Ministros e negociadores precisam se comprometer com ações mais
ambiciosas para combater as mudanças climáticas após tufão Hagupit
atingir as Filipinas
"Hora de mudar: o futuro é renovável" é a mensagem montada
com letras
gigantes por ativistas do Greenpeace nas históricas
Linhas de Nazca, no
Peru. (©Thomas Reinecke/Greenpeace)
Antes mesmo de amanhecer e de começar a segunda semana das
negociações climáticas, vinte ativistas do Greenpeace de sete países
diferentes passaram uma importante mensagem nas históricas linhas de
Nazca, no Peru, ao montar a frase com letras gigantes “Hora de mudar: o
futuro é renovável.”
A mensagem é direcionada para os líderes mundiais e ministros presentes na COP20 – a 20a
Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em Lima - e que
estão falhando quando se trata de agir contra as mudanças climáticas.
Enquanto eles discutem em plenárias e reuniões sem alcançar medidas
concretas, países como a Filipinas são novamente afetados por um tufão
extremamente destruidor, pagando o preço pela falta de ação dos outros.
Segundo Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional,
que foi até as Filipinas para acompanhar os impactos do tufão Hagupit,
“esta é uma das maiores evacuações humanas desde o fim das grandes
guerras, na tentativa de fazer com que o tufão Hagupit atinja a menor
quantidade de pessoas possível. Enquanto isso, a maior parte dos
negociadores permanecem sentados confortáveis e não entregam a ação
necessária urgente para combater as mudanças climáticas.”
Este é o terceiro ano consecutivo em que as populações das Filipinas
são atingidas por eventos climáticos extremos. “Na próxima semana, os
negociadores devem pesar suas consciências e encontrar o impulso para
nos colocar no caminho rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis e na
direção rumo a um futuro com 100% de energias renováveis. É o mínimo que
a população Filipina merece e espera que seja feito”, concluiu Naidoo.
Os ativistas do Greenpeace do Brasil, Argentina, Chile, Espanha,
Itália, Alemanha e Áustria montaram a mensagem em homenagem ao povo de
Nazca, cujos antigos geoglifos são um dos marcos históricos da cultura
peruana. Acredita-se que uma das razões para o desaparecimento do povo
de Nazca pode estar relacionado à mudanças climáticas extremas na
região. Hoje, os efeitos no clima causados pelas ações humanas – queima
de combustíveis fósseis como óleo, carvão e gás – estão ameaçando o
nosso futuro.
“Não deveria ser mais permitido que empresas e indivíduos lucrem com a
destruição do clima, colocando em risco a vida de comunidades como as
que existem nas Filipinas. Em 2015, como parte de seus compromissos com o
clima, os governos terão que exigir que os lucros das empresas
poluidoras sejam usados nos investimentos necessários para corrigir esse
problema”, disse Naidoo.
Alguns dos maiores países emissores como o Estados Unidos, União
Europeia e China, apresentaram este ano seus planos para lidar com o
aumento das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, estes planos
não são suficientes para manter o aumento da temperatura no limite
considerado seguro de 2oC.
“A população das Filipinas sofre todo ano de impactos perigosos das
mudanças climáticas. Para países como as Filipinas, isto é uma questão
de sobrevivência e a falta de ação de líderes mundiais coloca nosso
futuro em xeque. O Greenpeace pede ações ambiciosas para que haja uma
rápida transição para um futuro de 100% de energias renováveis até
2050”, disse Jasper Inventor do Greenpeace Filipinas.
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