Após acidentes e multas, Shell anuncia novo plano de exploração do Ártico para o próximo ano, embora não defina os locais exatos
Plataforma de perfuração da Shell no Alaska, em 2013. (© Tim Aubry / Greenpeace)
A petrolífera anglo-holandesa Shell parece não se convencer, mesmo
após péssimas experiências, de que explorar petróleo no Ártico pode ser
uma grande roubada. Prova disso é o plano de exploração para 2015,
entregue pela companhia ao governo norte americano essa semana tentando,
uma vez mais, extrair petróleo da região.
Nos últimos anos, a Shell tem tido muitos problemas na região ártica
do Alasca, onde abriu dois poços de exploração em 2012. Após lidar com
vazamentos e o náufragio de uma plataforma, a empresa foi pressionada
por grupos ambientalistas, entre eles o Greenpeace, a encerrar suas
operações de alto risco na região. A Shell não chegou a apresentar um
plano de contingência satisfatório para as condições árticas: águas
extremamente geladas, icebergs, tempestades, escuridão e a presença de
vida animal já ameaçada.
“A Shell vê isso [a entrega de um plano ao governo] apenas como uma
formalidade, acreditando que poderá fazer o que bem entender na região. A
companhia está ignorando diversos estudos de agências reguladoras e
instituições ambientais, tudo por mais um pouco de petróleo”, defende
John Deans, da campanha Salve o Ártico, referindo-se às reservas de
petróleo da região, suficientes para abastecer o planeta por apenas mais
3 anos.
Segundo a empresa, o novo plano consiste em duas plataformas operando
no Mar de Chukchi, região do Alasca que faz parte do Ártico, onde ela
estima uma produção de 400 mil barris de petróleo por dia.
“Mais de US$ 6 bilhões já foram gastos até agora pela Shell, e tudo
que eles têm a mostrar são águas contaminadas, uma plataforma naufragada
e uma nota de imprensa sobre o desastre”, conclui Deans.
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