Foi publicado hoje uma prévia do futuro acordo para conter o aquecimento global. Há pontos importantes garantidos, mas nos próximos três dias de conferência tudo pode acontecer


Ato na Torre Eiffel, em Paris, pedindo mais energias renováveis como uma das soluções para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.

Um futuro acordo global que poderá conter as mudanças climáticas e será o resultado da COP 21, está um pouco mais próximo de ser fechado. Nesta quarta-feira (9/12), um novo rascunho foi divulgado por Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores francês e presidente da conferência da ONU.

O texto está com 29 páginas (no último sábado eram 48) e 75% a menos colchetes – sinais adotados nas negociações para indicar os pontos sem consenso entre as delegações. Ou seja, os representantes de governos presentes na reunião, ao que tudo indica, estão diminuindo os impasses. Um tema que parece estar assegurado no rascunho é o tempo do ciclo de revisão do futuro acordo. A decisão final deve ser para que os países revisem as metas a cada cinco anos. É um prazo bom (a outra opção era de dez anos) porque permitirá as alterações com mais agilidade, e que, a cada cinco anos, as reduções de gases possam ser cada vez mais elevadas.
Entre colchetes está o tema dos direitos dos povos indígenas. Esses povos estão entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas e já pediram, em ato nesta quarta-feira, que sejam respeitados e incluídos na pauta a COP21.

Laurent Fabius reconheceu três pontos em conflito: a diferenciação entre as responsabilidades que serão assumidas entre países ricos e pobres, a ambição do futuro pacto e a transferência financeira para a mitigação e adaptação ao aquecimento nos países em desenvolvimento.
Segundo Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil,  parece que o texto segue em uma boa direção, mas ainda é cedo para comemorar.
“O texto que temos hoje nos dá esperanças de sair de Paris com um acordo  relevante e que nos permita enfrentar as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo que muitos pontos cruciais ainda podem ser perdidos nos próximos passos das negociações. Os dias serão bem intensos até o acordo final. E vamos continuar pressionado para que não tenhamos perdas, apenas ganhos que tornem o acordo mais ambicioso e garanta um futuro seguro para todos nós.”