Esta decisão implica a proibição de quaisquer atividades do Greenpeace na Rússia, encerrando uma trajetória de 30 anos pela defesa do meio ambiente no país.

Essa decisão equivocada indica efetivamente que é “indesejável” proteger a natureza na Rússia. O que, então, é desejável? Operar uma produção industrial prejudicial à natureza e à saúde humana, derramar petróleo, despejar lixo tóxico em água limpa, fazer as pessoas respirarem ar poluído por emissões tóxicas, queimar carvão, produzir montanhas de lixo plástico, derrubar florestas protegidas, ignorar incêndios florestais e não fazer nada para enfrentar a crise climática?

Está claro que o Greenpeace Internacional – e subsequentemente o Greenpeace Rússia – foi rotulado como indesejável por não permitir que planos desastrosos que ameacem a natureza sejam executados. Cada vez que o Greenpeace Rússia se opõe a eles, tem que superar uma pressão intensa daqueles que tratam a natureza apenas como uma fonte de renda comercial.

Ao longo dos 30 anos de trabalho na Rússia, mais de um milhão de pessoas assinaram abaixo-assinados, colocaram informações em mapas, plantaram florestas, apagaram incêndios e ajudaram a realizar pesquisas. Dezenas de milhares de cidadãos russos comuns apoiaram financeiramente a organização, para que o Greenpeace pudesse existir sem financiamento do estado, partidos políticos ou empresas.

Essa decisão privou a Rússia de ter em seu país o Greenpeace, um de seus principais especialistas em problemas e soluções ambientais, e as pessoas que tentaram proteger a natureza agora serão privadas de um forte aliado. A proibição das atividades do Greenpeace na Rússia é um passo absurdo, irresponsável e destrutivo diante das crises do clima e da biodiversidade.

A versão original do posicionamento pode ser encontrada no site do Greenpeace Internacional.