Friday, August 21, 2015

Reunião da CMTT decepciona organizações civis

A previsão do não cumprimento da lei de mundanças climáticas, a intermodalidade restrita às regiões centrais e a falta de espaço para participação da população preocupam ONGs

 Ação do Greenpeace pela prorrogação do prazo de consulta pública em licitação de novo sistema de ônibus da capital paulista (Foto: Rogério Assis/Greenpeace)
sexta-feira, 21 de agosto de 2015 Ação do Greenpeace pela prorrogação do prazo de consulta pública em licitação de novo sistema de ônibus da capital paulista (Foto: Rogério Assis/Greenpeace)

 Organizações da sociedade civil participaram ontem da reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, convocada pela Secretaria de Transportes de São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre o edital de licitação do novo sistema de transporte paulistano, que prevê a contratação dos serviços pelos próximos 20 anos.
Pela lei de mudanças climáticas de São Paulo, a partir de 2018 o transporte público estará obrigado a usar 100% de combustíveis renováveis. No entanto, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, já sinalizou que a lei não será cumprida no prazo e atribuiu o atraso às montadoras e fabricantes de ônibus. “Desconfio que existe um lobby das montadoras em não investir em energia limpa vinculada a ônibus. Isso só avança em automóveis particulares”, disse ele, durante a reunião de hoje.
Além da garantia de transição para combustíveis limpos, atendendo à lei municipal de mudanças climáticas, as organizações cobraram a viabilização da integração entre ônibus e bicicleta e a garantia de que as reclamações dos usuários do transporte irão influenciar na remuneração das empresas.  
O Greenpeace apontou a necessidade de diversas mudanças no edital para que a cidade realmente cumpra essa lei. “Por que a única política pensada para intermodalidade está na unificação das bicicletas compartilhadas (que não existem na periferia) com o bilhete único? Como podemos garantir que a meta do plano municipal de mudanças climáticas seja cumprida se o próprio secretário já disse que não será? A frota limpa está sendo reduzida, mas não há indicativo na remuneração, por quê? E o que acontece com as empresas que não fizerem a transição?”, questiona Vitor Leal, da Campanha de Mobilidade do Greenpeace
Diversos grupos aderiram à mobilização por mais envolvimento da sociedade no processo de licitação. E o movimento continua neste domingo (23), com atividades na Avenida Paulista, que estará aberta às pessoas e fechada para carros, para a inauguração de um novo trecho da ciclovia. Entre outras entidades, Greenpeace, Idec e Cidade Ativa estarão presentes, conversando com a população e esclarecendo pontos importantes a respeito da licitação e de seu impacto no dia-a-dia das pessoas.
Outras informações sobre a mobilização estão no evento criado no Facebook pelo coletivo “Busão dos Sonhos”, que reúne as organizações que estão acompanhando o processo de licitação.

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