Seguindo em direção ao Ártico para iniciar operação de extração de
petróleo, Polar Pioneer se depara com mais um protesto; Greenpeace vai
fazer de tudo para impedir sua chegada na região
A artista e ativista indígena Audrey Siegl, do povo Musqueam, encara a Polar Pioneer (© Keri Coles / Greenpeace)
A artista e ativista indígena Audrey Siegl se aproximou hoje da plataforma de petróleo da Shell feita para explorar o Ártico, a Polar Pioneer, a bordo de um bote inflável. Ele partiu do navio Esperanza do
Greenpeace, enquanto dois mergulhadores canadenses colocavam seus
corpos no caminho da plataforma, que se negou a desacelerar.
Siegl, portando as vestimentas tradicionais do povo Musqueam, se
posicionou na ponta do bote com seu tambor e suas plumas para sinalizar
ao Polar Pioneer que parasse. “Encarar uma máquina desse porte
de um barco minúsculo é aterrorizante, mas eu acredito que todos nós
temos o dever de fazer o que for necessário para proteger nossas terras e
águas sagradas”, disse a ativista, que vem viajando com o navio Esperanza
para integrar as comunidades indígenas situadas ao longo da costa da
Colúmbia Britânica na resistência contra a exploração de petróleo.
A artista e ativista indígena Audrey Siegl, do povo Musqueam, encara a Polar Pioneer (© Keri Coles / Greenpeace)
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“A Shell pode ter dinheiro e máquinas monstruosas, mas as pessoas
unidas são ainda mais fortes. Juntos, vamos impedir a exploração do
Ártico para defender a região e o clima do planeta”, completou Siegl.
O Esperanza interceptou a plataforma Polar Pioneer enquanto
ela rumava para o Alasca, que compõe parte do Ártico, local onde a
Shell promete explorar a partir de julho desse ano. A empresa já gastou
mais de 7 bilhões de dólares nesse projeto. No entanto, uma das
terceirizadas da Shell foi acusada e condenada por falhas na operação.
Os planos da gigante petrolífera encaram uma enorme resistência
global. O Greenpeace já havia ocupado com seis ativistas a plataforma no
dia 6 de abril desse ano, e mais recentemente centenas de ativistas
sobre caiaques se reuniram na cidade americana de Seattle para protestar
contra as embarcações da Shell que ancoravam na cidade.
A artista e ativista indígena Audrey Siegl, do povo Musqueam, segurando
banner que diz "Pessoas versus Óleo", com a Polar Pioneer de fundo (©
Keri Coles / Greenpeace)
Uma pesquisa divulgada recentemente pela revista científica Nature
aponta que qualquer desenvolvimento de extração de recursos a base de
óleo e gás no Ártico é inconsistente com a meta global máxima de aumento
de temperatura, que é de 2ºC.
A artista americana Jane Fonda falou com o Greenpeace Canadá e
ofereceu seu suporte aos ativistas: “quando nosso governo falha conosco,
quando as corporações se refusam a se curvar perante pressão da
sociedade, quando a Shell insiste em capitalizar em cima de uma crise
climática e ignorar 7 milhões de pessoas que se opõem aos seus planos –
bom, aí depende de nós, de cada um colocar seu corpo no caminho. O que
os ativistas do Greenpeace estão fazendo nesse momento é encorajador e
altruísta. Eles estão fazendo isso por nós, e se a Shell passar por
eles, vocês talvez me encontrarão lá da próxima vez”.
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