Thursday, September 18, 2014

Nuclear em baixa, solar em dúvida

O debate entre presidenciáveis promovido pela CNBB na última terça-feira (16) trouxe sinalizações relevantes sobre as perspectivas do atual governo para o setor de energia

 
Instalação de paineis solares por voluntários. © Nathalie Bertrams / Greenpeace


Por um lado, a presidente Dilma Rousseff indicou que energia nuclear está longe de ser uma prioridade. Apesar de não descartar a conclusão das obras da usina de Angra 3, declarou que não vê o investimento em nuclear como necessário ou tampouco estratégico, mostrando concordar que o Brasil não precisa dessa fonte de energia altamente poluidora e insegura - algo defendido pelo Greenpeace e por várias organizações e movimentos que se opõem à energia nuclear no Brasil e no mundo.
Por outro lado, Dilma mostrou que ainda existe resistência ao investimento em energia solar, afirmando não crer que essa fonta tenha potencial para se tornar protagonista no país.
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Infelizmente, neste ponto Dilma vai contra toda evidência científica disponível, e do planejamento feito pela própria Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do seu próprio governo, segundo o qual até 2050 nossa matriz contará com 118 GW de energia solar. A posição da EPE segue o mesmo rumo do proposto pelo Greenpeace em seu relatório [R] evolução energética (link).
A história, pelo visto, se repete: há alguns anos o governo também não valorizava o potencial da energia eólica, que hoje já compete em custo com hidrelétricas e cresce a passos largos. Não há, assim, porque continuar duvidando do potencial do Sol - fonte ideal para complementar uma matriz baseada em hidrelétricas, como a nossa - e adiando investimentos cruciais para que o país consiga garantir, no caso da falta de chuva, luz e preços estáveis. O que falta é só vontade política.
Energia é tema quente nestas eleições, e felizmente o debate sobre novas fontes renováveis está mais forte do que nunca. Seguiremos pressionando todos os candidatos a assumirem compromissos cada vez mais consistentes e significativos. A pressão apenas se ampliará para cima de quem quer que seja eleito a partir do ano que vem!

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