Segundo dados do INPE, os alertas de corte raso identificados pelo DETER
de agosto de 2014 a julho de 2015 chegaram a 3.260 Km2, área 107% maior
que a registrada no ano anterior
Área desmatada no Mato Grosso para expansão do agronegócio. Estado foi o
"campeão" em alertas de desmatamento e degradação. (© Paulo
Pereira/Greenpeace)
Seguindo a publicação dos dados do SAD do IMAZON,
divulgados na última quinta feira, o Instituto Nacional de Pesquisa
Espaciais (INPE) liberou hoje os dados de seu Sistema de Detecção do
Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real – DETER e os números não
são nada animadores: o corte raso (3260 Km2) e a degradação florestal
(1708,5 Km2), somados aos alertas não confirmados, totalizam uma
destruição de 5.121,92 Km2. Estes são os maiores índices dos últimos
seis anos, invertendo a tendência de queda que vinha sendo apontada pelo
sistema.
“Sabemos que os sistemas de alertas não representam o total de
desmatamento e nem são eficazes para pegar pequenos desmatamentos com
menos de 25 hectares e é exatamente isso que preocupa, pois com este
aumento de alertas podemos esperar também um crescimento na taxa anual
medida pelo Prodes*”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do
Greenpeace.
Os alertas de desmatamento e degradação acumulados de agosto de 2014 à
julho de 2015 superaram em 69% os índices registrados no período
anterior, de agosto de 2014 a julho de 2014.
Mais uma vez o estado do Mato Grosso liderou este triste ranking, somando 1.815 Km2 sendo, o equivalente a 35% de todos os alertas, seguido de perto pelo Pará que somou 1.535 Km2, com 29,8% do total, e Rondônia com 769 Km2, responsável por 15% dos alertas no período.
Enquanto o desmatamento corre solto na floresta, sem que o governo dê
a devida importância para o fato, diversas regiões do país enfrentam
uma grave crise hídrica, como os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais, que vivem com a iminência de racionamento de água para os
próximos meses.
O desmatamento não afeta apenas quem vive na floresta, pelo
contrário, seus efeitos já estão sendo sentidos pelo Brasil afora. Ao
desmatar as florestas interferimos em um equilíbrio delicado e o planeta
todo paga a conta.
“Infelizmente o futuro que se anuncia não é nada bom. Em seus últimos encontros internacionais, com o presidente dos Estados Unidos e a chanceler da Alemanha,
o governo brasileiro não apresentou nenhuma ambição, limitando-se
apenas a acabar com desmatamento ilegal até 2030”, observa Batista.
Para acabar de vez com a destruição florestal o Brasil precisa fazer o
dever de casa, assumindo um compromisso com o Desmatamento Zero e com o
futuro. Faça parte do movimento pelo fim do desmatamento no Brasil
AGORA, assine pelo Desmatamento Zero.
*Prodes – Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia
Legal - é o sistema de monitoramento oficial, medido pelo INPE. Como
utiliza outro tipo de satélite, que detecta desmatamentos menores de até
6,25 hectares, o índice é usado para indicar a taxa oficial de
desmatamento do Brasil.
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