“O primeiro leilão exclusivo para energia solar aconteceu no ano passado
e já foi um bom indicativo de que o Brasil começa a se mover, ainda que
lentamente, em direção às verdadeiras soluções para o setor elétrico”,
diz Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“Mas ainda estamos longe de darmos a devida atenção à energia solar.
Temos que buscar os devidos incentivos para a micro e a minigeração,
além de cuidar para obter um preço nestes leilões que seja bom para o
desenvolvimento do mercado nacional.”
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