Realizado em um auditório para 400 pessoas quase cheio, o evento contou
com a participação de índios Guarani e seu coral infantil
Índios Guarani da TI Jaraguá (SP) durante apresentação do documentário
"A Lei da Água" em São Paulo (02/06/2015), em ação pelo Desmatamento
Zero.
Foto: Luciana Camargo/Greenpeace
Nesta terça-feira (02/06), reunimos a comunidade indígena Guarani da
aldeia Tekoa Pyau e os alunos do CEU Pêra Marmelo no anfiteatro do
Centro Educacional Unificado do Jaguaré (SP), para participar da segunda
edição do CineDebate.
Durante a ação, apoiada pela O2 Produções, pela Cinedelia e pelo CEU,
foi exibido o filme "A Lei da Água", que conta como o Novo Código
Florestal foi aprovado apesar da ampla reprovação da sociedade e da
comunidade científica.
A presença das crianças e dos índios deu um clima muito especial para
a sessão, que começou com uma emocionante apresentação do coral
infantil Guarani Takua Vera. Os curumins da aldeia cantaram em sua
língua nativa, acompanhando as músicas com batidas de pé no chão
(típicas das danças indígenas) e preparando o terreno para a exibição
desse chocante documentário.
Após o filme, foi aberto espaço para o debate, que abordou a
importância da floresta para a geração de água e como o poder público
vem lidando com a questão. O bate-papo teve mediação de Fabiana Alves,
da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, e participação dos
convidados André D’Elia, diretor do filme, Karai Ryapua, liderança
guarani da aldeia Tekoa Pyau, e Pedro Telles, da campanha de Clima e
Energia do Greenpeace.
Fez parte da discussão o fato de São Paulo estar vivendo uma crise
hídrica sem precedentes, com os reservatórios que abastecem o estado em
situação crítica, por vários os motivos – desde a má gestão política dos
recursos naturais até o desmatamento que atinge as florestas
brasileiras em várias escalas.
Ao comentar o assunto, o líder Karai Ryapua deixou uma bela mensagem
para ser transmitida à sociedade e ao governo de São Paulo, que parece
ignorar sua responsabilidade na crise e continua privilegiando os
grandes consumidores com descontos. Segundo ele, os Guarani consideram a
água (assim como o solo e as árvores) um dos espíritos da natureza que
nos mantém vivos, mas que, se for negligenciado, desaparece e deixa os
seres humanos à mingua.
Os Guaranis já sabem: dependemos da água para viver, e ela depende das florestas para existir.
Mais uma vez, sem floresta não tem água!
Assine aqui pelo desmatamento zero: www.salveasflorestas.org.br
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