Diante do Portão de Brandemburgo, em Berlim, ativistas do Greenpeace protestam durante reunião de clima e pedem o fim do uso de combustíveis fósseis, energia nuclear e pedem por mais energias renováveis (©Paul Langrock/Greenpeace)
Ativistas do Greenpeace protestam diante do Portão de
Brandemburgo, em Berlim, para pedir a transição energética no mundo e o
fim do uso de energia nuclear e de carvão. O protesto acontece enquanto
a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François
Hollande se reúnem para discutir e negociar questões relacionadas às
mudanças climáticas. Uma réplica da Torre Eiffel de seis metros foi
transformada em uma turbina eólica e era possível ler a mensagem “Adeus
Carvão, Adeus Nuclear – 100% de energia renovável até 2050”.
Durante o Petersburg Climate Dialogue (Diálogos de
Petersburgo sobre o Clima, em português), Merkel, Hollande e ministros
de 35 países discutem pontos-chave de um tratado global sobre o clima
que deve ser assinado no final deste ano, em Paris. “Angela Merkel e
François Hollande devem se comprometer com uma transição energética
global - sem combustíveis fósseis e sem energia nuclear, uma solução
falsa e perigosa”, afirma Martin Kaiser, chefe da delegação do
Greenpeace nas negociações climáticas. “O Greenpeace pede o fim das
emissões globais de CO2 até 2050 e a transição para 100% de energia
renovável”, completa Kaiser.
Uma das principais questões na reunião do G7 – os
sete países mais industrializados e desenvolvidos do mundo -, que será
realizada na Alemanha em junho, e na Conferência das Mudanças Climáticas
das Nações Unidas, em Paris, é a redução substancial das emissões de
gases de efeito de estufa até 2050. Os principais cientistas do clima
reforçam que se queremos manter o aumento da temperatura global até 2oC,
as reservas restantes de carvão, petróleo e gás natural devem ficar
embaixo do solo e não serem exploradas.
“Se a transição energética alemã que ser um modelo,
antigas usinas termelétricas movidas a carvão não devem ser autorizadas a
continuar operando, o que o país precisa é de um fim progressivo do uso
do carvão. Merkel tem que escolher se quer entrar para a história como a
chanceler do carvão ou a chanceler do clima”, diz Kaiser.
Estudos nacionais para uma transição 100% renovável
Atualmente, o governo alemão quer apresentar a meta
de redução de 40% de emissões de CO2 até 2020 para proteger o clima. As
velhas usinas movidas a carvão são responsáveis por uma elevada
porcentagem das emissões globais de gases de efeito estufa, mas elas se
tornam cada vez menos necessárias devido a expansão das energias
renováveis. O ministro de Assuntos Econômicos, Sigmas Gabriel,
apresentou um projeto para tributar estas usinas antigas movidas a
carvão. No entanto, parte do setor industrial, sindicatos e as
operadoras das usinas se opõem fortemente ao plano e podem atrasar a
modernização do mercado de energia na Alemanha.
Em 2013, a Agência Ambiental Federal alemã apresentou
um estudo em que mostrou como a Alemanha poderia reduzir as emissões de
gases de efeito estufa a zero até 2050 e ser abastecida com quase 100%
de energia renovável. A Agência Francesa de Energia também apresentou
recentemente um estudo que demonstra como a França poderia gradualmente
reduzir sua alta dependência da energia nuclear e também alcançar 100%
de energia renovável até 2050.
“Como anfitrião da Conferência sobre Mudança
Climática, em Paris, o presidente Hollande deve defender o objetivo de
longo prazo de um fornecimento de energia em todo o mundo a partir de
energias renováveis. Esta é a única maneira de direcionar os
investimentos necessários para a proteção do clima e a luta contra a
pobreza”, conclui Kaiser.
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