índios participam da Comissão de Direitos Humanos, após esperar mais de uma hora pra entrar no Senado. Foto: ©Greenpeace
Ao chegar ao Senado, a comitiva de 70 índios teve uma surpresa desagradável. Eles foram barrados pela polícia legislativa, pois, segundo a presidência da casa, seria liberada a entrada de apenas 20 índios, quando, na verdade, havia sido acordado anteriormente com os membros da CDH a entrada de 70 deles.
Foi preciso mais de uma hora de negociações, mas, afinal, todos os 70 índios conseguiram participar da audiência pública. Sonia Guajajara, liderança do Maranhão, abriu a fala da mesa criticando a postura da segurança do Senado.
“Mais uma vez, ao chegar nessa casa, somos recebidos com a truculência da polícia. Não é mais novidade, há muito tempo é assim. Por que a casa do povo não abre as portas para podermos participar das discussões?”, indagou Sonia.
“Se nossos direitos estivessem sendo cumpridos, não precisaríamos vir a Brasília. Mas esse é o momento em que a gente se ergue pra dizer que não estamos sendo ouvidos. Nessa semana a voz dos povos indígenas se junta a dos quilombolas, dos negros, da juventude, dos atingidos pela mineração e por barragens para trazer a voz da população brasileira e a defesa da Constituição Federal, que, ao completar 25 anos, sofre o maior ataque de toda a historia”, acrescentou Sonia.
A audiência ocorreu durante a semana da Mobilização Nacional Indígena, que vai até o dia 5 de outubro, mês em que a Constituição completa 25 anos.
Na mesa, estavam presentes também a senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da CDH, Cleber Buzatto, secretário-executivo do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Maria Augusta Assirati, presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) e um representante dos quilombolas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que era esperado, não compareceu.
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