Com a chegada do navio Fennica ao Oceano Ártico, governo dos EUA concede licença que faltava para empresa operar na região
Ativistas do Greenpeace em frente a plataforma de petróleo da Shell que vai operar no Ártico (© Keri Coles / Greenpeace)
Uma semana após o presidente Obama anunciar visita ao Alasca para
conhecer comunidades tradicionais ameaçadas pelas mudanças climáticas, o
governo dos Estados Unidos concedeu último aval necessário para que a
empresa anglo-holandesa Shell perfure poços em busca de petróleo no
Ártico.
Com a volta do navio quebra-gelo Fennica ao Mar de Chukchi,
região do Alasca que faz parte do Ártico, o Departamento do Interior da
administração Obama liberou a exploração nas águas geladas do Oceano
Ártico. A Shell gastou cerca de 7 bilhões de dólares para operar na
região.
Para a diretora executiva do Greenpeace EUA, Annie Leonard, o
presidente Obama não pode anunciar uma visita ao Alasca para constatar
os impactos do aquecimento global e ao mesmo tempo liberar a exploração
de combustíveis fósseis na região ártica.
“Essa permissão significa que a administração Obama está abandonando o
Ártico a um destino que depende da Shell. Enquanto o presidente
conseguiu certo progresso na redução de emissões, seu legado ambiental
será determinado pela sua decisão de manter ou não os combustíveis
fósseis sob a terra”, comenta Leonard.
A petrolífera encaminhou o pedido assim que o navio Fennica
se aproximou do Oceano Ártico. O quebra-gelo seria necessário, segundo o
governo norte americano, por conter equipamentos de contenção de
vazamento. “No entanto, as águas geladas e tempestuosas do Ártico
representam um alto grau de dificuldade para a limpeza, uma vez que o
óleo demora muito mais para se dissolver em baixas temperaturas”,
explica Thiago Almeida, da campanha Salve o Ártico do Greenpeace Brasil.
No mês passado, ativistas do Greenpeace se penduraram da ponte St. John, em Portland, nos Estados Unidos, para bloquear a saída do Fennica que seguia rumo ao Ártico.
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