Greenpeace e Câmara dos Vereadores promovem seminário sobre benefícios, perspectivas e entraves da energia solar no Brasil
Greenpeace e Câmara dos Vereadores promovem seminário sobre benefícios,
perspectivas e entraves da energia solar no Brasil (©Greenpeace/Luciana
Camargo)
O Auditório Nobre da Câmara dos Vereadores lotou hoje e não foi por
causa de nenhuma votação especial em plenário. As quase 220 cadeiras
estavam ocupadas por pessoas que queriam saber mais sobre energia solar.
O seminário “Benefícios, desafios e perspectivas da energia solar” teve
como público estudantes, formadores de opinião, políticos,
pesquisadores e, ainda, aqueles que são apenas curiosos e querem
entender como o Brasil poderia aproveitar o potencial do Sol para gerar
energia.
Os convidados abordaram tanto os benefícios – econômicos, sociais e
ambientais – da energia solar como os entraves para que estes benefícios
se tornem realidade no país que tem uma das melhores incidências de Sol
no mundo. “Hoje, já é possível ter energia solar no Brasil. Há um
custo, mas temos que ter vontade política para que ela se torne possível
e precisamos que as pessoas entendam cada vez mais sobre o assunto”,
afirma o vereador Jair Tatto (PT), um dos organizadores do evento.
Além disso, a energia solar pode e deve ser vista como uma solução
viável para a crise energética brasileira. “Se cada brasileiro gerasse
sua própria energia, todos contribuiriam para solucionar a crise”, diz
Roberto Zilles, professor associado ao IEE-USP (Instituto de Energia e
Ambiente da Universidade de São Paulo). “Milhões de telhados gerando
energia podem ter o mesmo efeito que uma grande usina e esse potencial
ainda não é explorado”, conclui Zilles.
A primeira mesa de debate focou em apresentar os benefícios como
geração de empregos verdes e as vantagens que poderiam existir para a
economia brasileira. Também apontou para o fato de que a energia solar é
uma fonte limpa, renovável, com baixa emissão de gases de efeito estufa
– um dos responsáveis pelas mudanças climáticas – e baixo consumo de
água, ao contrário das termelétricas, por exemplo.
Já a segunda mesa de debate trouxe os principais elementos que ainda
impedem que a energia solar, apesar de todas suas vantagens, ainda
engatinhe no Brasil. Hoje, um dos principais entraves são os tributos
que incidem ou na eletricidade do consumidor que opta por gerar sua
própria energia ou em componentes e equipamentos de um sistema
fotovoltaico.
Também faltam linhas de financiamento específicas que sejam
interessantes e vantajosas para que os brasileiros optem pela geração
distribuída. “Uma opção, por exemplo, seria o de oferecer financiamento
para a construção de casas considerando os painéis solares como qualquer
outro material de construção e aplicando as mesmas taxas e juros para
os painéis”, diz Rodrigo Sauaia, da ABSOLAR (Associação Brasileira de
Energia Solar).
“Um evento como este é importante para mostrar que existem
possibilidades práticas e de políticas públicas para municípios e não
apenas para os Estados ou a Federação. É fundamental que tenhamos
incentivos em todas as escalas para que seja possível aproveitar todo o
potencial solar que o Brasil possui”, afirma Ricardo Baitelo,
coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
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