Com mais de 4 mil indígenas violentados em apenas um mês, situação no
estado tido como mais violento contra os índios está longe de uma
solução
Dois dias após o assassinato de Simião Vilhalva, indígenas
do MS velaram um caixão simbólico em forma de protesto em Brasília, 1º
de setembro (© Alan Azevedo / Greenpeace)
O encontro tem por objetivo reunir os apoiadores do povo Guarani e Kaiowá, autoridades federais, órgãos da sociedade civil, de defesa dos direitos humanos, representantes da comunidade acadêmica e da mídia, para fazer uma avaliação dos atos de violência perpetuados pelos produtores rurais no últimos meses.
Terras homologadas e
regularizadas foram invadidas e famílias Guarani e Kaiowá foram atacadas
e expulsas de seus acampamentos. Desde a morte de Simião Vilhalva, há
um mês, quatro mil indígenas de quatro terras indígenas foram
massacrados, torturados, expulsos e atacados a tiros por dezenas de
jagunços dos fazendeiros.
Para amanhã, terça-feira, está marcado na sede da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro uma coletiva de imprensa às 14h30
para denunciar a tragédia humana em curso no Mato Grosso do Sul. Estará presentes
o líder indígena e portavoz da Aty Guasu Tonico Benites, de Elpídio
Pires, liderança Guarani Kaiowá sobrevivente de um atentado a bala em 19
de setembro, assim como o advogado e líder Terena Luiz Elói e o
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB RJ, Dr. Marcelo
Chalreo.Está em pauta a exigência do cumprimento dos preceitos da Constituição Federal com relação aos territórios tradicionalmente ocupados pelos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
Motivos de sobra para temer
O Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com o maior número de ocorrência de violência e violações contra os povos indígenas. Segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), apenas em 2014 foram 41 casos de violência contra indígenas na região – quase 30% do total nacional.
Outro dado assustador é que entre os anos de 2003 e 2014, 390 indígenas foram assassinados no Mato Grosso do Sul, um total que representa 52% dos casos registrados em todo o país.
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