Com a revisão dos dados preliminares, o índice de queda no desmatamento
ficou abaixo do que havia sido divulgado em novembro, passando de 18%
para 15%
As florestas são essenciais para a regulação do clima e para a produção
de chuvas. Foto de enorme área desmatada, em Roraima. (©
Greenpeace/Marizilda Cruppe).
Nesta sexta-feira os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e
da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, apresentaram o
resultado consolidado do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na
Amazônia Legal (Prodes), referente ao período de agosto de 2013 a julho
de 2014. O número sofreu uma pequena variação em relação à estimativa
divulgada em novembro
do ano passado, a taxa oficial ficou em 5.012 km², que corresponde a
uma redução de 15% em relação ao período anterior (2012-2013).
Durante a coletiva a ministra afirmou que a meta é chegar à taxa de
desmatamento de 3.915 km² na Amazônia até 2020. Mas o fato é que, diante
da crise climática que já estamos vivenciando, todo o desmatamento
deveria ser evitado. O Brasil já desmatou o suficiente e hoje dispõe de
áreas já abertas o suficiente para até dobrar a produção agrícola sem
precisar cortar mais florestas. Inclusive, parte do setor produtivo já
mostrou ser possível produzir sem destruir florestas, vide a Moratória da Soja e o Compromisso Público da Pecuária. Agora, deveríamos estar preocupados em como acabar de vez com o desmatamento.
Apesar da queda no desmatamento, a destruição de florestas ainda é o principal fator de emissões de gases do efeito estufa no Brasil
e o governo brasileiro vem dando pistas que zerar o desmatamento não
está entre suas prioridades. Ainda no ano passado, em reunião da ONU, o
governo brasileiro se negou a assinar a declaração de Nova Iorque,
documento que pede o fim do desmatamento em escala mundial. E há alguns
meses, em encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
a presidenta Dilma Rousseff se comprometeu, sem qualquer
constrangimento, que trabalharia para tentar cumprir o Código Florestal,
que ainda permite desmatamento. Enquanto isso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
(Organização das Nações Unidas), cuja versão final foi publicada nessa
semana, prevê dentre suas metas acabar com o desmatamento até 2020.
O Brasil tem condições e deve fazer mais. Por isso, assumir um
compromisso realmente audacioso de Desmatamento Zero é fundamental para o
clima e para o nosso próprio futuro. Como disse recentemente o
presidente Obama, “somos a primeira geração a experimentar os efeitos
das mudanças climáticas e a última que pode fazer algo a respeito”.
Faça parte do movimento pelo Desmatamento Zero no Brasil. Assine a petição por uma lei que garanta a proteção das florestas e junte-se a mais de 1,2 milhões de brasileiros.
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