Wednesday, May 13, 2015

Sol em pauta na Câmara dos Vereadores

Greenpeace e Câmara dos Vereadores promovem seminário sobre benefícios, perspectivas e entraves da energia solar no Brasil

 
Greenpeace e Câmara dos Vereadores promovem seminário sobre benefícios, perspectivas e entraves da energia solar no Brasil (©Greenpeace/Luciana Camargo)

O Auditório Nobre da Câmara dos Vereadores lotou hoje e não foi por causa de nenhuma votação especial em plenário. As quase 220 cadeiras estavam ocupadas por pessoas que queriam saber mais sobre energia solar. O seminário “Benefícios, desafios e perspectivas da energia solar” teve como público estudantes, formadores de opinião, políticos, pesquisadores e, ainda, aqueles que são apenas curiosos e querem entender como o Brasil poderia aproveitar o potencial do Sol para gerar energia.
Os convidados abordaram tanto os benefícios – econômicos, sociais e ambientais – da energia solar como os entraves para que estes benefícios se tornem realidade no país que tem uma das melhores incidências de Sol no mundo. “Hoje, já é possível ter energia solar no Brasil. Há um custo, mas temos que ter vontade política para que ela se torne possível e precisamos que as pessoas entendam cada vez mais sobre o assunto”, afirma o vereador Jair Tatto (PT), um dos organizadores do evento.
Além disso, a energia solar pode e deve ser vista como uma solução viável para a crise energética brasileira. “Se cada brasileiro gerasse sua própria energia, todos contribuiriam para solucionar a crise”, diz Roberto Zilles, professor associado ao IEE-USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). “Milhões de telhados gerando energia podem ter o mesmo efeito que uma grande usina e esse potencial ainda não é explorado”, conclui Zilles.
A primeira mesa de debate focou em apresentar os benefícios como geração de empregos verdes e as vantagens que poderiam existir para a economia brasileira. Também apontou para o fato de que a energia solar é uma fonte limpa, renovável, com baixa emissão de gases de efeito estufa – um dos responsáveis pelas mudanças climáticas – e baixo consumo de água, ao contrário das termelétricas, por exemplo.
Já a segunda mesa de debate trouxe os principais elementos que ainda impedem que a energia solar, apesar de todas suas vantagens, ainda engatinhe no Brasil. Hoje, um dos principais entraves são os tributos que incidem ou na eletricidade do consumidor que opta por gerar sua própria energia ou em componentes e equipamentos de um sistema fotovoltaico.
Também faltam linhas de financiamento específicas que sejam interessantes e vantajosas para que os brasileiros optem pela geração distribuída. “Uma opção, por exemplo, seria o de oferecer financiamento para a construção de casas considerando os painéis solares como qualquer outro material de construção e aplicando as mesmas taxas e juros para os painéis”, diz Rodrigo Sauaia, da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar).
“Um evento como este é importante para mostrar que existem possibilidades práticas e de políticas públicas para municípios e não apenas para os Estados ou a Federação. É fundamental que tenhamos incentivos em todas as escalas para que seja possível aproveitar todo o potencial solar que o Brasil possui”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

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