Greenpeace instala placas solares em seu escritório em Manaus e será o
primeiro sistema fotovoltaico do Amazonas conectado a rede
O Brasil acaba de ganhar mais uma instalação solar: o
escritório do Greenpeace em Manaus. Com 48 placas fotovoltaicas e
capacidade média de 11,52 kWp, a expectativa é a de que – além do Sol
brilhar e iluminar muito esse telhado – sejam gerados cerca de
1000kWh/mês pelo sistema. Este será o primeiro sistema do Estado a estar
conectado a rede, sob a resolução 482 da Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) que permite descontos na conta de luz a partir da
micro e minigeração de energia.
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Além de demonstrar que a energia solar já é uma
realidade no Brasil, com essa instalação a organização quer apresentar
os inúmeros benefícios dessa fonte renovável. “Trata-se de uma energia
renovável e limpa, com baixa emissão de gases do efeito estufa,
responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas”, disse
Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do
Greenpeace Brasil. Segundo Baitelo, “há ainda outras vantagens como
baixos impactos socioambientais, geração de empregos verdes e, com a
resolução da Aneel, economia na conta de luz dos brasileiros.”
Há mais de um ano, os brasileiros deixaram de ser
apenas consumidores de energia para passarem a ser também geradores com a
resolução que estabeleceu as condições gerais para a geração renovável
de pequeno porte permitindo na prática descontos na conta de luz.
O Brasil tem um potencial renovável e solar muito
elevado e deveria apostar nessa fonte para gerar energia em grande
escala, criando as condições necessárias para que mais pessoas possam
instalar em suas residências. “Há duas questões cruciais que precisam
ser resolvidas para que a geração solar possa ganhar mais espaço no
Brasil: a falta de conhecimento sobre a fonte e políticas públicas e
linhas de financiamento adequadas”, disse Baitelo.
Em pesquisa desenvolvida pela Market Analysis em
conjunto com o Greenpeace, foi identificado que apenas três em cada 10
brasileiros conheciam energia solar e a resolução da Aneel. No entanto,
apesar do desconhecimento, quase 90% da população entrevistada afirmou
ter interesse em saber mais sobre microgeração e que consideram que
produzir sua própria energia é importante e, caso houvesse linhas de
crédito com juros baixos, adotariam sistemas residenciais de energia.
O Brasil pode e deve diversificar sua matriz elétrica para além de
hidrelétricas e térmicas, opções caras ou com altos impactos
socioambientais. . Para se ter uma ideia, a solarização de 250 mil casas
por ano – ou seja, menos de 0,5% das unidades consumidoras residenciais
do país – permitiria ao Governo, ao se atingir o número de 1 milhão de
casas, reduzir o valor hoje gasto na compra de energia térmica - cerca
de R$1,3bi ao ano. “Espero que o exemplo do escritório de Manaus ilumine
os caminhos para a energia solar e que ela possa ter cada vez mais
espaço entre os brasileiros”, concluiu Baitelo.
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