Na abertura da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, mensagens são de urgência de ação e necessidade de compromissos
Christiana Figueres, secretária-executiva da COP, Conferência
das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas, na abertura da
20a sessão
(©Greenpeace/Ernesto Benevides)
Essa é a mensagem de Christiana Figueres, secretária-executiva da COP
– Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – na abertura
da 20a sessão que começa hoje e que vai até 12 de dezembro.
Neste encontro, diplomatas e cientistas têm a missão de chegar a
primeira versão do acordo que obrigará países a cortar emissões de gases
de efeito estufa a partir de 2020 e que será assinado em 2015, em
Paris.
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Figueres explicou o que considera ser os principais objetivos da
Conferência em Lima ao afirmar que “precisamos do rascunho do novo
acordo global e das metas nacionais”, além de discutir a questão de
adaptação – considerada pela secretária-executiva tão importante quanto o
debate sobre mitigação – e de determinar a capacidade de financiamento
dos países.
O Brasil, sexto maior emissor global, tem um papel fundamental nas
discussões. Para Márcio Astrini, coordenador de políticas públicas do
Greenpeace Brasil, “o país tem que se comprometer em reduzir suas
emissões. No setor de energia, por exemplo, temos que voltar os
investimentos para novas renováveis como solar e eólica. Precisamos
diversificar e descentralizar nossa matriz, além de acabar
definitivamente com o desmatamento em nosso país”
Segundo o Plano Decenal de Energia do Governo, que prevê os
investimentos para o setor durante a próxima década, mais de 70% do
valor seria destinado aos combustíveis fósseis. As hidrelétricas também
recebem especial atenção neste plano, sendo que cerca de 90% delas estão
planejadas para serem construídas na Amazônia. A construção dessas
obras ameaça o futuro de diversos povos indígenas e utiliza os
investimentos que deveriam ser direcionados para outras fontes.
Ainda na abertura da Conferência, Rajendra Pachauri, presidente do
IPCC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas)
apresentou a síntese do quinto relatório, que trouxe evidências
científicas alarmantes e os possíveis impactos caso as emissões
continuem subindo. “Quanto mais demorarmos para agir, mais difícil e
mais caro será para frearmos o aumento da temperatura global”, disse
Pachauri.
“As mudanças climáticas já atingem populações no mundo todo e já
passou da hora de agirmos. Esta é a vigésima Conferência do Clima e até
agora, pouco foi feito para que compromissos ambiciosos fossem
estabelecidos e cumpridos. A COP em Lima precisa ser um momento decisivo
e, de fato, entrar para a história ”, concluiu Astrini.
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