Wednesday, September 24, 2014

Parem o trem

Ativistas bloqueiam trem com mais de uma tonelada de carvão no Reino Unido 

© Greenpeace

Cinquenta ativistas do Greenpeace ocuparam um trem que carregava cerca de 1.500 toneladas de carvão que seriam entregues a uma das usinas mais poluentes do Reino Unido. Os ativistas utilizaram luzes de emergência para forçar a paralização do trem, que tinha como destino a usina de Cottam, em Nottinghamshire. Além de bloquear a rota, o grupo transferiu carvões de um vagão inteiro para sacos personalizados com o nome do presidente Vladimir Putin, a fim de enviá-los de volta à Rússia.
A usina de carvão de Cottam é uma das mais poluentes da Europa – juntamente à usina de West Burton, libera anualmente mais carbono para atmosfera do que o Sri Lanka.
“Estamos fazendo exatamente o que o líderes de governo em Nova Iorque deviam fazer, que é impedir a movimentação do carvão, uma das fontes mais prejudiciais a saúde e ao meio ambiente”, afirma Will McCallum, coordenador da campanha de clima do Greenpeace Reino Unido.
O bloqueio do Greenpeace ocorreu enquanto David Cameron se preparava para expor os planos do Reino Unido para inibir as emissões de carbono na Comissão do Clima da ONU, em Nova Iorque. Ao mesmo tempo, o líder da oposição, Ed Miliband, era esperado na conferência do Trabalho para discursar a posição do seu partido sobre energia e alterações climáticas.
Um ativista fantasiado de urso polar ficou parado na frente do trem, impedindo que o veículo se locomovesse. O urso é o principal símbolo da campanha “Salve o Ártico” do Greenpeace, que já mobilizou cerca seis milhões de pessoas em todo o mundo.

© Greenpeace

 O Greenpeace está fazendo um chamado para os líderes políticos justificarem suas promessas, opondo-se a novos subsídios, parando a queima desnecessária do carvão e estabelecendo um plano claro para aposentar a prática de extração de carvão dentro dos próximos dez anos, buscando fontes limpas de energia. O ‘vício’ britânico por carvão está causando danos climáticos, poluição atmosférica e uma perigosa dependência de oligarquias russas, já que o Reino Unido importa 51% do carvão russo.
Os ativistas exigem medidas para combater os danos causados pela emissão de carbono. As companhias de energia vêm queimando uma quantidade desnecessária de carvão, visando somente o lucro, ignorando outras formas de energia, como o gás natural. Como resultado, as emissões de carbono no Reino Unido aumentaram em 20% entre 2010 e 2013.
“Para piorar a situação, o governo está prestes a nos condenar a muito mais anos de dependência dessa energia suja, dando milhões de libras em subsídios para manter a exploração da energia proveniente do carvão”, afirma McCallum.
Consultores climáticos do próprio governo alertaram que a Reino Unido precisa aposentar o uso do carvão até o início da próxima década se quiser cumprir as metas de redução de carbono.
Médicos especialistas na área afirmam que as emissões são responsáveis por 1600 mortes prematuras e custam ao país mais de dois bilhões de libras por ano.
O Greenpeace escreveu uma carta a todos os operadores de usinas de carvão do Reino Unido em agosto, a fim de alertar para os impactos na saúde e no clima como consequência da queima de carvão, entretanto, não foi obtida nenhuma resposta.
Jacky Westwood (56), que era um dos ativistas presentes no trem, disse:
"Temos alertado nossos líderes políticos durante anos sobre os custos humanos e ambientais da queima de carvão. Eu mesmo já assinei petições, cartas aos deputados e esteve em marchas - mas eles não deram ouvidos. É por isso que hoje eu estou tomando a ação direta pacífica para proteger a saúde, a vida e a propriedade das pessoas em todo o mundo, contra a devastação da mudança climática movidos a nossa dependência do carvão sujo."

© Greenpeace


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