Dados publicados pelo IMAZON mostram um aumento de 63% nos alertas de
desmatamento e de 147% na degradação florestal, no período de agosto de
2014 a julho deste ano
Exploração ilegal de madeira deixa rastro de desmatamento e degradação em TI no Pará (© Daniel Beltrá/ Greenpeace)
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) publicou
ontem os resultados de seu Sistema de alerta do Desmatamento, o SAD, e
as taxas consolidadas para o ano são altas: a área com desmatamento foi
63% maior, entre agosto de 2014 e julho de 2015, na comparação com o
mesmo período do ano anterior. Só em julho, foram detectados 542 KM2 com alertaS de desmatamento, área 53% maior que o registrado em julho do ano passado.
“O SAD não é o instrumento mais indicado para medir as áreas
perdidas, pois só “enxerga” desmatamentos maiores que 25 hectares.
Porém, ele dá uma boa indicação do que podemos esperar na divulgação da
taxa oficial medida pelo INPE, nos últimos anos tivemos apenas uma
divergência entre as duas tendências”, explica Rômulo Batista da
campanha da Amazônia.
Outro aumento muito preocupante foi o de trabalhadores do campo e
ativistas ambientais mortos. Segundo informações da Comissão Pastoral da
Terra, publicadas no final de julho, foram 23 mortos só no primeiro
semestre, sendo 22 na Amazônia. Pessoas simples, camponeses, que foram
mortos por sua luta para manter suas terras e modo de vida, impedindo
assim o avanço do desmatamento e da exploração ilegal da floresta.
Infelizmente a violência continua e esta semana levou o Sr. Raimundo
Santos Rodrigues. Conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi desde 2012,
ele era um defensor ferrenho da floresta e vinha denunciado a
exploração ilegal da floresta. Sua esposa, que o acompanhava no momento
do ataque dos assassinos, também foi atingida e segue internada.
O Brasil já conseguiu reduzir o desmatamento. Mas enquanto não houver
melhoria e investimento na governança na Amazônia, um compromisso real
com o Desmatamento Zero,
o combate à exploração ilegal de madeira e o reconhecimento, respeito e
proteção aos direitos dos povos tradicionais da floresta por parte dos
Governos Federal e Estaduais, a paz na floresta nunca será alcançada.
Recentemente o governo brasileiro se comprometeu a acabar com o
desmatamento ilegal até 2030, ou seja, cumprir a lei daqui a 15 anos.
Mas, até lá, quantas arvores serão tombadas e quantas vidas serão
perdidas nos rincões amazônicos?
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