Marcha do Povo pelo Clima toma as ruas de Nova York e intensifica
pressão sobre líderes mundiais que debatem clima na sede da ONU
Com a reunião sobre mudanças climáticas convocada pelo Secretário
Geral da ONU Ban Ki-moon, marcada para dia 23 em Nova York com 122
líderes de governo, inclusive a presidente Dilma Rousseff, a sociedade
civil mundial foi às ruas de 166 países
para marchar e cobrar medidas mais duras e eficazes dos líderes em
relação ao desastroso quadro do clima global. Em Nova York, A Marcha do
Povo pelo Clima juntou 310 mil pessoas para mostrar à ONU que eles já
estão tomando medidas em suas comunidades, e apoiarão qualquer avanço
feito no Ban Ki-moon Summit.
Tudo ocorreu tranquilamente, sem violência, num clima amigável e
familiar. Crianças, idosos e até os bichos de estimação marcharam pelo
clima. O recado para a reunião da ONU vem em importante momento. Como um
ensaio para a Conferência das Mudanças Climáticas, a COP 20, sediada em
dezembro desse ano no Peru, o encontro proposto por Ban Ki-moon tem o
dever de intensificar o debate sobre o tema, derrubando o persistente
ceticismo dos governos e encaminhando propostas concretas para a
conferência do fim do ano.
Para tanto, o próprio Secretário General da ONU participou da marcha.
“Não tem plano B porque não temos planeta B. Obrigado a todos por seus
esforços e poder de mudança”, disse ele. Bill McKibben, fundador da ONG
350.org, afirmou que as mobilizações internacionais demonstram um
momento de fortalecimento da atuação política da sociedade.
Os desastres naturais, por exemplo, são resultado das mudanças climáticas. Assim como no estado do Rio Grande do Sul, que sofre uma escalada dessas ocorrências,
comunidades do mundo inteiro são afetadas por tempestades, inundações e
cheias, como também deslizamentos, secas e migração forçada. Uma
transição dos combustíveis fósseis, redução dos despejos e uma política
de transporte público estratégica são algumas das demandas da marcha
para uma economia baseada tanto em pessoas como no planeta.
Dois dos maiores emissores de gás efeito estufa, EUA e China, que são
avaliados como ponto focal da reunião, recentemente aprovaram planos
para reduzir a poluição de usinas sujas em seus respectivos países.
Assim como o Brasil, ambos os países têm um importante papel a
desempenhar na transição da matriz energética.
É justo reconhecer que as mudanças climáticas assumem um papel cada
vez mais sensível no debate global. Por um lado, inúmeros estudos –
dentre eles o IPCC, painel internacional da ONU – colocam o homem como
principal responsável pelo desequilíbrio do clima. E puxando o outro
lado da corda, com resoluta força, estão os governos e grandes empresas,
embasados por uma lógica de desenvolvimento ultrapassada. Desde o
século XIX, a partir da Revolução Industrial, a exploração desenfreada
de recursos naturais, e o uso deles, como os combustíveis fósseis,
catalisou as mudanças climáticas para o alarmante nível atual. O planeta
e a sociedade pedem um modelo de crescimento do século XXI, responsável
e sustentável. Mas atenção, ainda para esse mesmo século. Se não, pode
esquecer.
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