Ativista brasileira Ana Paula Alminhana Maciel na Corte de Murmansk. Foto: © Dmitri Sharomov / Greenpeace
O
Ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, instruiu o
embaixador do Brasil em Moscou, Fernando Barreto, a assinar uma “carta
de garantia” pela ativista gaúcha do Greenpeace, Ana Paula Maciel, que
está em prisão preventiva na Rússia. Pelo documento, o governo
brasileiro pede que Ana Paula aguarde as investigações em liberdade,
garantindo às autoridades russas que ela terá bom comportamento e que se
apresentará à Justiça enquanto for requisitada. A brasileira faz parte
do grupo de 30 pessoas que estão presas provisoriamente desde o último
dia 19, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no
Ártico.
Até
esta terça-feira, nenhuma acusação formal havia sido feita ao grupo. No
entanto, a decisão da Justiça russa foi pela prisão preventiva de
todos, pelos próximos dois meses – prazo máximo para a conclusão do
inquérito sobre pirataria. O Comitê de Investigação russo afirmou que,
nesta quarta-feira, serão apresentadas acusações formais às ativistas
Dima Litvinov, dos Estados Unidos, e Sini Saarela, da Finlândia.
“Não
recebemos qualquer informação oficial sobre o conteúdo dessas
acusações”, afirmou Ben Ayliffe, coordenador da campanha do Ártico do
Greenpeace Internacional, rechaçando a hipótese de pirataria. “Qualquer
acusação de pirataria contra protestos pacíficos é absurda e não tem
mérito algum nas leis russas ou internacionais. Os ativistas agiram
pacificamente contra os riscos de exploração de petróleo no Ártico pela
empresa Gazprom”.
Em
nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty ressalta que a embaixada
brasileira em Moscou continua a manter contato permanente com o advogado
de defesa de Ana Paula, com o Greenpeace e com as demais embaixadas de
países envolvidos no caso.
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