Parlamento norueguês corta investimentos bilionários às indústrias de
carvão do país; diretor-executivo do Greenpeace espera que decisão
histórica influencie outros líderes
"A Noruega diz tchau ao carvão! Vamos todos dizer adeus aos combustíveis
fósseis" diz a arte feita pelo Greenpeace Noruega (©Greenpeace)
Hoje (5) o parlamento da Noruega aprovou em votação unânime que o
Fundo de Pensão do Governo Norueguês passará a adotar um critério de
corte de investimento para empresas envolvidas na exploração e queima de
carvão.
“A decisão da Noruega de desincentivo ao carvão é um exemplo para
outros governos – e para investidores – de que o dinheiro de energia
poluentes está mudando para as fontes renováveis e limpas”, disse o
diretor-executivo do Greenpeace Internacional Kumi Naidoo.
E não se trata apenas de um feito único: é também uma medida vigorosa
e enérgica. O Fundo de Pensão Governamental Mundial (GPFG) é o maior
fundo soberano do mundo e de acordo com cálculos feitos pelo Greenpeace e
pelas organizações Urgewald e Future in Our Hands, os novos critérios farão com que o GPFG seja forçado a retirar investimento de 122 empresas, totalizando 7,7 bilhões de euros.
“Esse é o maior corte em carvão da história, o que deve influenciar
outros investidores e países a seguirem um rumo diferente”, comentou o
diretor do Greenpeace Noruega, Truls Gulowsen. O critério de exclusão
define especificamente que qualquer companhia que deriva mais de 30% de
sua atividade do carvão será excluída do portfólio da GPFG. Isso inclui
mineração de carvão e a queima do minério.
“É um dia para celebrar, mas o GPFG não vai se livrar de todas as
companhias de carvão de seu portfólio, e nem de seus investimento
bilionários nas indústrias de óleo e gás. A Noruega ainda está envolvida
com a exploração de petróleo no Ártico, então por um lado a notícia é
boa, mas ainda existe muito trabalho a ser feito pelo país antes de ser
considerado um ‘amigo do clima’”, defende Gulowsen.
Em relação ao encontro do G7 na Alemanha, durante os dias 7 e 8 de junho,
a decisão da Noruega deve servir de aviso aos líderes em emissão
mundial. O grupo, formado pelos sete países considerados mais poderosos
do mundo, ainda não conseguiu reduzir significativamente suas taxas de
emissão de gás carbônico.
“Essa decisão do parlamento norueguês serve de inspiração para os
líderes mundiais, e espero que isso influencie o encontro do G7 e também
Conferência sobre Mudanças Climátias das Nações Unidas, a COP 21, que
acontecerá em Paris”, concluiu Naidoo.
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