No sexto e último episódio de Linhas, apresentamos a liderança
indígena do Peru que conseguiu suspender projetos brasileiros de
hidrelétricas no território de seu povo.
Ruth Buendía, importante liderança indígena no Peru, ficou
conhecida mundialmente este ano após ter ganhado o prêmio
Goldman,
considerado o Nobel do meio ambiente.
(© Greenpeace/Eliza Capai)
Ruth Buendía, importante liderança indígena no Peru, ficou conhecida
mundialmente este ano após ter ganhado o prêmio Goldman – considerado o
Nobel do meio ambiente – devido a sua luta pela defesa dos direitos dos
Ashaninka, a mais populosa etnia indígena da Amazônia peruana.
E é ela, primeira mulher Ashaninka eleita presidente da Central
Ashaninka do Rio Ene (CARE), a última personagem do Linhas, a minissérie
em seis paradas que liga os pontos das energias no Brasil, produzida
pelo Greenpeace Brasil nas últimas semanas. A vida de Ruth se entrelaça
com a história da hidrelétrica de Pakitzapango. A liderança indígena,
junto com a CARE, conseguiu suspender a construção da obra, prevista
para acontecer nas cercanias de uma pequena comunidade indígena no Peru,
Chiquireni. “Mas sabe para onde iria a energia?”, pergunta Buendía que
logo emenda a resposta: “Para o Brasil.”
Um dia após o começo da Conferência das Mudanças Climáticas das
Nações Unidas em Lima, no Peru, o Greenpeace fortalece o debate, com
este vídeo, sobre o modelo energético brasileiro. Mais que isso:
questiona o modelo de um suposto desenvolvimento que é proposto.
Inclusive, para além de suas fronteiras.
Pakitzapango é apenas uma das hidrelétricas que fazem parte de um
acordo energético entre os governos brasileiro e peruano. Este acordo
tem duração de cinquenta anos e prevê a exportação pelo Peru de até 7200
MWh – o equivalente a metade da produção da usina hidrelétrica de
Itaipu, a segunda maior do mundo – para o Brasil. Essa energia seria
proveniente da construção de cinco grandes hidrelétricas na Amazônia
peruana.
“Ficamos sabendo da construção de Pakitzapango pela Odebrecht”, diz
Buendía, “e, como não fomos consultados, a CARE optou por informar todas
as comunidade sobre os impactos sociais e ambientais das obras e
questionou se as populações locais queriam ou não a construção.”
Com todos os vetos à construção reunidos, Buendía seguiu até a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, onde apresentou as demandas
das populações indígenas. Ela se recorda de quando teve que ir até
Washington, capital dos Estados Unidos, quando ouvia de diversos
interlocutores que estava enfrentando uma empresa muito grande e se
questionava a si mesma se conseguiria impedir as obras. “Tinha o
respaldo do meu povo, portanto, segui confiante”, diz ela.
“Em todas as batalhas, há um calcanhar de Aquiles. Temos que nos unir
para buscar estratégias e somar forças, precisamos da união do povo e
da lealdade do líder, assim conseguimos atingir o calcanhar de Aquiles e
derrubar monstros”, concluiu Buendía.
Assista o sexto e último episódio de Linhas aqui
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