Grupo de ativistas do Greenpeace é retido nos Estados Unidos por
bloquear a saída de embarcação da Shell, que ruma ao Ártico para iniciar
exploração petrolífera
Com a mensagem "Salve o Ártico", os ativistas sobre caiaque bloquearam a
plataforma Polar Pioneer, ao fundo (© Marcus Donner/Greenpeace)
Quatorze ativistas em caiaques foram presos hoje (15) após interceptarem a plataforma de petróleo Polar Pioneer,
da Shell, que zarpava da cidade de Seattle, capital do estado de
Washington, nos Estados Unidos, em direção ao Ártico. Os ativistas do
Greenpeace se uniram para bloquear a saída da embarcação enquanto outros
ativistas chegavam também em caiaques.
Dentre os quatorze retidos está Mike O’Brien, um dos Conselheiro da
Cidade de Seattle. Outros cinquenta manifestantes não foram presos. No
entanto, a plataforma Polar Pioneer conseguiu deixar a baía. No fim da tarde do mesmo dia os ativistas foram liberados sob fiança.
“A Shell estava tentando tirar essa embarcação de Seattle às
escondidas, na calada da noite. Mas os ativistas sobre caiaque, além de
impedirem isso de acontecer, expuseram ao mundo por horas os planos da
Shell”, comentou Travis Nichols, coordenador da campanha de Ártico.
Em maio, o governo Obama aprovou o plano da Shell de perfurar a
região do Alasca pertencente ao Ártico em busca de petróleo. Após a
decisão, as duas plataformas da petrolífera destinadas à operação não
foram aprovadas em inspeções de rotina. Segundo a Shell, a exploração
começaria em menos de duas semanas.
“Acredito que confrontar a Shell encora mais pessoas a tomarem partido contra empresas que querem destruir o planeta por lucro próprio”,
disse Paloma Henriques, uma das ativistas em caiaque. “Estamos aqui
para enviar uma mensagem ao presidente Obama de que não é tarde demais
para impedir que a Shell destrua o Ártico”.
Ativista do Greenpeace é presa pela Guarda Costeira dos EUA (© Marcus Donner/Greenpeace)
Para a diretora executiva do Greenpeace Estados Unidos, Annie
Leonard, “a cada segundo que ganhamos atrasando a partida da plataforma
de petróleo é uma chance para que Obama reconsidere sua desastrosa
decisão, que suja seu legado em políticas climáticas”.
Em abril desse ano, seis ativistas do Greenpeace interceptaram a
mesma embarcação no meio do Oceano Pacífico, a 750 milhas ao noroeste do
Havaí. A partir desse episódio, houve uma grande adesão da cidade de Seattle ao movimento pela proteção do Ártico, que juntou num primeiro protesto mais de 500 caiaques.
Sem moral
A outra plataforma de petróleo, a Noble Discoverer, é uma das mais antigas do mundo. Em dezembro de 2014, a empresa Noble Drilling,
terceirizada da Shell para operar no Ártico, foi acusada e condenada de
oito crimes relacionados com as tentativas anteriores da Shell de
explorar petróleo no Ártico, em 2012.
“A aventura da Shell no Ártico é uma irresponsabilidade. A empresa
não tem a capacidade de lidar com um vazamento nas condições extremas do
mar Ártico”, defende Faith Gemmill, diretor executivo da organização
REDOIL (em português, Resistindo à Destruição Ambiental de Terras
Indígenas).
Em uma análise ambiental do próprio governo Obama, que permitiu em
primeiro lugar o pedido da Shell, foi prevista uma chance de 75% de um
vazamento em larga escala no Ártico. É por tudo isso que pedimos:
presidente Obama, coloque um fim na exploração de petróleo da Shell no
Ártico!
Nomes
Os quatorze ativistas do Greenpeace que foram presos são: Graham
Clumpner, Kurtis Dengler, Allie Denzler, Jennifer Flaherty, Sam
Fulbright, Paloma Henriques, John Hocevar, Amy Hutto, David Khoury II,
Kelly Mears, Mike O’Brien, Brady Smith e Ollie Vuokko.
A Shell está tentando amordaçar protestos pacíficos, porque a cada
hora a mais que os ativistas conseguem expor seu plano de explorar o
Ártico, mais o movimento contra ela cresce.
Pare a Shell e salve o Ártico!
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