Decreto do governo estipula metas para distribuidoras renovarem
concessões; entre as condições, está melhor prestação de serviços
(© Les Stone / Greenpeace)
Foi publicado hoje (3), pelo governo federal, um decreto autorizando
que as concessões das distribuidoras de energia elétrica sejam renovadas
para os próximos trinta anos. Assinado pela presidente Dilma Rousseff e
pelo Ministro de Minas e Energia Eduardo Braga, o Decreto 8.461 estabelece que as empresas de distribuição devem atender metas de eficiência para manter esses contratos.
A renovação da concessão de cada uma das distribuidoras agora depende
delas aceitarem cumprir critérios de eficiência em relação ao serviço
prestado e gestão econômico-financeira, racionalidade operacional e
econômica e, por fim, o compromisso com tarifas adequadas. Se não
cumprirem os critérios em um prazo de 5 anos podem chegar a perder o
direito de prestar o serviço ao cidadão.
Os contratos serão elaborados pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), com os detalhes das metas a serem cumpridas e com
compromissos de investimentos por cada empresa.
“Vamos acompanhar para entender o detalhamento do que será de fato
exigido das distribuidoras e se isso é adequado”, comenta Larissa
Rodrigues, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Se os
critérios forem exigentes, garantindo um melhor serviço e mais
investimentos, o consumidor será o principal beneficiado, desde que não
tenha que pagar mais caro por isso”.
Vale lembrar que essa foi mais uma etapa do processo de renovação de
concessões do setor elétrico. O processo começou em 2012, e após a
renovação das concessões de muitas usinas de geração que aceitaram as
condições impostas pelo governo, a conta de luz do cidadão diminuiu em
média 20% no início de 2013.
“Infelizmente, de lá pra cá, por consequência de diversos fatores
nesse processo, a conta de luz residencial já subiu cerca de 50%”,
pontua Rodrigues. Segundo ela, a falta de contratos de suprimento, a
exposição das distribuidoras ao mercado livre, os reservatórios
hidrelétricos baixos e o alto endividamento das distribuidoras
resultaram no elevado repasse ao consumidor.
Àquelas distribuidoras que descumprirem as condições estabelecidas
pelo decreto, serão exigidos novas ações ou investimentos. No caso da
empresa não atingir as metas, ela estará sujeita à extinção da
concessão.
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