R$287 bilhões é o que o Brasil pouparia se reduzisse o consumo de
combustível com veículos mais eficientes. O valor é equivalente a mais
de 190.000 km de ciclovias.
Os R$287 bilhões que seriam economizados com redução de consumo de combustível equivalem, por exemplo, a 1.430 km de metrô.
O que você faria com centenas de bilhões de reais? E, não, não
estamos falando sobre ganhar na loteria e ficar bilionário. Uma análise
econômica encomendada pelo Greenpeace revelou que se os carros
brasileiros fossem mais eficientes e consumissem menos energia – no
mesmo padrão que os automóveis europeus já têm hoje – a redução do
consumo de combustível no país pouparia R$ 287 bilhões até 2030.
“Essa economia não é pouca e seria um alívio para o bolso dos
brasileiros. Além disso, poderia ser direcionada para outras gastos que
não combustíveis fósseis, trazendo benefícios para o país”, disse Iran
Magno, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Os R$287 bilhões que seriam economizados equivalem, por exemplo, a 1.430
km de metrô, 14.350 km de corredores de ônibus, ou então, mais de
190.000 km de ciclovias.
O problema com os veículos brasileiros, no entanto, não para por aí.
Por pouco se comprometerem com avanços de eficiência energética e com a
redução do consumo de combustível nos carros produzidos por aqui, as
grandes montadoras de veículos não são apenas injustas com o consumidor.
Elas também são um vetor importante de problemas ambientais, de 1990 à
2012, as emissões de gases de efeito estufa do setor cresceram cerca de
143% enquanto o consumo de combustível cresceu cerca de 140%.
Em abril de 2014, o Greenpeace lançou o desafio às três maiores montadoras no Brasil
- Fiat, Chevrolet e Volkswagen – para que elas adotassem tecnologia
mais moderna em seus carros, para que eles consumam menos combustível e
emitam menos gases de efeito estufa. De lá pra cá, as três empresas
responderam à provocação de fabricarem carros da Idade da Pedra, mas foi
muita fala para pouco conteúdo.
A Fiat foi a primeira a responder, seguida pela Chevrolet, e apenas agora em agosto, foi a vez da Volkswagen que afirmou que o tema da eficiência de seus veículos é prioritário, mas ficou apenas no discurso e não mostrou que vai agir.
A análise foi desenvolvida com base nos dados de consumo de
combustível evitado, caso o Brasil adote o padrão de eficiência
energética exigido para os carros Europeus até 2021. Esses dados foram
apresentados no estudo Eficiência Energética e Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)
produzido pelo Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro), desenvolvido em parceria com o Greenpeace e lançado em abril
de 2014.
A discussão sobre o papel do setor de transportes deve ganhar espaço
de destaque visto que o último relatório do IPCC (Painel
Intergovernamental em Mudanças Climáticas) aponta que o setor é o que
tem maior potencial de crescimento de emissões de gases de efeito estufa
até 2050, principalmente em países emergentes.
“É inegável que precisamos de veículos que consumam menos combustível
e que sejam mais eficientes. Para além disso, é essencial repensar a
mobilidade urbana dos grandes centros, retirando o protagonismo do carro
e pensando em soluções para pessoas”, concluiu Magno.
Envie agora sua mensagem para as montadoras exigindo carros mais limpos e eficientes.
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