Friday, August 29, 2014

Shell insiste no erro

Após acidentes e multas, Shell anuncia novo plano de exploração do Ártico para o próximo ano, embora não defina os locais exatos


Plataforma de perfuração da Shell no Alaska, em 2013. (© Tim Aubry / Greenpeace)

A petrolífera anglo-holandesa Shell parece não se convencer, mesmo após péssimas experiências, de que explorar petróleo no Ártico pode ser uma grande roubada. Prova disso é o plano de exploração para 2015, entregue pela companhia ao governo norte americano essa semana tentando, uma vez mais, extrair petróleo da região.
Nos últimos anos, a Shell tem tido muitos problemas na região ártica do Alasca, onde abriu dois poços de exploração em 2012. Após lidar com vazamentos e o náufragio de uma plataforma, a empresa foi pressionada por grupos ambientalistas, entre eles o Greenpeace, a encerrar suas operações de alto risco na região. A Shell não chegou a apresentar um plano de contingência satisfatório para as condições árticas: águas extremamente geladas, icebergs, tempestades, escuridão e a presença de vida animal já ameaçada.
“A Shell vê isso [a entrega de um plano ao governo] apenas como uma formalidade, acreditando que poderá fazer o que bem entender na região. A companhia está ignorando diversos estudos de agências reguladoras e instituições ambientais, tudo por mais um pouco de petróleo”, defende John Deans, da campanha Salve o Ártico, referindo-se às reservas de petróleo da região, suficientes para abastecer o planeta por apenas mais 3 anos.
Segundo a empresa, o novo plano consiste em duas plataformas operando no Mar de Chukchi, região do Alasca que faz parte do Ártico, onde ela estima uma produção de 400 mil barris de petróleo por dia.
“Mais de US$ 6 bilhões já foram gastos até agora pela Shell, e tudo que eles têm a mostrar são águas contaminadas, uma plataforma naufragada e uma nota de imprensa sobre o desastre”, conclui Deans.

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