Chega ao mercado a nova água do Brasil: Águas Cantareira é 100% volume morto!
Tudo bem que nem tudo que reluz é ouro ou, ainda, que tudo que é sólido se desmanche no ar. Mas duro de acreditar mesmo é que a água da mais rica cidade do Brasil - país com 12% da água potável do planeta - está de fato virando poeira, garganta seca e ar encanado (sim, estamos pagando também por isso).
A crise da água em São Paulo não acabou e seus moradores enfrentam o mais grave colapso no abastecimento de sua história estacionados na segunda etapa do processo de luto: a da negação. Nem pelo choque passamos, ainda - mas o Exército já treina o cordão de isolamento da Sabesp em caso de revolta popular e caos nas ruas. A estação seca está apenas começando.
O governo dá desconto para grandes empresas e promete obras de transposição de bacias em regime de urgência, para acumular atrasos em sequência. Os mananciais seguem poluídos, desmatados e cada dia mais secos - e avançamos bebendo o volume morto desde maio do ano passado. Será que caso ou compro uma cisterna?
Água, quem diria, virou produto exclusivo, coisa rara, objeto de disputa. Status de iguaria e cada vez mais cara. A Sabesp impõem dois aumentos consecutivos na conta mensal em apenas seis meses. Os acionistas da empresa em Nova York são insaciáveis e, em São Paulo, dezenas de bairros já vivem sob a pressão de estar com a pressão reduzida. Banho de chuva virou tendência.
Com suas últimas gotas pingando nas torneiras dos bairros centrais, o que pode ser mais exclusivo do que a água do Cantareira (descanse em paz)? Ah, mas sempre haverá a água mineral engarrafada, gourmet de preferência. Nosso governador, aquele que prometeu em rede nacional que não falta e não faltará água em São Paulo, parece ter encontrado uma solução: Águas Cantareira, porque toda crise é uma oportunidade.
Para quebrar a paralisia do luto e propor ação contra a transformação da água em mercadoria de luxo, o Greenpeace lança a marca Águas Cantareira, o produto do governador Geraldo Alckmin e da Sabesp, pai e mãe da gestão irresponsável do recurso que deve ser garantido como um direito essencial a todos os cidadãos. Se depender deles, não vai faltar sede.
A nova marca de água chega às ruas de São Paulo nesta terça 23 com estardalhaço. O mascote “Voluminho” vai apresentar o produto à população em mercados e espaços públicos. O objetivo é, pela ironia e estranhamento, chamar a atenção para o fato de que a crise da água não acabou – e água é direito, não mercadoria. “O abastecimento da população precisar ser priorizado. O governo tem que acabar com os descontos aos grandes consumidores e investir na recuperação dos mananciais, reduzir a perda de água na rede de distribuição, dialogar com a sociedade sobre a crise e aumentar a transparência de suas ações”, afirma Fabiana Alves, da Campanha de Clima e Energia, do Greenpeace.
Clique aqui e assine a petição pelo fim dos descontos aos grandes consumidores: http://www.aguaparaquem.org.br/
Ajude-nos a divulgar essa ação, baixe o kit da campanha aqui.
Nossa pressão é o caminho da mudança!
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