Itamaraty realiza reuniões para a segunda fase das consultas públicas
para o novo acordo global do clima. Greenpeace participa e cobra metas
ambiciosas de redução de emissões.
Brasil precisa apresentar metas de redução de emissões de gases
do efeito estufa em Conferência do Clima da ONU (©divulgação)
Começa hoje a segunda fase das consultas públicas do Itamaraty para o
novo acordo global do clima. Durante a semana serão realizadas reuniões
nas quais serão discutidas as contribuições da sociedade civil para as
metas de redução de emissões de gases do efeito estufa que o Brasil
precisa apresentar em 2015 na Conferência do Clima da ONU (COP).
Em julho, o Greenpeace participou da primeira fase da consulta pública
e pediu em sua demanda o compromisso do governo brasileiro de reduzir,
até 2050, as emissões do setor de energia em 60% em relação ao projetado
em seu cenário de referência de seu relatório [R]evolução Energética.
Na prática, isso significaria sair de 777 milhões de toneladas de CO2
por ano – um dos principais gases do efeito estufa responsáveis pelas
mudanças climáticas - para menos da metade, apenas 312 toneladas por
ano.
Também significa dizer que mesmo considerando o crescimento do
consumo energético das diversas áreas e setores - transporte, indústria,
geração de eletricidade, entre outros - ainda manteríamos as emissões
do setor, em 2050, 13% abaixo das emissões de 2010. É esse tipo de
atitude e de decisão que o Greenpeace espera do governo brasileiro em
relação às suas emissões, metas ambiciosas e que realmente façam a
diferença, não apenas promessas esvaziadas.
A redução cumulativa proposta no cenário do Greenpeace é equivalente a
5 bilhões de toneladas de CO2, sendo 465 milhões de toneladas apenas em
2050. “O Brasil tem que se comprometer com ações de redução de emissões
concretas e não ficar apenas no discurso. As mudanças climáticas já são
realidade e como sexto maior emissor do mundo temos que entender a
urgência disso”, disse Barbara Rubim, coordenadora de Clima e Energia do
Greenpeace Brasil.
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